Couceiros Rebeldes 1817

Rio, 29/11/2002.

Prezado Tarciso,

O meu segundo filho, Paulo Gustavo, recebeu o grau de bacharel em Direito e irá ocupar a sala que temos como escritório. Assim, estou arrumando a estante para dar espaço para os seus livros e encontrei uma "relíquia", que pertenceu ao meu pai que se dedicava à história (embora médico formado pela Faculdade do Recife).
A "relíquia" é o livro "OS MÁRTIRES PERNAMBUCANOS", do Padre Joaquim Dias Martins, de 1854, que abriu dois verbetes para os COUCEIRO (aliás, COUSSEIRO como o autor grafou). A grafia dos nomes, acredito, não é ponto forte da obra pois o autor grafou "Fonceca" ao invés de "Fonseca".

página 157:

"Cousseiro 1º (Francisco Antonio da Silva) parahibano de 1817; era Capitão de uma das duas companhias da guarnição da cidade, quando n'ella foi proclamada a liberdade pernambucana, a qual muito lhe deveo; porque elle foi causa, de que tão bello triunfo não fosse tinto com o sangue dos illustres parahibanos: na quéda da mesma Liberdade seguio o turbilhão geral, e por elle impellido transigio com os tirannos; mas bem depressa recebeo o digno pagamento, sendo pronunciado pelo Ouvidor André Alves; preso, e remetido á Alçada de Pernambuco, e por ella sepultado nos carceres da Bahia, onde esperou a redempção geral de 1821, em que foi solto, restituido à honra, posto, patria, e liberdade."

"Cousseiro 2º (Vicente de Souza) pernambucano de 1817; morador no Recife, onde era Tenente de infantaria de linha no dia 6 de Março: unio-se com o regimento de artilharia, e a fôrça de heroismos mereceo ter parte na Liberdade da sua patria; servio com zelo e lealdade á mesma patria até a ultima extremidade: acompanhou as tropas e o Governo fugitivo em 19 de Maio; mas o suicidio do Padre Ribeiro - vid. Montenegro 2º - causador do geral desalento, o fez deliberar sujeitar-se voluntariamente aos tirannos; não lhe perdoárão comtudo, e foi remettido pela Alçada nos carceres da Bahia, onde penou até a amnistia das côrtes, sendo solto em 1821."

É possível que esses heróis COUCEIRO sejam descendentes do Capitão de Infantaria Joseph de Souza Couceiro, seu 7º avô, e, talvez, um deles seu ascendente.

Com o abraço do

Pedro Auler

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