Casa de Balsemão : João Pinto de Sousa Coutinho,natural de Leomil
This topic is classified in rooms: Arquivos | Bibliografia | Famílias | Genética | Pessoas
Casa de Balsemão : João Pinto de Sousa Coutinho,natural de Leomil
Caros confrades
Os meus cumprimentos
Tenho em meu poder a cópia de um ALVARÁ COM SALVA DE D. MARIA I,RAINHA DE PORTUGAL,que diz:
Eu,a Rainha,faço saber a vós,D. Tomás de Lima Vasconcelos da Silva,Visconde de Vila Nova de Cerveira,
do meu concelho,Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino,e que serviu de meu Mordomo-
Mor: que JOÃO PINTO DE SOUSA COUTINHO, natural de Leomil, filho natural de ALEXANDRE LUIS PINTO
DE SOUSA, Fidalgo de minha Casa, e neto de LUIS PINTO DE SOUSA COUTINHO,me apresentou que eu
lhe fizera Mercê de o tomar no mesmo Fôro de Fidalgo dela com mil cento e três reis e dois ceitis de
moradia por mês de Fidalgo Cavaleiro,e um alqueire de cevada por dia,pago segundo ordenança, que
era o Fôro,e moradia, que ordináriamente lhe pertencia pelo dito seu pai, descontada a terça parte de
Fidalgo Escudeiro, por ter mil e seiscentos de Fidalgo Cavaleiro, e que iria este ano à India, para a dita
Mercê haver efeito, tudo por alvará de 31 de Março do ano de 1749, registado nos Livros do Registo
Geral das Mercês, como constou da certidão do seu assento, pedindo-me que, por dele haver perdido o
alvará original, do dito Fôro, lhe mandasse passar outro com Salva para o seu titulo; e por quanto com
efeito tinha ido à INDIA, no referido ano, na nau Nossa Senhora de Monte Alegre, e servido naquele
Estado por espaço de sete anos, oito meses e quinze dias, como se mostrava de uma Fé de Oficios,
dada em Gôa a 7 de Janeiro de 1757, e esperava da minha real Grandeza lhe houvesse por satisfeita a
condição de ir à India; o que tudo por mim visto com seu requerimento. Hei por bem e mando a dita
Mercê se cumpra,como lhe havia feito e neste se contem,que se registará em seu Titulo com as ditas
declarações,cá de ter satisfeito a condição da India;pondo-se para isso as verbas necessárias.Lisboa 23
de Junho de 1781.Seguem-se a assinatura e o selo grande da Rainha D. Maria I, mais um averbamento
no Diploma por parte do Visconde de Vila Nova de Cerveira onde se lê: Alvará com Salva,pelo qual Vossa
Magestade há por bem, se manda, que a Mercê que havia feito a JOÃO PINTO DE SOUSA COUTINHO, do
Fôro de Fidalgo da Sua Real Casa, com mil cento e cincoenta e três rei,e dois ceitis de moradia por mês,
e um alqueire de cevada por dia, que ordinariamente por seu pai ALEXANDRE LUIS PINTO DE SOUSA lhe
pertencia,descontada a terça parte de ser filho natural. Se cumpra e tenha efeito, como tudo nele assim
fica declarado.
Este JOÃO PINTO DE SOUSA COUTINHO prestava serviço militar na Praça de Valença,onde a 16 Outubro
de 1762,por carta patente de D. José, que conservo comigo, foi nomeado capitão de uma das três
Companhias novas de que o dito Rei,na mesma data,mandou levantar no Regimento de Infantaria da
dita Vila.
Sobre a menção filho natural,como consta do diploma de D. Maria ( filho havido de pais solteiros, entre
os quais não haja ao tempo da concepção ou do parto impedimento matrimonial) alguem escreveu
uma nota,que transcrevo: "...Pondo de parte,para já, o reparo que suscita a ocultação do nome da mãe
(sempre certa) e a insistência quanto à linha masculina até o avô,podemos concluir que o dito JOÃO
PINTO DE SOUSA COUTINHO fôra, pelo menos, perfilhado pelo pai. E digo,pelo menos,porque parece ter
sido legitimado por subsequente matrimónio do pai com Dª JOSEFA MARIA DO ESPIRITO SANTO, ambos
de Leomil.
Casou em Valença do Minho com Dª MARGARIDA ANTÓNIA PEREIRA DA CUNHA,, filha do dr, João Luis da
Silva Pereira e de D. Catarina Luisa Pereira de Barbosa Soares da Cunha Brandão.
Desse matrimónio nasceram vários filhos. Destaco dois, LUIS PINTO DE SOUSA e ALEXANDRE LUIS PINTO
DE SOUSA.ambos oficiais de artilharia, e foram dois dos 7500 Bravos do Mindelo. O primeiro faleceu na
Figueira da Foz,onde prestava serviço, o segundo em Valença do Minho.
Deste segundo encontrei na página nº24, do "Dicionário Aristocrático,contendo os alvarás dos Foros de
Fidalgo da Casa Real que se "achão" registados nos livros das Mercês,hoje pertencentes à Tôrre do Tombo,
desde os mais antigos que "nelles" há até aos "actuaes". Tômo I (A-E),Lisboa na Imprensa Nacional,1840.
Na dita página encontramos duas referências a dois ALEXANDRES,que transcrevo:
A 1ª diz: ALEXANDRE LUIS PINTO DE SOUSA,NATURAL DE TÕES,COMARCA DE LAMEGO,filho de LUIS PINTO
DE SOUSA COUTINHO,FIDALGO DA CASA,E NETO DE LUIS PINTO DE SOUSA. FIDALGO CAVALEIRO,POR
ALVARÁ de 18 de Março de 1706. Livro das Mercês d'El rei D. Pedro II,folhas 17 verso.
A segunda referêcia diz respeito ao filho de JOÃO PINTO DE SOUSA COUTINHO,O ALEXANDRE LUIS PINTO
DE SOUSA,que transcrevo: ALEXANDRE LUIS PINTO DE SOUSA,NATURAL DA VILA DE VALENÇA DO MINHO,FILHO
DE JOÃO PINTO DE SOUSA COUTINHO,FIDALGO DA CASA,E NETO DE ALEXANDRE LUIS PINTO DE SOUSA,
FIDALGO CAVALEIRO,POR ALVARÁ DE 3 DE SETEMBRO DE 1788.LIVRO DAS MERCÊS DA RAINHA Dª MARIA I,
FOLHAS 208.
O Luis Pinto de Sousa Coutinho,que viria a ser Visconde de Balsemão,foi Sargento-Mor na Praça de Valença
na mesma altura em que o irmão(ou meio irmão) JOÃO PINTO DE SOUSA COUTINHO era lá capitão.
Julgo que este JOÃO PINTO DE SOUSA COUTINHO nasceu em Leomil por volta do ano de 1728,não sei o ano
exato, e faleceu em Valença em 8 de Setembro 1813(ou 15).
Tenho tentado obter mais dados, mas sem sucesso,pois não sei,concretamente,onde me dirigir.
Tenho um assento de batismo de uma criança,batizada em Santa Maria dos Anjos,Valença,onde se lê que
JOÃO PINTO DE SOUSA COUTINHO e mulher,MARGARIDA ANTÓNIA PEREIRA DA CUNHA,representaram o
Ex.mo Sr. LUIS PINTO DE SOUSA COUTINHO,Secretário de Estado,e mulher, a Ex.ma Srª Dª Catarina Micaela
de Sousa Cesar de Lencastre,por procurações destes, no referido acto. Isto foi em 14 de Junho de 1794.
Se algum dos confrades me puder dar algumas pistas sobre o assunto em questão fico muito grato.
Cumprimentos
Francisco da Mota Lopes
Direct link:
Forum messages ordered by date
Die Zeit wird in GMT angezeigt. Aktuelle Zeit: 07 Nov 2024, 15:37.