Leiria
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Leiria
Caros Confrades,
Será que alguém me pode dizer se existia no inicio sec XIX alguém com o título de Conde de Leiria ?
Obrigado,
João Tomás de Aquino
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RE: Leiria
Caro João Tomás de Aquino
"Conde de Leiria - título concedido em 1890 a um elemento da família Pereira de Vasconcelos, apelido que ainda hoje conservam os seus sucessores, apesar de a casa ter passado por um casamento à varonia dos Azeredos de Mesão Frio."
Info recolhida da Internet numa página elaborda por Francisco Vasconcelos.
No entanto sou de Leiria e tenho estudado as famílias de Leiria e a sociedade dessa época e nunca encontrei outra refência a esse título.
Melhores cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Leiria
Caro João Tomás de Aquino
Julgo que me passou pela frente um recorte de jornal onde se falava do tal conde de Leiria. Parece ter sido um militar (verificar junto do Arquivo Histírico Militar com o nome dele) e consequentemente não fez vida em Leiria. Daí ele não "aparecer" na sociedade Leiriense di século XIX e XX)
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Leiria
Caro Ricardo Charters d´Azevedo
Muito agradeço pela indicação, mas a maior dificuldade tem sido saber nome.
Ao que parece(a ser verdade) seria dono das Fabricas da Seda e Papel de Tomar.
Muito Obrigado,
João tomás de Aquino
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RE: Leiria
Caro João Tomás de Aquino
Não me parece, pois eu tenho ideia que era um miliatar.
Por outro lado era outro o grande industrial das Fabricas de Tomar:
"Daupias (Pedro Eugénio Daupias, 1.º visconde e 1.º conde de).
n. 28 de Maio de 1818.
f. 25 de Janeiro de 1900.
Fidalgo da Casa Real, abastado proprietário, negociante de grosso trato da praça do comércio de Lisboa, grande industrial, dono da importante fábrica de lanifícios no sitio do Calvário, em Alcântara, etc.
N. em França a 28 de Maio de 1818, fal. a 25 de Janeiro de 1900. Era filho do 1.º visconde de Alcochete, Bernardo Daupias, e de sua mulher D. Maria Vitória Laurent.
Descendente, por sua avó materna, do grande industrial francês Jacome Ratton, que no tempo do marquês de Pombal se estabeleceu em Lisboa, fundador das 1.as fábricas portuguesas, de papel, de fiação de algodão e seda em Tomar, de chapéus em Elvas, de louça e vidros ao Calvário, etc. (V. Alcochete, e Ratton, Jacome). Pedro Daupias, depois de concluir os seus estudos em Paris, no liceu Louis-le-Grand, veio para Lisboa, naturalizando-se cidadão português, apenas chegou à maioridade. Tornando-se, por herança de seus pais, proprietário da fábrica de lanifícios ao Calvário, em Alcântara, conseguiu pela sua actividade e elevada competência na direcção administrativa, que aquela indústria se desenvolvesse e se engrandecesse, tornando-se a fábrica a primeira do seu género que existiu em Portugal. Os avultados lucros, que auferia, foram uma fonte de riqueza para o seu proprietário. Além dos contramestres e empregados dos escritórios, aquelas oficinas sustentavam centenas de operários, que eram largamente compensados, e que o conde Daupias tratava com estima e consideração. Carácter benfazejo amparava generosamente a invalidade e a velhice dos seus operários, chegando a sustentar bastantes anos mais de cem inválidos. Contudo, apesar da actividade que empregava na direcção da fabrica, o conde Daupias pertencia à mocidade dourada do seu tempo, a que presidia o conde do Farrobo e os marqueses de Niza e de Viana. Ao passo que aguarelava debuxos de casimiras, que percorria as oficinas, conversando com os contramestres, informando-se de qualquer eventualidade, procurando sempre aperfeiçoar a sua industria, governava cavalos nas ruas de Lisboa, e tocava ao florete na sala de armas os melhores esgrimistas da escola de Petit, professor de esgrima da Casa Real. 0 conde Daupias também se evidenciou pelo seu génio verdadeiramente artístico, pelo profundo amor que consagrou a coisas de arte. Foi um desvelado protector de muitos dos nossos artistas. As suas repetidas viagens a Paris, onde frequentava assiduamente as casas de venda de objectos de arte, lhe despertaram ainda mais o seu apurado gosto, e em pouco tempo adquiriu por intermédio de Goupil, a maior parte dos valiosos quadros que constituíam as admiráveis galerias, que organizou no seu palácio. Estas galerias tinham os tectos envidraçados, e eram iluminadas à noite por uma distribuição de luz de que se não viam os focos iluminantes, caindo em cheio do velamento do tecto em penumbra, sobre a superfície das telas. Ali se viam quadros da escola antiga, de Salvador Rosa, Velásquez, Rembrandt, Van Dick, Lawrence, etc., e da pintura contemporânea de toda a plêiade do século passado: Millet, Courbet, Troyon, Goupil, Detaille, Breton, Villegas, e muitos outros. A colecção compunha-se de mais de 400 números. Ao fundo da galeria principal havia um estrado, por cima do qual se alinhavam os canudos dum órgão. Neste estrado se colocava a música nos grandes concertos, em que se ouviam os professores Rei Colaço, Viana da Mota, e muitos outros, chegando o ilustre titular a escriturar em Espanha e a ter permanentemente ao seu serviço um magnifico quarteto de instrumentos de arco, algumas vezes aumentado de piano e harpa, além do órgão. Ali se executaram as obras primas da musica de câmara, as sonatas de Beethoven, as cantatas de Weber, as oratórias ou as paixões de Bach, as sinfonias, as aberturas ou as marchas de Mendelson, de Haydn, de Mozart, de Wagner, etc. Os saraus no palácio Daupias ao Calvário, eram esplêndidos, e tornaram-se verdadeiramente celebres, sendo concorridos pela mais distinta sociedade de Lisboa. 0 conde Daupias casara com uma sua parenta, D. Joana Daupias; fora agraciado por el-rei D. Luís com o título de visconde por decreto de 2 e carta de 16 de Novembro de 1876, sendo mais tarde, pelo referido monarca, elevado ao título de conde. No ano de 1888 teve o cargo de vice-presidente da comissão executiva da exposição industrial portuguesa, com uma secção agrícola, que então se realizou na Avenida da Liberdade. As festas grandiosas terminaram com a morte da condessa Daupias, sucedida a 18 de Julho de 1892. Sobrevieram então grandes amarguras para o opulento titular, seguindo-se um processo de partilhas, e com ele o aresto por sentença provisória de todos os bens do conde Daupias, que o levaram ao desespero do suicídio. Em 25 de Janeiro de 1900 encerrou-se serenamente no seu quarto, depois de percorrer pela última vez as oficinas da sua fábrica e os arruamentos do seu jardim, e desfechou um tiro de revolver na cabeça, que mortalmente o prostrou. A sua morte causou a maior sensação."
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Leiria
Caro João Tomás Aquino
Veja o nome do Conde e foto, em: http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=53889
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro Ricardo Charters d'Azevedo
Devolvo-lhe neste tópico a informações que vi sobre a minha pergunta acerca dos Pinho Soares de Albergaria e peço desculpa não ter podido agradecer mais cedo.
Eu ando à procura, há algum tempo, de descendentes do 1º barão de Salgueiro. A minha avó conhecia e tinha contacto com descendentes do Manoel de Pinho. Poderá informar-me com que ramo dscendente contactou em tempos? Foram descendentes da D. Amélia Augusta, do Diogo (1º ou 2º casamento?) da D. Luísa ou da D. Júlia?
Estes dados são importantes para eu completar com precisão um Mapa Geneológico que estou a preparar!
cumprimentos e saudações de Bom Natal
João Borges
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro João Borges
Foi ha muito. Eramos jovens e passavamos férias em Leiria. Eles habitavam a casa no Terreiro, em Leiria, do Barão de Salgueiro e a quinta nos aredores. Julgo que eram 3 irmãos. O mais velho chama-se Jorge Estrela (rua dos Lusiadas 28, 1º Dt, tel: 21 363 08 40, e 917 762 498) e o mais novo julgo que é prof universitário (ja não me lembro bem...).
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro Ricardo Charters de Azevedo
Será que tem alguma informação sobre os Silva Ataíde da Casa do Terreiro em Leiria? Estou particularmente interessado na origem do apelido Ataíde nesta família.
Com os melhores cumprimentos
Nuno Ataíde Amaral
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro Nuno Ataíde Amaral
O ultimo "Atayde" que eu conheci (morreu em 1985) em Leiria foi o D Luís (ver ascendencia em : http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=49467). Teve 4 filhos com quem privei. A mais nova é a Maria Adelaide casada com um primo meu, o Conde da Bahia.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro Ricardo Charters d'Azevedo
Obrigado pela informação e desejos de Feliz Natal e boas pesquizas.
João Borges
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RE: Arquivo Distrital Leiria
Caro Ricardo Charters dÁzevedo
Segundo cartas antigas e relatos que passaram de pais para filhos eu seria seu descendente, no entanto ainda só consegui chegar ao registo da minha 3ª Avó(que seria sua neta).
Será que me pode ajudar a chegar ao seu assento de nascimento que deverá constar do Arquivo Distrital de Leiria.
Nome : Maria Guilhermina Suart(ou Stuart) de Aquino
Nasc. em Leiria por volta de 1826/27 tendo sido criada em Tomar até aos 4 anos
Fal. em Lisboa a 11-11-1900
Os meus agradecimentos,
João Tomás de Aquino
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RE: Arquivo Distrital Leiria
Caro João Tomás de Aquino
Deve saber qual a freguesia onde foi baptisada bem como a data mais aproximada possivel (pois pode ter que pagar tempo de pesquisa e tal não é barato), nomes dos país, etc..
Pode então pedir uma fotocópia do assento de baptismo ao Arquivo Distrital de Leiria, Rua Marcos Portugal, n.º 4
2400 - 179 LEIRIA. Telefone: 244 820 050/7, Telefax : 244 820 059
Email: adlra@adleiria.iantt.pt
A fotocópia "não certificada" custará 0,5 Euros por folha.
No site ( http://adleiria.iantt.pt/ ) do Arquivo destrital de Leiria tem um impresso on line para a pedir:
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro Ricardo Charters de Azevedo,
Alertado por esta e outras suas mensagens, nas quais faz referencia à Casa do Terreiro e à família Mascarenhas de Atayde, pode-me confirmar se a referida casa foi vendida como ouvi dizer?
Soube também que tinha morrido o filho, Luis Miguel. É verdade?
Ainda tive o privilégio de conhecer o Senhor Dom Luis, já ele estava acamado, na Casa do Terreiro. Fui na altura a acompanhar o meu pai, que privou também com alguns dos filhos de Dom Luis, de quem somos, de resto, parentes.
Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Meu caro Paulo Belem
A resposta é "sim". O luis morreu ja ha um ou dois anos. A casa do Terreiro foi vendida à Fundação da Caixa Agrícola e esta em completa reparação.
Depois do livro "A Villa Portela . os Charters d'Azevedo em Leiria e as suas ligações familiares (séc XIX)" ver em : http://www.guardamor.com.pt/livro.php?id=965 (e ver o topico sobre o livro) ira ser escrita uma monografia sobre a Casa do Terreiro dos Ataíde apoiada (paga) pela Fundação da Caixa Agrícola.
De resto os dois professores que fizeram comigo o livro sobre a minha família, pedem apoio a quem tenha elementos sobre os Ataídes, nomeadamente fotos. Se tiver qq coisa contacte-os
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Obrigado pela informação, tristes notícias, uma e outra. Pena a casa não permanecer na família, mas folgo saber que será alvo de completa reparação.
Antes isso que o abandono, como infelizmente aconreceu com uma propriedade da minha família aí mesmo em Leiria, mais concretamente a Quinta de Baixo, na Gândara, de que sou co-proprietário mas que está quase irremediavelmente arruinada.
Não creio disponha de fotos da família Atayde mas na primeira oportunidade irei vasculhar o pequeno acervo de que disponho.
Cumprimentos,
Paulo Brehm (e não Belém)
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Meu Caro Paulo Brehm
As minhas desculpas por ter tocado o seu apelido
Como estou a trabalhar (a fazer um texto) e a ver as mensagens, não tive cuidado.
Se é de Leiria, veja o meu livro. Tem coisas muito curiosas sobre Leiria, nomeadamente sobre as invasões francesas (quase 40 páginas) e sobre o século XIX.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Percebi que era uma gralha, não tem que pedir desculpas.
Irei certamente ler com toda a atenção o seu livro, até porque há na família uma "história" engraçada que relaciona a Quinta de Baixo com as invasões francesas.
Não sou de Leiria, mas a minha bisavó Maria Luisa Pereira da Silva (prima direita de Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque) foi a Senhora da Quinta de Baixo durante importante parte da sua vida, lá passaram muito tempo também meus avós Hans Brehm e Maria Emlia Pereira da Silva Mesquita e o meu pai, pelo menos, lá passava as suas férias. Eu já pouco usufruí desse privilégio, devido à degradação da casa.
Se souber de alguma informação relevante sobre esta propriedade ou da família (nunca são demais e porventua poderá ter elementos que eu desconheça), fico-lhe grato se mos enviar. Se prefreir por email este é brehm arroba net ponto novis ponto pt
Obrigado e Cumprimentos,
Paulo Brehm
P.S. E fico-me por aqui, para não lhe roubar mais tempo (e paciência)
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Meu caro Paulo Brehm
Sobre essa quinta nada tenho. Mas se a sua família tem um jazigo pode ser que eu tenha aqui qq coisa.
Conheci bem outros primos do Mouzinho, os Vasconcelos e Castro da Quinta da Fabrica, a Luizinha e o Pedro.
Sobre as invasões francesas na Gandara não encontrei muitas referências. Fica assim com espaço para fazer um oposculo sobre o assunto referindo a sua família e a Quinta. Lembre-se que estamos em plenas comemorações.
Agora tenho uma coisa que o pode interessar. Tenho em DVD, pois comprei à Torre do Tombo, copia dos arquivos paroquiais de algumas freguesias de Leiria (Sé, Azoia, Maceira, Nazaré, Cortes, Barreira) cuprindo desde que há registos (muitos só existem a partir de 1811) até 1910.
Se estiver interessado posso lhe mandar copia, por exemplo, do da Sé. Muita gente dos arredores vinha baptizar-se ou casar-se´à Sé de Leiria.
Foi somente assim que consegui fazer as pesquisas sobre a minha família: tranquilamente em casa, e escrever o livro, não tendo que me deslocar sempre a Leiria.
Mas os arquivos notariais são uma preciosidade. Famílias com dinheiro, compravam e vendiam e faziam testamentos e tudo isso está registado nas notas dos cartórios quase desde 1600 !
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
PS: Voul-he enviar um e mail e assim ficará a conhecer o meu indicando igualmente a minha página web
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RE: Arquivo Distrital Leiria
Meu Caro Paulo Brehm
Meu Caro
Enviei para o seu e mail uma informação sobre o seu trisavô retirada de um livro, com 3 volumes “Os Generais do Exercito Português” , Vol II, tomo II, Biblioteca do Exercito, Lisboa, 2005. Assim evita, para já, ter de ir ao Arquivo Histórico Militar (a Santa Apolónia, em Lisboa) consultar o processo dele. No entanto vale sempre a pena consultar o processo e o Arquivo abre às 11h e fecha pelas 19h.
Se tiver mais generais ou brigadeiros na família, diga-me pois eu posso enviar o que está nestes volumes. Encontrei um Fernando Pereira Mousinho de Albuquerque, filho de João Pereira Mousinho de Albuquerque e de Maria Luisa Mascarenhas Mousinho de Albuquerque. Estes volumes sobre os Generais são baratos e devem esgotar rapidamente.
A Assembleia da República editou igualmente 5 volumes com os curriculos dos deputados até 1974. (existem tambem uns volumes com os deputados de pois de 1974, mas não os comprei). Se tiver deputados diga, pois lhe envio o que encontrar.
Sobre os Jornais, o Arquivo Distrital de Leiria tem uma boa colecção. Quer o Distrito de Leiria, o O Leiriense tem muita informação. Pode também encontrar estes jornais na Biblioteca Nacional em Lisboa.
O Genea tem alguns erros, mas não muitos. Eu confirmei tudo, para poder publicar o livro, que acabei de publicar com o Prof Doutor Francisco Queiroz e a Dr Ana Maria Portela
Sobre os notários. Aí perde-se muito tempo pois existem 5 cartórios em Leiria (todos os livros com mais de 100 anos estão no Arquivo) e temos de saber datas e qual o Cartório. Eu tenho horas e horas de buscas sem nada encontrar, mas quando se encontra qq coisa ficamos deliciados e "ganhamos o dia"
Se encontrar mais qq coisa aqui em minha casa, sobre a sua família mando-lhe logo
Cumprimentos
Ricardo Charters d’Azevedo
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RE: Arquivo Distrital Leiria
Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Muito obrigado, acabo de responder ao seu email, peço desculpa não o ter feito antes mas o trabalho não me deixou sossegar nem para ver correio pessoal.
Melhores Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: apelidos
Meu Caro Paulo Brehm
Enviei para o seu e mail informação sobre o Gen Fernando Pereira Mousinho de Albuquerque, filho de João Pereira Mousinho de Albuquerque e de Maria Luisa Mascarenhas Mousinho de Albuquerque. Esta no mesmo volume que o do outro, o Gen Silvério.
Sobre os nomes que aparecem no Genea e não são aqueles que estão na certidão de óbito e isto não quer dizer “nada”. Os documentos não têm todos o mesmo valor. Um dos erros mais comuns daqueles que se iniciam nas coisas da genealogia, por exemplo, é darem excessivo valor aos nomes que constam nos assentos paroquiais (ou nas certidões de óbito antigas). Estes documentos não servem para isso. O seu único valor documental é determinar o dia e local em que o acto religioso foi celebrado, mais nada. Quando muito, pode a isto acrescentar-se a informação sobre os padrinhos e/ou testemunhas, quando consta. O nome é apenas indicativo da forma como os indivíduos em causa eram tratados comummente naquele local, de forma informal, sendo aqui de contar com enganos, distracções, ignorâncias e bebedeiras do padre. O registo destinava-se apenas a consumo interno, ou seja, os padres não contavam que viessem a ser lidos por estranhos, nomeadamente pelos próprios interessados. Em vários casos o nome que o padre escreve é parcialmente diferente do nome que o próprio depois assina em baixo. Não só na sua composição como também na própria grafia. Diferença de grafia que por vezes é tal que significa uma família diferente! Quantas vezes os Padres registavam Rodrigues como Roiz (era a forma abreviada) e depois ha sempre alguem a dizer que a familia tinha como apelido Roiz!!!
E o mesmo padre umas vezes escreve de uma forma e outras vezes escreve de outra. Alguns foram também os casos que encontrei de assentos paroquiais em que os padres se enganaram no nome de um dos membros do casal. Encontrei mesmo um assento de casamento em que o padre diz o nome de toda a gente menos dos noivos! Depois corrige á margem, mais tarde.
Quantas vezes a familia queria o nome de Maria Ana e o Padre colocou Maria de Jesus...
De resto, é preciso perceber que o conceito de nome oficial, tal como hoje existe, é relativamente recente. E esse é outro erro comum: raciocinar relativamente ao passado com conceitos actuais. Muitas vezes o indivíduo (ou melhor uma mulher) era registada só com o nome, mais tarde quando se casava la lhe registavam o apelido, que ela ia modificando (bem como o seu marido) à medida que “seguia na vida. Muitas vezes as pessoas passavam a ser conhecidas por um dos apelidos do meio (eventualmente da mãe) e depois era esse que davam aos filhos. Hoje há regras... antigamente não havia.
Em geral, um historiador encontra sempre muita documentação contraditória. Isso é que torna a História simultaneamente difícil e aliciante, longe de uma ciência exacta. O bom investigador/historiador é justamente aquele que consegue separar o trigo do joio, percebendo que documentos se integram e quais entram em contradição. Mas, ao contrário do que muitas vezes se faz, eu defendo que o investigador não deve ignorar esses documentos contraditórios, mas sim apresentá-los, quanto mais não seja em anexo, explicando as razões porque os considera falsos, infundados ou irrelevantes.
Que tal esta tirada?
Cumprimentos
Ricardo Charters d’Azevedo
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Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Paulo Brehm
Acabi de encontrar no Dicionario Biografico Parlamentar - 1834-1910, Vol I ed da Assembleia da Republica) :
O Luis da Silva Mouzinho de Albuquerque (1792 - 1846), filho do desembargador João Pedo Mouzinho de Albuquerque e de Luisa da Silva Gutierres e Ataide. Casou-se com a prima Ana Mascaranhas de Ataide filha de uma irmã da mãe e teve 5 filhos, O Fernando Luís (que foi deputado e tem ficha no livro) e o José Diogo e 3 mulhers a Isabel Gabriela, a Maria Luisa Joana e a Luisa Henriqueta Isabel.
O Pedro Mouzinho de Albuqerque, irmão do anterior
Que tal?
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: apelidos
Caro Ricado Charters d'Azevedo,
Depois de recuperar do puxão de orelhas, que não deixo de agradecer, reconheço o erro em que caí e, pese embora as dúvidas se mantenham, fico certamente de espírito mais aberto a todas estas nuances.
Como já tinha referido anteriormente, sou mesmo "caloiro", mas aplicado.
Obrigado e Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Que velocidade e que resultados... o Luis da Silva Mouzinho de Albuquerque foi o que morreu nas Linhas de Torres.
Fico estupefacto.
Melhores Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Paulo Brehm
Efectivamente... e o que diz a ficha dele.
O problema é que eu me dotei com documentação para escrever, em co-autoria o livro “Villa Portela – os Charters d’Azevedo em Leiria e as suas ligações familiares” . Assim basta consultar e tenho resultados imediatos.
Ja agora sempre lhe digo que no DVD com os registos paroquiais da freguesia da Sé (Leiria), não encontrei o registo do Silvério (desculpe eu o tratar assim o seu antepassado) em 1827. Daíque deve ter sido baptizado na freguesia da Quinta de Baixo, a Gandara. Mas eu não tenho cópia dessa freguesia.
Uma boa noite
Ricardo Charters d'Azevedo
PS: amanhã vou a Leiria, volto á noite.
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
O local da Quinta de Baixo ou Quinta da Gandara (como também pode ser conhecida) é hoje denominado Gandara dos Olivais-Marrazes. Não sei se por altura do nascimento do Silvério (facilitemos, não é desrespeito) teria o mesmo nome. Digo isto porque o cemitério onde foram sepultadas a minha bisavó e tia-bisavó foi o de Marrazes (já inexistente-onde estarão os arquivos?)
Em todo o caso, tem alguma ideia em que freguesia eu deveria procurar ou quais os arquivos que devreia consultar para tentar obter essa certidão?
Tenho uma nota que refere que nos "Anais do Municipio de Leiria" se encontra uma referência ao seu nome mas não sei se inclui mais informação.
Grato e com os Melhores Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Paulo Brehm
Ha dois sítios onde procurar. Um nos registo paroquiais
Freguesia Marrazes
Batismos: 1812-1901
Casamentos: 1811-1901
Óbitos: 1811-1896
que encontra no arquivo de Leiria.
Outro no livro de enterramentos do cemitério dos Marrazes que deve estar na Biblioteca Municipal, no Largo do Terreiro (numa casa que era da minha família...)
Cumprimentos
ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Obrigado,uma vez mais. Em definitivo vou começar a programar as minhas idas a Leiria com tempo disponível para estas pesquisas. Espero ir no final do mês ou talvez consiga a 13 de Fevereiro, estando dependente de uma outra viagem nos entretantos.
Achei curioso o facto de estar referido o nome de William Young, pois tenho a ideia de ter ouvido falar nele ao meu pai ou meu primo, relacionando-o com a Quinta ou alguém da minha família. Sabe-me dizer qual o nome da mulher dele?
Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Paulo Brehm
O William Young era Sagento Mor (i e Major) quando se casou a 24 de fevereiro de 1811, em Leiria, na freguesia da Sé, com Maria José de Sousa Almeida e Silva de quem se separou mais tarde .
Ele era Maçon e foi expluso de Portugal e relatou a sua prisão num opusculo chamado "Portugal sob o domínio de D. Miguel"
Transcrevo varios comentarios dele na página 32 do meu livro "Villa Portela..."
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
PS: Estarei fora tres dias; na próxima semana mando-lhe copia das fichas dos seus antepassados que mencionei ontem pois acabei de chegar de Leiria e estou cansado...
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Paulo Brehm
Mandei para o seu e mail as fichas de deputados encontrados no Dicionario Biografico Parlamentar - 1834-1910, Vol I ed da Assembleia da Republica) de dois dos seus antepassados:
O Luis da Silva Mouzinho de Albuquerque (1792 - 1846), filho do desembargador João Pedo Mouzinho de Albuquerque e de Luisa da Silva Gutierres e Ataide. Casou-se com a prima Ana Mascaranhas de Ataide filha de uma irmã da mãe e teve 5 filhos, O Fernando Luís (que foi deputado e tem ficha no livro) e o José Diogo e 3 mulhers a Isabel Gabriela, a Maria Luisa Joana e a Luisa Henriqueta Isabel.
e
o Pedro Mouzinho de Albuqerque, irmão do anterior
Que tal?
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Muito obrigado, acabo de ver o email. Fantástico mesmo, aos poucos começa a ganhar forma este "retrato de família", consciente de estar ainda a anos-luz do que o meu caro Ricardo já conseguiu.
Penso estar ainda naquela fase de muita dispersão, pois do pouco tempo livre de que disponho também me chegam (e outras faço eu) solicitações sobre o ramo alemão da família, com as dificuldades inerentes à circunstância de muitos dos arquivos terem sido destruidos na II GG.
Ainda não recebi o seu livro, bem como outro que também adquiri no GM, espero na segunda-feira o correio me traga essas notícias.
Muito lhe agradeço uma vez mais este apoio. Um Bom Domingo,
Com Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu caro Paulo Brehm
Encontrei nos meus documentos um livro que tem a "papinha" toda feita.
Trata-se do Livro "Mouzinho de Albuquerque - subsídios histórico-genealógicos-biograficos ascendentes e afins" de Fernando de Castro Pereira Mouzinho de Albuquerque e Cunha, ed de 1971
Junto estão 3 documentos:
"Albuquerques " de Fernanda Mouzinho de Albuquerque, ed 1967
"Esclarecendo" de Fernanda Mouzinho de Albuquerque, ed 1966
"Carta Aberta ao crítico Marquês de São Payo da Revista Armas e Trofeus comprovando a sua tendenciosa critica à ascendencia de um heroi nacional", Ed 1973
Mande-me o seu endereço para o meu e-mail que eu lhe envio esta oferta. Comprei, há uns 3 anos tudo que poderia ter a ver com Leiria, "just in case" de vir a necessitar para o meu livro. Finalmente alguns dos livros que comprei nada acresceram aos meus conhecimentos ou não havia nenhuma ligação com a minha família. Tal é o caso deste livro que lhe irei enviar logo que me envie a sua morada para o meu e-mail
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu caro Paulo Brehm
Acabei de enviar o livro por correio azul
Deve receber o volume amanhã
Agora é só ter tempo para por tudo em boa ordem
Depois diga-me o que lhe parece.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu caro Paulo Brehm
Acabei de enviar o livro por correio azul
Deve receber o volume amanhã
Agora é só ter tempo para por tudo em boa ordem
Depois diga-me o que lhe parece.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Muito Obrigado, dar-lhe-ei notícias mal o receba. Entretanto, ainda não recebi o que tinha encomendado na livraria Guarda-Mor. Tem alguma ideia se esta demora é normal?
Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu caro Paulo Brehm
Sim é normal. Lembre-se que eles não são depositários. Tem de o encomendar (uma semana) e depois reenviar (outra semana)
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
PS: Tem ja o Felgueiras Gaio.? Posso enviar por e mail se o não fiz ja
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Obrigado pela resposta, fico mais tranquilo, embora não menos ansioso.
Quanto ao Felgueiras Gaio, de facto ainda não o tenho e, se não for incómodo, agradeço-lhe o envio. Caso seja demasiado pesado, peço-lhe o favor de o enviar para o endereço pbrehm@gmail.com pois tem maior capacidade.
Uma vez mais grato pela ajuda.
Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu caro
Já enviei. Agora é só gravar. Mas cuidado que tem muitos erros
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Paulo Brehm
Espero que com as minhas informações que lhe tenho mandado ultimamente possa agora encontrar tempo para "entrar" na genealogia da sua família.
Ja agora mais uma pequena imformação. Na pág 39 do meu livro "Villa Portela - os Charters d'Azevedo em Leiria e as suas ligações familiares (sec XIX)" transcrevo uma Memória dos confrontos que tiveram lugar em Leiria de 4 a 7 de Julho de 1808, quando das invasões francesas, memória elaborada por João José do Souto Rodrigues na qual é referido que Pedro Mousinho de Albuquerque traduziu o que dizia em francês o Gen Maragon, para que a população o entendesse.
A conclusão interessante é que ele sabia francês e não tinha fugido de Leiria como o fizeram as famílias abastadas uns dias antes, O Alcaide Mor e Governador Rodrigo Barba Correia Alardo tambem se pirou quando viu o caso mal parado com os franceses muito mais numerosos.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Enviei-lhe email com a "lenda" familiar de que lhe falei, relacionada com as invasões. Para entreter uma pausa nas pesquisas e no trabalho.
Melhores Cumprimentos,
Paulo
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Caro Paulo Brehm
Só agora vi as suas mensagens neste fórum. Sou eu quem está a elaborar o estudo sobre a Casa do Terreiro dos Ataídes e, não por acaso, a quinta de que fala irá ser abordada no livro, apesar de sobre ela ainda não me ter surgido nada de consistente no arquivo familiar.
Sugiro que me contacte a título particular, pois creio que podemos ajudar-nos mutuamente.
Cumprimentos,
Francisco Queiroz
francisqueiroz[arroba]clix[ponto]pt
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Meu Caro Francisco Queiroz,
Obrigado pelo contacto, enviei-lhe email como sugerido.
Cumprimentos,
Paulo Brehm
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RE: Leiria - Pinho Soares de Albergaria
Obrigado. Já o recebi e respondi.
Francisco Queiroz
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Caro Paulo Brehm
Chamo igualmente a sua atenção para o livro "Luis Mouzinho de Albuquerque - Um Intelectual na Revolução" de Magda Pinheiro (Editora Maria Manuela e Vasco de Albuquerque d`Orey). Pode ser comprado através da "Livraria Guarda-Mor".
Tem referências a:
- Leiria;
- ao casamento de Luis Mouzinho de Albuquerque (também meu antepassado) com Ana de Mascarenhas de Atayde;
- aos antepassados de Ana de Mascarenhas de Atayde (filha de José Diogo de Mascarenhas Netto e Maria Luisa Maraver da Silva Atayde):
- tem algumas fotografias de quadros da familia;
- fotografia da casa do Terreiro e;
- referências ao periodo das invasões francesas.
Cumprimentos
Fernando Figueirinhas
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu caro Fernando Figueirinhas
Desculpe mas respondeu a uma mensagem minha e não a uma do Paulo Brehm. Procure renviar copiando-a e respondendo a uma última mensagem dele
Cumprimentos
ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Mouzinho de Albuquerque
Meu Caro Fernando Figueirinhas,
Muito lhe agradeço a chamada de atenção, na primeira oportunidade irei consultar a referida obra, fiquei com curiosidade do conteúdo que me descreve.
Ana Mascarenhas de Atayde era irmã de Maria Luisa Mascarenhas de Atayde, uma das minhas tetravós, casada com Joaquim Augusto Pereira da Silva da Fonseca, por sua vez pai do General Silvério Augusto Pereira da Silva que aqui no Genea surge sem referencias a descendência mas que na realidade foi pai de minha bisavó Maria Luisa Pereira da Silva.
Enfim.. mais peças para este apaixonante puzzle.
Obrigado e Melhores Cumprimentos,
Paulo B rehm
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Leiria descrita em 1840
Folheando a revista Panorama por volta de 1840 encontrei:
O Panorama ( “O Panorama – jornal literário e instructivo” foi uma revista que foi publicada entre 1836 e 1867 onde colaborava Alexandre Herculano, pela Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis. A Sociedade chegou a ter em Leiria um correspondente, que, em 1840 era António d’Abreu Couceiro. ), Tomo IV, 7 Nov. 1840.
"Se Leiria nao é a antiga Collippo, que os romanos conheceram e de que Plinio faz menção no livro 1.° cap. 1.°-, ha toda a probabilidade , segundo os mais acreditados escriptores, de que as ruinas da anti¬quíssima povoação serviram para a primitiva construcção da mais moderna. Será difficil averiguar es¬te ponto, de modo que se possa estabelecer uma evidencia histórica absoluta, até porque muitos dizem vagamente que a situação de Collippo era entre Coimbra e Évora d'Alcobaça , e ha quem assigne como seu local um logar chamado S. Sebastião. Os romanos chamavam a Évora dos coutos Eburobritium; passearam pelo território circumvisinho , que era muito povoado:, não ha portanto argumentos de inverosimilhança contra a existência de uma cidade próxima d'alli.
A parecença dos nomes de Liria no reino de Va¬lença e de Leiria em Portugal, não nos parece sobejo fundamento para se affirmar que os habitantes daquella fundaram esta, antes que o capitão Sertório, batalhando contra os seus, se pozesse á frente dos lusitanos contra as tropas do Lacio. Estas antiguidades da nossa pátria andam tão confusas e controversas , que muitas vezes os escriptores não ati¬nam com o que devem dar por certo, ficando campo aberto para os mais ousados violentarem etimologias a seu bel-prazer. Todavia não era o logar de tão pouca importância, durante o domínio dos conquistadores do universo na Lusitânia, que não estabelecessem nelle um governo para certo e demarca¬do território, e que não deixassem neste chão vestígios do seu poder. A entrada do Castello da banda do sueste se descubriram pedras tumulares de mármore branco com veios encarnados; e ainda que as inscripções são mui difficeis de decifrar, pode colligir-se de duas que Tito Avito Aviciano , prefeito dos mantimentos e géneros cereaes naquelle depar¬tamento , erigira monumentos com aquellas lapidas aos manes de pessoas de sua família.
Provável é que em tempo dos árabes fosse Leiria logar forte, porque D. Alfonso Henriques em 1135 a tomou aos infiéis, e ou restabeleceu ou fundou o Castello, construindo muralhas para defensa da praça, o que não impediu que os mouros a tomassem de novo. O nosso primeiro monarcha fortilicou-a para obstar ás invasões e correrias dos inimigos, que a esse tempo possuiam Santarém e infestavam os campos até Coimbra: edificou o mesmo rei no próprio monte do Castello uma igreja consagrada a N. Sr.ª da Penha de França, que no futuro se con¬verteu em cathedral, e doou-a a S. Theotonio, 1.° prior de Santa Cruz de Coimbra , e á sua congrega¬ção de cónegos regrantes de St.° Agostinho, a quem por muito tempo pertenceu. Durante a guerra de D. Affonso Henriques com seu primo, D. Alfonso de Leão e Castella , os mouros, aproveitando a occasiao , cahem sobre Leiria com grande exercito e a tomam : breve porem se gozam do triumpho e posse, porque
......, o rei subido
A tomar vai Leiria , que tomada,
Fora , mui pouco havia, do vencido.
É tradição que tendo elrei assentado o seu arraial n'umas alturas próximas á cidade, a que hoje chamam o cabeço d’elrei , veio pousar um corvo na co¬pa d’um velho e corpulento pinheiro, e assim que os nossos começaram a investir o castello começou elle a bater as azas e a gritar como de contente : então os soldados tomando o caso por bom agouro arremetteram á porta da traição e ganharam a for¬taleza: e deste successo tomou Leiria por armas um corvo sobre um pinheiro. Novo estrago soffreu a povoação com outra entrada dos agarenos; mas logo a restaurou D. Sancho 1.°, dando-lhe foral aos 13 de Abril de 1195. Por vezes a ennobreceram os nossos reis com sua presença , nomeadamente elrei D. Diniz e sua esposa a rainha Santa Isabel, que habitaram no recinto do castello, e n'uma villa próxima, chamada desde então Monte-real. Este mesmo monarcha , por antonomásia justíssima o rei lavrador, conhecendo as vantagens de possuir madeiras no reino e a necessidade de obstar á invasão das áreas, que esterilisa o chão cultivável, mandou plantar o pinhal, que em nossos dias se tem dilatado, e é presentemente uma riqueza nacional. Corre fama de que para esse fim mandara vir de França o pinisco , desvelando-se , como príncipe avisado e bemfazejo, em legar aos seus povos um beneficio, que, no entender d'um grave escriptor, lhes tem sido, do mais proveitoso que muitas victorias. E com effeito, alem da multidão de pessoas que occupa o pinhal de Leiria , hoje estendido pela costa e logares prósperos para o plantio dos pinheiros, que abundancia de lenhas que fornece para o lume e para o consumo da fabrica dos vidros da Marinha grande ! E sobre tudo que immensa porção de óptimas ma¬deiras para diversas construcções, e de que o estado muito aproveita; porque felizmente este vasto e importante predio nacional é bem administrado! Os cerneiros, isto é, os paus a que se tem tirado todo o alburno, são excellentes para a construcção de casas, e nada tem que invejar a madeiras do norte. Sem contarmos outros muitos proveitos , lembraremos o que resulta a favor daquelle districto , onde só a fabrica de alcatrão e a de vidros espalham mensalmente tres contos de r.s pela classe trabalhadora.
Leiria, que de villa fora feita cidade por D. João 3.°, a instancias do mesmo obteve de Sua Santidade, Paulo 3.°, a dignidade de sé episcopal no anno de 1545. A cathedral está no monte do castello, onde fôra a igreja da Senhora da Penha de França, e é fabrica sumptuosa de tres naves, muito bem conservada. O paço do bispo, em sitio eminente, é um bom edificio e acha-se também em bom estado.
Jaz Leiria na falda de leste d'um monte, assento do castello, pegado com um valle delicioso e fértil, entre os rios Liz e Lena , qne dalli a quatro leguas vão entrar ambos juntos no oceano occidental entre Passages e Paredes : concorrendo esta circumstancia para que o paiz seja fértil em grãos, frutas e legu¬mes, bem como o é em vinhos, creação de gados e caça. A posição de Leiria é saudável e muito ame¬na. Contem no seu recinto a freguezia da Sé e a de S. Pedro que tem os parochianos extra muros; dão-lhe actualmente dois mil e quinhentos habitantes pouco mais ou menos. Tem casa de misericordia com hospital para os enfermos pobres e com igreja para as suas funcções. N'um monte da altura e grandeza da eminencia do castello, da outra parte do rio, entre Sul e Nascente, fica o templo de N. S.ª da Encarnação, de regular architectura , que pertence ao povo, a cuja custa foi levantado, e alli vão os devo¬tos de romaria á imagem que no mesmo se venera. O convento de S. Francisco, de menores observantes, era o mais antigo desta ordem em Portugal, e tinha sido fundado pelos annos de 1384 por elrei D. João 1.° em satisfação de casar com a rainha D. Fi¬lippa sem dispensa, sendo professo na ordem militar d'Aviz. O convento de Santo Antonio , de capuchos arrabidos, foi fundação de Pedro Vieira da Silva, ministro de muitas letras e virtudes, que foi secre¬tario d’estado dos senhores reis, D. João 4.°, D. Affonso 6.°, e D. Pedro 2.° em quanto regente, e plenipotenciario da paz ajustada com Castella em 1668 , e depois de ter casado com D. Luiza de Noronha, enviuvando, se fez clérigo, e veio a ser bispo desta cidade de Leiria, onde fundou o seminario, contando-se o decimo na serie dos prelados da mes¬ma. O convento de Santa Anna , de religiosas dominicas , foi erecto por D. Catharina de Castro, filha de D. Fernando, segundo duque de Bragança , a qual deixou ás freiras toda a sua fazenda ; e o papa Alexandre 6.° approvou a fundação por bulla ex¬pedida em 1494. Havia também um convento d'eremitas de Santo Agostinho
Entre a cidade e o rio ha um ameno campo ou rocío, e á beira d’agua se plantou um passeio d’arvoredo para recreio dos habitantes. No mesmo rocío está continuamente manando a fonte chamada quente, provavelmente por sahirem tépidas as suas aguas : alem desta ha outra denominada a fonte grande, com duas bicas. A fonte do Freyre fica junto ao monte de Santo Estevão; e a que os antigos escriptores chamam os olhos de Pedro brota ao pé do monte de S. Miguel, com a particularidade de serem duas nascentes, que sahem ambas da mes¬ma penha, deitando uma agua quente e outra agua fria, e em muita abundancia. O rio tem tres pontes; uma de cantaria, defronte da fonte grande, outra de madeira ao principio do passeio, terceira, também de pau, no fim do mesmo. Alem destas, na valla do rocio há uma de cantaria , que chamam de S.Martinho, e outra, igualmente de pedra, que atravessa para a Sé.
Leiria dista de Coimbra doze leguas, e de Lisboa, para o norte, vinte e duas : foi na antiga divisão do reino cabeça de comarca, e hoje o é de um districto administrativo e d'um circulo eleitoral. Teve assento nas cortes dos tres estados ; e nella as celebraram, segundo diz Carvalho, D. Alfonso 3.° em 1254, D. Fernando em 1376 , D. Duarte em 1437. Por doa¬ção regia de 4 de Julho de 1300 foi sua donatária a rainha S. Isabel; e depois o foi a mulher d’elrei D. Fernando, que a teve por breve tempo, sendo dada ao conde D. Gonçalo, irmão della; mas D. João 1.° revogando a doação, a encorporou na coroa, para mais não ser desannexada. Foram seus alcaides-mores os marquezes de Villa-Real, que alem dos aposentos do castello, que habitaram por algum tempo, tinham boas casas junto ao rio, onde pousavam, vindo á cidade. Em Leiria se criou o primeiro duque de Bragança, D. Affonso; e della era natural o cardeal patriarcha fallecido, D. Fr. Patricio da Silva (1) .
A Leiria, com alguma probabilidade, cabe a gloria de ter possuido a primeira typographia que houve nas Hespanhas ; vejam-se os fundamentos desta opinião a pag. 163 do primeiro vol. deste jornal."
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(1) D. Patrício da Silva, 7º Cardeal Patriarca de Lisboa nasceu a 15 de Setembro de 1756, e faleceu a 3 de Janeiro de 1840 (ver Charters d’Azevedo, Ricardo, Portela, Ana Margarida, Queiroz, Francisco, “Villa Portela – os Charters d’Azevedo em Leiria e as suas relações familiares (sec XIX)”, Gradiva, Dez, 2007, Pag. 257 e seguintes. ver em: http://www.guardamor.com.pt/livro.php?id=965)
Interessante é tambem os vocabulos usados e a forma de escrever, nomeadamente sem os assentos que nós hoje usamos.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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