O uso do "De" nos Apelidos
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O uso do "De" nos Apelidos
Boa Noite,
Encontro na minha Família no Século XIX, alguns avós meus com apelidos precedidos da palavra "De".
Casos dos apelidos "De Pontes" e "De Barros".
Gostaria de saber o porquê do uso desse "de",se era usual em que tipo de apelidos e famílias e de onde poderiam vir, já que não era muito habitual(era mais usual o nome e depois os apelidos seguidos sem mais nada) o seu uso.
Obrigado,
Cumprimentos,
Hugo Silvestre
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade
Os patronímicos não são precedidos de "de" por já significarem "filho de".
Os "de" que refere reportam-se à terra de origem ou a que se liga determinado indivíduo, independentemente do seu estatuto social.
Melhores cumprimentos,
José Alfredo Soares de Oliveira
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade José Alfredo Soares de Oliveira,
Muito obrigado pela explicação.
Realmente faz sentido e é o que se passa hoje muito, pelo que se em alguns países do Leste Europeu, com alguns nomes a quererem dizer de quem é filho a pessoa em questão com o uso de uma terminação no nome.
Melhores Cumprimentos,
Hugo Silvestre
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro confrade
se abolir o de do nome tem algum problema?
aboli os de no meus antepassados porque penso que só gerava confusao.
quando prenchia o nome da pessoa o apelido passavam a começar todos por de?
obrigado.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Fica pelo menos com o problema de que o dado que inseriu não corresponde à realidade documentada. Se é para consumo próprio, enfim, faça-se como se quiser, mas a genealogia sendo ciência pede rigor.
A solução para as aplicações informáticas feitas em lógicas estranhas à portuguesa passava mais por forçá-las a adaptar-se do que em cedermos sempre. Era uma forma de projecção nacional. Como falar português nos fora internacionais.
Quando Durão Barroso foi nomeado para a Comissão Europeia, houve quem ficasse feliz, pois finalmente os teclados internacionais iam começar a contemplar o til, para facilitar a escrita de um nome português. Infelizmente, Barroso preferiu mudar o nome para José Manuel Barroso facilitando a vida aos senhores e continuando a dificultar a dos portugueses que tentem escrever português no estrangeiro.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade:
Poderá usar um programa que lhe permita uma solução para o estilo português (e outros) da composição dos nomes, com prefixos, partículas, sufixos etc. e que permita a ordenação dos nomes conforme quiser.
Eu uso o TMG.
Cumprimenta,
Vasco Galvão
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Hugo Silvestre,
Tipicamente, os apelidos portugueses têm três origens: patronímicos, toponímicos e alcunhas.
Os toponímicos estão genericamente ligados, como dito acima, a uma origem geográfica. Daí a existência da partícula "de": de Sousa, de Bragança, de Macedo, de Oliveira, etc.
Os patronímicos derivam de um nome próprio, quer sob a forma integral (veja-se o uso como apelido dos nomes póprios Afonso, Duarte, Miguel, Silvestre), quer sob a forma de genitivo, uma terminação (mas nem sempre) que determina uma relação de posse. Ou seja, o príncipe Afonso filho de Henrique, chamava-se Afonso Henriques, sendo esse "es" usado no final o genitivo, que corresponde a um encobrimento via declinação de um "de" ou um "do" entretanto caído em desuso. O Afonso do Henrique (Afonso Henriques), ou o Sancho do Mendo (Sancho Mendes), ou o Martim do Nuno (Martim Nunes), ou do Rodrigo (Rodrigues), do Fernando (Fernandes), do Martim (Martins), do Marcos (Marques). O modelo de Leste, com "es" em vez de "ov" ou de "itch" foi usado em Portugal até avançada a Idade Média (e com excepções mais recentes), mas caiu em desuso, passando esse patronímico a ser usado como apelido. Tal como na escandinávia e na Inglaterra tem a terminação "son", filho: Johnson, Bjornson, etc.
Atentamente, nuno de m.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro nuno de m.
Muito obrigado pela explicação.
Suponho então que dos apelidos que descobri, são referentes a serem filhos de alguém com o mesmo apelido ou nome, até porque outros meus Avós, pais desses mesmos com esse apelido, têm também o mesmo apelido com o "de" , penso eu.
Se forem de origem toponímicos, então não saberei de onde provêm os apelidos Barros e Pontes especialmente aparecidos na Zona Saloia no Século XIX.Se alguém souber ficaria grato.
Obrigado,
Atenciosamente,
Hugo Silvestre.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade,
Cumprimentos,
Quanto aos apelidos de, servem para identificar as famílias, no caso dos Lopes, são da Costa, Os Ferreiras são de Melo,
indica o local da origem da família, de onde ela é oriúnda,e assim sucessivamente. por exemplo: D. Soeiro Raimundo é de Ribadevizela, por isso se chama D. Soeiro Raimundo de RibadeVizela. So serve para identificar a pessoa, e não a confundir com os demais, que existem por esse país fora e pelo mundo, com nomes idênticos, ou iguais.
Penso que fui bem explícito,
Receba, cordiais saudações,
Agostinho Lopes da Costa e Ferreira de Melo.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade
Descendo de uma Mariana Ferreira, natural de Melo, que casou em 1697 e todos os filhos e seus descendentes usaram o apelido Ferreira em vez do apelido do pai/avo mas ninguem usou "de Melo". Acha que sao os mesmos Ferreira como os seus ou seria uma familia diferente?
Muito agradeco qualquer informacao ja' que esta Mariana Ferreira 'e fim de linha.
Os melhores cumprimentos.
M. Rosario
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Hugo Silvestre,
Peço desculpa mas não percebo a sua questão:
"Suponho então que dos apelidos que descobri, são referentes a serem filhos de alguém com o mesmo apelido ou nome, até porque outros meus Avós, pais desses mesmos com esse apelido, têm também o mesmo apelido com o "de" , penso eu."
Pode reformular?
Atentamente, nuno de m.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade Nuno de M.
Atendendo á sua explicação tão esclarecedora e que demonstra um conhecimento sério da questão, muito agradeço que, se souber me explique então o que podem querer dizer as partículas: dos e da.
Exemplos: eu tenho "da Fontoura" no meu nome; alguns ancestrais tinham "da Fontoura", outros não. Devo respeitar óbviamente os nomes como estão escritos nos assentos, não é?
Tenho colaterias que são "dos Santos Pato"; como se liga o Santos Pato ao dos? Ou será que eram "dos Santos" e depois apareceu o PATO? É que por acaso, tenho a situação de ao procurar assentos de baptismo, a certa altura desaparece-me o "Pato"; ou seja, o último ascendente que encontrei é "dos Santos" e não aparece o apelido PATO.
Tenho ainda outros colaterais, que são "de Sousa Teixeira"; não acho que caibam na sua definção sobre o "de" (toponímico), não lhe parece?
Agradeço pois os seus esclarecimentos.
Desde já obrigada
Maria Isabel
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Cara Maria Isabel,
Andando pelo Genea há algum tempo, acaba por se apanhar bastante informação. Cruzando - de forma sempre crítica - com publicações e leituras sobre história e genealogia... Com tempo uma longa explicação, que jugo pode também servir ao confrade Hugo Silvestre.
Imagine que na Idade Média, numa época em que não existiam propriamente apelidos, dois condes, Raimundo e Henrique, casavam com as filhas do Rei de Leão Afonso VI.
Eventualmente, em homenagem ao sogro, chamavam Afonso aos seus filhos. Como se distinguiam um do outro, nos documentos, ou numa mera conversa, os dois bebés? Usar um sobrenome, um segundo nome, podia ser uma maneira de o fazer. Indicar a relação com o pai era uma maneira. Daí usarem-se os patronímicos, que em Portugal e Espanha tinham até tradição romana e daí virem em formato declinado (não sou línguista mas será pacífico que a língua portuguesa não mantém declinações - pelo menos do género das latinas ou alemãs) indicando uma posse, um caso possessivo.
Ficaram pois as crianças sendo conhecidas como Afonso Raimundes (Afonso que era filho do Raimundo) e Afonso Henriques (Afonso que era filho do Henrique), por acaso os futuros Afonso VII "espanhol" e o nosso Afonso I, ou Afonso Henriques. Claro que há excepções (Viegas é filho de Egas, por exemplo) e usos de patronímicos que aparentam nada ter a ver com o nome do pai. Como excepções terão possivelmente, uma explicação particular, ligada ao concreto da existência daquela família e casal progenitor, quase sempre impossíveis de explicar tantos séculos depois.
Originalmente, estes patronímicos não eram apelidos, já que isso não existia, mas sim formas de identificar um indivíduo que não eram transmitidas aos sucessores.
Um caso histórico com nomes perceptíveis:
Diogo Fernandes (séc. X) foi pai da condessa Mumadona Dias (Dias quer dizer filho de Diogo ou de Diego)
À parte: para outra explicação deixo a ideia de que o nome Diogo é uma das traduções portuguesas para o nome bíblico Jacob, lido como Iacob, que com os séculos acabou transformado em Iaco, Iago, Ieco, Ioco. Em paralelo também o Santo Iago acabou aglutinado em Sant'Iago, que gerou o São Tiago)
Repegando: Mumadona Dias casou com Hermenegildo Gonçalves (Hermenegildo é o mesmo que Mendo e que Mem, só que um é versão de origem erudita e os outros versão Popular, o mesmo para António e Antão, que geraram o patronímico Antunes; Fernando e Fernão que deram o patronímico Fernandes, Rodrigo e Rui que deram o patronímico Rodrigues ou Roiz).
Esta casal, Mumadona e Hermenegildo/Mendo/Mem tiveram Gonçalo Mendes, que teve Mendo Gonçalves, que foi pai de Ramiro Mendes, por sua vez pai de Ordonho Ramires.
Reparará que os patronímicos sucedem-se sem que exista uma transmissão como apelido:
Diogo Fernandes
Mumadona Dias casada com um Mendo Gonçalves
Gonçalo Mendes
Mendo Gonçalves
Ramiro Mendes
Ordonho Ramires.
Mas reparou também que sem que exista transmissão como apelido o patronímico Mendes surgiu duas vezes, já que alguém se lembrou de dar ao filho o nome do avô. Imagine isso num documento. Facilmente dois Gonçalos se lembrariam de chamar Afonso ao filho, era um nome com pergaminhos na Península Ibérica. O rei queria confirmar uma doação e precisava de testemunhas que "assinavam" o documento da doação, chamava os dois Afonsos Gonçalves para virem assinar e havia que os distinguir um do outro, era aí que entravam as designações toponímicas, relacionadas com um topónimo.
Um era da família que tinha o senhorio da terra de Paiva, ficava Afonso Gonçalves de Paiva; o outro tinha o senhorio do Paço Vedro de Magalhães, ficava Afonso Gonçalves de Magalhães.
Com o tempo, esses nomes de origem toponímica acabaram por ser usados como apelidos, quando no início não passavam de uma forma de indicar a pertença a um local: Era o Afonso que era filho do Gonçalo e que morava na terra de paiva e o afonso que era filho de gonçalo mas morava no paço vedro de magalhães. E se se escreviam estes toponímicos em documento era natural que acabassem, com o tempo, e por tradição, por serem assim referenciados. Tendo sido transmitidos aos sucessores e às tantas até aos vizinhos que trabalhavam nas imediações daquela terra ou sob o mando daquele senhor às vezes nem tendo nascido ali.
Num processo recente, no Brasil, muitos dos Guimarães actuais são apenas descendentes de e(i)migrantes portugueses oriundos da região em redor dessa cidade e que em Portugal usavam outros apelidos. Quantas vezes não se deu com o fenómeno de tratar alguém cujo nome não se recorda com o nome da terra onde vivia. Eu tempos, conheci um Santo Tirso, cujo apelido sempre ignorei. Com o tempo também, muitas vezes, caíu o "de". Noutros casos não. Por isso um "Melo" e um "de Melo" serão possivelmente primos e da mesma família, com um qualquer trisavô comum e bisavôs que acabaram registados com o apelido transcrito de forma diferente, por incúria/distracção/erro ou opção pessoal do registador.
Repare que a obrigação do registo civil (em 1911) levou a que se cristalizasse um nome oficial, para manter ao longo da vida - antes disso não havendo um registo centralizado sempre se podia ir acrescentando e tirando nomes a gosto e em função do estado de alma e espírito. A partir do registo civil, pagam-se multas e em muitos sítios nem eram os pais a registar os filhos pelo que os erros ocorrem e transmitem-se.
Quanto aos patronímicos, quem não assinava nada ou quem lá na terra/sítio onde vivia não convivia com homónimos bem escusava de juntar mais uma designação ao seu nome. Não precisava de se distinguir de ninguém e continuavam a ser Fernando Esteves (filho de um Estevão), ou Simão Soares (filho de um Soeiro), ou Martim/Martinho Simões (filho de um Simão). A partir de determinada altura, esses patronímicos cristalizaram, por assim dizer, e deixaram de indicar uma ligação ao pai, começando mesmo a ser usados como nome de família. Como não havia regras, estes nomes podiam ser transmitidos de qualquer forma, em grande parte dos casos indicavam ligações a um ancestral muito distante, por exemplo um Pais actual muito possivelmente descende de um Paio/Pelágio que viveu na Idade Média, como um Pires (ou um Peres) descenderá de um qualquer Pedro/Pêro medieval. Mas nem isso está garantido, já que a ausência de regras escritas e burocráticas era sempre ajudada pelo criatividade pessoal. O que origina também que em qualquer terra onde houvesse Rodrigos com filhos, surgissem depois vários filhos qualquer coisa Rodrigues espalhados pelo país, sem terem nada a ver uns com os outros.
Quanto aos seus colaterais, caem ambos, quer Sousa, quer Teixeira, nos exemplos toponímicos, a pedir a partícula "de", em querendo usá-la ou em mantendo-se a tradição do uso. Sousa virá em princípio da terra de Sousa, Penafiel, onde corre até o rio Sousa. Teixeira é uma freguesia de Baião. Às vezes, há toponímicos pouco evidentes. O "da" será também toponímico. Era alguém que vinha "da Fontoura", nas Astúrias, parece. Tal como em português legítimo quem viesse da terra da Maia, como Gonçalo Mendes, O Lidador, que era Gonçalo Mendes da Maia, ou no caso sugerido pelo Hugo Silvestre. Ponte/Pontes pode implicar descendência de Gonçalo Gonçalves que no século XV viveu de Ponte de Lima. Mas também diga que é "da Ponte da Barca" em vez de ser "de Ponte da Barca"
Por isso nem sempre a pertença a uma terra vem indicada com um "de" e nem sempre a ligação é tão senhorial, digamos assim. Nascer/viver junto a uma barreira de terra poderia implicar que alguém fosse alcunhado como João da Barreira, passando o Barreira, com o tempo a apelido.
No caso da partícula "dos", a sensibilidade indica que têm quase sempre origem numa questão de piedade/religiosidade pessoa. Se percorrer em certas épocas os assentos de baptismo verá uma brutal sucessão de Franciscos e Antónios. São Francisco de Assis e Santo António tiveram peso nessas escolhas, tornada moda. Mas as pessoas nem se ficavam apenas por essas homenagens. Podia ser devotos de São João Baptista ou a criança nascer no dia desse santo, e chamava-se-lhe João Baptista. Baptista não era um apelido mas apenas um segundo nome próprio, como por exemplo Carlos Manuel. Ou podia nascer não no dia de um santo particular mas sim no dia de Todos os Santos, Seria Manuel dos Santos, ou no dia de Reis, Fernando dos Reis, ou no dia de Ramos, etc,. E claro que nenhum destes nomes era apelido. Quantas Marias do Céu ou dos Anjos ou do Patrocínio ou da Conceição ou da Assunção não conhecemos nós?
Com as guerras liberais, o uso de apelidos disseminou-se a todas as classes e estados sociais. Com a ascensão da burguesia, muita gente passou a usar um apelido. Por isso como havia muitos devotos de São João Baptista pelo país fora, e muita gente baptizada no dia de Todos os Santos, acabaram esses segundos nomes próprios por ser transmitidos como apelidos, surgindo com o mesmo apelido gente não era familiarmente relacionada.
Claro que com o tempo e com os registos também essas partículas "dos" desapareceram muitas vezes.
O testamente é longo, mas genericamente, sempre com excepções, é assim e ficaram por tratar as alcunhas.
Atentamente, nuno de m.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro confrade,
Muitíssimo obrigada pelas suas explicações.
Do que tenho lido e visto nos assentos, e de acordo tabém como o que aqui no Fórum tenho lido, parece-me que o que diz encaixa perfeitamente.
É por isso que acho que, provavelmente, e no caso da minha pesquisa, dos Santos Pato, "Pato" deve ter sido uma alcunha, e ainda não sei como descobrir!
Cumprimentos
Maria Isabel
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro nuno m.
Peço desculpa se não me expliquei bem.
O que quereria dizer era que os apelidos "De Pontes e "De Barros" que descobri de Avós meus, coincidir pelo que vi na minha Árvore, com os nomes dos seus pais que também tinham para além do mesmo apelido o "de".
Esse facto pode-se explicar por serem filhos do Pontes e do Barros ,mas também podem ter origens toponímicas.
De facto tenho avós Pontes e Barros com o "de" antes e que viveram e nasceram na Região Saloia, a minha dúvida é de onde serão originários esses apelidos em termos geográficos/toponímicos.
Obrigado,
Atenciosamente,
Hugo Silvestre
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade,
Muito obrigado pela explicação.
Atenciosamente,
Hugo Silvestre.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade nuno de m.,
Belissima e muito útil explicação.Devo dizer que tenho Avós a quem meteram alcunhas nos registos e eu pensar que seriam Apelidos mesmo.
Obrigado,
Cumprimentos,
Hugo Silvestre
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Hugo Silvestre,
Não sei se é isso, e desculpe-me se me engano, mas parece-me que a partir da experiência do seu próprio nome completo está a fazer uma generalização perigosa.
A convicção manifestada na sua primeira mensagem de que o uso da partícula "de" é uma coisa rara está longe de ser confirmada pela realidade dos apelidos portugueses. O uso do "de" é frequente e generalizadíssimo como a consulta de pautas escolares ou outras listagens de nomes pode confirmar.
Tipicamente, o país está dividido em três grandes zonas geográficas que tiveram formas diferentes de colonização e geraram nomes diferentes. O norte, a zona de entre douro e minho, foi governada por senhores locais que começaram a usar apelidos retirados dos nomes das terras ligados aos nomes próprios pela partícula "de". E esses apelidos disseminaram-se por familiares, trinetos empobrecidos, servos, vizinhos, etc.
Quem avós, pais, antepassados do Norte, topa constantemente com apelidos ligados ao "de", de sousa, de magalhães, de vasconcelos, de meneses, de carvalho, de sampaio, de lemos. Como o país é pequeno, acabaram por migrar e encontram-se estes apelidos por todo o país.
É pois normalíssimo que o apelido de origem toponímica venha com um "de" agarrado, isso tinha um sentido intrínseco, não era uma caturrice ou mania, indicava a origem da pessoa, O João é "de Lisboa", não é Lisboa. Esse "de" pode perder-se pelos mais variados motivos como pode ler neste mesmo tópico numa resposta à utilizadora IsabelFont.
Neste ponto em que estamos, tenha em conta que no que toca a transmissão de apelidos, não faz sentido dizer que o Hugo é Silvestre por o seu pai ser Silvestre. O Hugo é Silvestre por ser esse o apelido do seu pai e não por ser o Hugo do Silvestre. Tal como o seu pai será Silvestre por o seu avô também o ser. Isso era na idade Média. E era usado apenas com os nomes próprios (na forma genitiva, ou seja: cada indivíduo tinha um nome próprio seguido do nome próprio do pai mais a partícula "es". Fernando Rodrigo+es, leia Fernando Rodrigues)
Isto - os patronímicos . não eram originados com os apelidos do pai, só com o nome próprio do pai. Como tal não faz sentido que um antepassado seu fosse Fulano filho "do Ponte" ou Sicrano filho "do Barros". Ponte e Barros eram apelidos toponímicos e transmitidos como tal. Eventualmente os seus nomes próprios eram legados ao filho como patronímico com o acrescento do "es".
Imagine o Gonçalo de Barros. Teria um filho chamado Hugo. Ficaria Hugo Gonçalves de Barros. Era o Hugo filho do Gonçalo e não o Hugo filho do Barros. Claro que o Barros viria como acréscimo mas isso não tem a ver com a formação do nome tal como ela é feita. A distinção não é difícil de fazer. Os patronímicos resultam apenas de nomes próprios e nunca do apelido, e, em princípio, todos os portugueses são capazes de distinguir aquilo que é um nome próprio (usado como primeiro ou segundo nome) e aquilo que são os apelido (usados no final e obtidos através da filiação). E se há nomes próprios que podem passar a ser usados como apelido (Silvestre, Duarte, Afonso), já não são aceites apelidos como nomes próprios (não conheço ninguém cujo primeiro nome seja Tavares ou Ferreira).
Se os seus antepassados eram "de Pontes" ou "de Barros" era mais que normal, leia-se expectável, que o "de" fosse transmitido aos filhos. Não só não há nisso raridade nenhuma como era até o óbvio que acontecesse. Não há no caso qualquer excepcionalidade nem motivo para espanto.
Para saber a origem exacta dos seus Pontes e Barros terá de ir retrocedendo na investigação. Supostamente, Barros é um apelido toponímico retirado do lugar de Barros, Regalados, no tempo de D. Dinis, e usado primeiro por um Fernão Dias de Barros. Até ao século XVII apareceu também escrito indistintamente como Bairros. Ponte (ou Pontes) virá de um espanhol Gonçalo Gonçalves que no tempo de Afonso V casou com Brites Soares, em Ponte de Lima, e que passou a usar o apelido Ponte que transmitiu aos filhos. Claro que ligar os seus Pontes e os seus Barros a estes é que se torna mais difícil, e até se pode dar o caso de terem tido outra origem por explicar. Como saberá, os registos saloios estão online pelo que não será difícil consultá-los e tentar tirar conclusões.
Espero ter percebido as suas questões e desfeito dúvidas.
Atentamente, nuno de m.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Hugo,
Mas essa das alcunhas é outra origem de apelidos.
Generaliza-se.
Ainda agora descobri numa parente um antepassado dela que usava o apelido Curado. Umas cinco gerações antes, descubro que o Curado descendia de um António Fernandes Malcurado, do século XVII. Possivelmente, o senhor chamava-se só António Fernandes, mas de repente levou com uma alcunha Malcurado, que se transmitiu. Então no Alentejo, o uso de alcunhas como apelido é mais do que frequente.
Imagine que Alguém era conhecido como António Dias, O Bicho. De repente, os filhos eram baptizados como filhos do António Dias Bicho e tinham herdado a alcunha que passava a apelido. Será possivelmente o que sucedeu com Pato.
Mas também há casos que parecem mais honrosos, como Bravo, Valente, etc. Uma das lendas ligadas ao apelido Pinto é que terá resultado de, numa batalha, um cavaleiro ter ficado de tal forma coberto de sangue que ficou "como um pinto", leia-se todo encharcado, como quando se apanha uma grande carga de água.
Claro que neste momento, século xxi, não se pode dizer que os nomes sejam alcunhas, topónimos ou patronímicos. O que se diz é que são apelidos "de origem" toponímica, patronímica ou de alcunha.
Atentamente, nuno de m.
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro nuno de m.,
Desfez as minhas dúvidas,
Muito obrigado.
Atenciosamente,
Hugo Silvestre
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro nuno de m.,
É interessante mesmo, já que o apelido ou alcunha que encontrei era Cuca e na geração seguinte já não ha qualquer registo dessa mesma.Poderá dar-se o caso de algumas gerações mais à frente encontrar algo que me indique, como ressalvou no seu exemplo.
Muito grato pela sua preciosa colaboração,
Atenciosamente,
Hugo Silvestre
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
De referir que efectivamente não estava a fazer uma generalização a partir do meu próprio nome ,mas sim de uma curiosidade e dúvida mesmo em relação a apelidos de Avós meus com esse "de".
Grato pela preciosa ajuda uma vez mais,
Atenciosamente,
Hugo Silvestre
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caríssima Senhora
Cumprimentos,
Penso que sim, esses nomes são me familiares, Mariana Ferreira, temos o escritor Virgílio Ferreira, devem ser outros ramos da mesma árvore, que vai dar ao mesmo tronco da árvore. Se investigar, pelas certidões de casamento,nos Arquivos Distritais, depressa chega lá, e vai ver que não é caro.
Temos D. Soeiro Raimundo de Riba de Vizela, o Iº Melo, que habitou o Paço de Melo, salvo erro em Folgosinho e fundou Melo e Gouveia e foi senhor delas.
Mas não se pode começar uma árvore de tras para a frente, porque perde-se a linhagem. Temos que começar da frente para tras, porque a árvore tem muitos ramos,e não sabemos qual seguir. Não sei se me faço entender. espero que sim.
Eu ainda só possuo os do meu ramo, até á vigésima geração, se conseguir mais além, depois terei muito gosto em lha enviar.
D. Raimundo, viveu no tempo de D. Afonso Henriques, e dos Condes de Unhão, Felgueiras, é muito difícil chegar lá.
O primeiro Conde de Melo, é D. Luís Soares de Melo, como está na Geneal-net, e pode verificar as fotos da família.
Mas não podemos ir por aí, pode não ser esse ramo, temos que procurar o ramo certo, para isso tem que se pedir as certidões nos arquivos distritais, as simples em fotocópia são baratas, perde-se é um bocado de tempo, mas é lindo.
Envio cordiais saudações,
Agostinho Lopes da Costa
,
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Confrade,
Mariana Ferreira 'e minha setima avo' e ja' tenho todos os dados ate' ela mas nao consegui encontrar os pais dela e os outros antecedentes. Como diz que ja' tem ate' 'a vigesima geracao estava com esperanca que pelo meio tivesse encontrado esta Mariana Ferreira.
Com os meus cumprimentos.
Rosario
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Ex.ma Sra
Dª Rosário
Cumprimentos,
Penso que não, porque é outra linha, esta dos Melos de Santa Maria Maior de Pombeiro de Ribade Vizela, concêlho de Felgueiras, distrito do Porto, estes elementos fixaram-se aqui, onde eu resido.
Provêm de D. Soeiro Raimundo de RibadeVizela, o primeiro Melo, começa assim< a sua cronologia:
1-Formarigo Guterres, Senhor de Melo, nasceu em 985, casou em 1080, com Dona Gontinha. Fidalgo, Cavaleiro Medieval do Reino de Portugal. Viveu na Casa da Quinta do Paço de Urgueses, próximo de Guimarâes.
Filhos:
1.1-Paio Pires de Guimarães, nasceu em 1100, casou com Elvira Fernandes, filha de Fernão Pires.
1.2-Pero Pires de Guimarães, casou com Maria Pais
1.3-Fernão Peres de Guimarães, nasceu em 1080, faleceu em 1178, casou, 1090 com Dª Usco Godins de Lanhoso,
Filha de D. Godinho Fafes de Lanhoso(Póvoa de Lanhoso), "O Velho", 5º Senhor de Lanhoso e de Oureana Mendes de Ribadouro.
1.1-Paio Pires de Guimarães, nasceu em 1100. Foi um nobre Cavaleiro Medieval, do Reino de Portugal, foi senhor dos Morgadios de seu pai, localizados em RibadeVizela. Filho de Pero Formarigues de Guimarães e de Dona Gontinha, casou com Elvira Fernandes, filha de Fernão Pires, e teve:
D. Raimundo Pais de RibadeVizela, nasceu em 1130, casou com Dórdia Afonso de Ribadouro, filha de Afonso Viegas,1110,e de Aldora Pires Espinhel.
1.1.1-D. Raimundo Pais de Ribadevizela, nasceu em 1130, Rico-Homem do Reino de Portugal,tendo exercido o cargo de Governador da Covilhão, entre 1196e,1199,. Governador de Gouveia, entre 1201 e 1211, de Besteiros entre1211 e 1212. Foi senhor dos Morgadios de seu pai em RibadeVizela. casou com Dórdia Afonso de Ribadouro, em 1130, filha de Afonso Viegas, nasceu em 1100, "O Moço",e de Aldora Pires Espinhel, nasceu em 1115. de quem teve:
1.1.1.1-Guilherme Raimundes,
1.1.1.2-D. Soeiro Raimundo de Ribadevizela,nasceu em 1170-1190, casou com Dona Urraca Viegas de Barroso, n, 1160, filha de D. Egas Gomes de Barroso, n,1100, e de Urraca Vasques de Âmbia,(Lóbios).
1.1.1.3-Dª Dórdia Raimundes, casou por duas vezes, a primeira com D. Men, e a segunda com Pero Anes de Cerveira.
1.1.1.2- D. Soeiro Raimundo de Ribadevizela, nasceu em 1170, Militar com a patente de Alferes-Mor do Reino, Rico-Homem, em 1200, a exercer o cargo de Governador de Aguiar da Pena, (Vila Pouca de Aguiar).
filho de D. Raimundo Pais de RibadeVizela, e de Urraca Viegas de Barroso, têve:
1.1.1.2.1-Men Soares de Melo, n,1195-1262, que foi o Iº Senhor de Melo, casou com Dona Teresa Afonso Gato, n,1220,
filha de Afonso Pires Gato,e de Urraca Fernandes de Lumiares, n,1200.
1.1.1.2.2-Pero Soares de Alvim, casado com Maria Esteves Malho.
1.1.1.2.3-Lourenço Soares Freire, casado com Maria Rodrigues Fafes.
1.1.1.2.4- Gontinha Soares de Melo, casada com João Pires de Redondo.
1.1.1.2.5-Teresa Soares de Melo, casada com Geraldo Afonso de Resende.
É tudo o quye sei da família de RibadeVizela, e por isso lhe envio.
Também lhe envio o link da minha família, lado materno:http:/www.geneall.net/P/per page.php?id=245383
E da minha avó paterna:http://www.geneall.net/P/per page.php?id=68462.
Por enquanto não possuo mais nada, logo que tenha mais novidades, terei muito gosto em lhe enviar.
Receba cordiais saudações,
Agostinho de Ferreira de Melo e Lopes da Costa
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RE: O uso do "De" nos Apelidos
Caro Sr. Agostinho Lopes da Costa
Muito obrigada pela informacao enviada mas com muita pena minha, nao sao meus. Os meus Ferreira sao mesmo da vila de Melo, Gouveia.
Com os meus melhores cumprimentos.
Rosario
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