Leitura correcta (se possivel) do Assento do Casamento realizado em 1703

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Leitura correcta (se possivel) do Assento do Casamento realizado em 1703

#374668 | xavierdemarins | 26 out 2016 07:59

Caros confrades e confreiras,


devido a dificuldade de leitura que o texto oferece, pois ficou marcado pelas vicissitudes do tempo, a menos que parcial, entendo que pode tratar-se de dois casais que se uniram em matrimonio no mesmo dia, la' no longinquo ano de 1703, nas paragens da antiga vila de Itu, na "nova" Portugal, nas longinquas Terras de Vera Cruz. Quem sao os progenitores dos nubentes, que aparentemente, foram omitidos? A impressao deixada ao que o escriba deliberou-se unicamente em nomear a filiacao das nubentes (?). Para ter maior nocao do ocorrido, teria como premissa o principiar de uma leitura completa e exigido tento deste termo de casamento, que segue, o terceiro e ultimo da pagina esquerda, que parece ser de Mateus de Matos Cardoso e do Jose' da Silva Preto:


https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-3S88-Z?mode=g&i=1&wc=M5J5-W3N%3A371872701%2C371872702%2C372352801%3Fcc%3D2177299&cc=2177299


Sinceros agradecimentos a todos pela boa vontade e ao auxilio prestado na leitura do texto.

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#374670 | vsuzano | 26 out 2016 09:39 | Em resposta a: #374668

efectivamente são dois casais:
Mateus.... cardoso com ..... Pedro
e
tenente? josé da silva preto com maria de barros da silva
e os ditos(ditas) contraentes são filhos(filhas) de joão? martins claro e de sua mulher Ignácia luis
testemunhas
josé godoi e lazaro ? de sousa
faustina..... e isabel de barros

foi o que consegui ler assim de repente, inclinando-me para que os pais referidos o sejam de ambas as contraentes...

cumprimentos e boas pesquisas

vsuzano

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#374676 | xavierdemarins | 26 out 2016 15:08 | Em resposta a: #374670

Caro confrade,

Agradeco pela atencao,

apurando o conteudo relacionado aos progenitores, sao eles concernentes as nubentes apenas, omitiram aqueles dos nubentes.

Nao tenho certeza, por isso gostaria que apurassem isso tambem, e da minha maneira leio "ambos os dous contraentes foram ambos com licenca do Reverendo Padre (?) da vara e as contraentes filhas de Joao Martins Claro e de sua m. Ignacia Pais".

E nada mais consta da filiacao dos noivos, pelo visto.

"Ignacia Pais ou Luis"? Como escreviam a altura "Pais" (formal actual) ou "Paes"?

Ainda precisamos de mais observacoes,

obrigado

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#374678 | xavierdemarins | 26 out 2016 15:20 | Em resposta a: #374670

Caro confrade,

Sobre o casal progenitor das nubentes, talvez seriam estes?

Comparando-os...parece identicos, pagina esquerda, segundo Assento, na sexta linha, que inicia "Joam..."

https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-3S8F-R?i=38&wc=M5J5-W3N%3A371872701%2C371872702%2C372352801%3Fcc%3D2177299&cc=2177299

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#374681 | saintclair | 26 out 2016 18:27 | Em resposta a: #374678

-
Assento de 1714;
Cristovão Monteiro de Carvalho, filho de Manuel Monteiro Carvalho e de sua mulher Maria
Coelho Zuzarte, naturais da Vila Freixo Espada à Cinta, arcebispado de Braga, recebe por
palavras de presente Catarina Mendes, filha do sarg.-mor João Martins Claro e de sua mulher
Inácia Paes Barros, moradores na Vila Itu, do arcebispado São João Baptista.
--
Sc.

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#374682 | xavierdemarins | 26 out 2016 18:41 | Em resposta a: #374681

Caro Saintclair,

Entao, qual sua leitura, por gentileza, do Assento trazido no Topico?

Do de 1714 recordou... e no de 1703 -seriam os pais daquelas nubentes?

Cumprimentos!!!

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#374686 | saintclair | 26 out 2016 22:55 | Em resposta a: #374682

-
Xavier;
Está recordado que o Sarg.-mor Claro, casou com
a viuva Ignácia Pais Barros....
Podemos "imaginar" que os noivos seriam das relações
do Sarg.-Mor, e por qualquer motivo não convinha que
viesse a público!....
Segundo julgo saber a Ignácia aproveitou para casar duas
filhas de uma "assentada", e o Sarg.-mor, .....talvez tivesse
feito a mesma coisa!...
Bom, isto tem que ser analisado ao milimetro, mas é muito
estranha esta situação.
Aguardo o seu comentário.
Sc.

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#374694 | xavierdemarins | 27 out 2016 07:20 | Em resposta a: #374686

S.Clair;

resumindo o que ficou:

Sargento-mor João Martins Claro


Reinol, recebeu em 20 de outubro de 1698 carta do rei D. Pedro II de Portugal. Viera no real serviço para o Brasil, acompanhando o governador D. Manuel Lobo.

Silva Leme descreve sua família no volume III, página 501, de sua «Genealogia Paulistana».

Residia de preferência em Sorocaba, e era casado com Inácia Pais de Barros, filha natural do grande potentado Fernão Pais de Barros e viúva de Brás Leme de Barros, de quem tivera diversos filhos, seis citados por Silva Leme e outros cinco teve do novo marido, os quais foram Artur Pais de Barros, Fernando Pais de Barros, ambos grandes sertanistas em Mato Grosso, e três filhas, casadas com soldados da guarnição de Santos, Francisco Nogueira, João de Sousa e Luís Teixeira.

Quando o governador geral em 1699 quis fazer explorações na Vacaria de Mato Grosso para verificar a existência de minas de prata, como em Itu morava um castelhano pratico da região, João Martins Claro para lá se dirigiu: tratava-se de Amaro Fernandes Gauto, e o sargento-mor lhe forneceu apetrechos necessários e bons sertanistas.

Em 1700 João Martins Claro muito auxiliou fazendo à sua custa a reforma das fortificações de Santos, e de 1704 a 1705 fez numerosas diligências à sua custa para prender marujos estrangeiros foragidos e atender a grande carestia havida. Era grande entusiasta da mineração, especialmente de prata e ferro, pesquisara ouro na capitania de Itanhaém de que era sargento-mor, andando com o grande mineiro beneditino, Frei Frutuoso.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

(Parece estar de acordo com isso http://digitarq.arquivos.pt/details?id=1868360 )

Porem...

"Patente de sargento-mor da Capitania de N. S. da Conceição de Itanhaem a João Martins Claro, dada por Arthur de Sá e Menezes,— de 7 de fevereiro de 1698 :


: Artur de Saá e Menezes &. a faço saber aos que esta minha carta patente virem que havendo respeito a Joaò Martins Claro, ter servido com prasa de Soldado anno e meyo na Comp. a do Capp nm M' ?I de Souza que veio em companhia do administrador D. Rodrigo Castel branco acompanhando as Minas de D. Jayme e a outras m taH : e sustentou sete annos a hum religiozo Mercenário em sua caza que veio ao descobrimento de Minas, e o levou ao sertão a sua custa, naõ faltando as ocazioens ao real serviço, com sua pessoa e faz.' 1 dando adejutorio aos Ministros de justiça que vinham a estas Capitanias com negros e despezas comsideraveis, e em outra ocaziaõ teve em sua caza a um Mineiro sinco mezes, chamado Joaò Alveres Coutinho que por hordem de Sua Magestadi que Ds guarde, veio a explorar Minas, andando com elle por todas as partes ! ' Onde havia noticia de Minerais com negros e bastim t0H e no anno de noventa, e quatro, e noventa e sinco, consta por hua sertidaõ dos oficiaes da Camera."

Entao ficou que o sargento-mor João Martins Claro teria nascido por volta de 1655. Chegou ao Brasil com cerca de 25 anos. Foi nomeado como oficial cobrador do Imposto de 1/5 que incidia sobre o ouro retirado das minas, para a Coroa Portuguesa, em Itu:



"Regimento de hum bando para se pagarem os quintos do ouro nesta cidade (Itu-SP)

Rodrigo Cezar de Menezes, etc. - Por quanto mandei por hua caza de regimento no Rio Grande, por ser a principal passagem das pessoas, que vem das novas minas do Cuyaba', para que hali quintassem, e pagassem os quintos de todo o ouro que trouxessem debaixo das penas (? pernas), que se declaram, nos bandos que mandei lança nesta cidde, e nas Villas de Santos, Outu e Sorocava, e por falecer o Provedor do do. registo Domingos da Silva Monteiro, e se dever prezumir, q' alguas pessoas q'tem vindo das ditas Minas, tem sido demenutas no quintar, encarreguei novamente a cobrança dos ditos quantos ao Sargento Mor João Martins Claro, ordenando-lhe assistisse na Villa de Outu, por ser a principal parte aonde os Mineiros vem dezembarcar, e por que deste remedio que se conciderava ser o mais efficas...Ordeno, e mando se levante o regimento da Villa de Outu e Sorocava, e que todas as pessoas, que vierem das ditas Minas do Cuyaba', ou de outras quaesquer desta Cappitania, venham pagar todos os quantos quintos deverem a esta cidade...e o que fizer o contrario emcorrera' em todas as penas, que nos ditos bandos se declaram, e em todas as mais, que são impostas aos que dezemcaminham a Fazenda Real ... Dado nesta cidade de Sam Paulo aos 19 dias de Outubro de 1723"

http://bibdig.biblioteca.unesp.br/bd/bfr/or/10.5016_10-ORDCISP-07-13_volume_13/#/8/zoomed


(Interessante que no Assento das duas irmas noivas de 1703, nao consta adjunto ao seu nome alguma patente, e, simplesmente, Joao Martins Claro)

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Da Ignacia Pais de Barros: GPAUL, Vol. III, Tit. Pedrosos Barros, cap. 5, pag. 501:



1-1 Ignacia Paes de Barros que 1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, f.º herdeiro do Cap. 4.º. Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a 2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo. Teve:

Do 1.º marido f.º único: 2-1 Pedro Vaz de Barros (o coxo) que casou com Catharina do Prado e faleceu sem geração.

Do 2.º marido teve q. d.: 2-2 Catharina Mendes casada em 1714 em Itú com Christovão Monteiro de Carvalho, natural da Bahia, f.º de Manoel Monteiro de Carvalho e de Maria Coelho Duarte, naturais de Freixo de Espada a Cinta. (Errata, o nome correto e' Maria Coelho Zuzarte, conforme consta no assento de casamento do designado filho e pelo Processo do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Coimbra, pelo qual foi presa por Judaísmo juntamente com seu marido Manuel Monteiro de Carvalho e suas irmãs Antonia e Joana Coelho em 1669 e absolvidos em 1673 pelo dito Tribunal, e com provanças foram vistas e julgadas como cristãs-novas por via materna e rumores de tal fama pela via paterna, exceptuando seu marido Manuel, julgado como cristão-velho. Todos eles freixienses).


2-3 Joanna Pedroso casada em 1703 em Itú com Matheus de Mattos Cardoso. Faleceu em 1766 com testamento. Sem geração. (C. P. S. Paulo).

2-4 Maria de Barros Silva casada em 1703 em Itú com o tenente José da Silva Preto, irmão de Matheus do n.º 2-3.


2-5 Anna Paes da Silva casada em 1720 em Sorocaba com Domingos Nogueira Homem f.º de José Nogueira Homem e de Maria Leme do Prado. Tit. Bicudos.


2-6 Luzia Leme de Barros casada em 1726 em Sorocaba com José de Borba Gatto f.º de Balthazar de Borba Gatto e de Marianna Domingues, moradores na Cotia.


GPAUL, Vol. III, Tit. Pedrosos Barros, cap. 5, pag. 501

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Quinhão das peças que couberam a herdeira Inacia Paes de Barros, as quais o dito juiz entregou ao Cap. João Martins Claro como marido da dita herdeira. Quinhão do herdeiro Pedro Vaz de Barros. Pedro Vaz de Barros, morador no termo da vila de Parnaiba, f.l. do Cap. Braz Leme de Barros, que Ds haja e de Ignacia Paes, que ele estava casado em face da igreja e como tal emancipado. Com o falecimento do defunto seu pai, se não fez inventario por causa de ficar a fazenda toda obrigada a satisfação de obras pias e casamentos como consta pelo testamento do defunto seu avo o Cap. Pedro Vaz de Barros, que Ds haja, e o Cap. Fernão Paes de Barros como testamenteiro tem com grande zelo dado satisfação as verbas.
Testamento: eu Pedro Vaz de Barros rogo a meu irmão Fernão Paes de Barros, meu sobrinho Pedro Vaz de Barros e o Revdo Padre João Leite da Silva. Declaro que nunca fui casado, nem tenho herdeiros necessarios, pelo que deixo de esmola a meus filhos naturais que são dez a saber: Braz, Joana, Maria, filhos de Justina; Lourença, filha de Teresa; Izabel filha de Catarina; Margarida, filha de Rufina; Mariana filha de Maria; Pascoa e Leonor filhas de Barbara. Das quais minhas filhas tenho casado duas: Joana com João da Silva Pereira, e Lourença com Francisco Alvares Rodrigues.

Deixo todo o meu cabedal encabeçado em meu filho Braz Leme.

Declaro que as indias de quem tenho filhas as deixo livres. Fui tutor e curador de meus sobrinhos, filhos que foram de meu irmão Antonio Pedroso de Barros. Aprovação aos 30-03-1674. Codicilo: declaro que fui tutor de meus sobrinhos orfãos nos inteirados de suas legitimas de mais a mais escupulo(?) de Ignez que morreu, e lhes dei somente que me fica este escupulo(?)?Lourença tem uma menina a qual é minha filha. Cumpra-se 30-08-1676 = Cumpra-se Santana de Parnaiba 24-10-1698


Isso e mais em: http://www.projetocompartilhar.org/Familia/PedroVazdeBarros.htm




http://www.projetocompartilhar.org/Familia/PedroVazdeBarros.htm


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E o seu progenitor Fernão Pais de Barros (de Ignacia Pais de Barros):


Fernão Paes de Barros foi um dos cavalheiros de maior respeito e tratamento. Como refere Pedro Taques: "recebeu honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678. A natureza dos seus serviços consta dos autos de justificação que fez deles em S. Paulo em 1685, sendo escrivão o tabelião Roque Mendes da Silva e juiz ordinário Diogo Barbosa do Rego. Deles consta que Fernão Paes de Barros assistira sempre com a sua pessoa, fazenda, criados e escravos, e acudira a todos os rebates da praça de Santos em tempo que os holandeses infestavam a costa. Vindo a S. Paulo o doutor Damião de Aguiar, corregedor da capitania, a prender a Manoel Coelho da Gama, régulo facinoroso, como com efeito o prendeu, intentaram os sequazes do mesmo régulo tirá-lo em caminho,

matando ao dito corregedor, e para se evitar este risco foi Fernão Paes de Barros acompanhar até a vila de Santos o dito doutor desembargador, escoltando-o a sua custa com um grosso corpo de armas, que para isso formou. Achando-se em S. Paulo o corregedor Sebastião Cardoso de S. Paio, o acompanhou três léguas a pé para se destruir uma casa forte, guarnecida por criminosos réus de culpa capital, para cuja ação levou Fernão Paes de Barros muitos dos seus parentes, criados e escravos. Escrevendo o príncipe dom Pedro em 1664 que desse ajuda a favor ao governador Agostinho Barbalho Bezerra, que vinha enviado para o descobrimento das minas das esmeraldas, lhe deu Fernão Paes de Barros da sua fazenda mil varas de pano de algodão, armas e mantimentos para a jornada que fazia dito Barbalho, com sessenta arrobas de carne de porco, que tudo consta da certidão que do conteúdo se lhe passou em 1666 em 9 de agosto. Quando chegou a S. Paulo o tenente-general Jorge Soares de Macedo, e apresentou em câmara aos 30 de Novembro de 1678 as reais ordens que trazia para a diligência a que vinha, de ir a Montevidéu a descobrimento de minas de prata, por se achar a real fazenda da província de Santos sem dinheiro algum, comunicando Jorge Soares esta matéria com Fernão Paes de Barros, este entregou aos oficiais da câmara de S. Paulo 300$ em moeda corrente, oferecendo também toda a praia de sua copa para que se vendesse, fundisse ou empenhasse, de sorte que por falta de dinheiro não parecesse o real serviço na diligência para que vinha destinado dito Jorge Soares. Isto consta de um termo lavrado no livro das vereanças; e do mesmo livro consta mais que o mesmo Fernão Paes dera três homens do gentio da terra, bons sertanistas, para acompanharem dito Soares na jornada, para a qual fez grande despesa, sem fruto algum. No mesmo livro ainda se lê que Fernando Paes andava no real serviço gastando a maior parte de sua fazenda.

Quando se estabeleceu a paz de Holanda em cinco milhões, e o casamento da infanta de Portugal d. Catharina em dois milhões pediu el-rei dom Pedro aos seus vassalos um donativo para o pagamento dos sete milhões, e Fernão Paes de Barros se distinguiu entre os mais paulistas, dando para o dito chapim em moeda corrente 600$. Vindo a S. Paulo o fidalgo dom Manoel Lobo em 1679, pelo qual o mesmo príncipe dom Pedro escreveu à Fernão Paes a carta de que acima fizemos menção,

o hospedou todo o tempo que dom Manoel Lobo esteve em S. Paulo, com tanta grandeza, como se vê da carta que ele escreveu da Nova Colônia em 25 de fevereiro de 1680, registrada no arquivo da câmara de S. Paulo. E como o mesmo dom Manoel Lobo ia fundar a sobredita colônia do Sacramento, lhe deu Fernão Paes de Barros, para ajuda dos gastos, 100$ em dinheiro e três cavalos dos melhores que tinha em sua cavalariça.

Querendo passar da vila de Santos para S. Paulo dom Rodrigo de Castello Branco, superintendente geral dos descobrimentos das minas de ouro e prata, lhe faltavam para conduzir a fábrica de S. Alteza, os índios das aldeias do real padroado, e a tudo supriu Fernão Paes de Barros, mandando para o Cubatão a sua custa o troço de gente que bastou para a condução do dito dom Rodrigo e a fábrica que trazia, pertencente à fazenda real, a cuja provedoria poupou Fernão Paes o melhor de 100$, como consta das certidões do seu serviço ".

Teve sua fazenda de cultura em Araçariguama, onde fundou a capela de Santo Antonio, com altar mór de excelente talha dourada.

Casou-se no Rio de Janeiro com Maria de Mendonça, de quem não deixou f.º algum, porque com ela não teve vida marital pela razão de descobrir sobeja prova contra a pureza do sangue dessa senhora, entretanto teve ela grande tratamento e estimação como legítima esposa de Fernão Paes de Barros. Faleceu em 1709 com testamento e teve em solteiro de uma crioula de Pernambuco uma filha natural que foi:

1-1 Ignacia Paes de Barros que 1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, f.º herdeiro do Cap. 4.º. Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a 2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo.

Genealogia Paulistana (SL), Tit. Pedroso Barros, pag. 499 Cap. 5.º

Sobre a figura, Fernao Pais de Barros, nasceu cerca de 1633 na vila de Sao Paulo, conforme o inventario de sua mae Luzia Leme, Em 1678 fez provanca de puritatis Sanguinis, trasladada juntamente com a justificacao de seu imao Valentim de Barros (onde tem fumaca tem fogo). Fernao Pais era homem principal na vila de Sao Paulo, tendo recebido, seguidas vezes, cartas com pedidos de ajuda de monarcas portugueses. teve a honra de hospedar em sua morada o fidalgo D.Manuel Lono no ano de 1679, quando este se preparava para a missao de fundar a Colonia de Sacramento.
Assim Pedro taques de Almeida Pais, op.cit.volIII:Pedrosos, Barros, Vazes, pp.208-209: "Foi casado no Rio de Janeiro com Dona Maria de Mendonca, que, conduzida para esta cidade de Sao Paulo, teve o tratamento que merecia, como esposa de tao nobre cavalheiro, e fazendo-se conduzir em cadeira de telhadinho, a primeira que ate' aquele tempo apareceu em Sao Paulo. NAO TEVE FRUTO ALGUM DO SEU MATRIMONIO, PORQUE TENDO JUSTIFICADA CAUSA PARA O DIVORCIO OU REPUDIO POR HAVER BASTANTE PROVA CONTRA A PUREZA DE SANGUE DESTA SENHORA, ficou gozando sempre as estimacoes e tratamento de legitima mulher de Fernao Pais de Barros, mas este se apartou totalmente de fazer com ela vida marital. E assim faleceu sem deixar filhos, e sobrevivendo muitos anos seu marido veio este a acabar a vida aos 30 de Marco de 1709, com testamento, no qual resplandecem as obras pias do seu fidalgo animo"
A informacao supra de Pedro Taques de que Fernao Pais de Barros nao fez vida marital com Maria de Mendonca por esta ser crista-nova, fica assim debilitada, Alem de ele mesmo ter parte de cristao-novo, parece ter sempre mantido relacoes amigaveis com a familia de sua mulher. Alias, mesmo que fosse o caso, descobrir que o conjuge era cristao-novo nao seria "justa causa" para separacao de corpos. Fernao Pais havia se casado por volta de 1655, possivelmente na cidade do Rio de Janeiro com D.Maria de Mendonca, que ainda vivia em 06 de junto de 1689 na vila de Sao Paulo, ela era irma do capitao Lucas de Mendonca, que tinham 1/4 de sangue cristao-novo. O capitao Fernao Pais constou como morador da cidade do Rio de Janeiro em 1692, quando , em 6 de abril foi batizada uma menina de nome Ana, exposta em sua casa, forma padrinhos Antonio Dias e Micaela de Mendonca (Arquivo da Curia Metropolitana do Rio de Janeiro, livro de batizados da Se', 5o. fls.8). Fernao Pais de Barros nao deixou geracao de sua mulher, mas deixou filhos naturais de uma "crioula do Pernambuco"em tempo de solteiro

(citado do livro "Cristaos-novos em Sao Paulo, seculos XVI-XIX - assimilacao e nobilitacao, pg.143)

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#374695 | xavierdemarins | 27 out 2016 07:50 | Em resposta a: #374686

Sem desmerecer a obra de Pedro Taques e posteriormente, Silva Leme, mas obviamente que causa estranheza a tao exaltada nobreza da gente paulista nas obras dos mesmos. Os troncos das familias ali esutda estudadas, primitivos povoadores de Sao Paulo, vem descritos como originarios da aristocracia portuguesa, o que nao foi exatamente assim. Houve exagero ou, pelo menos, muita credulidade por parte daqueles autores. Apesar dessas obras pecarem pelo seu conteudo, contribuiram enormenten enormemente para a pesquisa genealogica em s Sao Paulo, apesar dos erros. Faz-se necessario um amplo estudo para se romper com os mitos e separar a verdade coligida pelos documentos e o imaginario de uma sociedade que ser presumia nobre. Fraudes genealogicas e afirmacoes nem sempre baseadas em fontes seguras. De facto, a nobreza paulista nao tem por origem fidalgotes portugueses melancolicos e sem fortuna que para la' foram.
Assim, uma das mais antigas vaidades dos Homens, encontrou campo fertil na Coroa Portuguesa, confundida com a propria historia de Portugal, sempr e envolta em guerras, conquistas e descobertas de novos mundos, onde os fatores coragem e heroismo permitiam por mereces regias, que simples cidadaos, militares de carreira, ascendessem degraus de nobreza, com a obtencao de comendas de ordens militares, como a de Cristo, de Santiago e a de Avis. Outra forma era a obtencao de brasao de armas dos apelidos que o interessado portava. Igualmente ganhavam prestigio, isencao e respeito os que tivessem mostrado serem limpos de sangue atraves de justificacoes para obtencao de ordens eclesiasticas, na Leitura do Paco ou ainda para se tornarem familiares do Santo Oficio. Quais seriam as verdadeiras razoes para tao intrincados processos? Afinal, teriam que abrir sua ascendencia a inquiridores crueis e a testemunhas que poderiam descontar antigas inimizades. Simplesmente porque, uma vez obtidas provancas favoraveis o comerciante de grosso trato deixaria de ser visto como um possivel cristao-novo, um burgues enriquecido ganharia ares nobres, passando a pertencer a uma classe supostamente superior, e mesmo um cristao-novo ficaria temporariamente livre das garras da Inquisicao.
Mas essa situacao viria a explodir ao tempo da descoberta do ouro e de matais preciosos no longinquo Brasil. Mais que o distante solo europeu, o Brasil propiciou possibilidades de adquirir fortunas instantaneas. E' justamente neste periodo que grassam as provancas no Cartorio de Nobreza. Inclusive uma das formas que o Rei de Portugal enocntrou para fomentar a busca aurifera foi a promessa de merces honorificas a quem as descobrisse.
O primeiro historiador de Sao Paulo, Pedro Taques de Almeida Pais Leme, em sua obra "Nobiliarquia Paulistana Historica e Genealogica" escrita em pleno vigor do Santo Oficio, em meados do seculo XVIII procurou ignorar pessoas condenadas a Inquisicao, dava-se muita importancia aos titulos de nobreza, em todos os seus graus. Era esta a epoca de Pedro Taques, como permaneceria impassivel diante de tudo isso? Nao e' possivel que escreveria com todas a sletras que determinada familia era crista-nova, seria sumariamente assassinado por "calunia".
Silva Leme viveu em outra epoca, a Inquisicao ha' muito acabara e os descendentes das familias paulistanas envolvidas nas acusacoes de serem cristas-novas, nem mais sabiam o seu significado. A monarquia extinta e titulos de nobreza e uso de brasoes eram ridicularizados pela nova Republica. Ele fez a maior limpeza etnica em sua obra. Os brancos de Silva |Leme nao miscigenaram com negros e silvicolas. Os assentamentos de pessoas havidas em negras ou indias e mesmo os filhos naturais havidos em brnacas, de forma sistematica, nao aeram copiados. O preconceito que permeia sua obra, confere a nota negatica a Genalogia Paulistana, Excepcao unica e' conferida aos primitivos povoadores que no seculo XVI e apenas neste seculo se cruzaram com as indias, denominando-as geralmente de princesas, filhas dos maiorais das tribos indigenas.

Um pouco da realidade, para esmiucar esses assentamentos e delinear precisamente a verdade da origem destes, e' preciso desvencilhar toda essa mata.

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#374696 | xavierdemarins | 27 out 2016 08:45 | Em resposta a: #374695

Ressalvas:

1-que permeia sua obra, confere a nota negatica a Genalogia Paulistana, le-se, "negativa".

2- " os filhos naturais havidos em brnacas, de forma sistematica, nao aeram copiados". "brancas" e " nao eram".

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#374697 | xavierdemarins | 27 out 2016 08:52 | Em resposta a: #374696

Aos demais erros de digitalizacao que foram omitidos, aos leitores minhas sinceras desculpas pelo lapso, e' que o tempo nao demanda a meu favor, pelo momento...
Obrigado

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#374710 | xavierdemarins | 27 out 2016 15:00 | Em resposta a: #374686

Podemos estipular tambem, que levando em conta, casos dos filhos denominados naturais ou ilegitimos, a altura, os quais seriam denotados simplesmente, como de estilo, "filhos de pais incognitos" ou "filhos de fulana e de pai incognito" - metodo adoptado com maior profusao para nao macular a honra do proprio casal ou o do senhor progenitor, aqui deixaram uma lacuna poderosa!!

Servicinho, tudo pelo Sargento-Mor???

Ah, e o Guarda-Mor...continua vendendo???

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#374711 | xavierdemarins | 27 out 2016 15:07 | Em resposta a: #374686

Aqui o Silva Leme nao teve muito o que fazer,

o conteudo do registo e' o que foi transcrito na Genealogia Paulistana :

2-3 Joanna Pedroso casada em 1703 em Itú com Matheus de Mattos Cardoso. Faleceu em 1766 com testamento. Sem geração. (C. P. S. Paulo).

2-4 Maria de Barros Silva casada em 1703 em Itú com o tenente José da Silva Preto, irmão de Matheus do n.º 2-3.

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Duas irmãs para dois irmãos

#374712 | saintclair | 27 out 2016 15:09 | Em resposta a: #374710

-
....Como nos Filmes de Hollywood....Duas irmãs brancas..... para dois irmãos de cor.
Como se pode ver no inicio do Livro de Registos......
O Livro destina-se a casamentos de Brancos.... Vila de ITU.
Ano 1708 a 1728.
https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-3S87-H?wc=M5J5-W3N%3A371872701%2C371872702%2C372352801%3Fcc%3D2177299&cc=2177299
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#374713 | xavierdemarins | 27 out 2016 15:21 | Em resposta a: #374712

Duas brancas?

A informacao supra de Pedro Taques de que Fernao Pais de Barros nao fez vida marital com Maria de Mendonca por esta ser crista-nova, fica assim debilitada, Alem de ele mesmo ter parte de cristao-novo, parece ter sempre mantido relacoes amigaveis com a familia de sua mulher. Alias, mesmo que fosse o caso, descobrir que o conjuge era cristao-novo nao seria "justa causa" para separacao de corpos. Fernao Pais havia se casado por volta de 1655, possivelmente na cidade do Rio de Janeiro com D.Maria de Mendonca, que ainda vivia em 06 de junto de 1689 na vila de Sao Paulo, ela era irma do capitao Lucas de Mendonca, que tinham 1/4 de sangue cristao-novo. O capitao Fernao Pais constou como morador da cidade do Rio de Janeiro em 1692, quando , em 6 de abril foi batizada uma menina de nome Ana, exposta em sua casa, forma padrinhos Antonio Dias e Micaela de Mendonca (Arquivo da Curia Metropolitana do Rio de Janeiro, livro de batizados da Se', 5o. fls.8). Fernao Pais de Barros nao deixou geracao de sua mulher, mas deixou filhos naturais de uma "crioula do Pernambuco"em tempo de solteiro


as raparigas seriam as filhas de Ignacia, a filha de Fernao de Barros que nao teve filhos com Maria de Mendonca por esta ser crista-nova...apesar dele tambem se-lo...restando ser matrona de sua prole a incognita "crioula do Pernambuco", estas seriam as netas da dita suposta crioula ou da Maria de Mendonca?

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#374714 | xavierdemarins | 27 out 2016 15:29 | Em resposta a: #374712

Preciso de uma ideia aonde procurar os Assentos dos Casamentos da Inacia Pais de Barros, la' estaria a chave para desvendar sobre a identidade de sua mae, da' para acreditar nesta possibilidade? Ja' os registos la' de Itu, de Sorocaba, de Aracariguama, de Santana do Parnaiba, de Parnaiba, nao existem para a epoca de seu casamento, nem com o primeiro marido e nem com o Joao Martins Claro, todos iniciam para o final do Seiscentos, os registos de Sao Paulo nao estao disponiveis para o consulta a altura, o que seria da Se' de Sao Paulo, somente tem la' os processos de genere et moribus...Rio de Janeiro, sera'?
Para si, tem andamento para isto?

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#374720 | xavierdemarins | 27 out 2016 17:47 | Em resposta a: #374712

Apresentamos outros filhos do casal Joao Martins Claro e Inacia Pais de Barros, que foram omitidos seja pelo qual motivo for, por Silva Leme, mas nao faz diferenca:

1- Fernando Pais de Barros.

Paulista, filho do sargento-mor João Martins Claro e de sua mulher Inácia Pais de Barros, nasceu em Sorocaba, cerca de 1700 e com seu irmão Artur Pais de Barros, seguiu para as minas de Cuiabá, onde se distinguiu em vários descobrimentos de ouro e na conquista dos índios parecis. Era licenciado em direito.

(Fonte: Rev. Inst. De Estudos Genealógicos de São Paulo – nº 5, p. 130
José Barbosa de Sá – Crônicas de Cuiabá – IV, 74 –81
Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p 56.

http://www.sorocaba.com.br/enciclopediasorocabana/index.php/?local=titulos&ler=1092697122

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2- Artur Pais de Barros.


Natural de Sorocaba, nascido em 1698, filho do sargento-mor João Martins Claro e de sua mulher Inácia Pais de Barros, foi bandeirante que agiu nas minas de Cuiabá, nos primeiros anos do descobrimento. Com seu irmão Fernado Pais de Barros e seus sobrinhos João Martins Claro e José Pinheiros de Barros, internou-se na conquista dos índios parecis, que vinha atacando desde 1731 e foi descobrir as minas de ouro que ficaram conhecidas pelo nome de Mato Grosso, originando-se após daí o nome de todo o atual Estado.


Rev. Inst. Hist. São Paulo – XV – 60

Cônego Luiz Castanho de Almeida – Livros paroquiais de Sorocaba – Ver. Inst. Hist. São Paulo – nº 5 – 1939, p. 130


Basílio de Magalhães – Expansão, p 286

Francisco de Assis Carvalho Franco Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p 54.

http://www.sorocaba.com.br/enciclopediasorocabana/index.php/?local=titulos&ler=1092697122

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Inácia Pais Barros

#374722 | saintclair | 27 out 2016 18:32 | Em resposta a: #374720

-
Fernão Pais Barros;

"Solteiro, teve com uma crioula de Pernambuco uma filha natural, Inácia Pais de Barros, que fez casar com seu primo irmão Brás Leme de Barros, filho bastardo e herdeiro de seu irmão; enviuvando, herdando dele grande fortuna, que, junta a que recebeu do pai, montou a um grande cabedal, assim se tornou fácil passar a segundas núpcias com um reinol, o sargento-mor João Martins Claro, de Miranda do Douro, que viera no real serviço acompanhando ao governador D. Manuel Lobo. Teve do primeiro marido um filho, coxo, também Pedro Vaz de Barros, casado com Catarina do Prado e morto sem deixar geração."
--
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#374723 | xavierdemarins | 27 out 2016 19:10 | Em resposta a: #374722

Casou-se no Rio de Janeiro com Maria de Mendonça, de quem não deixou f.º algum, porque com ela não teve vida marital pela razão de descobrir sobeja prova contra a pureza do sangue dessa senhora, entretanto teve ela grande tratamento e estimação como legítima esposa de Fernão Paes de Barros. Faleceu em 1709 com testamento e teve em solteiro de uma crioula de Pernambuco uma filha natural que foi:
A informacao supra de Pedro Taques de que Fernao Pais de Barros nao fez vida marital com Maria de Mendonca por esta ser crista-nova, fica assim debilitada, Alem de ele mesmo ter parte de cristao-novo, parece ter sempre mantido relacoes amigaveis com a familia de sua mulher. Alias, mesmo que fosse o caso, descobrir que o conjuge era cristao-novo nao seria "justa causa" para separacao de corpos. Fernao Pais havia se casado por volta de 1655, possivelmente na cidade do Rio de Janeiro com D.Maria de Mendonca, que ainda vivia em 06 de junto de 1689 na vila de Sao Paulo, ela era irma do capitao Lucas de Mendonca, que tinham 1/4 de sangue cristao-novo. O capitao Fernao Pais constou como morador da cidade do Rio de Janeiro em 1692, quando , em 6 de abril foi batizada uma menina de nome Ana, exposta em sua casa, forma padrinhos Antonio Dias e Micaela de Mendonca (Arquivo da Curia Metropolitana do Rio de Janeiro, livro de batizados da Se', 5o. fls.8). Fernao Pais de Barros nao deixou geracao de sua mulher, mas deixou filhos naturais de uma "crioula do Pernambuco"em tempo de solteiro

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#374724 | xavierdemarins | 27 out 2016 19:12 | Em resposta a: #374668

"A Cadeira de Telhadinho"

Assim Pedro taques de Almeida Pais, op.cit.volIII:Pedrosos, Barros, Vazes, pp.208-209: "Foi casado no Rio de Janeiro com Dona Maria de Mendonca, que, conduzida para esta cidade de Sao Paulo, teve o tratamento que merecia, como esposa de tao nobre cavalheiro, e fazendo-se conduzir em cadeira de telhadinho, a primeira que ate' aquele tempo apareceu em Sao Paulo. NAO TEVE FRUTO ALGUM DO SEU MATRIMONIO, PORQUE TENDO JUSTIFICADA CAUSA PARA O DIVORCIO OU REPUDIO POR HAVER BASTANTE PROVA CONTRA A PUREZA DE SANGUE DESTA SENHORA, ficou gozando sempre as estimacoes e tratamento de legitima mulher de Fernao Pais de Barros, mas este se apartou totalmente de fazer com ela vida marital. E assim faleceu sem deixar filhos, e sobrevivendo muitos anos seu marido veio este a acabar a vida aos 30 de Marco de 1709, com testamento, no qual resplandecem as obras pias do seu fidalgo animo"

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#374725 | xavierdemarins | 27 out 2016 19:22 | Em resposta a: #374722

Capitao Lucas de Mendonca,

irmao de Maria e cunhado de Fernao Pais de Barros, era natural da cidade do Rio de Janeiro, onde foi batizado em 22 de junho de 1630 (Se', 2o., fls.114v), filho de Matias de Mendonca e de sua mulher Isabel Cardoso(*). Era irmao inteiro de D.Maria de Mendonca, batizada em 14 de agosto de 1632 (Se', 2o.fls.135v), mulher do Capitao Fernao Pais de Barros. Lucas de Mendonca passou a viver na vila de S.Paulo, tendo se casado com Ines Monteiro, natural de Sao Paulo, filha de Antonio Pires de Medeiros e de sua mulher Ana Grou (casados em fevereiro de 1635 na Se' de Sao Paulo, fls. 6). Lucas de Mendonca fez testamento em 10 de dezembro de 1670 na vila de Santana de Parnaiba...

(*) Nota, Reingantz, Carlos G. Op.cit. Vol II, p.598. SILVA LEME ERRONEAMENTE O FEZ FILHO DO CAPITAO MATIAS GOMES DE MENDONCA E DE ISABEL CARDOSO (Leme, Luis Gonzaga da Silva. Op.cit.Vol.I: Introducao, p.6)

(Cristaos novos em S.Paulo, pg.243)

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