Medalhinha Antiga
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Medalhinha Antiga
Boa tarde,
Será que alguém consegue dizer aproximadamente de que época é a medalhinha que pode ser vista nas fotos, no link abaixo?
http://s1267.photobucket.com/albums/jj556/anacurate/?start=all
A medalha foi encontrada pelo meu pai num terreno da família, perto de Coimbra.
Desde já agradeço qualquer informação.
Ana
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RE: Medalhinha Antiga
Cara Ana,
De um lado vemos o que pode ser Cristo como pastor. Do outro Nossa Senhora do Pilar. Parece-me ser de final da Idade Média ou ainda do século XVI.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Medalhinha Antiga
Cara Ana
Coloquei o pedido num fórum sediado em Coimbra e obtive a seguinte resposta que transcrevo
"As imagens que colocou no archport mostram um tipo de medalha comum em contextos funerários associados normalmente a conventos, embora também surjam em algumas alcáçovas, principalmente se existir alguma área de necrópole no seu interior.
As peças mais antigas que conheço surgiram em níveis atribuídos aos séculos XVI-XVII de diversos locais do país como Santarém, Coimbra, Sertã, Sabugal, Porto, Alcobaça e Montemor-o-Novo. Em Lisboa, a maior parte dos autores considera a sua cronologia mais tardia, já dos séculos XVII-XVIII. Em Castelo Branco e em Monsaraz também foram encontradas peças semelhantes.
Atenciosamente,
Carlos Boavida"
Boa tarde
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Medalhinha Antiga
Cara Confreira:
É certamente do século XVII ou XVIII, apesar de no século XIX continuarem a ser cunhadas nos mesmos moldes. Estas medalhinhas proliferaram no pós contra reforma. Algumas cunhadas em Roma, eram exportadas para todo o mundo católico e, são bastante comuns. Remotamente poder-se-á pensar que ainda seja dos finais do século XVI, mas dúvido imenso. Alguns modelos foram feitos por mais de 200 anos.. tal como outras medalhas de cariz religioso dos nossos dias. Uma verdadeira indústria sacra.
Com os melhores cumprimentos,
Manuel
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RE: Medalhinha Antiga
Caro Ricardo Charters d'Azevedo:
Quero só alertar que isso me parece ser resposta de arqueólogo. Um dos males dos arqueólogos é que só lidam com o que escavam, em contextos específicos. Eu herdei uma monumental colecção dessas medalhas, rosários com medalhas aplicadas e por aí em diante, tal como muitas pessoas que conheço. O seu uso não me é completamente claro, mas não dúvido que teriam propósitos mais do que funerários. Deveriam até ser para uso diário, com um sentido apotropaico. Pelo menos os que estão em rosários teriam de ter... Algumas até eram de prata e ouro. Quanto às datações, parecem-me acertadas e, isso deve-se ao carácter técnico do seu trabalho.
Com os melhores cumprimentos,
Manuel
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RE: Medalhinha Antiga
Peço desculpa pelos erros. Escrevi rapidamente e não reli.
cumprimentos,
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RE: Medalhinha Antiga
Caro Manuel
Claro que é a resposta de um arqueólogo pois eu coloquei o pedido de informação num fórum de arqueólogos.
É sempre bom escutá-los ...
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Medalhinha Antiga
Caro Ricardo Charters d'Azevedo:
Claro, pelo menos nas datações nunca se enganam e eu pessoalmente agradeço-lhe imenso a informação. Conhecia-as de um contexto devocional íntimo e, agora fiquei a saber que também era comum as pessoas serem enterradas com elas. Fico apenas preocupado com o modo como vejo os arqueólogos encararem as suas descobertas e, fazerem afirmações sobre os usos específicos dos objectos, como se contemplassem todas as possibilidades de utilização. Esta minha participação foi mais um desabafo pessoal do que outra coisa qualquer. Tenho muitos amigos arqueólogos e, por vezes, debato estas questões com eles.
Gostaria ainda de lhe fazer uma pergunta. Tem conhecimento de descendentes dos Motas Botelhos Madureiras, morgados de Ulmar em Leiria? Aparentemente o único ramo que até hoje encontrei com descendência é o da minha família mais próxima.
Cumprimentos,
Manuel Apóstolo
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ULMAR
Caro Manuel Apóstolo
Agora é que me apanhou. Conheço Ulmar, perto de Leiria, mas não sabia que teria havido um morgadio com essas terras que eram terras dp D. João Principe do Brasil, conforme mapa que apresentei na publicação de que sou co-autor "Villa Portela, os Charters d'Azevedo em Leiria e as suas relações familiares (sec XIX)" (http://www.guardamor.com/livro.php?id=965) na figura 54.
Nem Olimpio Duarte Alves no seu "Monte Real, costumes e tradições das terras de Ulmar", Leiria 1963 fala de morgadios.
Julgo até que esses campos pertenceram aos frades de Santa Cruz de coimbra e que os tinam arrendados.
Pesquisando na TT, encontra-se uma "Diligência de habilitação de Cristovão da Mota Manso" em 1699 (PT/TT/TSO-CG/A/008-002/1160) que era pretendente a familiar, solteiro natural da Quinta do Campo de Ulmar, termo de Leiria, freguesia de S. João da Póvoa de Monte Real, filho de Pedro Botelho da Mota e de D. Joana Maria Sarmento; neto paterno de Manuel da Mota Madureira, natural de Tânger, e de D. Isabel Soares Sarmento, natural de Lisboa; e materno de Manuel Velasques e de D. Sebastiana de Almeida, não se falando de qulquer morgadio mas simplesmente de uma quinta que deveria pagar renda aos Cruzios.
Assim se tivesse indicações mais precisas eu agradecia.
Sobre a famílias que aponta só conheço e vi referenciados em Leiria os Botelhos (julgo que tenho uma pequena árvore genealógica dos Botelhos - antigos de Leiria), mas nunca "andei" por Monte Real / Ulmar, pelo que me falta muita informaç~ºao
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Medalhinha Antiga
Cara Confreira
A medalha parece-me ser do séc. XVII. Representa a imperatriz Sta. Helena e N.ª Sr.ª do Pilar.
Cumprimentos,
José
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RE: Medalhinha Antiga
Obrigada a todos pelas respostas. Não fazia sequer ideia de quem eram as figuras da medalha.
Cumprimentos.
Ana
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RE: Medalhinha Antiga
Cara confreira
Acabo de receber :
"Boa noite Colega. A medalha é de Nossa Senhora do Pilar com cronologia para o século XVII.
É uma Entidade muito cultuada ainda presentemente em Espanha.
Apresento os meus cumprimentos
F.E.Rodrigues Ferreira"
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: ULMAR
Caro Ricardo Charters d'Azevedo:
Agradeço-lhe imenso a sua mensagem. Infelizmente nunca fui a Ulmar, nem sei se ainda hoje há lá algum vestígio desta quinta. De acordo com as informações que me chegaram seria um morgado opulento, que além da Quinta teria outras propriedades e a quem Alão de Morais (quinto tomo, primeiro volume, título de Motas Botelhos Madureiras, da Pedatura Lusitana) e Manso Lima (título de Motas, da Sertã, com a ascendência até ao século XV) dedicaram várias linhas. Soube também em tempos que havia uma publicação de meados do século XX, escrita por Olímpio Duarte Alves e, que infelizmente ainda não consegui consultar, referente a este mesmo morgado de Ulmar. Essa habilitação que refere é precisamente de um filho de um tio meu, que sucedeu na casa, mas do qual desconheço se houve ou não descendentes. Um seu tio, irmão do pai, José de Madureira Brandão da Guarda Fragoso, foi o primeiro morgado da Quinta de Valongo, em Tavira, filho do Morgado de Ulmar, Manuel da Mota Botelho de Madureira. Pouco sei das razões que os levaram a Leiria, onde é possível que fossem efectivamente parentes desses Botelhos, no entando, a sua descendência fica em boa medida por lá. No processo de habilitação ao Santo Ofício de José da Guarda Fragoso (um filho desse José de Madureira Brandão ou da Guarda Fragoso), referem-se alguns parentes vivos em Leiria. Em tempos encontrei outra referência que infelizmente não apontei, referente a uma senhora Vasconcelos, que em 1800 e poucos era a morgada de Ulmar. É um percurso nebuloso, pouco sei desse morgado para além das linhas de Manso Lima e Alão de Morais. Se algum dia tropeçar em alguma informação referente a Motas Botelhos ou Madureiras no século XVI e XVII em Leiria, pedia-lhe que me dissesse. Obrigado.
Com os melhores cumprimentos,
Manuel Apóstolo
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RE: ULMAR
Caro Ricardo Charters d'Azevedo:
Esqueci-me de referir que houve pelo menos um ramo bastardo, senão dois, que se mantiveram em Leiria e Cortes. Desconheço igualmente se tiveram descendência.
Cumprimentos,
Manuel
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RE: ULMAR
Caro Confrade Manuel A.
Sobre os Botelhos no seculo XVI a XVIII entra informação recente que corrige algumas genealogias manuscritas como a de Manuel Àlvares Pedrosa em Selma Pousão-Smith "Rodrigues Lobo, os Vila Real e a Estratégia da Dissimulatio" (vol I pag 252 e outras) , Ed da Autora, e em Francisco Queiroz "A Casa do Terreiro, história da Família Ataíde em Leiria - das origens ao século XVII", Ed da Jordis, (pag 192 a 207 ). O margado indicado é o Outil, destes Botelhos.
Nas memorias paroquiais de 1758 referentes a Monte Real, encontra-se no nº 13 o seguinte texto:
"Tem tres Ermidas a saber uma de N S da Conceição no Porto Durso junto dos mesmos moradores, e que pertence aos herdeiros de João Dinis desta vila; outra na quinta de Ulmar da Senhora do O pertence ao morgado Francisco Manuel da Mota Sarmento; outra da Rainha Santa Isabel pertence á Casa Real e está situada em um alto defronte da Igreja Paroquial para a parte nascente."
Assim tem algumas indicações para continuar a avançar os seus estudos
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Medalhinha Antiga
Cara Ana
Aqui vai mais uma precisão que me enviaram no Forum em que coloquei o pedido:
"Ora bem a imagem está vestida de imperatriz e segura uma cruz, lendo-se na orla “VERA”, provável alusão à Vera Cruz. Parecem-me portanto os atributos de Santa Helena, reforçados pela legenda. Como sabe a fraseologia com que se distinguia a cada santo, foi-se modificando ao longo dos tempos. Para Santa Helena não conheço paralelos no século XVII, embora saiba que existem, mas para Nossa Senhora do Pilar, conheço vários , alguns já estudados por mim. A comunidade espanhola de Lisboa mantém um altar em S. Vicente de Fora, com uma imagem do sec. XVII de N.S. do Pilar onde celebram missa no dia de sua padroeira. Está situado sensivelmente a meio da Capela-mor na lado da Epístola.
É o que me parece.
Receba os meus cumprimentos
F.E. Rodrigues Ferreira"
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Morgado de Ulmar
Caro Ricardo Charters d'Azevedo:
Agradeço-lhe imenso essas referências bibliográficas, que consultarei numa próxima visita à Biblioteca Nacional. Quanto às memórias paroquiais de 1758, nunca tinha pensado em utilizá-las como fonte de trabalho. Vou começar a consultá-las com maior regularidade. Por acaso sabe se ainda existem vestígios dessa quinta de Ulmar? Infelizmente nunca fui a Monte Real e, na internet não encontro nada.
Cumprimentos,
Manuel Apóstolo
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RE: Morgado de Ulmar
Caro Manuel Apóstolo
Não sei se a quinta existe. A quinta deveria ter um outro nome. Eu conheço muito mal aquela zona. Ulmar é uma grade área e a quinta deveria ocupar uma pequena parte. Tem de la ir e passar la uma manhã ou uma tarde falando com as pessoas mais velhas.
Sobre os livros que lhe referi o do Francisco Queiroz encontra-o á venda aqui no Guarda Mor (http://www.guardamor.com/livro.php?id=1438). O da Dr Selma Pousão Smith encontra-o como todos os outros, por exemplo, na Livraria Ferin em Lisboa-.
Se está a estudar os Botelhos, aconselho-o vivamente estes dois livros.
Em relação á memórias paroquiais o que era relevante já lhe transcrevi. Mas encontra-as on line no site da DGArq.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Morgado de Ulmar
Caro Manuel Apóstolo
Encontrei num alfarrabista de Coimbra, o Miguel de Carvalho (968079282) um livro que lhe pode interessar:
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Ref.: 7398
Autor: ALVES, Olympio Duarte
Título: OS MORGADOS DE ULMAR
Desc.: Edição do autor, Leiria, 1970. In-8.º de 115(2) págs. Br. Ilustrado.
Dedicatória autógrafa no ante-rosto.
Obs.: Inclui prefácio do Cónego José Ferreira de Lacerda.
Esta obra constitui um interessante estudo das famílias da região de Monte Real; povoações ribeirinhas das Campos de Ulmar, banhadas pelas águas do Rio Lis.
Preço:
30 €
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Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: MEDALHA ANTIGA
Confrades;
Os m/ cumprimentos;
Como o tema é medalha antiga, permitam-me que aqui deixe esta mensagem para
vossa apreciação;
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RE: UMA SIMPLES MEDALHA, COM HISTÓRIA !! 01-03-2012, 22:17
Autor: HRC1947 [responder para o fórum] [Topo]
RE: Magalhães, o seguidor do projecto de Colombo 29-02-2012, 15:13
Autor: geneal [responder para o fórum] Caro José Maria Ferreira,
Não sei qual a credibilidade da seguinte notícia que veio no jornal, mas a ser verdade, e tirando o sensacionalismo que existe neste tipo de notícias é caso para dizer que apesar de muitos tentarem apagar e deturpar a história de Portugal, a verdade pode vir a qualquer momento ao de cima. Veja só que foi encontrado um medalhão português do século XIII num tubarão bebé na Malásia ... Por isso não desanime, tenha esperança e saiba que há quem apoie a sua visão. Se esta notícia engraçada lhe passou despercebida pode acede-la ainda aqui: http://www.jn.pt/blogs/osbichos/archive/2012/02/22/encontrado-medalh-227-o-portugu-234-s-do-s-233-culo-xvii-dentro-de-um-tubar-227-o-na-mal-225-sia.aspx
A ligação a este tópico sobre Magalhães parece-me falar por si, aquele que navegou até à Malásia há muitos séculos atrás.
Saudações
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atentamente
Ana Simões
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RE: Morgado de Ulmar
Caro Ricardo Charters d'Azevedo:
Andei um tanto ou quanto arredado do forum e, portanto, peço-lhe desculpa pela demora na minha resposta. O último livro que refere é precisamente aquele de que eu tinha conhecimento, mas nunca consultei. Agradeço-lhe ainda as restantes referências aos Botelhos e aos locais onde poderei encontrar as obras para venda. Tenho alguns amigos em Coimbra e penso que lhes vou pedir que me comprem a obra de O.D.Alves.
Cumprimentos,
Manuel Apóstolo
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