Famílias de Cano (Sousel)
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Famílias de Cano (Sousel)
Boa tarde a todos,
Tendo chegado a um impasse na investigação de dois ramos em Cano, Sousel, abro este tópico na esperança de que alguém posso ter localizado informação adicional acerca dos mesmos.
O primeiro ramo: Dr. Diogo Rodrigues Figueira, médico, natural de Cano, casado na Matriz de Sousel em 06.08.1671 com Isabel da Silveira (filha de Gaspar Gomes e, presumo, de Isabel Soudo), ambos pais de Camila da Silveira Soudo, que, por seu turno, se casa em Santa Maria de Monsaraz, a 04.07.1694 com Silvestre Mendes, da família dos Durães de Vila Viçosa (alvo de vários processos da inquisição na década de 1660), casal do qual descendo.
Já fiz buscas, sem sucesso, tanto em Coimbra (onde de facto existe um Diogo Rodrigues Figueira, mas sem qualquer indicação de filiação), como nos registos paroquiais (onde localizei vários assentos de baptismo possíveis, nenhum dos quais, porém, posso assumir com segurança ser o correcto).
Outra possibilidade é ser irmão de Álvaro Rodrigues Figueira, natural de Cano, que também estudou em Coimbra e que se apresentou a ordens sacras em Évora em 1691, filho de Manuel Rodrigues e de Francisca Figueira, neto paterno de Álvaro Rodrigues Barradas e de Antónia Francisco e neto materno de Manuel Vaz e de Catarina Dias. Procurando nos registos paroquiais de Cano, porém, não encontrei qualquer registo de um Diogo filho do casal Manuel Rodrigues e Francisca Figueira.
O segundo ramo: António Fernandes Gastão e Madalena Galvão, casados a 23.11.1681 em Cano, sem qualquer indicação de filiação, sendo ambos pais de Helena Madeira, baptizada em Cano, a 17.12.1684, e que a 08.09.1704 se casa, no Vimieiro, com Manuel Dórdio Varela, casal do qual descendo.
Já fiz buscas nos registos paroquiais, tendo localizado vários assentos possíveis de baptismo para ambos. Nenhum deles, porém e também aqui, posso assumir com segurança ser o correcto.
O casamento de ambos foi oficiado, com licença do prior, pelo padre António Madeira, que sei, através do respetivo processo de ordem de missa, ser natural de Cano, onde foi baptizado a 15.05.1639, filho de André Madeira e de Catarina Gastão, neto paterno de Diogo Madeira e de Maria Perdigão, de Ameixial, Estremoz, e neto materno de Simão Fernandes e de Catarina Gastão, de Cano.
Possivelmente, será este António familiar do casal, não só pela coincidência do apelido Gastão, como também do apelido Madeira, dado à sua filha Helena.
Muito obrigado,
Filipe Prista Lucas
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Famílias de Cano (Sousel)
Boa tarde,
Para não deixar a minha pergunta sem resposta, e porque a informação pode eventualmente vir a ser útil a algum outro interessado, esclareço que já encontrei a resposta à minha primeira questão.
As dificuldades que enfrentei na sua resolução - à semelhança do que já ocorreu noutros ramos da minha ascendência - resultaram do facto de o Dr. Diogo Rodrigues Figueira ter sido, aos 18 anos de idade, acusado de judaísmo na Inquisição de Évora (processo n.º 2204), o que, presumo, poderá ter estado na origem da escassez (e até mesmo, de alguma adulteração) de informações quanto à sua origem nos registos posteriores.
Em resumo, Diogo Rodrigues Figueira nasceu em 1646, em Avis (e não no Cano), filho de António Rodrigues, cristão-velho, natural de Avis, e de Mécia-Dias, meia cristã-nova, natural do Cano, neto pela parte paterna de Diogo Rodrigues e de Marta Fernandes e pela parte materna de Manuel Lopes, cristão-velho, e de Maria Dias, cristã-nova.
No final da década de 1640, grande parte da sua família materna foi acusada de judaísmo, na Inquisição de Évora, incluindo a sua mãe (processo n.º 710), a sua avó materna (processo n.º 6484) e vários tios e primos. A meio da década de 1660, o seu irmão Manuel (processo n.º 10322) e, presumo que após denúncia deste, o próprio Diogo e os irmãos Lourenço e Escolástica (respetivamente, processos n.º 2204, 8275 e 2203) são igualmente acusados, sendo todos libertados após abjuração (aguardo a possibilidade de consulta destes processos para confirmação e obtenção de mais informações).
Em 1666, encontramo-lo matriculado na Universidade de Coimbra, com formatura e aprovação em 1675. Casou duas vezes, a primeira em 1671 com Isabel da Silveira, com quem teve uma filha, Camila da Silveira Soudo, que por sua vez casou com Silvestre Mendes, também ele acusado de judaísmo na Inquisição de Évora. E a segunda vez com Beatriz Pereira, com quem era casado à data da sua morte, no final de 1695, em Monsaraz, onde exercia a sua profissão.
Filipe Prista Lucas
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