Na lógica da importantíssima noção da preservação dos espólios escritos como mecanismo de conhecimento e cultura, não resisto a partilhar um comentário deveras confrangedor!
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Onde estão as colecções do SNI/SPN, empacotadas umas, atiradas às chamas outras ? Onde estão as bibliotecas da Mocidade Portuguesa, da Legião e da sede da União Nacional ? E os acervos biblioteconómicos das Casas do Povo, dos Grémios e das Corporações ? Sei que tais crimes merecem o benevolente crivo de "coisas sem importância", mas quando se queima um livro abre-se a porta para queimar tudo o mais. Não podia deixar passar esta oportunidade para lembrar a terrível depredação executada em 1975 contra a Biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que resultou na destruição de muitas centenas de obras da literatura jurídica portuguesa - completas colecções de leis do século XVI - e da qual foi mandante uma figura do maior relevo da cena política portuguesa. (...)