Dúvida de leitura. Casamento de João Fernandes (militar na Restauração) e Catarina Mendes São Louren
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Dúvida de leitura. Casamento de João Fernandes (militar na Restauração) e Catarina Mendes São Louren
Caros confrades,
Peço a V. paciência para mais umas dúvidas de leitura em http://digitarq.adptg.arquivos.pt/viewer?id=1013636, na tif 451. Ando a ver se limo definitivamente algumas incongruências.
A noiva chama-se Catarina Mendes e o pai Bento Mendes. Já o nome da mãe é Isabel qualquer coisa, sendo que é o qualquer coisa que me escapa. O que me sugerem, um nome tipicamente portalegrense, não me parece caber no que ali vai.
Primeira questão: Como se chama a mãe da noiva?
O noivo, é João Fernandes, da companhia de Francisco Cabral - um dos capitães da guerra da restauração, em véspera da vitória sobre os filipes. É filho de Mateus Fernandes e de Isabel Sousa, de uma terra Carvalheda....., Torre de Moncorvo.
Segunda e terceira questões: Qual o nome da terra de onde é originário Mateus Fernandes? Qual o apelido da mãe do noivo.
Fala-se ainda do comissário Francisco Cabral, na sexta linha. Não percebo o que diz entre "Cabral" e "nesta cidade".
Atentamente, nuno de m.
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Caro Nuno,
Do que leio, o João Fernandes é filho de Mateus Fernandes e Isabel de Sousa, de Carvalho de Egas, Vila Flor. A Catarina Mendes é filha de Bento Mendes e Isabel Mrz (Será Martins? ).
Cumprimentos,
CL
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Caro Carlos,
Obrigado pela ajuda.
Não conseguia destrinçar o que vinha entre o nome da localidade e Torre de Moncorvo e andei à procura de freguesias e aldeias de Torre de Moncorvo que começassem com "Carvalh...."
Afinal é da vizinha Vila Flor, que não me ocorreu ir investigar.
Quanto ao que vem entre de Carvalho de Egas e Torre de Moncorvo, parece-me "Carvalhadegas do destri.. da Torre de Moncorvo". Falha-me o meio da frase.
Tenho aliás dificuldade em ler também parte da frase da "companhia do comissário Francisco Cabral .... nesta cidade". O contexto nada me sugere que ajudasse a trancrever o que ali vai.
Quanto a Martins, julgo que pode ser. Mas se aquilo no início for um M não está desenhado como o de Mateus ou o de Mendes. Tem duas voltas nas pernas, que os outros nomes não têm. A alternativa que eu tinha era Velez, mas não tenho a certeza que seja BBez - pela aproximação ao B de Beneficiado, na terceira linha do assento - ou que BBez seja abreviatura de Belez/Velez.
Um bem haja, obrigado, Atentamente, nuno de m.
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Caro confrade Nuno,
O que lhe falta na leitura é o seguinte:
«(...) do Lugar de Carvalha degas [sic] (Carvalho de Egas) do destrito[sic] (distrito) de Torre de Moncorvo (...)»;
«(...) soldado da Comp.ª (Companhia) do Commissario[sic] (Comissário) Fr.co (Francisco) Cabral, q (que) assiste nesta Cid.e (cidade) (...)».
Tenho sérias dúvidas que seja um «M» e não me parece ser Martins.
Cordiais cumprimentos, PP.
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Caro confrade PP,
Muito obrigado pela achega. E que lhe parece que seja bbez? O bê pelo vê, sendo dois bês ao estilo do que se lê na palavra beneficiado, na 3ª linha do assento. E o e (é) confundia-se muitas vezes com o érre.
Desse modo, não poderia ser abreviatura de Velês - como sugerido? Afinal, nos textos arcaicos usava-se muitas vezes o bê e o vê como a mesma letra, em sendo no início ou meio da palavra. Infelizmente, Velês é apelido pouco usado fora de Portalegre, pelo que a abreviatura será pouco corrente e pouco conhecida.
Atentamente, nuno de m.
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Bento Mendes e Isabel Velez casaram na Igreja de S.Lourenço a 16 de Março de 1681.
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Caro Pouremuz,
Agradeço a sugestão, mas não serão os mesmos. Não estou a conseguir ir aos paroquiais. Todavia, esse casal casa-se em 1681, quase vinte anos após o casamento de João Fernandes e de Catarina Mendes.
Atentamente, nuno de m.
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Caro confrade Nuno,
Permita-me algumas questões/sugestões:
Já leu os livros da freguesia de São Lourenço e de Carvalho de Egas à procura de pistas?
Por exemplo, já procurou casamentos de irmãos de Catarina Mendes?
Não encontrou filhos do casal João Fernandes e Catarina Mendes em nenhuma das sobreditas freguesias?
Outra hipótese é procurar assento(s) de óbito com o nome Bento Mendes... pode ser que esteja lá declarado o nome da mulher e faça então a comparação. (Bento Mendes, pai da nubente, faleceu antes de 16 de Outubro de 1666).
Quanto à abreviatura, não me parece iniciar por um «B» por comparação com outros «B» (ex.: Beneficiado; Isabel); «L» também não faz sentido... O que é seguro é ser, no final, um «Z». Repare onde está «P.e M.el Mz» (Padre Manuel Martins, e mais precisamente no «M» de Manuel: não lhe parece que a tal abreviatura começara por um «M» parecido? Assim me parece, salvo melhor opinião.
Cordiais cumprimentos, PP.
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Caro Confrade PP,
Agradeço a sugestão. E só não tenho andado nisso por manifesta falta de tempo - que se sucedeu a demorada avaria de computador.
Tentaria verificar o que sugere, quanto às comparações de letras, mas estou sem acesso aos paroquiais, que consulto sempre online. Contudo, noto que fizera já a comparação com o B de Beneficiado parecendo-me a mesma coisa. Teria de voltar lá agora com a sua sugestão de não serem comparáveis.
Atentamente, nuno de m.
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Caro confrade Nuno,
Estive a fazer uma pesquisa e só encontrei um assento de óbito de um Bento Mendes, entre 1657-04-15 e 1666. Mas não consta o nome da mulher...
Ver em: http://digitarq.adptg.arquivos.pt/viewer?id=1013652 (ficheiro n.º 55; fólio 19, n.º 4).
Na pesquisa pude reparar que nunca aparece abreviado o apelido Velez nos assentos. No período supracitado nunca encontrei o dito apelido abreviado, o que poderá ser um indício de que não deverá ser Velez.
Um «B» não me parece possível, nem me parece ser Velez ou «Vellez» pela amostragem que encontrei nos dito período.
Cordiais cumprimentos, PP.
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Caros Confrades
Atento o assento de Belchior, fotograma 457, inclino-me para seja Isabel Martins.
Todavia, embora com dúvidas, no fotograma 451, a leitura que faço é de Martins.
Comprando o M de Mateus, com o de Moncorvo e o de Manuel, verifico que não há uniformidade nos M maiúsculos. Pelo que a primeira letra pode ser um M, maiúsculo, em que a pinta do i, foi posta em cima do M, o z está perfeito e o i subentendido.
O que mais me surpreende é a perfeição do z.
Quiçá, será o z que o seu autor melhor desenhou.
Com os meus cumprimentos,
António Pena Monteiro
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Caro PP, Obrigado pela pesquisa e pela observação, que faz sentido. Se nunca abreviam, iriam abreviar ali porquê?
E bê, como sugeri, não parece.
Atentamente, nuno de m.
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Caro confrade António Pena Monteiro,
Agradeço a sugestiva análise. De facto, ele parece inconstante no modo de desenhar os mês. Mas não sei se será um mê na abreviatura.
E sim , o zê é elegante.
Atentamente, nuno de m.
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Caro Confrade Nuno de M
A questão não é fácil e será outro documento que muito provavelmente a vai decidir.
Todavia, seja qual vier a ser o seu desfecho, a questão é muito interessante, uma vez que concerne à interpretação das fontes, dificuldade recorrente nestas pesquisas.
Desde logo, a identificação do autor do assento, frei Francisco Mendes de Carvalho, não foi tarefa fácil.
Para mim, só ficou clara no assento de casamento de Belchior, fotograma 457.
De regresso ao fotograma 451, atenta a grafia neste assento, inicialmente cogitei duas hipóteses para o nome da mãe da nubente, Isabel Alz ou Isabel Miz , e entre Isabel Alvares (ou Alves) ou Isabel Martins “o meu coração balançava”. Embora pendesse um pouco mais para Isabel Alvares.
Contudo, atento o assento de casamento de Belchior, fotograma 457, ao comparar a grafia do nome de Belchior à margem do assento com o nome do mesmo nesse assento, concluí que o seu apelido começa por um M, daí extrapolei para o assento em apreço no fotograma 451, concluindo por Isabel Martins.
Com os meus cumprimentos,
António Pena Monteiro
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