Sutis divagações sobre o meu capitaão - II
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Sutis divagações sobre o meu capitaão - II
Das preciosas lições na doirada escola brasileira do Professor, a genealogia, essa ciência ou técnica como querem alguns, ganha algo mais e vai além e se veste de arte. Arte, sim, com a mágica dimensão da alma humana pela fiação elétrica dos tempos. Não se deve ser simplista e mostrar falta de sofisticação para entender a realidade das circunstâncias mesmo sabendo dos ácidos críticos como o articulista da Folha de São Paulo citando Gilson Nazareth que, ao analisar os estudos sobre os Cavalcantis do nosso amigo Cau Barata, afirma que a maior parte desses trabalhos atende apenas ao ego de quem necessita examinar o passado para se valorizar, e que os novos ricos procuram os estudos das famílias para tentar provar aos seus novos pares que não são tão diferentes como parecem ser, e o novos pobres para demonstrar que não são tão iguais aos seus vizinhos!
Mas escapa por aí que corre também pela genealogia o significante sagrado da Arte. Para um neófito na sala dos passos perdidos, frente ao terror do umbral, a aridez dessa chocha interpretação trava-lhe as portas.
Genealogia também é Arte! Arte fascinante.....
De volta ao meu capitão lembro-me de Helen Nader dizendo que "Leonor de la Vega brought to the Mendoza a proud and ancient lineage. In contrast to that of the newly arrived Mendoza, the Vega family´s high social status was venerable by Castilian standarts. Since the Vega also had a talent for getting themselves killed in colorful cincumstances while in the service of God and king, the Vega name brought with it a heavy accretion of fame and anecdote.....".
Leonor foi a segunda mulher, em 1387, do Almirante de Castela Diego Hurtado de Mendoza, filho mais velho de Pedro Ganzález de Mendoza. Os ventos sopravam a favor da famíla de Mendoza. O apoio ao vitorioso bastardo Enrique contra Pedro, o Cruel; o casamento com a neta de Garcilaso de la Vega. Os Mendozas chegaram ao ápice em Guadalajara e quando o Almirante morreu em 1404 era tido como o homem mais rico de Castela!
Leonor e Diego tiveram vários filhos mas moravam em casas separadas. Ela em Carrión com a sua mãe e ele em Guadalajara com a sua prima, Mencía de Ayala!
Quando seu primeiro filho nasceu o Almirante estava ausente e Leonor deu ao filho no batismo o nome de Garcilaso em homenagem aos seus gloriosos antepassados. No seu primeiro testamento o Almirante estipulou que o nome do filho deveria ser mudado para Juan Hurtado de Mendoza em homenagem aos gloriosos antepassados dos Mendozas!
"Otrosi mando que mi fijo Garcia que le muden el nombre e le digan Iojan Furtado de Mendoça" (Osuna, 1762).
Dá para perceber porque os filhos do capitão do mar de Portugal de 1385, Afonso Furtado, passaram a cultivar o Mendoça no sobrenome, mas sem abandonar de início o Furtado.
De onde vem realmente esse apelido Furtado que o Almirante prezava tanto, mesmo contrariando os de la Vega?
Abraço,
Manoel Furtado
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RE: Sutis divagações sobre o meu capitaão - II
Talvez consiga saber alguma coisa sobre a origem do apelido-Furtado,quando escrever daqui a dias ao meu amigo Aníbal Vasco Mendonça Furtado de Vasconcelos(Barbacena),pois já me falou algumas vezes sobre isso.
Cumprimentos
Rafael Carvalho
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RE: Subtis divagações sobre o meu capitão - II
Caro Manuel,
Não sei quem é Helen Nader. Mas conheço, bem não é bem conhecer, li algumas coisas de Argote de Molina, Salazar y Castro e outros ilustres genealógicos castelhanos. Garcilaso não existe em parte nenhuma (é a mesma coisa que chamar Janpereira a um sujeito de sua graça João Pereira), será García Lasso de Vega, presumo.
A origem dos Furtados está envolta numa densa penumbra e só os cartórios de Castilla podem resolver essa questão.
O Manuel é mesmo Furtado? até onde conseguiu recuar nas suas investigações? Posso ajudá-lo, se quiser, vivo em Trujillo (tierra de los conquistadores).
Abraço
JQL
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RE: Subtis divagações sobre o meu capitão - II
Prezado QuentalLobo,
Vi um site de sua cidade, muito bonita.
O estudo de Helen Nader "The Mendoza Family in the Spanish Renaissance 1350-1550" é muito bom e está online nesse endereço:
http://libro.uca.edu/mendoza/mendoza.htm
Meus Furtados são da ilha de São Miguel, Açores e além de minhas pesquisas nas ilhas tenho um peculiar interesse nos Furtados medievais, tanto em Portugal quanto na Espanha. Tenho de Salazar y Castro a Historia Genealógica de la Casa de Lara e quando ele trata dos Furtados vejo uma deficiência cronológica. Esse é o problema: seriam essses Furtados ligados aos de Mendoça realmente descendentes de Fernando Pérez de Lara, como diz Salazar y Castro?
Com a ajuda de amigos, principalmente a prof. Maria Emma de Madrid, tenho cerca de 10 Furtados documentados nos sec. xii e xiii que nunca apareceram nos textos dos genealogistas tradicionais.
Se puder me ajudar nesse sentido agradeço vivamente.
Abraço,
Manoel Furtado
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RE: Sutis divagações sobre o meu capitaão - II
Prezado Rafael,
Aguardo com interesse o contato com o seu amigo.
Muito obrigado.
Abraço,
Manoel Furtado
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