Percurso Padre
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Percurso Padre
Caros Confrades,
Encontro-me neste momento numa fase inicial de recolha de elementos, por forma a iniciar uma pesquisa genealógica dos ascendentes da minha esposa.
Daquilo que já consegui recolher, verifiquei que um tio-trisavô materno da minha esposa foi padre, nomeadamente o Padre António Martins Freire do Rosário, que foi pároco da freguesia de Almaceda, concelho e distrito de Castelo Branco, estando activo nessa freguesia freguesia em 1913(visto termos uma carta assinada pelo ascendente com essa data).
A minha questão prende-se em tentar recolher informação sobre o seu percurso eclesiástico, por forma a enriquecer a pesquisa que pretendo efectuar, por isso, necessitava de saber o que procurar para padres deste período (séc. XIX e princípios do séc. XX) e onde procurar essa informação.
Toda a ajuda orientadora da minha pesquisa será bem vinda.
Desde já agradeço toda a atenção dispensada.
Cumprimentos.
Paulo Rosado
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RE: Percurso Padre
Exmo Senhor Paulo Rosado,
Deverá remeter o seu pedido ao Arquivo Distrital de Castelo Branco e perguntar pela Inquirição De Genere dele. Não sei se nessa altura ainda se faziam Inquirições. No séc. precedente faziam-se e constava numa averiguação dos nomes dos Pais, Avós Paternos e Maternos e mais algum Familiar que se tenha destacado (podendo ser um clérigo) e se o Inquirido era de "limpo sangue, sem raça de nação infecta", ou seja: não tinha na sua ascendência sangue mouro, judeu, de escravo. Era "tido e havido" - expressão muito usada pelas testemunhas e por quem redigia a Inquirição - por cristão-velho.
Passando esta prova, ele começava por receber a Prima Tonsura (Ordens Menores - e fazia a tonsura, uma rapadela no cabelo, como aquela que vemos em Imagens de Santos - e poderia abandonar a vida da igreja e casar. Se se decidisse a ser Padre (muitas vezes, a família assim o determinava e mandava!), continuaria os seus estudos. Não sei, em Castelo Branco, para onde seria enviado; mas como a Diocese de Portalegre-Castelo Branco é antiga, talvez fosse estudar para um emblemático Seminário da sua Diocese, ou talvez para Lisboa. Os meus antepassados, como pertenciam à Arquidiocese de Braga, foram para lá estudar.
Alguns seguiam mesmo a "carreira das letras", matriculando-se em Coimbra, na Universidade. Outros seguiam o percurso normal de um Padre até ser ordenado.
Quando ele iria receber Ordens Sacras (Ordens Maiores, ou seja Ordenar-se), fazia uma escritura de bens. A essa Escritura dava-se o nome de Escritura de Património Eclesiástico (era o "dote" do novo Padre. Nesse processo é descrito o que ficava para sustento do P.e, quem lhe dava o quê, qual a obrigação que o novo P.e tinha por ter ficado com uma determinada propriedade, etc...).
Finalmente havia um tipo de "concurso de Admissão de Padres" - um pouco como os Concursos de Professores, para saber em que Escola ficam - em que se sabia qual a Paróquia destinada. Claro que muitas vezes, por ordem do Bispo, o P.e mudava de Paróquia.
Lembre-se que estou a falar do que acontecia, mormente, no séc. XVIII. Não sei se todos estes preceitos eram ainda cumpridos no séc. XIX.
Espero ter-lhe sido útil!
Cumprimentos,
Luís GMG
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RE: Percurso Padre
Caro Confrade,
No caso da Arquidiocese de Braga sabe onde eram feitas as ditas Escrituras de Património Eclesiástico?
Tenho um antepassado da freguesia de Barros, concelho de Vila Verde, cuja Inquirição de Genere ocorreu em 1785, o seu nome era Francisco José da Motta. Será que a dita escritura terá sido realizada num vulgar tabelião, e nesse caso talvez deva procurar no tabelião de "Pico de Regalados", dado ser o concelho de Barros à epoca, ou as ditas escrituras eram feitas mesmo em Braga, talvez num tabelião da arquidiocese?
Existe alguma forma expedita de encontrar a referida escritura?
Cumprimentos,
Jorge Mota
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RE: Percurso Padre
Caro Jorge Mota (posso tratá-lo assim?),
Esse seu antepassado fez Inquirição De Genere, certamente. Tem esses elementos?
O Arquivo Distrital de Braga tem as Escrituras de Património Eclesiástico; mas não tem para todos! Por acaso encontrei a Inquirição De Genere do meu antepassado e a sua Escritura, mas não consegui encontrar a Escritura do seu Tio, por exemplo.
Eram as Autoridades Eclesiásticas que lavravam tais registos, com os Notários da Igreja. por vezes os Padres delegavam Procuradores para os representar (especialmente outros Padres e porque eram de terras distantes de Braga e as viagens naquele tempo..... já pode imaginar!)
Muita sorte nas suas pesquisas!
Cumprimentos,
Luís GMG
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RE: Percurso Padre
Caros Amigos,
Gostei imenso a Vossa "conversa". A nossa familia também está cheio de Padres e também eu estou muito
interessada na formação que eles tiveram e o que eles fizeram (fora de resar).
O meu mais "velho" chamava-se Bernardo José Peixoto e fui Abade Nossa Senhora de Atães - Guimaraes.
(Ainda estou a pesquisar quando ele nasceu no arquivo de Guimaraes.)
Assim esta escrita no documento de baptismo do sobrinho dele, também Bernardo - este último chamava-se
Frei Bernardo de Santa Eulália (de Moura) Peixoto. Este viveu de 1788 até 1857.
Recebi este semana um "maço" de cartas dum outro irmão do Bernardo, mais novo. Este chama-se João de
Patrocinio Peixoto, nascido em 1796. Eles tiveram mais um irmão que era Padre mas duma outra ordem e
eu agora estou confundida com ele por causa do nome que me parece que ele mudou quando entrou na
ordem e depois mudou para outra ordem (de Franciscanos.(complicated indeed)
O último padre que me "apereceu" (salva seja) Chamava-se Diogo Manuel de Lima Peixoto e viveu de 1835
até 1895 e viveu em Macieira de Sarnes. O que posso concluir dos documentos que tenho - este estudou
Latim em Coimbra. O Pai deste último Padre deixou-nos um diário em que mencione que o filho tinha neste
altura "tonsura de dois graos" Que e isso???
Cumprimentos,
henriette verharen
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RE: Percurso Padre
Caro Luís GMG
Obrigado pela verdadeira "lição" que me deu sobre o percurso habitual de um aspirante a padre, foi sem dúvida de grande importância para mim, e julgo que também para outros participantes do fórum.
De facto, não sei se os mesmo preceitos estavam ainda em vigor no período que mencionei mas irei investigar.
Pesquisando um pouco mais neste fórum, descobri que afinal a freguesia de Almaceda, apesar de pertencer ao distrito de Castelo Branco administrativamente, em termos religiosos estava sob a alçada da Diocese da Guarda:
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=157075
Por isso, suponho que o meu pedido de informação deva ser direccionado ao Arquivo Distrital da Guarda.
Agradeço mais uma vez toda a informação fornecida que foi importantíssima para mim, um leigo na matéria.
Cumprimentos,
Paulo Rosado
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RE: Percurso Padre
Caro Confrade,
Agradeço desde já a sua atenção.
Sim, claro que existe uma Inquirição de Genere (Processo N.º30130).
Mas o dito "dote" de um sacerdote que entra para o sacerdócio no Séc. XVIII, era obrigatório, certo? Logo terá que haver a dita Escritura de Património Eclesiástico. A minha dúvida prende-se com o facto de saber onde procurá-la?
Já agora, diz que não conseguiu encontrar a Escritura do meu Tio, mas onde é que tentou encontrá-la?
Cumprimentos,
Jorge Mota
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RE: Percurso Padre
Caros Confrades
Tenho um antepassado padre,Casimiro Gonçalves,natural de Souro Pires ,concelho de Pinhel,portanto distrito da Guarda,sei que em 1889 ainda era padre em Ribeira dos Carinhos-Guarda ,agradeço informação onde possa estar a Inquirição de Genere.
Cumprimentos
Maria de Lurdes Correia
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RE: Percurso Padre
Caro paulo Rosado,
Tente os dois Arquivos. Outras vezes Coimbra era o local de eleição.
Muita sorte nas suas pesquisas!
Conte novidades, depois!
Cumprimentos,
Luís GMG
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RE: Percurso Padre
Queira desculpar. Onde se lê "paulo Rosado", deve ler-se: Paulo Rosado
GMG
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RE: Percurso Padre
A Escritura de Património Eclesiástico está no Arquivo de Braga! Pode não existir, porque simplesmente desapareceu durante este tempo todo, por causa de incêndios, papel que apodrecia, etc...
"Já agora, diz que não conseguiu encontrar a Escritura do meu Tio". Não era do seu Tio, mas de um Tio meu!
Cumprimentos,
Luís GMG
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RE: Percurso Padre
Caro Luís GMG
Houve um erro na mensagem anterior...
Queria agradecer mais uma vez a sua dica, e irei pesquisar nos 2 Arquivos.
Obrigado
Cumprimentos,
Paulo Rosado
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RE: Percurso Padre
Caro Confrade,
Mais uma vez obrigado!
Já agora, quando pedimos para o ADB, uma cópia de determinada Inquirição de Genere, se houver a referida Escritura eles enviam também, ou temos que pedir à parte?
Cumprimentos,
Jorge Mota
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RE: Percurso Padre
Tem que perguntar se existe. Muitas vezes não existe, como lhe referi sobre um Tio colateral meu.
Cumprimentos,
Luís GMG
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