Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
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Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Confrades
Depois de lido (e respondido) o tema «Qual o número total de indivíduos na vossa base de dados?» pensei ser interessante lançar uma sondagem sobre o tema "Qual o objectivo da sua genealogia?".
No meu caso, começou por ser, tentar identificar a origem do meu apelido.
Depois passei para as 4 linhas de ascendentes (avós) e não me parece que vá além disso.
Portanto a questão é - identificar só os ascendentes paternos, todos os ascendentes ou ... toda a gente que, de qualquer modo, esteja referenciada como ligada à família?
Já agora, se não for de "sangue azul" ou tiver um nome "sonante" como/onde pesquisa?
Obrigado e boas pesquisas
L.Salreta
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Confrade Salreta
Confesso que ainda pensei duas vezes se devia ou não participar no seu tópico. Por duas razões:
1 - O seu tópico chama-se "Qual o objectivo da sua base de dados genealógica" e logo no primeiro parágrafo diz "Qual o objectivo da sua genealogia". São dois temas distintos e passarei a explicar porquê.
2 - Na sua investigação pessoal afirma ter passado para as 4 linhas de ascendentes e remata, dizendo, "...e não me parece que vá além disso".
Expondo o meu ponto de vista, passo às minhas justificações:
1 - Qualquer base de dados, genealógica ou não, constitui uma compilação de dados/informações que, trabalhadas segundo interesses específicos, nos permitem tirar ilações sobre determinados assuntos. No caso da genealogia, temos um vasto leque de possibilidades. A título de exemplos, para não fatigar quem lê, podemos saber, por exemplo, quantos mercadores ou sapateiros ou cirurgiões ou ....(o que quiser) tivemos na nossa família, na linha ascendente directa, a dispersão geográfica dos nossos antepassados, o número total de filhos detectados, a predominância dos sexos, quantos foram cristãos-novos, quantos sabiam ler e escrever, quantos conseguiram sair do reino e vaguearam por esse mundo fora, etc, etc, etc. Ao inserirmos informação na nossa base de dados, estamos a criar condições para cruzarmos essa mesma informação. E se quisermos partilhar as nossas informações com outros genealogistas, podemos aceder a mais, pelo retorno de dados que outros conseguiram e que nos dizem respeito, numa investigação paralela. E assim tem, por exemplo, um dos objectivos de uma base de dados genealógica. Através dela, podem fazer-se estudos genealógicos com imenso interesse. Por outro lado, quando se conseguiu avançar muito no tempo, é impensável a memorização de tudo. Deste modo, ao consultar a sua base de dados, vai ver se já tem recolhidas informações de um dado ancestral, pela consulta dos nomes, por exemplo. Penso que este ponto ficou claro.
Em relação ao outro aspecto, o do "objectivo da sua genealogia", caro confrade, cada um terá o seu. O meu é um, o seu poderá ser outro completamente diferente. Há pessoas que investigam pela ambição de encontrar, algures no passado remoto, alguém "sonante", algum membro da realeza ou, muito simplesmente, um qualquer nobre nem que seja apagado; outros pretendem saber de onde lhes vem determinado apelido que carregam; a maioria, julgo sentir, faz genealogia pelo prazer de investigar o passado de onde vieram, quem lhes deu origem, que valores nortearam as suas vidas, o que conseguiram construir com o seu potencial, que marcas deixaram na sociedade onde se movimentaram, etc. Portanto, em síntese, cada um que faz genealogia tem o seu objectivo próprio. Isso em nada interfere com o conhecimento que se obtém com a construção de uma base de dados.
Considero que estas são explicações muito simplistas para tentar responder, apenas, às suas questões.
2 - Com sinceridade, confesso que o seu comentário me fez pensar imediatamente "mas que faz esta pessoa aqui, neste forun???". Este é um forun de GENEALOGIA, para quem faz investigação sobre as suas raízes e não só, onde o avançar em relação ao conhecimento do passado constitui sempre uma vitória, por mais pequena que seja. Não me é possível saber quem avançou o quê, em termos de pesquisa. Mas posso falar-lhe do meu caso pessoal. Consegui investigar até à geração 16, a contar do meu pai. Sei de muitos participantes que conseguiram muito mais mas isso também depende das fontes que se têm e se já houve outras pesquisas, feitas em tempos recuados. Para o comum dos mortais, aqueles que não possuem quaisquer ligações à nobreza, a investigação genealógica está condicionada e limitada. Eu faço parte desse lote. Só posso pretender chegar até onde os registos oficiais mo permitirem. Apenas um ramo que tenho, por pertencer a outros que tiveram acesso a diferentes fontes, consegui ultrapassar a barreira de 1500. E aqui se demonstra o interesse da partilha de informações. Por uma feliz casualidade, tenho antepassados comuns a um investigador que chegou mais atrás, ainda.
Ora quando me diz que chegou aos seus quatro avós e afirma que não lhe parece que vá além disso, só posso concluir duas coisas: ou esses avós eram todos filhos de pais incógnitos e daí ser impossível saber quem foram os seus ancestrais ou, pura e simplesmente, a genealogia não faz parte dos seus interesses.
Em conclusão, pela forma como redigiu a sua mensagem, penso que no fundo não sabe nada sobre genealogia, o que não é nenhum crime. Ninguém nasce ensinado e eu também aprendi. A sua última questão levou-me a esse raciocínio.
Deste modo, caso aceite a minha sugestão, leia, por favor, todas as mensagens deste forun que tratam sobre esta matéria, para entender como se deve pesquisar. Logo que tenha dado esse primeiro passo, esteja à vontade para colocar as suas dúvidas. Aqui todos gostam de ajudar.
Creia que investigar o passado acaba por se tornar num vício. Verá, com os seus próprios olhos, como gratificante se torna cada avanço em termos de pesquisas. Da minha parte, estou à sua disposição para ajudar no que me for possível.
Desejo-lhe boa sorte.
Maria
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Caro confrade
A minha resposta à sua mensagem deverá ser considerada sem efeito, pois só agora li o que escreveu a propósito da base de dados. Do facto peço as minhas sinceras desculpas. Ficou uma lição: a de não me precipitar nas respostas, sem antes ver BEM se houve alterações nas mensagens escritas.
É que na última vez que acedi ao tema da base de dados, ainda não tinha lido a sua postagem.
Renovo o meu pedido de desculpas pela impetuosidade.
Com os meus melhores cumprimentos
Maria
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Dona Maria !!
Desculpe mas eu só peço desculpas quando ofendo alguém inconscientemente, portanto as suas desculpas são desnecessárias e gostei da sua resposta, embora um pouco ... forte.
Talvez não me tenha explicitado bem, mas o que eu pretendia era precisamente recolher (e talvez fazer com que os confrades se questionassem sobre isso) informação sobre os vários tipos de objectivos dos seus estudos genealógicos. Quanto à questão da "base de dados" considero-a como simplesmente a colecção dos dados recolhidos e portanto, no meu ponto de vista, ela é um meio (independentemente da tecnologia usada) para atingir o objectivo de... "porque fax genealogia".
Como diz e bem cada um tem o seu e era esses objectivos que seria interessante "ouvir" (creio eu).
Quanto aos meus avós, no avô paterno vou em 1700 (10 gerações) e no materno vou em 1800 (6 gerações - a pesquisa é muito mais recente).
Obrigado
L.Salreta
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Caro Salreta
Por favor, nada de Dona Maria! Agradeço a sua gentileza e simpatia e, acredite, não pretendi ser "forte" na resposta. A língua portuguesa é muito peculiar e as mesmas palavras, empregues por uns e outros, têm ressonâncias diversas, segundo quem escreve e segundo quem lê.
Mostrou ser um Cavalheiro, espécie em vias de extinção, que me apraz constatar.
Com toda a consideração e votos de bom trabalho.
Maria
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Boa tarde,
ontem quando encontrei este tópico fiquei efectivamente a pensar no motivo que me levou a interessar pelos meus antepassados e em saber mais sobre a minha árvore genealógica. Não me considero genealogista nem pouco mais ou menos, nem me considero capaz de falar 'tecnicamente' sobre o assunto.
Não sei se o meu interesse por esta área será inato, mas quase me parece. Sempre me lembro de ter tentado saber mais, mas devido essencialmente à forma como tentei fazê-la, acabei sempre por perder as informações e ter de começar de novo.
Comecei a dedicar-me 'a isto' de forma mais 'a sério' após o nascimento da minha filha, há sensivelmente um ano atrás. Penso que esse acontecimento criou em mim o desejo de lhe deixar essa informação como legado e de não permitir que ela desconhecesse os antepassados. Outro dos motivos está relacionado com a idade dos meus avós (ambos com 85 anos) e com a consciência da quantidade de informação relevante que estes teriam para partilhar e que se perderia um dia, espero que muito distante, quando partirem para um sítio melhor. A junção destes dois motivos levou-me a dedicar à pesquisa grande parte do meu tempo verdadeiramente livre e algum dinheiro.
Após revelar à família os primeiros resultados, a recepção foi tão boa que resolvi continuar e investigar o mais longe que conseguir.
Há quem tenha recuado muito mais do que eu, mas na verdade, não é isso que me interessa. Interessa-me é o sentimento de 'objectivo cumprido' a cada registo novo que encontro e o sentimento de fascínio sempre que encontro algo novo, diferente, desconhecido.
Cumprimentos,
Vânia Viegas
(espero ter respondido à sua solicitação)
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Obrigado pela sua resposta e é este o tipo de reacção que esperava.
Infelizmente só me dediquei à genealogia e em particular à origem do apelido quando o meu pai morreu e portanto não tive os meus avós disponíveis para fazer perguntas. Aproveite bem.
Obrigado
L.Salreta
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Pelo passado, conhecer o tronco, seus ramos, as origens; pelo presente, analisar os frutos e reavaliar o sucesso ou a derrota; pelo futuro, aparar galhos, adubar o solo e, talvez, enxertar novas variedades...
É o que penso.
Abraço,
Granada
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Muitos parabéns, porque conseguiu exprimir o que leva quase todos de nós a estudar a sua genealogia
Maria
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
No meu caso:
De início não pensava que a genealogia fosse um assunto pelo qual me devesse interessar. Tudo mudou ao descobrir que se recuássemos no tempo o suficiente verificaríamos que todos estávamos relacionados uns com os outros. Todos fazemos parte de um super CORPO, único, do qual todos somos responsáveis; e, essa história do sangue azul todos o têm, basta cortar um dedo para se poder ver que o vermelho, ou encarnado, é aparente. O sangue é da cor do céu. O céu é azul?
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Sim! A grande Família Humana!
Sou da opinião de que de nada valem os avós se não valemos nós...
O céu aparenta ser azul, mas não é. Às vezes, é quase branco, outras é vermelho, ou azul como o mar que, por sua vez, também pode ser verde... É uma mistura divina. É a junção das potestades coloridas do arco-íris. E nós, os humanos, somos um cristal adâmico que, refletindo luz, tem o poder de dividir novamente as cores, na paleta do dna.
Saudações,
D.
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Caro Conde de Granada
Lindo! :-)
Nada de elitismos!
O que nos move é só o prazer genuíno de nos conhecermos, de saber o que somos para sermos melhores.
Os melhores Cumprimentos
felpo
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RE: Qual o objectivo da sua base de dados genealogica?
Caro Felpo,
Certamente que sim!
Sempre preferi, como dizia Alexandre Dumas - père -, a aristocracia do talento e do mérito a aristocracia da casta. Todavia, uma não exclui a outra; e ambas, teoricamente, se vivendo a Lei de Deus, se completam, pois o talento e o mérito implicam nobilitação, de facto ou de direito. Entretanto, a da casta costuma se deteriorar, pois depende de sucessão, de indíviduos naturalmente diferentes que, mesmo herdando "atavicamente" os genes dos seus maiores, nem sempre herdam as virtudes, e a honra (princípio da monarquia, segundo Montesquieu - Mas, lembremos que o da república é a virtude, sendo assim, em consonância com os princípios da doutrina tomista, deve haver uma sã mistura, adcionando-se aqui o elemento democrático - para mim, o principal). Aliás, a Constituição Espanhola prevê que se um fidalgo não se comportar como deve e manda as tradições, perderá seus direitos nobiliárquicos... Pena que não colocam tal princípio em ação!
Nada de falsos elitismos! O princípio da verdadeira elite é a humildade e o serviço desinteressado. Elite pressupõe mérito e, como tal, deve ser o melhor, sem quaisquer nódoas de corrupção de caráter, como o orgulho, a soberba... Que é o pecado de Satanás... O primeiro republicano... Quis ser eleito Deus (Imperador do Universo, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores) e acabou indo governar no inferno...
"Ser melhor" - Eis aqui o princípio central dos Santos Evangelhos!
Melhores cumprimentos,
Granada
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