Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
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Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Os votos de um Excelente Ano de 2001 para todos os do forum.
Procuro qualquer informação sobre Fernão Juzarte de Andrade e sua mulher Violante Godinho (de Almeida) moradores no condado da Feira, em Rio Mau no séc. XVI. Foram Pais de Branca de Almeida que do seu casamento com Luiz de Carvalho (instituidor de uma capela no convento de S. Francisco em Lisboa, por testamento datado de 1605) teve Maria de Almeida de Andrade.
Todos eles eram, de acordo com uma habilitação para bacharel, «muito nobres e da Principal gente do condado da Feira.
Suponho que Maria de Almeida de Andrade tenha nascido cerca de 1585 (já que um seu filho n. por volta de 1610). Assim, Branca de Almeida, sua Mãe, deverá ter nascido por volta de 1560/65 e seus Pais por volta de 1535.
Qualquer informação é-me útil e desde já agradeço.
LSV
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Veja se isto o ajuda. Está no Felgueiras Gaio, em Perestrelos:
1 – Micer GABRIELLE PALLESTRELLI, fidalgo, natural de Piacenza na Lombardia. Foi casado com Madama Bertolina da linhagem dos Banfortes, ou Bezafortes.
2 – Filipe Perestrelo
2 - FILIPE PERESTRELO, Cavaleiro, era natural de Piacenza. Veio para Portugal no século XIV, na comitiva da infanfa D. Leonor de Aragão, futura mulher de D. Duarte. Dada a sua compleição física foi igualmente conhecido por Filipão. Vivia em Portugal em 1437, altura em que D. João I lhe mandou passar brazão Deu-lhe igualmente duas casas no Porto na rua de Sobripaz. Terá casado com Catarina de Mello
3 – Rafael Perestrelo § 2
3 – Bartolomeu Perestrelo
3 – Branca Dias Perestrelo § 3
3 – Catarina Perestrelo § 4
3 – CATARINA PERESTRELO, casou com Aires Annes de Beja, escrivão da puridade de D. João I, filho de João Domingues de Beja, estribeiro-mor do Rei D. Fernando e de D. Isabel da Silva.
4 – João Afonso de Beja Perestrelo
4 – JOÃO AFONÇO DE BEJA PERESTRELO, foi governador do Algarve pelo Rei D. Sebastião. Casou com D. Francisca de Barros filha de Payo de Barros Balio de Leça.
5 – João de Beja Perestrelo § 17
5 – António de Beja Perestrelo, que morreu solteiro
5 – Diogo de Beja Perestrelo § 22
5 – Francisco Perestrelo Correia
5 – Maria de Beja Perestrelo
5 – Isabel Perestrelo de Noronha
5 – DIOGO DE BEJA PERESTRELO, casou com Margarida Jusarte, filha de Àlvaro Gonçalves e de sua mulher D. Joana Juzarte, neta materna de João Juzarte, fidalgo da casa Real e de sua mulher D. Margarida Pessoa.
6 – Jerónimo de Beja Juzarte
6 – Isabel Perestrelo de Noronha
6 – Margarida Juzarte
6 – Manuel de Beja Juzarte
Casou em segundas núpcias com Francisca Toscana
6 – JERÓNIMO DE BEJA JUZARTE, casou em Coimbra com Joana de Gouveia.
7 – Jerónimo Juzarte Perestrelo
7 – JERÓNIMO JUZARTE PERESTRELO, casou coma filha do Alcaide Manuel Cordeiro
8 – Diogo de Beja Perestrelo
8 – Frei , provencial dos capuchos da piedade
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Apesar de não ter qualquer informação sobre este assunto não queria deixar de lhe dizer o que provavelmente já sabe: existe na Sala dos Indices da Torre do Tombo um livro sobre as Capelas do desaparecido Convento de S. Francisco da Cidade de Lisboa. Está organizado por nome do instituidor e depois pedem-se uns volumes grandes onde se encontram informações interessantes relativas à instituição e administração até à segunda metade do séc. XVIII.
Lourenço Correia de Matos
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Agradeço-lhe a resposta. De facto consultei já o documento da instituíção da capela que foi a 23.8.1605 e está registado no Lº 26 do registo do arquivo a fl.s 360 na Torre do Tombo.
De qualquer modo muito obrigado pela dica.
LSV
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Muito obrigado pela resposta. Para já não me adianta muito, mas é mais uma dica.
LSV
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Luís Soveral Varella
Como disse noutra mensagem, a zona da Feira (Rio Meão?) sai da zona dos meus conhecimentos e não tenho resposta para lhe dar. Mas talvez tenha Delfim Bismark Ferreira, genealogista de Albergaria-a-Velha, autor, entre outros, do referido livro “Casa e Capela de Santo António em Albergaria-a-Velha”. É possível que “domine” a Beira Litoral.
Se não o conhece já, posso lhe dizer que a edição deste livro foi do Centro de Estudos de Genealogia da Universidade Moderna do Porto (http://www.umoderna.pt/porto/index.html), a quem também está ligado o genealogista Manuel Abranches de Soveral (seu parente? - http://pwp.netcabo.pt/0437301501). Por aqui julgo que conseguirá o contacto.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Vasco Jácome
De facto o Manuel Abranches de Soveral é meu parente e temos até um trabalho publicado em co-autoria. Quanto ao trabalho que refere tenho-o, e também sou membro do centro de estudos de genealogia heráldica e história da família da universidade moderna do Porto.
Ora o que desejava do Arquivo de Braga era uma consulta ao nobiliário de Luís da Gama Rangel de Quadros e Maia nas letras A, G e J (ou Z), mais precisamente nos títulos Almeida, Godinho, Juzarte (ou Zuzarte). Se acaso tiver a possibilidade de saber se eles fazem fotocópias desses títulos (provavelmente terão de microfilmar primeiro), seria óptimo. Diga-me só quanto é que eu enviar-lhe-ei a quantia para aquisição das cópias.
Muito obrigado
Luís Soveral Varella
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Esta relação Jusarte/Andrade tem por acaso alguma relação com famílias do Carregal do sal, em meados de sec. XVII?
Com os meus cumprimentos
Vera
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Vera
confesso que não lhe sei dizer. Mas tem alguns dados adicionais mesmo sendo do Carregal do Sal?
Luís
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Os meus avós Domingos Jusarte e Simoa Gomes de Andrade nasceram no final do sec. xvii, no Carregal do Sal. Ela era descendente dos Srs de Azurara (Mangualde).
com os meus cumprimentos
Vera
silvestre@aeiou.pt
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Acabo de ler neste tópico que o Dr. Abranches Soveral é seu parente. O meu trabalho de pesquisa vai até aos pais de Domingos Jusarte e Simoa Gomes. Os outros antepassados que vão entroncar na "famílias portuguesas " do sapo, foram-me indicados por A.Soveral e só ele poderá dar uma informação precisa.
Agradeço a sua atenção
Vera
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João Juzarte, FCCR
Por caso consegue subir na ascendência de João Juzarte, FCCR, marido de Margarida Pessoa? Gostaria de entroncá-lo na árvore de Juzartes que procuro desenvolver com a colaboração do fórum. Obrigado.
Cumprimentos
Alexandre Tavares Festas
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Luís Soveral Varella
Tal como lhe afirmei na mensagem que hoje de tarde lhe enviei para o endereço luissoveralsapo.pt, tenho notícia da referência a um documento que julgo ser do maior interesse a todos quantos se interessam por esta região, e que, até ao presente, nunca vi ser citado em alguns estudos que conheço; sendo notável sobretudo pela série de precedentes que o instituidor de um morgadio estabelece entre os seus numerosos parentes.
Atendendo ao facto de não ser possível repetir aqui a formatação original, consta desta referência, que se encontra a pp. 124-125 do Tomo 2.º do "Index das notas de varios tabeliães de Lisboa, entre os anos de 1580 e 1747", e diz respeito às "Notaz de Lx.ª T.am Bernardo Cardozo q. serve de prez.te M.el Antonio de Brito Anno de 1652 e 1652 (sic)", o seguinte:
"Outra (surog.am) do cap.am D.os Godinho Fr.e m.or na rua da Espera C. de Aviz e / sua m.er D. L.or de Soiza ao Morg.º de seu P.mo Irmaõ Fernaõ d Andr.ª Juzarte C. F. q. este instituhio e chamou em 1º lugar ao d.º D.os God.º C. F. e cap.am de Inf.ª na Corte f.º de Luiz d Carv.º e de Branca d Andr.ª Tya do ttt.or m.res na Terra da Feyra e lhe anexa 100$ de juro q. comprou ao conde do Vimioso a retro sobre os rendim.tos da Herd.e do Zambujal tr.º d Evora.
e 12$ de foros no reg.º de Oeyras q. rematara a Ant.º Deniz Fr.e e 267$ q. lhe devia Ant.º d Sald.ª cap.am das Naos da viage~ da India e 1$ cruzados q. lhe devem os H. d P.º Soares d Soiza G.or q. foy da Ilha de S.ta M.ª e 100$ - Feliciano d Sylva d Almeyda e 300$ na renuncia e venda da Feytoria de Dio e finda a linha de D.os God.º chama a de M.ª d Almeyda Irm. do d.º D.os God.º e m.er de Nicolao Pr.ª Soares, de St.arem e tomaraõ o Appellido d Andr.ª com 2 M. C. na Igr.ª onde for sepultado dia dos S.tos e no 8.rio d Natal e findas as 2 linhas chama a de G.mar Ferr.ª sua P.ma f.ª de seu Tyo Lopo d Andr.ª e de Cizillia Coelho m.res na sua q.ta da Povoa d Olivr.ª d Azemeis e ella em Ovar e finda esta linha chama a de Viol.e God.ª f.ª do d.º Lopo d Andr.ª e m.er de P.º Soares da d.ª q.ta e faltando esta chama a de Fernão d Andr.ª f.º de Jorze de Olivr.ª e d G.mar d Andr.ª sua Tya m.res na q.ta do Avenal e despoes o P. mais chegado do inst.or da p.te dos Andr.as q. houver na Terra d Fr.ª e se não os Almeydas e se tambem os nao houver socederaõ os God.os e faltando descend.ª o ult.º possuidor poderá nomear hua Pessoa das V.as da Fr.ª Avr.º Esgr.ª ou Pedrogaõ q. se nomee de algu~ dos d.os 3 apelidos e viva a ley da nobreza nas d.as Terras e não o fazendo o poderá fazer a Camera da V.ª de Fr.ª e não havendo dos taes Ap.dos na pessoa mais nobre da V.ª da Fr.ª e aprovado p.lo T.am Gp.ar Carv.º 6 d Mayo de 1643. e o cap.am lhe soroga 4 moradas d cazas na rua da Barroca e 6$100 rs. de foros p.lo dr.º de Dio e Baçaim."
Como pode constatar, e caso até agora lhe fosse desconhecido, este desenvolvido sumário notarial transmite um grande número de informações genealógicas e abre pistas para a localização de documentação da Chancelaria Régia, nomeadamente no que toca a Diu e Baçaim. Além disso, a referência à vila de Pedrogão sugere pelo menos um estreito parentesco dos Andrades da Feira - certamente a varonia do instituidor - com o conhecido ramo desta família radicado em Pedrogão Grande.
Por todos estes motivos, julgo ser da máxima importância a divulgação deste sumário, cujo original consta do Códice n.º 452 da "Colecção Pombalina" da B.N.L.
Finalmente, gostaria que me confirmasse se também o referido Lopo de Andrade era, de facto, filho de Fernão Juzarte de Andrade e Violante Godinho.
Cumprimentos e um abraço
Miguel Mora
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Miguel Mora
recebi de facto a sua mensagem no meu mail e não lhe respondi logo pois aguardava o documento que referiu.
E quanto a ele, nem sabe o entusiasmo que me provocou. Se facto é extremamente importante e tem dados fantásticos para poder evoluir na pesquisa desta Família. Confesso que a mensagem que coloquei no fórum em tempos era como que um descargo de consciência na vã esperança de surgir algum dado novo. Tinha este estudo mais ou menos arquivado. Segue agora por outro rumo certamente.
Não tenho para já nada de especial a comentar pois acabei de ler a sua mensagem e vou agora analisar os novos dados em pormenor. Posso para já dizer-lhe no entanto que Maria de Almeida de Andrade e Nicolau Pereira Soares são meus antepassados e a alusão à quinta da Póvoa (dado o apelido Ferreira será certamente a quinta da Póvoa da Palhança) é-me interessante porquanto por outro linha minha ascendente (Arêde), tenho outra linha ascendente com o mesmo apelido, da quinta da Póvoa da Palhança [MANUEL DE ARÊDE TAVARES, nascido na Casa de Lourizela e baptizado a 14.11.1660. Alferes da ordenança do Préstimo, 5º senhor da Casa de Lourizela, 4º senhor da Casa e 2º morgado da Mourisca do Vouga por nomeação de seu primo em 2º e 3º graus Miguel de Arêde e por morte de seu irmão o padre Miguel de Arêde. Casou a 16.5.1711 na quinta da Póvoa da Palhança com MARIA FERREIRA, aí nascida, irmã do licenciado António Ferreira Pinheiro e ambos filhos de João Gaspar, nascido na freguesia da Trofa, e de sua mulher ANTÓNIA DE ALMEIDA, nascida na quinta da Póvoa da Palhança, dos Almeida da quinta da Póvoa de Recardães] - seguem estes dados caso se cruze com alguma informação complementar.
Estes dados aliás constam do trabalho [parte de] sobre a origem dos Arêde que coloquei on-line há cerca de uma semana na minha página luissoveral.com.sapo.pt.
Espero amanhã poder já dar-lhe quaisquer dados novos sobre o que me informa agora.
Por fim, relativamente a Lopo de Andrade ser filho de Fernão Juzarte de Andrade e de Violante Godinho, apenas lhe posso referir que é o diz Gayo no ttº de Guimarães, salvo erro, mas que lhe não posso confirmar neste momento porque o tenho emprestado.
Um abraço
Luís Soveral
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Luís Soveral Varella
Agradeço as suas simpáticas palavras e fico contente de poder ter dado um contributo para a sua investigação, esperando assim estar redimido de uma anterior falta involuntária.
Como já lhe disse, passei a ter um grande interesse por esta linha de Andrades por ser através dela que os meus avós paternos ainda são remotamente consanguíneos.
O meu avô chamava-se Amadeu da Cunha Mora, e era pelo ramo dos Freires Andrades, de Medelim, duplamente nono neto de Pedro Soares (ou Pedro Soares de Pinho) e Violante Godinho de Andrade, à qual António de Souza-Brandão não nomeia os pais no § 8.º dos "Soares de Vale de Cambra", talvez porque os não conhecesse, citando apenas que era "da quinta da Povoa em Olivr.ª", que considera poder ser o "lugarejo" homónimo da freg.ª de S. Martinho de Travanca. Mas, em função do sumário notarial que ontem aqui transcrevi, fica-se a saber que era filha de Lopo de Andrade e Cecília Coelho, "m.res na sua q.ta da Povoa d Olivr.ª d Azemeis"; resultando da confrontação do mesmo traslado com o que afirma Felgueiras Gayo no § 40 dos "Guimaraens" (a sua indicação estava certa) - e admitindo que os tios nomeados pelo instituidor o são todos no 1.º grau - que "Fernão de And.e Juzarte de Rio Mao, e Violante Godinho" terão sido pais, entre outros, dos seguintes filhos: N..., pai ou mãe do dito instituidor, que tinha o mesmo nome do avô; Branca de Andrade, moradora na Terra da Feira com seu marido Luís de Carvalho; Lopo de Andrade, dono da quinta da Póvoa de Oliveira de Azemeis, onde residia com sua mulher Cecília Coelho; e Guiomar de Andrade, que habitava na quinta do Avenal com seu marido Jorge de Oliveira.
Quanto à minha avó paterna, também ela descendia destes Andrades através dos Barbosas da Cunha e Melo, de Ovar, dado que era neta materna de D. Maria Adelaide Barbosa da Cunha e Melo, sr.ª da casa da Rua da Praça, em Ovar, e da quinta do Sobral, no termo da mesma vila. Após a morte sem geração legítima do Dr. António Augusto Barbosa da Cunha e Melo, seu único sobrinho paterno, viria a recair nela a representação familiar, e, consequentemente, a dos antigos morgados da Casa do Mato, em Salreu, e de S. Paio, em Mouçós, termo de Vila Real.
Por este ramo da minha ascendência se encontrar um pouco afastado do objecto da minhas investigações, tenho adiado sistematicamente alguma pesquisas que lhe dizem respeito, nomeadamente a dos livros paroquiais de Ovar, indispensável ao esclarecimento da embrulhada que Felgueiras Gayo apresenta. No § 47 dos "Abreus", o disparate reina: é absurda a filiação do marido de D. Clara da Cunha (N 11), que assim seria filho do próprio irmão; e está trocado o nome do N 12, que se chamava Francisco e não João, sendo ainda atribuídos à sua mulher os pais de uma tia por afinidade - D. Sebastiana de Almeida Cabral -, essa sim, mulher de João Barbosa da Cunha, c.g. extinta. Apesar de ser muito discutível, senão fantasioso, o entroncamento aos Barbosas Cabrais, as coisas melhoram no § 146 dos "Barbozas", confirmando-se que Francisco Barbosa da Cunha (N 28) foi casado com sua prima co-irmã D. Guiomar Freire de Andrade, filha de seu tio João Barbosa Reimão, morador em Ovar, e de sua mulher Cecília Coelho Freire, que o autor afirma ser "da Casa da Povoa", tratando-se certamente da referida quinta do mesmo nome, até pelo paralelismo de apelidos e nomes próprios.
Nesta mesma geração existiu um casamento "a troco", de Pedro Barbosa Reimão com Isabel Coelho ("Correas, § 45), pais, entre outros, de "Lopo de And.e Fer.ª cazado no Porto" - é muito provável que o último apelido fosse Freire, ficando o engano a dever-se a um vulgar erro de transcrição. Assim, tenho quase a certeza de que estas duas irmãs procediam de Guiomar Ferreira, a filha de Lopo de Andrade e Cecília Coelho que habitava em Ovar. Todavia, o § 43 do mesmo título levanta-me muitas interrogações, pelo que admito que parte dos dados possa estar errada, parecendo-me existir uma Cecília Coelho a mais - também gostaria de poder materializar o marido de Guiomar Ferreira, que permanece envolto em mistério.
Mudando um pouco de assunto, existe no A.U.C. uma relação dos Próprios Nacionais do distrito de Aveiro, elaborada pela respectiva Direcção Geral, onde se constata que um núcleo significativo de documentação foi em tempos entregue à Câmara Municipal da Feira, entre a qual avultava o notável conjunto dos tombos do Condado, que, certamente, hoje farão parte do espólio do respectivo arquivo ou biblioteca municipal. No entanto, não deixa de me causar estranheza o facto de estas importantíssimas fontes nunca aparecerem citadas, pois não tenho qualquer dúvida de que ajudariam a esclarecer muitas questões de difícil resolução - será que isto acontece apenas por desconhecimento?
Por último, posso ainda acrescentar que do acervo do A.U.C. fazem parte dois monumentais tombos da Comenda de Rio Meão, da Ordem de Malta (III, 1.ª D, 15, 3, 30 e 31), dos quais, apesar de datarem do início da 2.ª metade do séc. XVIII, se podem extrair inúmeras referências genealógicas e patrimoniais, nomeadamente às anteriores escrituras de emprazamento.
Um abraço
Miguel Mora
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Miguel Mora
Começando pelo fim, desconhecia completamente a existência da documentação que refere relativamente ao condado da Feira. Quanto aos tombos da comenda de Rio Meão conheço-os e já os consultei mas não encontrei nada que me interessasse directamente.
Com este ramo de Andrade somos novamente parentes já que, se me lembro, já o eramos pela linha Soveral. Assim melhor resultará certamente a conjugação de esforços para filiar os nossos antepassados comuns.
Em tempos consultei na TT a instituíção de capela que Luís de Carvalho fez no convento de S. Francisco em Lisboa. Está arquivada no Registo do Arquivo e não tenho nem de memória nem por perto a cota mas que não é certamente difícil de encontrar. Referia várias pessoas de que tomei nota algures [?] e estes novos dados que me apresenta poderão completar o entendimento que tive na altura dessa instituíção de morgadio, algo confusa então.
Verei se tenho tempo de voltar a consultá-la em breve mas não garanto que o faça nos próximos 15 dias pois embora esteja todos os dias na TT estou com um trabalho de monta em mãos que não poderei interromper agora.
Se tiver novidades sobre o assunto muito lhe agradeço.
Um abraço
Luís
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Luís Soveral Varella
Apesar de estar envolvido em duas vastas investigações que não têm por objecto estes Andrades , numa das minhas próximas idas à Torre do Tombo não deixarei de consultar a documentação sobre a capela que Luís de Carvalho instituiu no convento de São Francisco de Lisboa.
Por outro lado, estou a tentar seguir o rasto de alguns prazos que pertenceram aos Barbosa da Cunha e Melo, o que, com alguma sorte à mistura, poderá remeter para os nossos antepassados comuns.
Se descobrir algo de novo, prontamente lhe darei notícia.
Um abraço e até breve
Miguel
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Miguel Mora
Estou reenviando, agora para o tópico certo, a mensagem que anteriormente, por erro, dirgi para “Noronhas da IT”:
Tive oportunidade de conversar com o Dr. Antonino Fernandes, sábio em matéria de genealogias de Oliveira de Azeméis e em muitas outras, que fez o favor de me esclarecer que a Qta da Póvoa ficava mesmo no centro daquela cidade e nela moravam, já em 1562, Lopo de Andrade, capitão de Malta, e sua mulher Cecília Coelho, pais de Guiomar Ferreira casada, cerca de 1600, com Manuel de Sá, falecido em 1621, em Ovar , e estes pais de um outro Lopo de Andrade Freire, capitão da restauração em 1647.
Fez ainda o favor de me fornecer cópia de memoria paroquial, enviada pelo pároco da freguesia, em 1758, para o dicionário de Luís Cardoso, que está na Torre do Tombo, onde se esclarece a importância daquela quinta. Reza Assim:
“Tem a quinta da Póvoa, que foi em outro tempo privilegiada, com honra e couto, aonde não se podiam prender os delinquentes dentro de todo o seu terreno, que está contiguo com a Igreja, ao poente. Foi esta quinta dos fidalgos de apelido Freires de Andrade, aparentados com os condes da Feira, todos descendentes do conde D. Mendo, do sangue real dos longobardos pelos anos 900, como declara o Marquês de Montebelo nas notas ao Nobiliário de D. Pedro, Plan. 43, pag. 521. No tempo presente não há vestigios de tais privilégios, mas tradição constante: é última possuidora de um fragmento da dita quinta Francisca Pereira Freire de Andrade, empobrecida com dívidas de seus antepassados."
A informação de que, por agora, dispõe o Dr. Antonino Fernandes não lhe permite recuar mais nestes Andrades mas admite que, por via do estudo dos prazos daquela Quinta que supõe ser foreira ao Mosteiro de Cucujães, cuja documentação estará em Coimbra, talvez se possa fazer alguma luz.
Um abraço e o desejo de um 2004 muito feliz.
João Fonseca Barata
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro João Fonseca Barata
Não posso deixar de lhe reafirmar a satisfação que senti ao ler a sua mensagem, pela qual lhe estou verdadeiramente grato.
Já aqui fiz referência à circunstância de estar concentrado noutras pesquisas genealógicas que consomem a maior parte do tempo que para tal disponho, vendo-me assim impossibilitado de corresponder ao grande interesse que os Andrades Juzartes me passaram a merecer pelo remoto parentesco que através deles deverá existir entre os meus Avós paternos.
Porém, quando no passado Verão destinara finalmente uns dias para me debruçar sobre esta gente, uma embolia ocular resolveu estragar-me os planos, forçando-me a substituir as projectadas visitas a arquivos por uma saga de deslocações a hospitais e consultórios de médicos, que desde logo me interditaram temporariamente a utilização do computador. Consequentemente, e porque a minha capacidade de investigação ficou afectada, o retomar dessa actividade tem sido lento e gradual.
Há cerca de um mês, passei fugazmente pela Torre do Tombo, tendo ainda assim conseguido recolher — um tanto ou quanto atabalhoadamente — uma série de dados e referências documentais relativos a diversos membros desta família; dados esses que, conjugados com as preciosas informações que o Dr. Antonino Fernandes lhe transmitiu, permitem não só esboçar alguns dos ramos mas também confirmar a minha suspeita de que Guiomar Ferreira era sogra de João Barbosa Reimão. E, no meio de tudo isto, cumpre destacar o progresso que a descoberta da carta de escrivão das Sisas de Vila da Feira deste meu 9.º Avô permitiu.
Fundamental, é ainda a exacta localização da Quinta da Póvoa, já para não falar da probabilidade de a mesma ter sido foreira ao Mosteiro de Cocujães. A importância deste indício —que desconhecia em absoluto — é enorme, pelo que, e logo que tal me seja possível, não deixarei de percorrer este novo “trilho”, dando-lhe posteriormente conta dos resultados dessa exploração.
Gostaria também salientar que as notas coligidas apressadamente na Torre do Tombo necessitam de ser revistas, para além de ser indispensável o seu confronto com a documentação paroquial e notarial existente nos Arquivos Distritais de Aveiro e do Porto. E porque contava poder fazê-lo ainda no decurso deste mês, acabaria por me calar a esse respeito em mensagens que — há dias atrás e a propósito das “Habilitações para o Santo Ofício” — dirigi ao Arq.º Luís Soveral Varella, iniciador deste tópico.
Só que, entretanto, surgiu o seu valioso contributo, ainda por cima acompanhado de um inegável desafio. Assim sendo, e apesar das muitas falhas que aqueles apontamentos possam conter, creio que a sua imediata divulgação passou a fazer mais sentido, pois já somos pelo menos três a ter um certo interesse neste tema e da conjugação de todos esforços certamente resultará um melhor conhecimento desta ilustre família do condado da Feira.
DADOS RELATIVOS A DOCUMENTOS LIDOS NA TORRE DO TOMBO:
FERNÃO DE ANDRADE, morador nas Terras da Feira, recebeu a mercê de escrivão das Sisas da Vila da Feira, por carta de 20-II-153..?; ofício esse que com licença régia adquirira a Luís Tavares, através de escritura celebrada a 7-XII-1536 ? nas notas de Jorge Moreira, tabelião público na mesma vila [Chancelaria de D. João III”, Livro 24, fl. 38]. As dúvidas nas datas resultam de ter copiado o ano de 1532 para a primeira (da carta), o que terá necessariamente de estar errado, pois a segunda (da escritura) deverá estar correcta.
Como se comprova do diploma a seguir referido, Fernão de Andrade era escudeiro fidalgo da Casa Real no tempo de El-Rei D. João III, mas ainda não pude verificar se o seu nome consta das extensas listas de moradores da Casa desse mesmo Monarca incluídas nas “Provas à História genealógica da Casa Real Portuguesa”. No entanto, verifiquei que no “Livro das Moradias do Senhor D. João II” é mencionado um Fernão de Andrade [SOUSA, D. António Caetano de, “Provas da História Genealógica da Casa Real Portuguesa”, Nova edição (revista por M. Lopes de Almeida e César Pegado), Tomo II-Parte I, Coimbra, Atlântida, 1947, p. 222], o qual, atendendo à cronologia, poderia ser avô do aqui retratado.
LOPO DE ANDRADE, «filho de fernão dãdrade q foi escrivão das sisas da villa da feira» e morador «na sua quintãa da povoa termo da dita villa», foi encartado no mesmo ofício, a 4-XI-1588, nos termos de um alvará de lembrança de El-Rei D. João III, datado de 1-VI-1556 — em que este, por falecimento de «fernão dãdrade escudeiro fidalgo de minha casa e escrivão das sisas da terra da feira», fazia mercê do dito ofício a um de seus filhos «q.l elle nomear sendo auto p.a o servir» —; ficando-se ainda a saber que «o dito fernão dãdrade seu pai era falecido e o nomeara no dito officio como constava de “hũ p.co estrom.to de dote e de nomeação» por ele apresentado, que mostrava ser subscrito por «fr.co dazevedo t.am p.co e judicial na dita villa da feira (...) ao prim.ro dia do mes de outub.ro do anno de mil e quinhentos e sesenta e seis» [Chancelaria de D. Filipe I, Doações, Livro 17, fls. 241-242].
Em relação à data do alvará de lembrança, um dos numerais romanos foi riscado e o número 6 foi depois escrito por extenso, parecendo que inicialmente se pretendera significar o ano de 1566; o que, de resto, era incompatível com o facto de D. Filipe I afirmar na introdução que lhe fora apresentado «hũ alv.ra de lẽbrança do S.or Rey dom Jm.º meu tio q. santa gloria aja».
Por outro lado, e atendendo à informação revelada pelo Dr. Antonino Fernandes — de que Lopo de Andrade já em 1562 estava casado com Cecília Coelho —, é possível que o ano da escritura esteja errado; isto é, que em vez de cinquenta se tenha escrito «sesenta», o que poderia ter sido provocado pela deficiente transcrição dos documentos apresentados, tendo o escrivão emendado uma das datas e deixado inalterada a outra. Na realidade, faria muito mais sentido que o ofício tivesse sido dotado e nomeado quatro meses após a obtenção da respectiva licença (e não passados dez anos), certamente a título de dote do noivo Lopo de Andrade.
MANUEL DE SÁ, «m.or na Villa da feira», foi agraciado com o «offiçio de escrivão das sisas da dita Villa (...) como o foi lopo dandrade per cujo faleçim.to vagou», por carta de 20-XII-1600 [Chancelaria de D. Filipe II, Doações, Livro 10, fl. 34v.º].
Alguns anos mais tarde, por carta de 3-II-1612, “m.el de saa m.or na villa de ovar e escrivão das sisas da villa da feira» foi autorizado pelo mesmo Soberano a servir o dito ofício na Vila da Feira «sem embargo de não viver nella senão de ovar», mas com a obrigação de ir assistir às audiências que cada semana ali se fizessem e as mais vezes que por obrigação de seu ofício os juízes das sisas lho ordenassem [Chancelaria de D. Filipe II, Doações, Livro 30, fl. 7v.º].
Era a primeira vez que me deparava com este meu antepassado, e desde então fiquei praticamente convencido de que teria de ser ele o marido de Guiomar Ferreira, hipótese essa que o meu caro Parente se encarregaria agora de confirmar. E, pelo facto de na carta nada ser dito a respeito de parentescos ou instrumentos públicos, é natural que Lopo de Andrade não tenha conseguido obter a tempo a licença régia para poder nomear o ofício em quem viesse a casar (ou já estivesse recebido) com uma de suas filhas. Verifico ainda que o casamento de Guiomar Ferreira, cujo assento não se encontra nos livros paroquiais da freguesia de Ovar, poderá afinal ter-se realizado na Feira ou em Oliveira de Azeméis.
JOÃO BARBOSA REIMÃO, foi encartado no ofício de escrivão das Sisas da Vila da Feira, a 3-XX-1632, constando da respectiva carta que «por parte de barboza Reimão me foi aprezentado hũ alvara de que o treslado he o seg.te ¢ Eu el Rei faco saber aos que este alvara virem que avendo resp.to a m.el de saa escrivão das sizas da villa da feira aver vinte anos que serve o dito officio com inteireza e verdade ei por bem delle fazer merçe que elle o possa nomear em hũ seu f.º ou filha para quem com ella cazar (...) Luis de lemos o fez e lx.ª a quinze de jan.ro de mil e seis centos e dezanove (...) e pedindo me o dito joão barboza Reimão que porq.to elle estava cazado com sezilia coelha freire f.ª de m.el de saa ja falecido que em vertude do alvara acima tresladado nomeou nella o officio de escrivão das sizas da villa da feira e lhe pertencia conforme a hũa certidão de justificacão do juiz das justificacões de minha faz.ª que offereceo (...) ei por bem e me praz fazer merçe do officio de escrivão das sizas ao dito joão barboza Reimão o qual elle tera e servira emquanto eu ouver por bem e não mandar o contr.º» [Chancelaria de D. Filipe III, Doações, Livro 26, fls. 104-104v.º].
Duas décadas depois, por alvará de 2-VI-1652, seria a vez de D. João IV declarar que “ tendo respeito a João Barbosa Reymão escrivão das sizas da villa da feira haver vinte annos q. serve o dito officio sem entrepolação, nem cometer erros algũs (...) Hey por bem fazer lhe merce conceder licença para en sua vida o por sua morte possa nomear o dito officio em hũ seu filho, ou filha que tiver do matrimonio de sezilia coelho sua mulher de cuyo dotte foi o dito officio, com declaração que o tal filho ou genrro tera servido ou servira hũ anno nas fronteiras a sua custa» [Chancelaria de D. João IV, Doações, Livro 23, fl. 76].
FERNÃO DE ANDRADE JUZARTE, teve alvará de renúncia de cargo, passado a 21-II-1619, onde consta que «em respeito aos serviços de Fernão de Andrade Juzarte cavall.ro fidalgo de minha Caza estante na India depois q. foi despachado na capitania de manora [ou manoia] e aos serviços q. João glz seu sogro ja falecido fez nas mesmas partes e lhe pertencerem os ditos serviços por meo de sua molher filha do dito João glz (...) se não entrar na dita capitania possa testar della em hũa pessoa (...)» [Chancelaria de D. Filipe II, Doações, Livro 43, fl. 180v.º].
Creio que este Fernão de Andrade Juzarte é o instituidor do morgadio amplamente referido no sumário notarial por mim transcrito em 12-I-2003.
LOPO DE ANDRADE FREIRE, foi agraciado com a propriedade do ofício de meirinho de uma das Varas da Relação do Porto, por carta de 12-VII-1673, constando do competente diploma um alvará (datado de 20-II-1657 ?) através do qual foi concedida licença a Francisco da Costa Manso, proprietário do mesmo, para o poder nomear «em hum de seus filhos e visto as causas que alega (...) e ter feito m.tas prizões em ladrões; e pessoas q. havião cometido graves crimes e em huma rezistencia que se lhe fez ficar aleiado (...) pagando o custo de hum soldado q. sirva hum anno nas front.ras na forma ordenada»; uma apostilha (datada de 25-VIII-1667 ?) pela qual lhe foi concedido que «possa tambem fazer a dita nomeação em huma sua filha para o servir a pessoa que com ella cazar»; e ainda que «o dito fran.co Manço da Costa renunciou o dito officio de Meirinho da Relação da cidade do Porto em Dona Maria Armenta Veloza sua filha legitima havida de sua primeira mulher Dona Jeronima de Siqueira para que o servisse a pessoa q. com ella ouvesse de cazar como tudo constava da escretura da dita renuncia que foi feita nas notas de Ant.º de Aguiar de Almeida tabalião na dita cidade do Porto em os vinte e oito dias do mes de out.bro de seiscentos e setenta e dous annos; e com effeito a dita Dona Maria Armenta Veloza cazou com Lopo de Andrade freire como me constou por certidão do Padre fran.co Rabelo da fonceca cura da Igreya de São Ilafonço fora dos Muros da dita cidade (...) o qual Lopo de Andrade fr.e me pedio por huma sua petição porquanto estava cazado e recebido cõ a sobredita Dona Maria Armenta Veloza (...) e outrosy em como tinha pago vinte e quatro mil rs do custo de hum soldado que havia de servir nas front.ras hum anno» [Chancelaria de D. Afonso VI, Livro 37, fls. 135-136v.º].
Também neste caso poderá ter havido confusão entre cinquenta e sessenta, ou, muito provavelmente, erro de leitura da minha parte.
Este Lopo de Andrade Freire é certamente aquele que Felgueiras Gayo nomeia como “Lopo de Andrade Fer.ª cazado no Porto” [Título de “Correas”, § 45, n.º 14].
LOPO DE ANDRADE FREIRE, recebeu carta de confirmação do ofício de escrivão dos Orfãos da Vila de Vouga, a 9-III-1680, divisando-se ainda nesse documento que «por p.te de Lopo de Andr.e fr.e me foi aprezentado hum meu Alvara por mim asinado (...) Eu o Princepe etc. faço saber aos q. este meu Alvara virem q. havendo resp.to ao que por sua petição me enviou dizer Lopo de Andr.e fr.e que os officiaes da Cam.ra da villa de Vouga o aprezentarão no officio de escrivão dos orfãos della que vagou por fallecim.to de João de mag.es Ferraz por ser de sua aprezentação e por nelle concorrer todas as p.tes nacessariaz p.ª o servir me pedia lhe fizesse m.ce confirmar a dita aprezentação e mandar passar carta delle (...) Hey por bem e me praz de lhe confirmar como por este confirmo e hei a dita aprezentação dos off.os da Cam.ra (...)»; alvará esse que possui a data de 27-XI-1679 [Chancelaria de D. Afonso VI, Livro 33, fls. 46-46v.º].
Por enquanto, ainda não tenho a menor ideia de quem possa ser este Lopo de Andrade Freire.
E são estas as notas relativas à documentação que, há cerca de um mês, me foi possível ler durante uma breve estadia na Torre do Tombo. Pela forma apressada como foram coligidas, terão certamente alguns erros, nomeadamente de transcrição e leitura de datas, devendo portanto ser verificadas e confrontadas com outros documentos para que remetem ou com os quais se possam relacionar, nomeadamente de natureza paroquial ou notarial.
Por serem as únicas que se encontravam microfilmadas, foram-me posteriormente expedidas fotocópias das cartas de escrivão das Sisas da Vila da Feira concedidas a Lopo de Andrade, Manuel de Sá e João Barbosa Reimão, e bem assim daquela que permite ao segundo ali continuar a servir esse ofício apesar de residir em Ovar. Se alguma delas lhe interessar, só terá que me indicar a sua morada.
Quanto à minha Avó paterna, a sua ligação a Lopo de Andrade e Cecília Coelho fica esclarecida, mas em relação ao marido subsistem-me algumas dúvidas, em virtude de uma paternidade que, apesar de extraordinariamente precoce, não é inadmissível e tudo me leva a crer que seja verdadeira. E, como é esse meu Avô que em princípio descende dos seus antepassados Pedro Soares e Violante Godinho —tanto através do neto Lopo de Andrade Freire como do neto Manuel Coelho Soares [“Soares de Vale de Cambra”, § 8.º, 1(VI) e 2(VI)] —, gostaria de saber como é que se processa a sua ligação a este casal nas duas ou três gerações que lhe são subsequentes, pois é natural que também aí tenhamos outros ascendentes comuns.
Por último, não posso deixar de lhe apresentar as minhas desculpas pelo atraso desta resposta, que se fica a dever às minhas actuais condicionantes, designadamente à de ainda não poder estar muito tempo seguido diante do computador. Numa segunda fase, para além das cotas dos documentos que já não tive tempo de ver na mencionada visita à Torre do Tombo, conto reproduzir outras dados que fui coleccionando a respeito de efectivos e hipotéticos membros desta família. E, há medida que se for avançando nesta investigação, julgo que seria útil esquematizar algumas das primitivas linhas de descendência, até porque a proliferação de homónimos não deixará de suscitar uma certa confusão a quem ainda não estiver muito familiarizado com estes Andrades Juzartes.
Um abraço e votos de um excelente Ano Novo
Miguel Mora
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro Miguel Mora
Em primeiro lugar faço votos pela rápida e completa recuperação da sua vista.
Em segundo, quero dizer-lhe que foi com imenso entusiasmo que li o precioso material com que nos presenteou. Ainda estou a digeri-lo!
Claro que tenho todo o interesse nas cópias de escrivão de sisas da Vila da Feira. Se quiser fazer o favor de mas enviar ficar-lhe-ei muito grato.
Contrariamente ao que poderia supor não sou descendente de Cecília Coelho de Andrade e de seu marido Gomes da Costa. Embora o Luís Rangel da Gama anunciasse esta senhora como única filha de Pedro Soares e de Violante Godinha - e Sousa Brandão o tenha seguido - , o facto é que, compulsando os paroquiais de Oliveira de Azeméis, se encontram, pelo menos, mais 4 filhas do casal e ainda mais uma filha, ilegítima, de Pedro Soares. São elas:
Filipa Soares - casou a 21/6/1638, com Agostinho do Couto, irmão do pároco Gaspar do Couto e filho de Agostinho Fernandes e de Ana Antónia do Couto. O próprio registo de casamento esclarece a paternidade dos noivos.
Domingas da Neves - amadrinhou, a 8/10/1639, Ana, filha de Agostinho do Couto e de Filipa Soares, sendo nesse acto identificada como filha de Pedro Soares; s.m.n.
Maria das Neves - casou a 10/1/1646 com João Soares filho de Gaspar Dias e de sua mulher Francisca Soares, residentes na Graciosa, S. João de Loureiro. O próprio registo de casamento esclarece a paternidade dos noivos.
Francisca de Andrade - casou a 10/1/1654 com Tomé de Pinho. O respectivo registo é omisso quanto à identidade dos pais dos noivos. Todavia, em 2/10/1642, Francisca de Andrade amadrinha Manuel, filho, também, de Agostinho do Couto e de Filipa Soares, sendo nesse acto identificada como filha de Pedro Soares. Viveu com seu marido na Póvoa onde faleceram, ela a 13/8/1676 e o marido a 2/1/1678.
Pedro Soares, fora do casamento, teve a Isabel de Figueiredo que se casou a 25/5/1649 com Domingos João filho de Frutuoso Fernandes. No respectivo registo é identificada como "filha bastarda de Pedro Soares da Póvoa e de Domingas de Figueiredo, solteira, da Rua" (Rua é um lugar da freguesia de Oliveira de Azeméis).
Eu descendo do casal Francisca de Andrade/Tomé de Pinho (não consigo entroncar este Tomé) o qual, ao que suponho, só teve duas filhas:
Leonor de Andrade, baptizada a 22/10/1654, sendo padrinhos Bebiano Pinto e Gomes da Costa e
Jerónima de Pinho (minha 8ª avó), baptizada a 23/5/1659, sendo seus padrinhos Filipe de Pinho e Jerónima de Pinho.
Estas duas irmãs casaram, em simultâneo, a 20/2/1678, com dois irmãos. A Leonor com Manuel Francisco Ramos e a Jerónima com António Francisco Ramos. A respectiva descendência, pelo menos na linha que me diz respeito, deixou-se ficar pela Póvoa durante mais cinco gerações caindo numa pobreza tão apagada que dela não encontro quaisquer rastos documentais que não sejam os registos paroquiais. Neste percurso, do qual só levantaram cabeça com a emigração para Coimbra, na 2ª metade do séc. XIX, de um descendente mais inconformado, foram-se os apelidos Andrade e Pinho , e surgiu o Marques Pinto. Este "emigrante" foi o meu bisavô José Marques Pinto que granjeou alguns meios de fortuna em Coimbra onde a descendência se fixou.
Aproveito para juntar alguns apontamentos dispersos que colhi nos paroquiais e que tem a ver com estas gentes.
I - De Ovar:
1 - Baptismos de filhos de Manuel de Sá e de Guiomar Ferreira
13/4/1599 Gaspar. Padrinhos: D. João, conde da Feira e Ilena Roiz mulher de Gaspar Gomes
30/9/1603 Cecília. Padrinhos: Diogo Soares e Margarida Carvalha filha de Álvaro Vaz
10/12/1605 André Padrinho Diogo Leite, da Feira
8/7/1610 - Isabel - Padrinhos: António Soares de Macieira e Madalena Soares filha de Diogo Soares
6/12/1616 - Jerónima Padrinhos: Simão Ferreira e Antónia da Costa mulher de Gaspar Pinheiro
2 Casamentos
- Em 18/1/1621 casa Lopo de Andrade Freire, filho de Manuel de Sá com Antónia Pachequa filha de João de Pinho
- Em 7/9/1631 casa João Barbosa Reimão com Cecília Coelha de Andrade. O registo mais não diz. Esta Cecília é a filha de Manuel de Sá que usava o nome de Cecília Coelha; há um baptismo, de 1616, no qual "é madrinha Cecília Coelha filha de Manuel de Sá".
É de notar que na mesma época há em Ovar outra Cecília Coelha: em 16/8/1617 é baptizada uma Francisca filha de Pedro Bairros e de sua mulher Cecília Coelha sendo padrinhos Diogo de Carvalho (casado com Isabel de Andrade) e Guiomar Ferreira
3 Mais uma Coelha
Num registo cuja data não sei precisar, penso que andará por 1616, aparece a amadrinhar uma criança uma Maria Coelha, cunhada de Manuel de Sá.
II - Óbitos de Oliveira de Azeméis
24/7/1675 Morre Lopo de Andrade Freire da freguesia da Vila Chã de Cambra
10/5/1676 Morre Cecília Coelha, viúva. Seu genro Manuel de Pinho é obrigado aos bens de alma(esta é a filha "conhecida" de Pedro Soares e de Violante Godinho).
20/8/1678 Morre Manuel de Pinho Soares - sua mulher Angela de Andrade é obrigada aos bens de alma. Fica, assim, esclarecido o nome desta filha de Cecília Coelho que Luís da Gama não registara.
III - Ocela
Num filme dos mormons que cobre índices de Ocela aparece uma referência, com data de 1733, na qual se dá notícia de que ali se casaram, cerca de 1655, Lopo de Andrade com Isabel Asunção os quais foram avós de Joaquim Freire de Andrade, natural da cidade de Lisboa, freguesia do Sacramento, o qual é filho legítimo de Francisco Freire de Andrade e de Leonor de Andrade. Encontro o baptismo deste Francisco em 22/11/1670, em Oliveira de Azeméis, sendo seus padrinhos Francisco Barbosa da Cunha da Vila de Ovar e Maria, solteira.
Peço desculpa da anarquia que aqui vai, mas parece-me prudente expor estes pequenos flashs, pois o seu conhecimento, às vezes, por sorte, pode poupar-nos imenso trabalho.
Um abraço amigo do
João Fonseca Barata
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro João Fonseca Barata
Agradeço, reconhecido, não só as amáveis palavras que me dirigiu mas também os inúmeros dados genealógicos que as acompanhavam, a maior parte dos quais me era completamente desconhecida; apelando ainda à sua compreensão para a demora com que de novo lhe estou a responder.
Em relação à minha anterior mensagem, está obviamente errada a data em que João Barbosa Reimão foi encartado no ofício de escrivão das Sisas da Vila da Feira, pelo que onde figura “3-XX-1632” deve passar a constar 3-XII-1632. Na altura não fiz referência ao facto de nas cartas de concessão deste ofício se declarar que o agraciado foi examinado e considerado apto pelo Conselho da Fazenda; o que, a exemplo do Desembargo do Paço, poderia implicar a realização de inquirições de genere. Mas, mesmo que fosse esse o caso, quer o terramoto de 1-XI-1755 quer um incêndio ocorrido cerca de 1854 se terão encarregado de as fazer desaparecer.
Também então me esqueci de mencionar (por a ter fora do sítio) a carta de concessão da Capitania de Manora a Fernão de Andrade Juzarte [Chancelaria de D. Filipe I, Doações, Livro 16, fls. 147-147v.º]; mas, pelo facto de a respectiva letra ser péssima, talvez venha a necessitar de algum tipo de ajuda, ficando por enquanto suspensa a sua divulgação. E a propósito de transcrições, devo salientar que me tenho limitado a reproduzir (tão fielmente quanto possível) o conteúdo dos documentos, embora noutro tipo de trabalhos utilize sempre as “Normas gerais de transcrição e publicação...” do Padre Avelino de Jesus Costa.
Por motivos já explicitados, as notas que a seguir apresento resultam de pesquisas pontuais e pouco consistentes, devendo portanto ser encaradas com alguma reserva. Sobretudo no que toca à documentação das Chancelarias Régias, é até provável que alguns dos indivíduos em causa sejam apenas homónimos ou nada tenham a ver com a família de que nos ocupamos.
O conhecimento dos Andrades Freires da Terra da Feira é ainda muito dificultado pela itinerância verificada em alguns dos seus ramos. Mas, pelo menos no caso daquele de que deverá descender o meu Avô paterno, estou plenamente convencido de que essa invulgar disseminação é explicável através da ligação a duas das grandes Casas do Reino, ambas detentoras de importantes senhorios na região; laços esses que um estudo mais rigoroso dos livros da igreja do Santíssimo Sacramento de Lisboa certamente evidenciará.
REFERÊNCIAS E COTAS DE DOCUMENTOS NÃO VISTOS NA TORRE DO TOMBO:
COMENDA DE SÃO MIGUEL DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS, NA ORDEM DE CRISTO: tombo realizado no ano de 1606, sendo comendador Diogo de Castilho [Mesa da Consciência e Ordens, OC/CT 175].
Nota: estou convencido de que, pela data em que foi elaborado, este tombo poderá conter informações muito úteis. Assim a letra o permita...
DOMINGOS GODINHO FREIRE: carta da Capitania de Ambaça [Chancelaria de D. Filipe III, Livro 22, fl. 83].
Nota: nas Chancelarias que estão ordenadas por Doações e por Perdões/Legitimações, quando a esse respeito nada digo é porque me estou a referir à primeira situação.
FERNANDO DE ANDRADE JUZARTE: alvará para juiz comissário [Chancelaria de D. João IV, Livro 13, fl. 200v.º].
FERNANDO DE ANDRADE DE SÁ: carta de escrivão do Passo da Madeira [Chancelaria de D. João IV, Livro 12, fl. 91v.º].
FRANCISCO BARBOSA DA CUNHA: carta da Capitania de Assezim [Chancelaria de D. João IV, Livro 15, fl. 186].
FRANCISCO BARBOSA DA CUNHA: carta da Capitania de Barsellor [Chancelaria de D. João IV, Livro 15, fl. 186v.º].
FRANCISCO FREIRE DE ANDRADE: carta de capitão da Índia [Chancelaria de D. Afonso VI, Livro 20, fl. 59v.º].
JOSÉ PEREIRA GODINHO FREIRE DE ANDRADE: processo(s) de justificação de nobreza [Arquivo dos Feitos Findos, Justificações de Nobreza, Maço..?, n.º ..? e/ou Cartório da Nobreza, Justificações de Nobreza, Maço ..?, n.º ..?].
Nota: o Visconde de Sanches de Baêna informa que a este indivíduo foram concedidas armas de Pereiras, Correias, Godinhos e Freires de Andrade, por carta de 9-X-1803 [“Archivo Heraldico-Genealogico”, n.º 1640, p. 414]. É provável que em pelo menos um dos fundos acima indicados exista o antecedente processo de justificação de nobreza, no qual certamente estará clarificada a naturalidade de alguns dos seus antepassados, que me parece apontar para a zona que nos interessa.
LEONOR DE ANDRADE: alvará de mercê de ofício [Chancelaria de D. João IV, Livro 22, fl. 53v.º].
LOPO DE ANDRADE: carta de Juiz das Sisas de Salir do Porto [Chancelaria de D. João III, Livro 46, fl. 59v.º].
LOPO DE ANDRADE: carta de padrão de juro de 30$000 [Chancelaria de D. Sebastião, Livro 32, fl. 287].
LOPO DE ANDRADE: provisão de procurador do Hospital de Coimbra [Chancelaria de D. Filipe II, Livro 34, fl. 74].
LOPO DE ANDRADE: carta de juiz da Alfândega de Diu [Chancelaria de D. Filipe II, Livro 44, fl. 152v.º].
LOPO DE ANDRADE FREIRE: habilitação pelo Desembargo do Paço, no ano de 16....? [Leitura de Bacharéis, M.4, n.º 1].
Nota: pela data, que me esqueci de apontar, fiquei com a sensação de que poderia ser o L.A.F. residente no Porto, mas não pude consultar o processo por o mesmo se encontrar em mau estado. No entanto, fui informado que nestes casos se pode solicitar uma autorização especial, só que, como esta pode demorar 48 horas a ser despachada, isso acaba por ser incompatível com as minhas idas à Torre do Tombo, apenas num dia e sempre a correr.
LUÍS DE CARVALHO: testamento datado de 23-VIII-1605, através do qual instituiu uma capela no Convento de São Francisco de Lisboa [Convento de S. Francisco de Lisboa, Livro 26, fl. 360 ?].
Nota: esta cota foi indicada pelo Arq.º Luís Soveral Varella em anterior mensagem, mas quando estive na Torre do Tombo, não consegui localizar este documento, talvez porque entretanto tivesse a documentação sido reclassificada no âmbito do novo catálogo dos conventos de Frades Menores.
PEDRO SOARES: provisão de procurador dos Cativos da Vila da Feira [Chancelaria de D. Filipe I, Livro 22, fl. 34].
Nota: pela cronologia, este agraciado poderá ser o “patriarca” Pedro Soares, de Teamonde [“Soares de Vale de Cambra”, § 1.º, II].
D. VIOLANTE GODINHO: carta de padrão de juro de 50$000 [Chancelaria de D. Filipe III, Livro 31, fl. 232].
DADOS EXTRAÍDOS DE LIVROS PAROQUIAIS DA FREGUESIA DE SÃO CRISTOVÃO DA VILA DE OVAR:
Em (4)-VI-1682, «forão padrinhos João f.º de Fr.co Barboza de Saa escrivão das Sizas na v.ª da Feira (...)» [Livro 6, fl. 367v.º ].
Nota: este Francisco Barbosa de Sá é seguramente o filho de João Barbosa Reimão e Cecília Coelho que Felgueira Gayo designa como “Fran.co Barboza casado em Ovar c.g.” [Título de “Correas”, § 44, n.º 14], o qual terá sucedido ao pai naquele ofício e, segundo uma nota que tenho (mas não sei de onde a terei), teria ainda sido escrivão proprietário dos ofícios da Câmara e Almotaçaria de Ovar entre 1697 e 1708.
Em 3-X-1683, «forão P.P. frei Manoel Pinto de Carvalho e Joanna freire filha de Lopo de Andrade freire» [Livro 6, fl. 400].
Nota: este Lopo é provavelmente o que foi capitão na Restauração, filho de Manuel de Sá e Guiomar Ferreira.
Em 9-X-1683, «forão P.P. o R.do P.e An.to Gomes cura de Arada e C.na de Afoncequa m.er de fr.co Barboza de Sáa» [Livro 6, fl. 401].
«Guiomar Fr.ª Barboza faleceo o 1.º de Novembro de 675 dia de todos os Santos, seu marido fr.co Barboza da Cunha fara bem por sua alma (...)».
Na margem esquerda: presente de 40 p.es mes de 39 p.es anno de 40 p.es tem satisfeito tudo» [Livro 9, fl. ..?].
Nota: era filha de João Barbosa Reimão e Cecília Coelho, e mulher de seu primo direito Francisco Barbosa da Cunha.
Cristovão Soares Coelho, viúvo, faleceu na vila da Feira em 26-X-1686 «e veio a enterrar a esta freg.ª sua f.ª Brites pinta coelha fara o bem por sua alma» [Livro 9, fl. 112v.º].
Nota: não tenho a certeza se pertence a esta família.
«Izabel Godinha freire faleceo em os dezasete de 7.bro de mil e seiscentos e oitenta e nove seus herdeiros farão o bem por sua alma fes testam.to (...)».
Na margem esquerda: «prezente de 50p.es mes de 50 p.es anno de 50 p.es pagou trigo e am.tas fes mais dois officios na forma do testam.to de 50 p.es cada hum» [Livro 9, fl. 150v.º].
Nota: fará certamente parte desta família, embora eu desconheça a sua filiação.
«Joana de Andrade freire moradora na Rua das figeiras desta freguezia faleceo aos coatro dias do mes de Junho de seis sentos e noventa e hũ annos Recebeo todos os sacramentos fes testamento e deixou por seus testamenteiros a Francisco Barboza de Sá desta freguezia e A Lopo de Andrade freire m.or na cidade do Porto os coais daram satisfação aos seus bens dalma e as mais que do testamento consta e por verdade mandei fazer este que asinei (...)».
Na margem esquerda: «prezente 30p.es mes 30 p.es Anno 30 p.es pagou coatro alqueires de trigo e des testois de amentos bem satisfeito» [Livro 9, fl. 161v.º].
Nota: deverá ser a filha de Lopo de Andrade Freire (capitão na Restauração) atrás referida.
«Lopo ferreira desta freguezia da Rua das figeiras faleceo aos treze de Julho de mil e seis sentos e hũ Recebeo todos os sacramentos sua m.er M.ª doliveira lhe fara o bem pella sua alma e por verdade mandei fazer este que asinei (...)» [Livro 9, fl. 161v.º].
Nota: não tenho a certeza se pertence a esta família, embora me tenha chamado a atenção o nome próprio e a rua onde habitava.
«Maria de Andrade da Rua da praça desta freg.ª veuva que ficou de fran.co de Almeyda faleceo en os sete de Julho de mil e seiscentos e noventa e dois sua filha Brites fara o bem por sua alma Recebeo todos os sacramentos (...)».
Na margem esquerda: «officio prez.te de 20 p.es (...)» [Livro 9, fl. 167].
Nota: ignoro se pertence a esta família. No entanto, despertou-me a atenção o apelido, o n.º de padres dos ofícios e o facto de a rua da Praça estar muito ligada aos meus antepassados ovarenses..
«Joanna de Andrade molher de fernando leitão faleceo em os vinte e sete de Julho de mil seiscentos e noventa e dois (...)».
Na margem esquerda: «officio prez.te de 30 p.es (...)» [Livro 9, fl. 167].
Nota: é provável que faça parte desta família.
«Fran.co Barboza da Cunha da Rua da praça desta freg.ª faleceo em os vinte e dois de outubro de mil e seiscentos e noventa e dois, não recebeo sacramento nenhũ por morrer de hũ acidente q. não de lugar p.ª se lhe administrarem seus filhos farão o bem por sua alma (...)».
Na margem esquerda: prezente de 17 p.es mes com 30 p.es anno com 30 p.es pagou coatro alqueires de trigo e des testois de amentos tem satisfeito» [Livro 9, fl. 168v.º].
Nota: era viúvo de sua prima direita Guiomar Freire Barbosa (ou Guiomar Freire de Andrade), atrás citada. A casa da rua da Praça continuaria ainda, por largas décadas, a ser a principal residência ovarense dos seus descendentes.
DADOS EXTRAÍDOS DE LIVROS PAROQUIAIS DA FREGUESIA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO DA CIDADE DE LISBOA:
«Aos dezoito diaz do mez de Julho de mil e setecentos e trez nesta Igr.ª freg.ª do s.mo Sacram.to eu o P.e João de affonceca Parocho baptizei a Antonio f.º de Fran.co Freire de Andrade e de sua m.er Leonor de Andr.e freire desta freg.ª, forão Padrinhos por procuração o Marquez de Arronches velho e sua biznetta D. Luiza Cacemira (...)» [Livro B.-3, fl. 155 ?].
Nota: em relação aos padrinhos, trata-se de Henrique de Sousa Tavares, 28.º sr. da antiquíssima Casa de Sousa, 3.º conde de Miranda do Corvo e 1.º marquês de Arronches, e de sua bisneta D. Luísa Casimira de Sousa Nassau e Ligne, então com apenas nove anos, que se tornaria 30.ª sr.ª da dita Casa, 6.ª condessa de Miranda do Corvo e duquesa de Lafões.
Em 7-III-1704, foi baptizada «D. M.nna Ignacia, f.ª de João de Andrade freire e de sua m.er D. Clara Maria Francisca m.ores nesta freg.ª na rua da olivr.ª foy Padrinho M.el Soares Coelho; e madrinha por procuração D. Lionarda M.ª da Silva sua tia (...)» [Livro..?, fl. 163].
Nota: nada sei a respeito deste João de Andrade Freire, mas desconfio que possa ser outro dos filhos de Manuel Coelho Soares e Mariana de Meireles, já que o padrinho dificilmente deixará de ser o homónimo que Manuel Soares de Albergaria Paes de Melo afirma ter-se recebido em Lisboa, a 4-VI-1684, com Sebastiana Pinheiro [ “Soares de Albergaria” § 63.º, 20], se nos
Em 10-I-1700, «nesta freg.ª e no oratorio das Excelent.az S.nraz Marquezas de Aronchez (...) Francisco Freire de Andrade f.º de Lopo de Andrade freire e de sua m.er Izabel dasumpção já defuntos n.al da freg.ª de oliveira Bispado do Porto e m.or nesta freg.ª do s.mo Sacramento; com Lionor de Andrade freire f.ª de Manoel Coelho soarez, e de sua m.er Marianna de Meirellez já defuntos, n.al da d.ª freg.ª de oliveira, do d.º Bispado, e m.ra tãobem nesta do s.mo sacram.to (...) o Cardeal dispensou vocalmente dos banhos (...) sendo primos em 2.º grau (...) T.as o C.de de Vila Verde e João de Andrade freire (...)» [Livro ..?, fl. ..?].
Nota: D. Pedro António de Noronha, 2.º conde de Vila Verde e 1.º marquês de Angeja, era casado com D. Isabel Maria Antónia de Mendonça, filha mais velha dos 1.os Marqueses de Arronches. Quanto à outra testemunha, tudo leva a crer que seja o mesmo João de Andrade Freire do assento anterior.
Em relação a esta freguesia, cumpre-me dizer que nunca investiguei propriamente os respectivos livros paroquiais. Na sequência de dados recolhidos nos da freguesia de Medelim, limitei-me a tentar localizar o assento do baptismo do meu presumível antepassado António Freire de Andrade, conseguindo ainda anotar um outro que me pareceu ter interesse e o do casamento dos pais, verificando posteriormente que ambos terão escapado a António de Souza-Brandão — ele é, evidentemente, o Francisco Freire de Andrade que refere na última parte da sua mensagem.
Creio, no entanto, que os assentos parcialmente transcritos, apesar de escassos, indiciam claramente que estes Andrades Freires, porventura após a morte dos pais, se transferiram para a Capital enquanto protegidos e criados da Casa de Sousa-Miranda-Arronches, tendo alguns dos seus descendentes continuado a servir as de Vila Verde-Angeja e Monsanto-Cascais, que com a primeira se encontravam estreitamente aparentadas.
DADOS EXTRAÍDOS DE UMA HABILITAÇÃO DE GENERE DA CÂMARA ECLESIÁSTICA DE LISBOA, ACTUALMENTE NA TORRE DO TOMBO:
«Diz Ant.º de faria Pim.tel natural de Vila Verde dos francos, freg.ª de N. Sr.ª dos Anjos (...) f.º leg.º de Bruno de faria Pimentel, natural desta cid.e occidental freg.ª de S. Niculao, e de sua m.er Sicilia de Andr.e fr.e natural do lugar de olivr.ª de Azemeis freg.ª de S. Mig.l (...) lhe falta a noticia serta da Naturalid.e de seu avô Paterno Fran.co de Caminha por ter vindo de hũa das ilhas p.ª esta Corte p.ª caza de Fr.co Alz Soares, da Cotuvia Pay da Primr.ª Duqueza do Cadaval, donde cazou primr.ª vez de cuio matrimonio teve hũ f.º q. mandou p.ª o estado da India, e lá se recolheo Rellig.º de S. Fr.co (...) cazou o d.º seu avoo 2.ª ves com Juliana M.ª sendo já de mais de 50 ans, de cuio matr.º naceo o d.º Bruno de faria Pay do supp.e mezes depois do falecim.to do avoo do supp.e como consta por certidões que aprezenta da d.ª freg.ª de S. Nicolao, donde viveo e morreo antes de nasser o d.º Bruno de faria (...) q. pella certidão junta se acha com Idade de 57 ans (...) e fazendo lhe prez.te ser hum homem onrrado com seus Pais velhos, e pobres, com a penção de sinco irmãns donzellas, e hũa dellas alleijada, e hũ Irmão mais (...) mais declara que é neto pela parte pat. de Fr.co de Caminha e de sua m.er Juliana Maria, n.al da freg.ª de S. Jozeph E pela mat. de M.el Coelho Soares, n.al de Olivr.ª de Azemeis, e de sua m.er Marianna de Meyrelles, n.al de S. P.º de Ossella, Bispado de Coimbra (...)» [Câmara Eclesiástica de Lisboa, Maço 27, n.º 9].
De acordo com uma certidão existente no processo, Bruno de Faria Pimentel e Cecília de Andrade Freire casaram-se no oratório da Ex.ma Condessa de Vila Verde, sito na freguesia do Santíssimo Sacramento, a 22-V-1695, sendo o noivo já viúvo de D. Maria de Negreiros. E a dada altura, em Vila Verde dos Francos, uma das testemunhas da inquirição declara que o pai do habilitando tem «o contrato de ouv.dor daquella v.ª e feitor do Ex.mo Conde della», confirmando-se assim o relacionamento dos descendentes de Manuel Coelho Soares e Mariana de Meireles com as Casas de Sousa-Miranda-Arronches e Vila Verde-Angeja.
Finalmente, apenas uma nota curiosa: o irmão a que o habilitando se referia chamava-se Henrique de Faria Pimentel e Caminha, e foi casado (s.g.) com D.Juliana Micaela Lobo de Sousa, administradora do morgadio da Capela de N.ª Sr.ª da Piedade, em Pombal, e de outros vínculos em Leiria, Pombal, Ansião, Louriçal e Penela, cuja sucessão acabaria por recair em sua irmã D. Teresa Maria Lobo de Sousa, também ela minha antepassada pelo lado paterno.
DADOS RETIRADOS DO “ARCHIVO HERALDICO-GENEALOGICO”:
“160. ANTONIO DE FARIA PIMENTEL, presbytero do habito de S. Pedro e prior de Macinhata do Vouga no bispado de Coimbra; filho de Bruno de Faria Pimentel e de sua mulher D. Cecilia de Andrade Freire; neto paterno de D. Juliana Maria de Faria, e de seu marido Francisco de Caminha; bisneto de D. Simoa de Faria Pimentel e de seu marido Luiz de Mattos Camões, moço da camara do senhor rei D. João IV.
As armas dos Farias.— Br. p. a 14 de julho de 1752. Reg. no Cart. da N., liv. particular, fl. 42” [pp. 43-44].
Quanto à última parte da sua mensagem, por força das actuais circunstâncias e para não estar a sobrecarregar esta demasiadamente, terei de deixar uma resposta mais detalhada para outra ocasião. Posso, contudo, adiantar que o Joaquim Freire de Andrade ali mencionado foi prior da igreja de N.ª Sr.ª da Conceição da Castanheira do Jarmelo, no bispado da Guarda, cujo direito de apresentação pertencia à Casa dos Marqueses de Arronches. Além disso, o seu nome aparece com alguma regularidade nos assentos paroquiais de St.ª Maria de Medelim, igreja do padroado da Casa de Monsanto que, durante cerca de 35 anos, foi conduzida pelo seu irmão Manuel Freire de Andrade; a ambos os quais já me referi no tópico “Famílias de Medelim”, designadamente em http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=33647#lista.
Mas não se julgue que o facto de este prior de Medelim ter sido seguramente apresentado pelo 8.º Conde de Monsanto e 3.º Marquês de Cascais constituiu um mero acaso, dada a sua qualidade de genro dos 2.os Condes de Vila Verde e 1.os Marqueses de Angeja. No fundo, o que inicialmente parecia uma estranha dispersão geográfica tinha afinal como denominador comum a íntima ligação desta gente à Casa de Sousa-Miranda-Arronches.
Finalmente, e dada a importância de que para mim se reveste o nível geracional destes priores, muito lhe agradeceria se me pudesse transcrever o teor da notícia constante do microfilme de Ossela ou indicar a respectiva cota.
E da próxima vez não se esqueça de enviar uma direcção.
Um grande abraço
Miguel Mora
Direct link:
RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Foi com entusiasmo que li a volumosa e valiosa informação que veio acrescentar aos “Andrades”. É precioso o levantamento feito na TT. Infelizmente só tenho os fins de semana (alguns) para as genealogias e assim, contrariando os meus desejos, não vou poder, de pronto, explorar as pistas que fez o favor de enunciar.
Peço desculpa de não ter indicado anteriormente o meu endereço. É: jfbarata3arrobahotmailpontocom
1 – Quanto a Ocela, revi o filme (nº 1461968) que expõe índices e justificações dos paroquiais do Arcediagado do Vouga. O item 3 é dedicado às justificações. As de Ocela começam na pág. 225 e há duas que nos interessam. Salvo erro de leitura, rezam assim:
a) Lopo de Andrade foi legitimamente casado com Isabel de Assumpção desta freguesia na Igreja desta freguesia no ano de 1655 pouco mais ou menos e por legitimamente casados foram conhecidos e comummente reputados, foram avós paternos de Joaquim Freire de Andrade natural da cidade de Lisboa da freguesia do Sacramento da dita cidade e filho legítimo de Francisco Freire de Andrade e de Leonor de Andrade o que justificou.
À margem: J 1733 Dez 14 R 1655
b) Mariana de Meyrelles filha de António Soares e de Maria ou Mariana de Meyrelles desta freguesia de Ocela foi baptizada na Igreja da dita freguesia e a dita baptizada foi casada com Manuel Coelho da freguesia de Oliveira de Azeméis do Bispado do Porto e foi conhecida por baptizada e filha dos sobreditos pais e natural da dita freguesia de Ocela e foi avó materna de Joaquim Freire de Andrade natural da cidade de Lisboa baptizado na freguesia do Sacramento da dita cidade e filho legítimo de Francisco Freire de Andrade e de Leonor de Andrade que pretendia ordenar-se a cujo requerimento se faz a justificação.
À margem: J 1733 Dez 14.
No item 5 do mesmo filme figuram os índices dos paroquiais de Ocela e a pág. 23 esclarece que o casamento Lopo Andrde/ Isabel Assumpção teve lugar em 1659 e o de Manuel Coelho/Mariana Meireles em 1658.
2 – O Cristovão Soares Coelho falecido na Feira em 26/10/1686, que penso ser o mesmo que foi baptizado em Ovar em 20/2/1607, filho de Diogo Soares e de Maria Coelho (casados em Ovar em 30/11/1589), vem no Gayo em tit. de Soares de Albergaria § 11 Nº 14. É certo que aí não lhe é dada a filha Brites mas, o Luís Gama, bom conhecedor da região, e que o trás em tit. de Figueiredos § 29, não se esqueceu dela.
3 – Como o Miguel Mora muito bem notou algumas das gentes que aqui vimos tratando aparecem no Gayo em estado de grande confusão, designadamente no tit. de Correias. A primeira medida para a necessária arrumação passará por precisar no tempo as várias personagens. Assim, proponho que à medida que consigamos identificar e datar os indivíduos que o Gayo refere, o divulguemos. Aqui vai o primeiro contributo:
Tit. de Correias
§ 35
N 13 Álvaro Coelho em 20/11/1646 já tinha falecido. Sua mulher, Dª Branca de Miranda faleceu em Oliveira de Azeméis em 18/3/1662.
Filhos:
14 João Coelho que segue
14 Ayres Ferreira Coelho § 67
N 14 João Coelho viveu em Oliveira de Azeméis onde casou, a 20/11/1646, com Violante Caldeira filha de Manuel Fernandes e de Beatriz Nunes os quais nessa data já eram falecidos. João Coelho faleceu a 7/4/1695 com 78 anos e sua mulher em 17/12/1695, sendo a cerimónia fúnebre oficiada por 10 padres. Tiveram pelo menos:
Álvaro baptizado em Oliveira de Azeméis em 5/2/1648. Padrinhos: Cecília Coelha, mulher de Gomes da Costa.
André baptizado em Oliveira de Azeméis em 31/12/1649. Padrinhos: Gomes da Costa Caldeira e Branca de Miranda Berredo.
Duarte baptizado em Oliveira de Azeméis em 29/11/1652. Padrinhos: Maria Caldeira e o Padre Bebiano Pinto.
Luís baptizado em Oliveira de Azeméis em 17/1/1654 (morreu no mesmo local a 11/10/1683). Madrinha Paula de Pinho, sua tia.
§ 67
N 14 Ayres Ferreira Coelho viveu em Oliveira de Azeméis onde casou a 3/7/1640 com Paula de Pinho que morreu em 31/11/1657, sendo a cerimónia fúnebre oficiada por 20 padres. Tiveram pelo menos:
António baptizado em Oliveira de Azeméis em 9/9/1649. Padrinho: Padre Bartolomeu Pinto da Feira.
Antónia baptizado em Oliveira de Azeméis em 29/9/1651. Padrinhos: Gaspar Leite Cabral e Inocência de Pinho.
Álvaro baptizado em Oliveira de Azeméis em 20/2/1653
Jerónima baptizado em Oliveira de Azeméis em 6/5/1656.
Ayres Ferreira casou 2ª vez com Isabel de Andrade que faleceu, em Oliveira de Azeméis, em 27/9/1686, sendo a cerimónia fúnebre oficiada por 12 padres. Tiveram pelo menos:
Mécia baptizada em 8/11/1661
Doroteia baptizada em 23/6/1663. Padrinho: o abade de Arrifana, padre João Cardoso.
Um abraço amigo do
João Fonseca Barata
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RE: João Juzarte, FCCR
Caros confrades,
Investigando no sábado a freguesia de Góis, encontrei um casamento entre João Zuzarte e Filipa Mendes aos 23-11-1656.
João Zuzarte era filho de Domingos Zuzarte e Ana Nunes e moradores no Mião, freguesia de São Miguel do Pinheiro, provavelmente em Santa Comba Dão.
Cumprimentos
JLiberato
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Caro João Fonseca Barata
Aqui lhe renovo os meus agradecimentos a respeito da última mensagem que neste tópico me dirigiu, e muito especialmente pelas transcrições dos microfilmes de Ossela, solicitando uma vez mais a sua compreensão para os meus constantes e involuntários atrasos.
Gostaria também de lhe manifestar o meu total apoio à sua iniciativa de corrigir e completar os parágrafos que mais nos interessam do Título de “Correas” de Felgueiras Gayo, que me parece extremamente útil. Pela minha parte, e logo que me seja possível obter certos dados cronológicos ainda em falta, tratarei de lhe seguir o exemplo em relação aos §§ 43, 44 e 45.
A propósito dos diplomas régios que parcialmente transcrevi na mensagem de 04-01-2004 (11:32), cumpre-me acrescentar o seguinte:
FERNÃO DE ANDRADE JUZARTE, teve carta de concessão da Capitania de Manora (ou Manorá), a 22-III-1588, constando do respectivo diploma o seguinte (neste caso, a profusão de abreviaturas tornou necessária a utilização das “Normas gerais de transcrição e publicação...”, do Padre Avelino de Jesus Costa): «Dom Felipe, etc., faço saber aos que esta carta virem que avemdo respeito aos serviços que Fernão de Amdrade cavalleiro fidalguo de minha Casa me tem feito nas partes da Imdya e neste Reyno nas armadas e aos serviços que tãobem fez nas ditas partes Sebastião de Andrade seu tio, que nellas falleceo, cuja aução lhe pertemce per renunciação que nelle fezerão seus havoos, pay e may do dito seu filho, ey por bem e me praz de lhe fazer merce da capitania de Manora por tempo de quatro anos na vaguante dos provisos amtes de sete dias do mes de Março deste ano presemte de bcLXXXiijº em que lhe fiz della merce (...)» [Chancelaria de D. Filipe I, Doações, Livro 16, fls. 147-147v.º].
Nota: se este Fernão de Andrade Juzarte for, como tudo indica, o instituidor do morgadio referido no "Index das notas de varios tabeliães de Lisboa (...)”, esta carta régia fornece-nos a identificação de outro filho de Fernão de Andrade e Violante Godinho, de seu nome Sebastião de Andrade; cujos serviços, pelo facto de ter falecido no Oriente — seguramente solteiro e sem geração —, foram herdados pelos pais sobrevivos, que posteriormente deles abdicaram a favor do neto de que agora nos ocupamos.
Na mesma mensagem refiro ainda a antiga vila de Vouga, sede de um concelho extinto em 1853 (e actualmente apenas um lugar da freguesia de Lamas do Vouga), a propósito do qual diz Américo Costa no seu monumental “Dicionário Corográfico” [vol. XII, p. 859] que em 1842 era constituído por 10 freguesias, a saber: Agadão, Castanheira do Vouga, Lamas do Vouga, Macieira de Alcoba, Macinhata do Vouga, Préstimo, Segadães, Talhadas, Trofa e Valongo. Mais à frente, informa ainda que o Padre António Carvalho da Costa (1708) “traz largas notícias sobre a vila de que tratamos e refere que esta vila e concelho tinha dois vereadores, um procurador e um escrivão da câmara nomeados por eleição de pelouro, confirmados pelo marquês de Arronches, quatro escrivães do público, dois almotacéis e um alcaide nomeado pela câmara: tinha ainda três capitães de ordenança». Apesar de ainda não ter conseguido identificar a filiação do escrivão dos Orfãos da Vila de Vouga, não pode ser coincidência o facto de uma vez mais nos aparecer um Andrade Freire em senhorios da Casa de Arronches.
Quanto à mensagem de 09-01-2004 (13:10), confirma-se que o F.C.A. JOSÉ PEREIRA GODINHO FREIRE DE ANDRADE ali mencionado era efectivamente natural de Oliveira de Azeméis, sendo referido com seus irmãos a pp. 165-167 dos “Anais do Município de Oliveira de Azeméis”.
Com a morte sem geração legítima do 8.º Conde da Feira, ocorrida a 15-I-1700, o condado vagou para a Coroa e foi incorporado na Casa do Infantado, razão pela qual a p. 132 do 1.º vol. do “Roteiro de fontes da História Portuguesa Contemporânea”, no capítulo dedicado à CASA DO INFANTADO e sob a rubrica DOCUMENTOS POR CLASSIFICAR, se pode ler o seguinte:
“1.11.52 — Papéis vindos das comarcas da Feira, Ovar, Linhares (vilas de Lagos, Bobadela, Aguiar, Pena Verde, Fornos de Algodres), Feira (vila de Oliveira de Azeméis), Vilar de Pereiea, Jozão, Cortegaça, Castanheira do Vouga, Macieira de Cambra, de Ribatejo, Beja (vila de Serpa e Moura), vilas de Alcoutim e Cuba.
Maços 1 a 217 ............................................................... 1655/1832”.
Também existe no Arquivo da Universidade de Coimbra um vasto e importante espólio documental sobre a região de Aveiro, sobretudo no tocante a extintos conventos e comendas do respectivo distrito.
Na sala de leitura, e sob a designação de “Próprios Nacionais do Distrito de Aveiro”, encontra-se aquilo que julgo corresponder às antiquíssimas fotocópias das correspondentes listas de remessa da Direcção Geral da Fazenda Pública. Uma rápida análise das mesmas, permitiu-me retirar da primeira parte (dedicada aos principais conventos) os itens subsequentes:
MOSTEIRO DE AROUCA
220 Livro com o número 17 – Tombo do concelho de Vila da Feira.
221 Livro com o número 18 – Tombo do concelho de Vila da Feira.
244 Livro – Tombo 1.º da freguesia de S. Miguel (de Oliveira de Azeméis ?).
245 Livro – Tombo 2.º da freguesia de S. Miguel (de Oliveira de Azeméis ?).
270 Livro – Tombo dos concelhos de Arouca, Vila da Feira, Oliveira de Azeméis, Macieira de Cambra e Ovar.
Segue-se a parte designada como “Catálogo geral do arquivo dos suprimidos conventos pertencentes à Fazenda Nacional”, onde estão sumariamente relacionadas as espécies de outros conventos, de comendas e de casas senhoriais do distrito, tais como:
COMENDA DE RIO MEÃO
1 Tombo 1.º de Rio Meão.
2 Tombo 2.º de Rio Meão.
CONDADO DA FEIRA
6 Tombo 1.º da vila de Ovar.
7 Tombo 2.º da vila de Ovar.
8 Tombo 3.º da vila de Ovar.
9 Tombo das freguesias de Souto, Mosteirô, S. Vicente de Pereira, S. Martinho da Gandara, Macieira de Sobral, Degarei e Valega.
10 Tombo das freguesias de Fornos, Escapães, Arrifana, S. João da Madeira, etc.
11 Tombo das freguesias de S. João de Ver, Louroza, Friaes, S. Jorge e outras.
12 Tombo do concelho de Oliveira de Azeméis, Cambra, Arão, Ouzela, Palmaz e Jugueiros.
13 Tombo das freguesias de Ouzela, Santa Maria de Ouriosa, Madail, Oliveira de Azeméis, S. Tiago, Ribadul, Macinhata da Seirêa, S. Roque e Romariz.
14 Tombo das freguesias d’Espargo, Arada, Maceda, Romariz, Rio Meão e outras.
15 Tombo dos portados da Vila d’Ovar, do condado da Vila da Feira, feito no ano de 1769.
Anotação manuscrita: Entregues em depósito à Câmara Municipal da Feira – Desp.º M.al de 23.IX.1939 – em 17.X.39. Of.º da D. G.al Faz.da P.ca e telegrama.
16 Livro de foros e rendas, findo no ano de 1800.
17 Livro da divida velha sendo Reitor o Sr. António Rodrigues de Sousa Vale, feito no ano de 1816.
18 Livro da divida velha com os seus competentes abonos, lançado no livro d’Arca, reformado no Govêrno do Sr. Reitor Joaquim de Azevedo e Araujo.
Anotação manuscrita: Entregue à Câmara da Feira – Of.º da D. G.al da Faz. P.ca de 4.III.1940, N.º 3372.
MOSTEIRO DE CUCUJÃES
Este fundo contém pelo menos um tombo, vinte e oito livros de prazos e diversos livros de foros.
Como já o informei em mensagem enviada para o seu e-mail, efectuei na passada sexta-feira uma primeira abordagem aos documentos de Cucujães, tendo então consultado um códice que no índice vem assinalado como “Tombo do Mosteiro de S. Martinho do Couto, feito no ano de 1637”, mas que mais não é do que uma sucinta descrição das propriedades e dos sucessivos emprazamentos de que foram sendo alvo até ao 3.º quartel do século XVII. Existe, porém, um grande tombo, que espero poder examinar durante a próxima semana; mas, como também já tive oportunidade de lhe referir, estou convencido de que a maior parte da documentação beneditina respeitante a Oliveira de Azeméis se encontrará no cartório do Mosteiro de S. Bento da Avé Maria do Porto, que a partir do ano de 1616 passaria a deter duas terças partes da renda do de Cucujães.
CASA DE AVEIRO
Este fundo contém enormes tombos de casas, propriedades e marinhas, sitas em Aveiro e seus limites.
COMENDA DE ROSSAS
126 Tombo 1.º de Rossas.
127 Tombo de Rossas.
128 Tombo de Rossas.
129 Tombo de Rossas.
130 Tombo 2.º de Rossas.
131 Livro da Comenda de Rossas.
132 Livro da Comenda de Rossas.
MARQUÊS DE ANGEJA
Este fundo contém, entre outros, um livro da Comenda de S. Tiago de Beduído, um livro da Comenda da Trofa e vinte e dois livros de prazos.
CONVENTO DE S. JOÃO EVANGELISTA DA FEIRA
162 Tombo de S. João Evangelista da Feira.
163 Livro 1.º de prazos.
164 Livro 2.º de prazos.
165 Livro 3.º de prazos.
166 Livro 4.º de prazos.
167 Livro 5.º de prazos.
168 Livro 7.º de prazos.
169 Livro 8.º de prazos.
170 Livro 9.º de prazos.
171 Livro 10.º de prazos.
172 Tombo velho das rendas, foros e casais.
173 Livro e memorial da fazenda dêste convento para se dar principio ao tombo, tão necessário para a sua aumentação.
174 Tombo velho.
Anotação manuscrita: Entregue em depósito à Câmara da Feira em 3.II.940. Of.º da D. G.al Faz. P.ca de 20.XII.1939, P.º 1587, L.º 42.
COMENDA DE FROSSOS
175 Tombo da comenda de Frossos.
176 Tombo da comenda de Frossos.
177 Segunda parte do tombo da comenda de S. Paio de Frossos.
Nas últimas folhas, depois de uma nota manuscrita intitulada “(acrescentamento ao inventário primitivo: espécies aparecidas na conferência de 1937) — integradas nos respectivos núcleos”, são ainda enumerados alguns documentos, entre os quais:
2 1 Livro de aforamentos de Angeja – 1682.
3 Tombo do Hospital de Albergaria – 1774.
Traslado do lançamento das cisas de Ovar – 1787.
Cópia autêntica dos documentos da Igreja de S. Paio de Frossos.
Condado da Feira — Tombo dos casais de Castanheira e Agadão.
Anotação manuscrita: Entregue à Câmara da Feira em 17.X.1939. Telegrama da D. G.al F.da P.ca.
1 Tombo da comenda de Frossos.
1 Tombo da comenda de S. Julião de Cacia.
11 volumes numerados 1 A ... registando foros de Feira, Arouca, Cambra, Albergaria, Santa Cruz de Coimbra, Convento de Grijó, Frossos, Aveiro, Santo Tirso, Rio Meão e juros de todos os concelhos do distrito.
1 livro da cobrança de foros da Comenda de Rio Meão de 1830.
Foros de Cucujães.
Prazos de Esgueira.
Condado da Feira — Tombo das freguesias de Carregosa, Escariz, e Lousõe.
Condado da Feira — Tombo do concelho de Pereira – Insua e Couto de Cortegaça.
Condado da Feira — Tombo das freguesias da Feira – S. Felix e Travanca.
Anotação manuscrita: Entregues em depósito à Câmara da Feira.
5 maços de Cucujães.
1 Livro Comenda de Vagos.
Como pela confusa parte final se pode constatar, a listagem é muito incompleta e só se pode lamentar que durante mais de meio século nada tenha sido feito no sentido de a transformar num índice digno desse nome, onde necessariamente fossem rectificados e desenvolvidos os títulos, apostas as cotas e indicado o âmbito cronológico das diferentes espécies. Não tenho, porém, qualquer dúvida de que se a respectiva documentação tivesse sido transferida para o Arquivo Distrital de Aveiro — ao qual, no meu entender, pertence de direito — há muito esse trabalho estaria realizado!
E quanto aos valiosos manuscritos que há cerca de 60 anos foram entregues à Câmara da Feira, tudo aponta para que os mesmos se encontrem depositados no competente Arquivo Municipal, onde certamente constituirão dois dos principais núcleos documentais.
Um grande abraço do
Miguel
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
olhe amigo, eu tambem procuro godinhos, mas do distrito de Portalegre-Sousel-Vila do Cano.ja procurou na biblioteca de Lisboa, as genealogias de Manso de Lima??existe muitos ramos dos Godinhos.Eu faço muitas buscas na Torre do Tombo, em Lisboa, por microfilmes.um abraço carlos
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RE: Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Senhor Luís Varella:
Só hoje tive conhecimento da questão por si colocada há tanto tempo. Investigo, há quase 30 anos, um ramo de Juzartes de Andrade a que pertencem os correios-mor de Coimbra. Estes descendem dum Miguel Juzarte de Andrade, FCA (que está bem documentado) casado primeira vez (em 1564) com Mécia Godinho de Andrade e segunda vez com Maria Ribeiro Cardoso, de Aveiro. Este Miguel Juzarte foi escrivão dos orfãos e tabelião em Cantanhede, cargos em que sucedeu a seu irmão Cristóvão Juzarte. Estes estão ligados à bacia do Vouga. Seu pai Juzarte Agostinho (e não Agostinho Juzarte de Andrade como referem os nobiliários) viveu em Aveiro até ser punido por D. João III, por crime, obrigando-o a exílio por três anos. Retirou-se para Cantanhede onde deixou descendência. Cristóvão Juzarte quando renuncia no irmão a um dos ofícios fê-lo perante o notário de Lamas do Vouga. Do primeiro casamento de Miguel Juzarte foi neto, por via materna, o desembargador Miguel Juzarte de Azevedo. Na "leitura de bachareis" deste, o futuro conde de Cantanhede, D. Pedro de Meneses, diz que a avó de Miguel Juzarte de Azevedo se chamava Mécia Godinho de Andrade.
Muitos mais dados possuo sobre este ramo, ascendentes e descendentes.
Que relação poderá haver entre o casal Miguel Juzarte de Andrade-Mécia Godinho de Andrade, de Cantanhede, e o casal Fernão Juzarte de Andrade-Violante Godinho (de Almeida), de Rio Meão, seu contemporâneo?
Fico à sua inteira disposição para qualque informação complementar.
ABT
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Juzarte de Andrade e Godinho de Almeida da Feira
Boa tarde,
Tenho também ascendentes da família Zuzarte, mas em Penela, em meados do século XVII:
FRANCISCA MENDES ZUZARTE, natural da paróquia de S. Miguel, Penela, em 1683 e casada em 1701 com JOÃO MENDES;
Filha de,
FILIPA ZUZARTE, nascida em 1655 no Infesto, paróquia de S. Miguel, Penela, casada em 1675 ANTÓNIO JOÃO, do casal das Palras, paróquia de S. Miguel, Penela;
Neta materna de,
DOMINGAS JUZARTE e MANUEL JOÃO, moradores em Penela.
Ainda não encontrei o assento de casamento de Domingas Juzarte e por isso estou um pouco bloqueado para subir um pouco mais na árvore...
Cumprimentos,
Américo Oliveira
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