Adopção e uso de Apelidos
This topic is classified in rooms: Famílias | Formação
Adopção e uso de Apelidos
Caros Confrades,
Tenho algumas dúvidas quanto à origem e adopção de apelidos, que me surgiram com dois antepassados e dois apelidos (Carvalho e Veiga), que passaram a ser usados na minha família, nos finais do Sec. XVIII, sem que haja qualquer ligação aos mesmos, quer por antepassados, quer por padrinhos ou conjugues, não sendo os detentores expostos.
Apresentando os dois casos:
Carvalho
Até ao nascimento de Arcenio Francisco de Carvalho (Coutada - Freguesia de S. Pedro da Cadeira - Torres Vedras) em 1771, casado com Valentina Benedita da Conceição (S. Mamede da Ventosa - Torres Vedras, todos os seus antepassados utilizavam o patronímico"Francisco". Este Carvalho deu origem ao apelido "Maria de Carvalho", usado pelos seus sucessores. Posso adiantar que na Coutada existe um apelido "Roque de Carvalho", mas que não tem qualquer ligação aparente;
Veiga
Até ao nascimento de Manoel Francisco da Veiga (Cazal da Amoreira - Freguesia de S. Pedro - Torres Vedras) em 1804, casado com Maria Gertrudes Rosa (Turcifal - Torres Vedras), todos os seus antepassados utilizavam o patronímico"Francisco";
Não sei se algum confrade, já se deparou com alguma situação parecida, acredito que sim, mas aproveito para divulgar esta minha experiência, na esperança que alguém tenha alguma dica no sentido de resolver este meu mistério.
Cumprimentos,
Jorge Mota
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Jorge Mota
Tenho visionado inumeros assentos paroquiais duma dada freguesia, como é o caso de S. Miguel de Machede no concelho de Évora e após uma associação entre os mesmos cheguei a algumas conclusões.
A adopcão dos apelidos principalmente nos séculos XVII e XVIII não tinha regras especificas. É vulgar encontrar apelidos que saltam gerações, muitas vezes os apelidos resultam de patronímicos, mesmo entre irmãos os apelidos eram herdados indistintamente do pai ou da mãe.
É verdade também que por vezea os apelidos são adoptados dos padrinhos ou das madrinhas para além dos nomes próprios.
E por fim como parecem ser os casos que apresenta também encontrei apelidos que não teem qualquer ligação quer com antepassados, padrinhos ou gerações anteriores.
Cumprimentos,
Henrique de Melo Banha
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Jorge Mota,
há um vasto tópico neste forum precisamente sobre esse assunto:
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=219065
Em muitos, aquilo que parece adopção de um novo apelido é apenas a omissão desse apelido durante várias gerações e a sua ulterior recuperação por descendentes.
O citado tópico tem numerosos exemplos em que apelidos andaram omitidos ao longo de 4, 5 e mais gerações, e foram finalmente recuperados por um descendente.
É também frequente supor-se que se adoptavam apelidos dos padrinhos, mas não conheço nenhum caso em que isso esteja suficientemente confirmado.
Cumprimentos,
Coelho
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Coelho
Estou de acordo com a sua opinião sobre a omissão do apelido ao longo de algumas gerações como aliás referi na mensagem anterior.
Já no que diz respeito à adopção de apelidos dos padrinhos não posso concordar pois tenho um caso suficientemente documentado nos meus antepassados, para além de outros casos que também estudei e que se documentaram com base nos assentos paroquiais.
Acrescentar que muitas vezes esses apelidos adoptados não foram transmitidos aos descendentes o que não foi o caso da minha família em que o apelido adoptado pelo meu quarto avô foi transmitido até aos nossos dias.
Cumprimentos,
Henrique de Melo Banha
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Henrique de Melo Banha,
seria muito interessante se aqui deixasse a informação que tem sobre esse caso de adopção de apelido de um padrinho. A confirmar-se, será o primeiro caso concreto que vem ao meu conhecimento.
Cumprimentos,
Coelho
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Coelho
Poderá ver em detalhe a minha genealogia na página que elaborei e cujo link indico abaixo, no entanto resumidamente direi que o apelido Banha encontra-se na minha família à cinco gerações e o primeiro a usa-lo foi meu quarto avô José Banha que o adoptou do seu padrinho de batismo de seu nome José Banha como consta do assento de baptismo.
O pai deste meu quarto avô de seu nome Manuel Gomes de Carvalho era natural de Reguengos de Monsaraz assim como os seus antepassados que também usaram o mesmo apelido Gomes de Carvalho. Manuel Gomes de Carvalho veio casar a São Miguel de Machede com uma natural desta freguesia onde acabou por nascer José. Não encontrei também na ascendencia da mulher de Manuel Gomes de Carvalho nenhum Banha embora fosse um apelido usado na freguesia como era o caso do padrinho de José.
Como já afirmei este meu quarto avô acabou por transmitir a toda a sua descendencia o apelido Banha.
Nesta mesma freguesia encontrei outros casos de adopção de apelidos dos padrinhos inclusivé anteriormente a este caso e no que se refere ao apelido Banha sem que os individuos que o adoptaram o transmitissem aos seus descendentes.
Deixo como referi no inicio o link para a minha página pessoal.
http://genealogia.netopia.pt/0297/
Melhores cumprimentos,
Henrique de Melo Banha
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Henrique de Melo Banha,
dei-me ao trabalho de reconstituir a sua árvore de costados, pela qual desde já o felicito:
José Banha
-- Manuel Gomes de Carvalho * 03.07.1727
-- -- Bernardo Gomes de Carvalho * c. 06.01.1669
-- -- -- Pedro Mendes Catela * 09.07.1633
-- -- -- -- Jorge Gomes de Carvalho ***
-- -- -- -- Maria Fernandes (Pires?) Catela ***
-- -- -- Isabel Mendes Gatta * 19.02.1640
-- -- -- -- Pedro Gatto
-- -- -- -- -- Pedro Gatto * c. 1590
-- -- -- -- -- Domingas Lopes
-- -- -- -- Maria Fernandes ***
-- -- Susana Maria * c. 1669
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Henrique de Melo Banha,
dei-me ao trabalho de reconstituir a sua árvore de costados, pela qual desde já o felicito:
José Banha
-- Manuel Gomes de Carvalho * 03.07.1727
-- -- Bernardo Gomes de Carvalho * c. 06.01.1669
-- -- -- Pedro Mendes Catela * 09.07.1633
-- -- -- -- Jorge Gomes de Carvalho ***
-- -- -- -- Maria Fernandes (Pires?) Catela ***
-- -- -- Isabel Mendes Gatta * 19.02.1640
-- -- -- -- Pedro Gatto
-- -- -- -- -- Pedro Gatto * c. 1590
-- -- -- -- -- Domingas Lopes
-- -- -- -- Maria Fernandes ***
-- -- Susana Maria * c. 1669 +++
-- Margarida Josefa Rodrigues * 30.09.1742
-- -- José Rodrigues * 03.06.1708
-- -- -- Manuel Rodrigues * c. 1683
-- -- -- -- António Rodrigues * c. 1658 ***
-- -- -- -- Isabel Rodrigues * c. 1660 ***
-- -- -- Antónia Maria Fernandes * c. 1675
-- -- -- -- Pedro Fernandes * c. 1642
-- -- -- -- -- Lourenço Fernandes * c. 1615
-- -- -- -- -- Isabel Domingues * 04.02.1625
-- -- -- -- -- -- Diogo Dias * c. 1590
-- -- -- -- -- -- Susana Domingues * c. 1590
-- -- -- -- Inês Luis * 23.04.1642
-- -- -- -- -- Francisco Vaz * c. 1615
-- -- -- -- -- -- Francisco Vaz * b. 1570
-- -- -- -- -- -- Susana Manuel * c. 1580
-- -- -- -- -- Maria Luis * c. 1620
-- -- -- -- -- -- Jerónimo Fernandes * c. 1590
-- -- -- -- -- -- -- João Fernandes * c. 1565
-- -- -- -- -- -- -- Leonor Vicente * c. 1560
-- -- -- -- -- -- Ana Luis * 07.04.1591
-- -- -- -- -- -- -- Francisco Lopes * c. 1560
-- -- -- -- -- -- -- -- Gaspar Lopes * c. 1525
-- -- -- -- -- -- -- -- Inês Pires * c. 1630
-- -- -- -- -- -- -- Guiomar Pires * c. 1560
-- -- Sebasteana Maria Lopes * c. 14.12.1711
-- -- -- José Lopes * c. 1685
-- -- -- -- António Luís * c. 1655 ***
-- -- -- -- Margarida Lopes * c. 1655 ***
-- -- -- Maria Lourença * c. 1690
-- -- -- -- Domingos Fernandes * c. 1660 ***
-- -- -- -- Maria Lourença * c. 1670 ***
O que me parece é o seguinte: Num contexto em que claramente os registos se limitavam a indicar os apelidos patronímicos, há muita margem para especular sobre a transmissão puramente oral de outros apelidos. Por exemplo, no caso de uma família a que pertenço, em que um certo apelido se manteve na oralidade até ao presente, é preciso recuar à primeira metade do século XVIII para encontrar registo documental do uso desse apelido por um ascendente.
Por outro lado, em vários dos costados do José Banha, não consegue recuar mais do que até aos trisavós. Mais: No caso da avó paterna de José Banha, Susana Maria, nem sequer tem os ascendentes.
Ou seja, neste caso parece-me haver muito por onde especular sobre a origem do Banha, não ficando portanto limitados à hipótese de o apelido ter sido transmitido pelo padrinho de José Banha.
Assim, continuo à espera de ver um caso convincente de transmissão de apelido de padrinho para afilhado.
Os melhores cumprimentos,
Coelho
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Coelho
Na minha ascendencia tenho vários casos de transmissão de apelidos a partir de padrinhos. Destes, o mais flagrante será o que se passou com o meu bisavô paterno, pela pouca distancia de nós a que se encontra (nasceu em 1885).
1- Luís Simões -padrinho, Luís Simões.
2-António José
3-Maria de Jesus
4-António José
5-Maria da Trindade
6-Manuel da Costa
7-Antónia de Jesus
8-Manuel José
9-Maria Esteves Plácida
10-Jerónimo Pereira
11-Maria Esteves de Matos
12-Manuel da Costa
13-Angélica Maria
14-António Lopes do Pereiro
15-Clara Maria
...
De resto, á tempos em conversa com pessoas mais antigas da familia, foi-me dito que "antigamente" não era estranho estas coisas acontecerem.
Tenho outros casos na minha árvore penso que suficientemente documentados para afirmar que havia adopção de apelidos via padrinhos.
exemplos :
Cap.Silvestre Vaz Pereira (n.1717), padrinho o Padre Silvestre Vaz. neste caso o Vaz não é transmitido à descendencia, mas em todos os documentos assina como "Vaz Pereira".
Roque Marques de Carvalho (n.1715). padrinho Roque Marques. dá origem aos Marques de Carvalho de Valongo.
Cristóvão Pereira (n.1767). padrinho Cristóvão Pereira. transmite o Pereira á descendencia.
Espero que tenha de certa maneira respondido a sua questão.
Cumprimentos
E.Simões
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro Coelho
Em primeiro lugar quero agradecer as suas palavras de felicitação.
Tem razão quando diz que não tenho conseguido recuar o suficiente para se dizer a cem por cento que não existe um antepassado de José Banha com esse apelido vertido em documento. Mas deve concordar que os assentos paroquiais não vão para além de meados do século XVI. Tenho no caso dos ascendentes naturais de São Miguel de Machede conseguido ir tão longe como meados do séc. referido porque aí existe documentação o que não é o caso noutras freguesias.
O caso de Susana Maria é tipico do que afirmo pois não foi possivel encontrar documentãção.
Melhores cumprimentos,
Henrique de Melo Banha
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro E.Simões
de onde é originário o seu ascendente António Lopes do Pereiro?
cumprimentos
João Paulo Gaspar
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro João Paulo Gaspar
Do lugar de Teivas, São João de Lourosa, Viseu.
Cmpts
E.Simões
Direct link:
RE: Adopção e uso de Apelidos
Caro E. Simões,
de facto, tratando-se de um patronímico (Simões), e confirmando-se a sua não existência na ascendência imediata (até bisavós), é bem capaz de vir do padrinho!!
Cumprimentos,
Coelho
Direct link:
Forum messages ordered by date
Die Zeit wird in GMT angezeigt. Aktuelle Zeit: 13 Dez 2024, 09:40.