Glória do Ribatejo
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Glória do Ribatejo
Boa noite a todos!
Tenho procurado estudar as origens da minha família, natural de Glória do Ribatejo.
Glória do Ribatejo é uma freguesia portuguesa, do concelho de Salvaterra de Magos, distrito de Santarém, outrora conhecida como o lugar da Glória da Freguesia de Muge (ou Mugem).
"Conta uma lenda que um dia o rei D. Pedro I veio caçar para estas terras, na altura onde existia só mato, e que enquanto caçava no seu cavalo, lhe apareceu um "bicho" e assustou o cavalo, fazendo com que este e D. Pedro quase caíssem numa ravina. Não caíram porque D. Pedro quando viu a sua vida por um fio evocou Nossa Senhora da Glória e esta afugentou o "bicho" salvando-o da morte. D. Pedro mandou então que fosse construída uma capela no local onde ela apareceu em honra desta.
Depois, a mando do rei, foi povoada por gentes da Nazaré. Como vila isolada que foi, pois está entre Marinhais e Coruche, a Glória do Ribatejo ganhou uma cultura própria e preservou desde então."
in wikipédia
Gostaria de perguntar se alguém já estudou ou conhece algum estudo genealógico feito nesta zona.
Agradeço desde já a vossa atenção.
Com os melhores cumprimentos,
CFonseca
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RE: FAMÍLIA : Freguesia Glória do Ribatejo
Caro CFonseca;
Essa Capela fica situada em que localidade?
Como se chama a Capela.
Indique p. f. dados que ajudem.
Espero aqui por si.
Cumprimentos
Ana
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RE: FAMÍLIA : Freguesia Glória do Ribatejo
Cara Ana,
agradeço desde já o seu interesse.
A localidade é Glória do Ribatejo.
A Capela é hoje chamada Igreja de Nossa Senhora da Glória.
Espero que ajude. Qualquer outra informação que seja necessária, disponha.
Cump.
ACFonseca
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RE: FAMÍLIA : Freguesia Glória do Ribatejo
Caro Confrade;
Antes que me esqueça essa gente que foi da Nazaré para aí, é a [Nazaré junto ao mar? ]
Segue um endereço elect. sobre Freg. Glória e a Igreja Glória, toda em branco e salvo
erro alguns traços de azul, só vi de relance, mas está muito bonita.
http://goo.gl/maps/YArhE
Fico no aguardo
Ana
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RE: FAMÍLIA : Freguesia Glória do Ribatejo
Sim, é essa mesmo. É realmente muito bonita.
Quanto à Nazaré, segundo o que a história do Rancho Folclórico: "A origem dos habitantes da Glória do Ribatejo é o litoral zona da Nazaré, um misto de pescador e de pastor que mais tarde se dedicou à agricultura, único meio de subsistência, apesar da evolução dos anos não perdeu essas características tão próprias."
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CFonseca
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RE: Glória do Ribatejo
Boa noite,
Desconheço qualquer estudo genealógico na zona e prevejo que não será fácil.
Essa lenda do rei D. Pedro poderá ser aprofundada mas, para já é só lenda. Nada indica que a capela de Nª Sª da Glória tivesse sdio construída sobre algo anterior e nada há na zona que indicie um povoamento tão anterior.
No início do século XX a Glória do Ribatejo era desconhecida administrativamente; não constava dos recenseamentos eleitorais.
A população vivia à margem do restante país e conservou características únicas e dificilente classificáveis. Três décadas depois, já no Estado Novo, a Glória era tão isolada que o regime para lá exilou por motivos políticos um médico, o dr. Fonseca - será seu familiar? não conheço o apelido Fonseca como corrente na freguesia - uma excelente pessoa que lá habitava numa pequena vivenda e, pelo que julgo, nunca voltou a Lisboa. Fui amigo de uns netos dele.
Ainda por 1950, as pessoas da Glória receavam contactos com forasteiros e, quando estes por lá passavam, fechavam-se em casa e fechavam as portinholas das portas de entrada, que só entreabriam para espreitar sem se deixarem ver.
Os carros de bois, eram ainda roda inteira, sem aros.
Não creio que tenha o menor fundamento essa sua ideia do povoamento com gente da Nazaré que se deve provavelmente a dois motivos. O primeiro são as vestes tradicionais das mulheres, que têm além do lenço, mais de uma saia mas que não apresentam as outras características das saias da Nazaré. O segundo será a vizinha freguesia de Marinhais que, essa sim, recebeu muita gente dessa zona. De facto, leprosos da zona da Tocha que com a doença controlada - lepra seca já não contagiosa - foram enviados para Marinhais para aliviar a leprosaria da Tocha e eram visitados por médicos uma ou duas vezes por ano. Claro que não foi essa a única origem do povoamento de Marinhais, onde igualmente se fixaram núcleos do Minho e sobretudo do Alto Douro que emigraram para Sul nos perídos das graves fomes de que não se fala porque a República podia lá deixar isso acontecer. E também beirões, os chamados ratinhos, que migravam anualmente para fazer as ceifas no Alentejo e deixaram-se ficar pelas facilidades oferecidas e pela relativa fertilidade de algumas zonas, muito melhores do que o Alentejo e que asseguravam - mais ou menos - trabalho anual.
O povoamento da Glória era muito anterior a tudo isso. Há várias teorias sobre esse povoamento mas há muito que estou afastado dessa problemática e o que lhe digo pode estar já ultrapassado por conhecimento mais actual.
Como sabe é grande a percentagem de gente de pele clara e olhos azuis e até há pouco existiam problemas médicos ligados aos olhos e que eu atribuo em alguma parte a casamentos consanguíneos devido ao isolamento. Do que então observei na Glória, ressaltaram os olhos azuis e a pele clara de muitos, o receio dos forasteiros e roupas e hábitos sociais que nada tinha a ver com população vizinha. A minha teoria é que, na altura das guerras napoleónicas, por ali se fixou um contingente de militares, provavelmente desertores, que forneceram muito material genético e criaram o desejo de isolamento por recearem as consequências da sua deserção. É apenas uma teoria sem qualquer base científica ou sequer empírica.
Por 1950 a Glória do Ribatejo, era uma curiosidade e uma aberração civizacional, por falta dela. Depois foi o milagre.
Os americanos, desejaram uma zona sem interferências eléctricas para construir uma estação retransmissora que recebia da América e retransmitia para os países da Cortina de Ferro, salvo erro com o nome de Rádio América Livre. Adquiriram umas dezenas de hectares, que cercaram totalmente e rede dupla de arame, obtiveram do Estado Português um posto de GNR que defendia as instalações e patrulhava o perímetro e criaram uma pequena aldeia de serviços. Empregos fabulosos para o nível português mas que beneficiaram Marinhais e não a Glória, que não tinha pessoas à altura. Impressionados com o que viram na Glória e beneficiando logo da Estrada Nacional que construíram - a actual EN 367 desde a 118 - e logo a Glória, a que só alguns carros mais potentes conseguiam chegar no Inverno, ficou com um acesso alcatroado. por estrada de largura inusitada para freguesias interiores. Depois promoveram a vinda de equipas médicas, contribuiram para os primeiros equipamentos sociais e subsidiaram o ensino. Aliás a escola - liceal e técnica - da RARET (assim se chamava) era de muito longe a melhor do concelho e, quando no resto do país ainda nem se sabia o que isso era, pelo menos dois elementos de Marinhais que eu conheço, tiveram formação informática.
Como sabe, melhor do que eu, tirando alguma população mais idosa, sobretudo feminina, hoja já nada permite a um recém-chegado, imaginar o que foi a Glória e o que ainda era há 60 anos atrás. Está uma terra como as outras e até já tem rotundas em todas as entradas.
A. Luciano
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RE: Glória do Ribatejo
Caro CFonseca;
" Tenho procurado estudar as origens da minha família, natural de Glória do Ribatejo."
Se pretende começar a estudar a origem da sua família, sugiro que comece pelos seus
pais, [recuando no tempo ].. avós, bisavós, trisavós, tetravós etc...
Cada geração são [+/- ] 25 a 30 anos .
Como sabe temos: 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós e 32 tetravós. etc...
Com a matéria-prima que o seu tópico suporta, vc. tem muito por onde avançar.
Na expectativa das suas notícias.
Ana
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RE: Glória do Ribatejo- Salvaterra de Magos
Caro CFonseca;
" Depois, a mando do rei, foi povoada por gentes da Nazaré. Como vila isolada que foi, pois está entre Marinhais e Coruche, a Glória do Ribatejo ganhou uma cultura própria e preservou desde então."
..." BORDA DE ÁGUA "...
Poderá fazer algum sentido ter vindo gente de outros locais para Glória do Ribatejo.
Repare que o pessoal das Beiras ia todos os anos para essa zona [ Santarém, Merceana, Almeirim, Torres
Novas, e outros locais para a apanha do figo [ passas ] vindimas, azeitona e até chegava ao " Além-Tejo "
para as Ceifas etc.
Envio um pequeno resumo elect. da distância de Nazaré, G.Ribat.,Almeirim, terminando em Marinhais,tudo
numa distância de cerca 170 Km.
http://goo.gl/maps/EVGKM
Cumprimentos
Ana
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RE: Glória do Ribatejo
Agradeço desde já as vossas respostas.
Quanto à minha família, consegui já reunir os nomes dos meus avós até ao quinto grau (sexto e sétimo grau ainda em construção). Para já todos são naturais do lugar da Glória, com exceção para um elemento, natural de Benfica do Ribatejo, então Santa Martha de Monção, que é relativamente perto da Glória. Portanto, para já, somos todos desta região. Quanto a datas, estou a trabalhar em meados do séc. XIX, para encontrar os registos de nascimento dos meus tetravós.
Esta fase inicial foi relativamente fácil de trabalhar devido ao isolamento deste local noutros tempos, que o caro A.Luciano referiu. Uma vez que os casamentos com pessoas de fora eram raros, a minha pesquisa foi facilitada por se limitar a uma área geográfica.
As minhas limitações prendem-se sobretudo com a falta de informação escrita, e também com a minha falta de formação sobre a área de investigação em Genealogia. Tenho feito pesquisas no Registo Civil e no Arquivo Distrital. Já enviei e-mail para o Arquivo Histórico Militar, pedindo informações sobre dois avós que sei terem sido militares, mas ainda não obtive resposta, nem sobre as informações solicitadas, nem sobre o procedimento a tomar para as obter. Será que me podem indicar que outros locais eu posso consultar para obter mais informações? Lembrei-me de consultar cemitérios, eventuais registos da PIDE… O que me aconselham?
O A.Luciano pareceu-me conhecer bastante bem esta zona. Saber-me-á indicar quais as melhores fontes de informação? Gostei de ler a sua resposta, e se alguns aspectos eram já do meu conhecimento, como a prevalência de olhos e cabelos claros (eu própria), os problemas de consanguinidade ou a influência que a RARET teve na região, outros houve que desconhecia e que deixaram-me bastante curiosa, nomeadamente a sua teoria sobre as tropas napoleónicas, ou sobre os leprosos em Marinhais.
Referiu ainda o médico, Dr. Eduardo Fonseca e Almeida, que eu não conheci mas de quem os meus pais e avós falam com carinho e gratidão. Coloco aqui o link de um recorte de jornal publicado aquando da trasladação dos seus restos mortais: http://2.bp.blogspot.com/_Vs6omnvyac0/SxZGps13ZxI/AAAAAAAABIQ/inkhXGcqbWQ/s1600-h/dr+eduardo+fonseca+de+almeira.jpg
Quanto à hipótese de este senhor ser meu familiar, não se verifica. Consegui seguir os Fonseca até ao sexto grau com o nome José (Pedro) da Fonseca, sempre naturais do lugar da Glória.
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CFonseca
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