Maria Carlota da Cunha Reis
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Maria Carlota da Cunha Reis
Boa tarde!
Precisava de ajuda sobre Maria Carlota da Cunha Reis, filha de Guilherme de Abreu Bacelar da Cunha Reis e de Maria da Assumção de Almeida e Noronha. Nasceu a 18.01. 1901 e terá morrido a 20.03.1924. Precisava de dados biográficos, de saber a causa da morte (se existir essa informação) e onde estará sepultada.
Agradeço antecipadamente a ajuda.
Cumprimentos,
Cláudia Feio
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RE: Maria Carlota da Cunha Reis
Boa Tarde!
essa Senhora era minha Tia direita (irmã do meu Pai, Joaquim Firmino Maria do Carmo da Cunha Reis, nascido em 1897 e falecido em 1984-está na base de dados do geneall).
A minha Tia morreu tuberculosa em consequência de um desgosto profundo causado pela morte do seu noivo Carlos Relvas (Casa dos Patudos), que era filho do José Relvas e neto do célebre Carlos Relvas.
A morte ocorreu em circunstâncias trágicas e no dia do pedido de casamento. A minha Tia entrou em depressão e, como não comia praticamente nada, ficou tuberculosa. Pegou a doença a uma das irmãs, a Tia Maria Isabel, e morreram ambas com 11 ou 12 dias de diferença.
Estão sepultadas no Cemitério de Monte de Arcos, em jazigo da minha família, em Braga.
Com cumprimentos,
António da Cunha Reis
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RE: Maria Carlota da Cunha Reis
Caríssimo Sr. António da Cunha Reis:
Agradeço-lhe imenso esta informação. De facto, foi na sequência do suicídio de Carlos Relvas (neto) que cheguei a D. Carlota. Desconfiava que a sua morte fosse por doença, uma vez que sabia que uma das irmãs falecera com poucos meses de diferença. Há uns bons anos que me tenho debruçado sobre os Relvas, e o mistério da morte de Carlos é algo que gostaria de compreender melhor. Eu iria agradecer-lhe imenso se tivesse mais dados sobre a sua tia, como cartas para Carlos Relvas, alguma fotografia, algum dado que permitisse esclarecer melhor a natureza da sua relação com Carlos Relvas. Sei que Carlos a descreveu como "a pérola rara que eu andava procurando sem nunca ter encontrado". Tudo indica que terá sido um suicídio sem premeditação, no calor de algum acontecimento traumatizante, mas rejeito a teoria do Sr. José Hermano Saraiva que avança como explicação do sucedido o não querer um casamento imposto pelos pais.
Encontro-me ao seu dispor para qualquer informação. Deixo-lhe o meu contacto de e-mail: kaiakakos@yahoo.co.uk.
Mais uma vez agradeço a sua resposta simpática.
Com cordialidade,
Cláudia Feio
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RE: Maria Carlota da Cunha Reis
Cara Sr.ª D.ª Cláudia Feio,
Terei o maior gosto em lhe facultar fotografias da minha Tia. Cartas do noivo nunca vi lá em casa. O desgosto devastador dos meus Avós com a morte de ambas as filhas pode ter levado a que as mesmas tivessem sido queimadas. Não sei...
O que sei é que a minha Tia conheceu o Carlos Relvas em Santarém, em casa do Tio dela, D.Pedro de Noronha, Conde de Vila Verde. Apaixonaram-se ambos um pelo outro e, por isso, a tese do Prof. José Hermano Saraiva é absurda (também a ouvi num programa que ele fez em tempos).
O casamente era, isso sim, muito contrariado pela minha Família, profundamente Católica e Monárquica. O Carlos Relvas era ateu e ligado á maçonaria, isto para além do pai dele ter sido uma das mais importantes figuras da 1ª República. Pode ver que explosiva era esta relação, poucos anos após a implantação da República. Mas a minha Tia tinha uma enorme personalidade e nunca desistiu, de tal forma que os meus Avós tiveram que ceder e consentir no noivado. Ela ía passar temporadas para os Patudos com as irmãs e o meu Pai. O José Relvas, por delicadeza, proibia que se falasse de politica durante as estadias e, apesar de ser ateu, levava a minha Família à missa ao Domingo, isto para grande escandalo dos seus correligionários politicos.
A história misteriosa da morte do Carlos Relvas sempre foi contada na minha Família como tendo sido um assassinato. Contudo, não tenho quaiquer provas que não sejam a tradição oral.
Por ironia, o Avô Carlos Relvas era um dos maiores amigos do meu Bisavô, Joaquim Firmino da Cunha Reis, e tenho muitos retratos dele e tirados por ele. Com cumprimentos, António da Cunha Reis
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RE: Maria Carlota da Cunha Reis
Caríssimo Senhor António da Cunha Reis:
O que puder partilhar será muito bem vindo. Visito muitas vezes a Casa dos Patudos e as missivas de Carlos, quer para o pai, quer para a mãe, relatam exactamente isso que me referiu. Carlos apaixonou-se e a paixão parecia correspondida, porém a sua maior preocupação era as diferenças ideológicas que separavam as duas famílias. A ser suicídio, deverá ter sido por desgosto, pois a morte deu-se de manhã, ainda de pijama, e com um tiro no coração. Se o suicídio tivesse causas morais, políticas ou económicas, o "modus operandi" teria outros contornos. Carlos vestiria o seu melhor fato, sentar-se-ia na sua secretária e acabaria com o assunto com um tiro desferido na cabeça, não lhe parece? Gostaria que partilhasse a tese de assassinato, mesmo fundamentada apenas pela tradição oral. Quem teria sido o assassino? Cada vez me convenço mais que a causa da morte de Carlos está ligada a essa relação. Assim, sendo, estamos perante uma das mais belas e trágicas histórias de amor.
Entre Dezembro de 1919 (morte de Carlos) e 1924 (morte de Carlota), onde estava D. Carlota? Onde foi que morreu?
Há anos que tento encontrar fontes inéditas, normalmente na posse de familiares, e o meu objectivo será reunir todas estas informações. Tenho-me dedicado, por exemplo, ao lado beirão da família Relvas, que também tem estórias para lá de fascinantes...
Reitero a minha total disponibilidade. Muito obrigada por me "abrir" novos caminhos!
Com cordialidade,
Cláudia Feio
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RE: Maria Carlota da Cunha Reis
Cara Sr.ª D.ª Cláudia Feio,
A paixão era totalmente correspondida. Foi uma paixão arrebatadora e ele decidiu mudar de vida para melhor poder agradar à minha Tia. Segundo se contava em minha casa, dispôs-se a aproximar-se da Igreja e comprometeu-se a educar os filhos religiosamente caso viessem a casar. Ambos estavam dispostos a tudo, mas, eventualmente, a personalidade da minha Tia talvez fosse mais determinante e era ele que se estava a aproximar das convicções da minha Tia e não o contrário. O assassinato teria sido consequência precisamente da desvinculação que ele entendeu fazer de organizações que, em altura tão conturbada, não perdoavam facilmente dissidencias. a minha Tia isolou-se do mundo com o desgosto. Queria morrer, não comia, não convivia com ninguém, etc. Os meus Avós arrendaram uma casa na Rua Domingos Sequeira, em Lisboa, depois dela ficar tuberculosa por causa dos "bons ares". Ambas morreram nessa casa no mês de Março. Lá ainda vive a minha Mãe e também morreram nesse mesmo andar o meu Avô (1938), o meu Pai (1984) e a minha Tia Maria Ana (1997). Os Senhores Relvas para suportarem melhor o desgosto horrivel que tiveram, passaram a a ser visita dos meus Avós, que os recebiam já com amizade. Concordo inteiramente que, a ter havido suicídio, só poderia ser pelo desespero em ser ideológicamente tão diferente e nunca por outros motivos. Mas inclino-me mais para atese do assassinato, que não era assim tão invulgar naquele período histórico. Nâo esquecer, por exemplo, o caso da "camioneta fantasma", etc. Eu vou recolher todos os elementos que tiver e terei o maior gosto em lhe dar o apoio que entender. É uma homenagem a ambos e uma magnífica história de amor. Acho que merecem...
Com os meus cumprimentos, António da Cunha Reis
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RE: Maria Carlota da Cunha Reis
Caríssimo Senhor António da Cunha Reis:
É, de facto, muito gratificante poder contar histórias que o tempo fez o favor de ir apagando...trazer de novo à vida factos das vivências diárias de pessoas de outros tempo, com outros valores, com outra "atmosfera". É isso que me move. Partilho inteiramente o seu propósito: é uma homenagem para quem já não tem voz e um privilégio poder ser o veículo de comunicação.
Para já, deixo-lhe a si a certeza daquilo que certamente saberá porque lhe corre nas veias: pertence a uma grande família.
Aguardarei pelo seu contacto.
Cordialmente,
Cláudia Feio
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Dr Guilherme Firmino da Cunha Reis
Sr António da Cunha Reis, boa tarde
Aproveito esta oportunidade para procurar saber se tem conhecimento se existe descendência dos filhos do Dr Guilherme Firmino da Cunha Reis (http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=1126415) de seu casamento com Margarida de Araújo Cardoso Pereira Ferraz (irmã de Álvaro de Castelões), através de Guilherme Cardoso da Cunha Reis(*1879,+1945) que casou com Adelaide Ramos, ou do Dr Alvaro Cardoso da Cunha Reis(*1880,+1941) que casou com Ema Rodrigues Ferreira (que sei terem tido pelo menos 2 filhos, Álvaro e Maria da Conceição) ou de Jaime da Cunha Reis(*1882) que não sei se casou.
Cumprimentos
António
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RE: Dr Guilherme Firmino da Cunha Reis
Boa noite
Deixo estas referências que retirei do Anuário de Portugal de 1909, cito:
- GUILHERMINO FIRMINO da CUNHA REIS - Comissário Fiscal da Inspecção Geral dos Tabacos na Rua do Rosário Nº 241 Porto,1909
Não sei se é a mesma pessoa mas também vinha este nome igual, cito:
- GUILHERMINO FIRMINO da CUNHA REIS - Aspirante na Inspecção Geral dos Tabacos, na mesma direcção! Porto,1909
- LINO da CUNHA REIS - Estabelecimento de Ferragens na Praça de D. Pedro Nº 40, Porto,1909
- LINO da CUNHA REIS JÚNIOR - Espingardaria e Ferragens - na mesma direcção, Porto,1909
Cumprimentos
João Barroca
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RE: Dr Guilherme Firmino da Cunha Reis
Caro João Barroca
Muito obrigado pelas informações.
Os dois primeiros parecem ser pai e filho.
Cumprimentos
António
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RE: Dr Guilherme Firmino da Cunha Reis
Caro Amigo,
Guilherme Firmino da Cunha Reis da Mota Godinho , nasceu em Braga na Casa Grande do Campo das Hortas, a 10.07.1838 e morreu no Porto a 23.10.1925. Casou 2 vezes, a segunda (única com descendencia) com Margarida Araújo Pereira Ferraz (7.2.1847-24.3.1920), filha do 2º Visconde de Castelões. Teve 3 filhos: 1º Guilherme Cardoso da Cunha Reis (28.4.1879-4.2.1945), que segue; 2º Álvaro Cardoso da Cunha Reis (19.5.1880-10.2.1941) casado com Ema Rodrigues Ferreira, que tiveram, Álvaro Ferreira da Cunha Reis (11.5.1914), solteiro, sem filhos, e Maria da Conceição Ferreira da Cunha Reis (25.11.1925) casada com o Embaixador António Fortunato de Almeida, de quem teve 2 filhos, cujo paradeiro desconheço, infelizmente. Sei que há descendencia destes filhos; 3º Maria Madalena da Cunha Reis (25.9.1886) casada com António Álvaro Figueiredo Campos, de quem teve Maria de Lurdes da Cunha Reis Campos (SG).
Guilherme Cardoso da Cunha Reis, casou com Adelaide Alice de Carvalho Ramos, e tiveram Maria Candida Ramos da Cunha Reis, casada com Alexandre José Sarsfield Rodrigues, que tiveram: Maria da Guia da Cunha reis Rodrigues (8.6.1938) casada com António Luís de Castro Lancastre (5 filhos e 9 netos); Alexandre Daniel da Cunha Reis Rodrigues (11.4.1941), Almirante, casado com Maria Isabel Carvalho e Melo Sales Grade (4 filhos e 10 netos); José Guilherme da Cunha Reis Rodrigues, casado com Margarida Maria Negrão Pinto de Mesquita (3 filhos e 2 netos). Como vê, uma grande descendencia.
Agora quem não localizo é o Lino da Cunha Reis, tendo muito interesse em saber de uma eventual ligação à minha família. O Guilherme Firmino da Cunha Reis era o irmão mais novo do meu Bisavô, Joaquim Firmino da Cunha Reis. Sei que mais atrás também há ramos da minha família com a qual perdi contacto, sabendo até que o jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos também descende da família Cunha Reis.
Muito agradeço todas as informações adicionais que me possam ser fornecidas, estando também eu à disposição para dar as informações que conheço.
Com os meus cumprimentos,
António da Cunha Reis
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RE: Dr Guilherme Firmino da Cunha Reis
Caro Amigo
Muito obrigado pelos dados que me acrescenta.
O meu interesse vem pelo lado de Margarida de Araújo Pereira Ferraz, prima direita de meu trisavô Henrique Carlos de Meireles Kendall (*1839,+1917). Se pretender a ascendência materna dela, que é Meireles Freire de Lousada, posso lha fornecer.
Noto ainda outro cruzamento interessante: António Luís de Castro Lencastre era primo direito da minha avó materna Maria José Cardoso de Castro (*1914,+2013) casada com Álvaro Alão Kendall (*1903,+1992).
Cumprimentos
António
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RE: Dr Guilherme Firmino da Cunha Reis
Caro Amigo,
Uma vez que posso ter um parentesco com a referida Margarida de Araújo Pereira Ferraz (também tenho ascendentes Meireles) agradecia informações sobre a sua ascendencia.
Cumprimentos,
António da Cunha Reis
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Meireles
Caro Amigo, aqui vai a linha Meireles
Margarida de Araújo Pereira Ferraz é filha de:
Margarida Augusta de Meireles (*Stº Ildefonso 1.6.1817) e de António Cardoso Pereira Ferraz
filha de António Coelho de Meireles e Sousa (*Covas, Lousada 14.11.1768) Cc Bernarda da Silva Guimarães;
filho de Antónia de Meireles e Sousa (*Covas, Lousada 19.3.1737) Cc Francisco Coelho de Meireles;
filha de Manuel de Meireles Freire (*Covas, Lousada 8.5.1702) Cc Maria de Sousa;
filho do Padre Bento de Meireles Freire (*Ordem, Lousada c. 1660) e de Jerónima Rodrigues;
filho de Manuel de Meireles Freire (*Ordem, Lousada c. 1630) Cc Catarina Pinto Ribeiro;
filho de Gervásio de Meireles Freire (*Ordem, Lousada c. 1600) Cc Angela Ribeiro;
filho de Maria de Gaspar Freire (*Covas, Lousada c. 1578) Cc André Brás da Argonça;
filha de Águeda de Meireles Freire (*Covas, Lousada c. 1550) Cc Domingos Gaspar de Moreira;
filha de Maria de Meireles (+Covas, Lousada 23.8.1600) Cc Pedro Freire (+Covas, Lousada 13.5.1599);
E aqui terminam os paroquiais
Cumprimentos
António
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RE: Maria Carlota da Cunha Reis
Caríssimo Senhor António da Cunha Reis:
Fui contactada por uma pessoa que está a investigar o suicídio de Carlos Relvas. Parece-me uma coincidência muito interessante. Gostaria de lhe pedir, se possível, que aferisse no espólio da sua tia tudo o que fosse de interesse para esta investigação. Era muito bom que pudesse disponibilizar cartas, fotografias, bilhetes, diário, ou seja, qualquer documento lavrado por D. Carlota que mencione o seu romance com Carlos. Nos Patudos há cartas de D. Carlota endereçadas a D. Eugénia, seria interessante compará-las com a resposta de D. Eugénia, se ainda existir. O senhor que está a investigar o suicídio é psicólogo clinico e tem-se debruçado sobre as questões da morte.
Volto a enviar o meu contacto de e-mail: kaiakakos@yahoo.co.uk
Agradeço antecipadamente a sua atenção. Parece-me que esta investigação não ficará completa sem a sua ajuda.
Cumprimentos fraternais,
Cláudia Feio
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RE: Dr Guilherme Firmino da Cunha Reis
Boa Noite,
Tenho o contacto dos filhos de Maria da Conceição Ferreira da Cunha Reis. Poderei fornecer os contactos se desejar.
Cumprimentos,
MR
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Maria Carlota da Cunha Reis
Excelentíssimo Senhor António da Cunha Reis,
Estou a estudar o percurso político e as ideias sociais de José Relvas.
Tive acesso à registo de óbito de Carlos Loureiro Relvas, sendo que também uma certidão médica que ainda não levantei. Nesse registo, consta "desastre com arma de fogo", pelo que deixa em aberto a duas possibilidades. A última carta enviada ao pai confessa o amor por Carlota.
No entanto, não julgo que nem Carlos, nem José Relvas fossem ateus com base nos seus escritos e cartas. Não eram católicos e seriam anti-clericais, mas daí não pode concluir o ateísmo.
No caso do Carlos existe um carta a Anselmo Braamcamp Freire onde ele procura saber com produzir crisântemo flor associada ao perfume da santidade, segundo os estudos bíblicos do próprio Carlos. Os filhos de José Relvas tiveram uma educação particular onde se incluia o catecismo da doutrina cristã. José era profundamente antijesuíta, aspeto que baseava em citações e no pensamento de D. António Alves Martins, bispo de Viseu. Em 1923 deu uma entrevista em que dizia que a vida na sociedade cristã se baseia na família, cujos aspetos morais foram sempre muito importantes para ele. Podemos dizer que um cristianismo filosófico, secularizado.
De qualquer forma, tanto pai como filho eram propenso as crises existenciais, que se denotam na leitura da sua correspondência. E em três gerações José Relvas (tio), Francisco Relvas (irmão), Carlos Relvas (filho) morreram em circunstâncias envoltas em mistério. No primeiro caso o registo de óbito conta que o tio de José Relvas seu homónimo não recebeu a extrema unção. Por outro lado, no princípio do século XX a população de Alpiarça expulsou um padre que se recusou a celebrar ritos fúnebres por um suicida, numa época de férreo debate religioso. De qualquer forma, Carlos e Maria Carlota seriam de fato ideologicamente diferentes um e outro, porque embora o catolicismo atribuído a Eugénia, pai e filho não eram católicos. As cartas à mãe dão a entender que houve um momento de insegurança da parte de Carlos, na linha do que sugere no final do seu comentário. Sei que este ano deve ser lançado um livro sobre Carlos Loureiro Relvas. Em terminando a minha tese sobre José Relvas gostaria também de investigar melhor este assunto se possível tendo acesso à documentação de que falou. Deixo-lhe o meu email: jmrnoras@gmail.com. Muito obrigado pela atenção. Com os melhores cumprimentos. José Raimundo Noras
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Maria Carlota da Cunha Reis
Bom dia, caríssimo José!
Este é um assunto que, infelizmente, ficou na gaveta, à espera de novos desenvolvimentos. Se precisar de colaboração, disponha.
O que me move é apenas e só a paixão pela história da família, por isso muito agradecia se depois pudesse partilhar o que conseguiu aferir.
Um bem-haja e boas investigações!
Cumprimentos,
Cláudia Feio
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Maria Carlota da Cunha Reis
Caríssima Cláudia,
Como vai.
É um tema interessante como, aliás falámos em Alpiarça, mas colateral à minha tese sobre o José Relvas que se centra na sua ação politica.
Em termos da relação de José Relvas com a religião, o que vejo nele é um defesa coerente com a liberdade religiosa, sem tomar parte e na base da formulação "não pode condenar a religião (ideal) pelo crimes praticados em nome desta" (paráfrase da tese de José Relvas no curso superior de letras) isto encontra numa das correntes filosóficas que teve em contato na faculdade em Coimbra e em Lisboa, o krausismo, corrente aliás de vários republicanos espanhóis que depois conheceu em Madrid eram adeptos. Depois existem muitas infuencias no pensamento de José Relvas. Não defendo que era propriamente um crente, mas o cristianismo, como ideal secularizado, e como uma espécie de consciência social do liberalismo estava muito próximo das suas ideias sociais.
Daí que não me parece existir um aversão à familia da noiva por motivo políticos/religiosas visto que grande parte da família do próprio José Relvas também era monárquica e católica. Pode ter existido por outro motivos não totalmente esclarecido, mas para já não me detive nessa investigação. Na minha pesquisa o único dado mais interesse e não conhecido foram os registo escolares do Carlos Relvas na Alemanha onde não conclui os estudos e teve problemas com a família pela vida boémia (jogo do bilhar) ainda que tenha feito algumas das disciplinas com distinção. Podemos ir falando de tudo isto.
Sei que vai haver a apresentação de um livro sobre o Carlos Loureiro Relvas, creio que da mesma pessoa que mencionou nos seus comentário.
Partilho desse interesse na família Relvas, onde cada elemento tem uma história para contar, sedutora e representativa da condição humana.
Até breve.
Um abraço
José Raimundo Noras
S
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