Afonso Henriques de Lima Barreto
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Afonso Henriques de Lima Barreto
Prezados,
Coloco a questão da ascendência do grande escritor brasileiro Afonso Henriques de Lima Barreto, por onde lhe vêm os apelidos ou sobrenomes. Sobre seus ascendentes, cabem os trechos:
Guedes, Amadeu da Silva, Malandro e Mulata: Contrastes e nuances da malandragem na obra Clara dos Anjos. Universidade Federal Fluminense,
Centro de Estudos Gerais, Instituto de Letras, Pós-Graduação em Letras - Mestrado, Estudos de Literatura, Niterói 2005, http://revistabrasil.org/seminario/amadeu.pdf ,
"A origem familiar de Lima Barreto se dá nos agregados da tradicional família Pereira
de Carvalho. Sua mãe, Amália Augusta Pereira de Carvalho, apresenta no sobrenome a marca
da família que a amparou. Era filha de Geraldina Leocádia da Conceição, que pertencia à
segunda geração de escravos da família dos Pereira de Carvalho, e neta da escrava Maria da
Conceição, respectivamente, avó e bisavó de Lima Barreto. Comentava-se que alguns da
prole dos escravos eram filhos dos varões da tradicional família. A mulata Amália Augusta
conhece então o mulato, quase negro, João Henriques de Lima Barreto. João Henriques era
filho de uma escrava chamada Carlota Maria dos Anjos e de um português que não assumiu a
paternidade. Não há nome do pai de João Henriques no trabalho de Francisco de Assis
Barbosa, o nome desse português é mostrado juntamente com uma foto em Toda crônica,
coletânea de textos de Lima Barreto organizada por Beatriz Resende e Rachel Valença,
trabalho recentemente apresentado ao público (BARRETO, 2004, p. 42a), que contém
crônicas inéditas de Lima Barreto. O avô paterno do autor dos subúrbios era nascido em 1823
e chamava-se Henrique de Lima Barreto, um homem branco na vida de uma mulher negra."
(...)
"BARRETO, Lima. Toda crônica. Organização de Beatriz Resende e Rachel Valença. Rio de
Janeiro: Agir Editora Ltda, 2004. 2v."
Barreto, Lima, http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/intimo.html ,
"Setembro.
João Henriques de Lima Barreto. Nasceu em 19 de setembro de 1853. Foi chefe de turma das oficinas de composição da Imprensa Nacional, depois de trabalhar como tipógrafo em várias oficinas particulares e de jornais do tempo; mais tarde, chegou a mestre da referida oficina da mesma Imprensa, donde foi demitido com o estabelecimento da República, em 1889.
Pouco depois, foi nomeado para as Colônias de Alienados que o Governo Provisório acabava de fundar, na ilha do Governador, como escriturário; anos após, foi almoxarife, administrador, aposentando-se, em 1902, devido a pertinazes sofrimentos que o impossibilitaram de toda e qualquer atividade até à data do seu falecimento.
Era viúvo e deixa três filhos e uma filha, solteiros, todos os quatro, e o mais velho é o escritor Lima Barreto.
Traduziu e publicou um volume, o Manuel de l’apprenti compositeur, do célebre impressor francês Jules Claye."
http://www.letras.ufmg.br/literafro/data1/autores/92/dados.pdf ,
"Coincidentemente, o escritor
nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de maio de
1881, filho de João Henriques de Lima Barreto
e Amália Augusta Barreto – ambos mestiços.
Tinha como avó uma escrava liberta,
Geraldina Leocádia da Conceição, agregada
da família Pereira de Carvalho, cuja mãe,
Maria da Conceição, nascera na África, tendo
sido transportada para o Brasil em um navio
negreiro. A figura dessa bisavó parece
permear o imaginário do escritor, como
destaca seu biógrafo, Francisco de Assis
Barbosa, ao resgatar uma das crônicas do
autor, publicada em 1918:
Era da África, de nação Moçambique (...) viera ainda rapariguinha
para aqui, onde tivera para seu primeiro senhor os Carvalho de São
Gonçalo; conhecera D. João VI, e, sobre ele, desconexamente,
contava uma ou outra coisa avaramente guardada naquela estragada
memória. (BARBOSA: 1952, 22)"
Cumprimentos,
Herculano L. E. Neto
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