Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
This topic is classified in rooms: Arquivos | Brasil | Património | Pessoas
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Caros,
Estou com dificuldade de entender certos assentos, venho a vós na esperança de que vossa experiência consiga decifrá-los;
1 - Estava a seguir os rastros do apelido "Martins Capitão" na minha família. Pensava que encontraria um Capitão de alguma coisa, mas cheguei em um Francisco Martins... Seria Foulham ? Foulam?
http://bit.ly/2COqIYI (casamento de um filho - Último da página, canto direito)
http://bit.ly/2EfR2Y0 (batismo de um neto, cujo o pai tem o mesmo nome do avô - Último da página, canto direito)
2 - Aqui a história é parecida, a família até então era "Gonçalves Galego" até que cheguei em um João Gonçalves... Seria Geripj ? Talvez, uma abreviação de Galego?
http://bit.ly/2CATU11 (Casamento João X Luísa, canto esquerdo superior; o pai do noivo)
3 - O segundo registro da página direita: (...) Antonio Dias, filho de Francisco(?) Dias Pequeno e Francisca(?) Pires (...) com Luísa Martins, filha de ??? já defunto e Maria Martins:
http://bit.ly/2m5msJl
4 - Este registro de casamento parece falar da Bahia de todos os Santos, mas não o compreendo bem: "corridas as denunciações, não tiveram impedimento algum, nem eu de presente o sei mais do que o contraente ter ??? fora desta freguesia ??? Bahia de todos os santos e ??? algum tempo em ??? Rendufe(?) do que foi despachado pelo Doutor Juiz dos ??? em verdade fiz este assento que assinei com as testemunhas que presente estão, etc."
http://bit.ly/2CS3jWf
O que é que ele tinha na Bahia? Será que era um comerciante para ter alguma ligação com a Bahia? E ele esteve em Rendufe? O que significa dizer que foi despachado pelo Doutor Juiz?
Desde já agradeço o auxílio!
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Caro confrade Manotorres,
Especificamente quanto ao assento n.º 04, creio que esteja escrito o seguinte, com a grafia já atualizada:
"não tiveram impedimento algum, nem eu de presente o sei mais do que o contraente ter uma ausência fora desta freguesia para a Bahia de Todos os Santos, e assistir algum tempo no Concelho de Rendufe, e do que foi despachado pelo Doutor Juiz dos Casamentos, e por verdade fiz este assento que assinei com as testemunhas que presentes estavam (...)"
Posso estar enganado, mas penso que o noivo havia estado algum tempo fora da freguesia, residindo no Brasil e em Rendufe, de modo que o padre não teria meios de afirmar com certeza que ele já não era casado.
Assim, para que não pudessem acusá-lo de ter acobertado uma bigamia caso qualquer coisa nesse sentido se descobrisse futuramente, o padre achou melhor ressalvar essa circunstância no assento.
Por isso o padre disse que nada mais sabia além disso e daquilo que havia sido despachado (certamente no processo de habilitação matrimonial) pelo juiz dos casamentos.
Se foi só isso que motivou a suspeita do padre, ou se havia algum boato a correr na freguesia, isso ninguém sabe. (Talvez seja possível descobrir a verdade nessa história pesquisando nos livros paroquiais de Rendufe e de Salvador da Bahia no período anterior ao casamento.)
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Prezado Manotorres
Bom dia !
Fiz uma breve leitura aos assentos referidos e sem fazer a transcrição dos mesmos, poderei dar a minha opinião acerca das suas dúvidas:
1º - No primeiro e segundo assento, parece-me ser a palavra Foulam, o que poderá ser uma alcunha que o mesmo tinha e na escrita ficar com esta estrutura (grafia).
2º - No terceiro caso, pela leitura, aí quase que não tenho duvidas em dizer que é uma alcunha com a designação de goios, que poderá indicar ser originario de algum lugar com esse nome..
3º - Quanto ao último assunto é quanto a mim simples e claro, todos os contraentes, a não ser que paguem ou pagassem, teriam que ter os banhos ou pregões, em 3 dias solenes, que normalmente era no decurso da missa dominical. No entanto, todos os que não fossem da paroquia ou estivessem ausentes, teriam que apresentar documento, em como sobre ele não havia qualquer impedimento para que se realiza-se a cerimonia de casamento. No caso concreto, o contraentre demonstra ter estado ausente em dois locais, na Baia de Todos os Santos e no convento de Rendufe. Quanto a ausencia na Baia de Todos os Santos, dado ser anterior ao casamento, ha probabilidade que pudesse ser em qualquer missão de soberania ou experimentar emigrar, quanto ao convento de Rendufe, temos que ter presente, que este convento tinha direitos sobre o sal de S. Miguel de Marinhas e de duas uma, ou deslocou-se em trabalho, ou estaria lá estudando. De facto em Rendufe aparece por duas vezes um Antonio Martins, estudante e posteriormente aparece um Padre Antonio Martins de Azevedo, a estragar a hipotese de ser o Antonio Martins, das Marinhas.
5º - Como novidade, é o facto de muitos dos vigários de S. Miguel das Marinhas serem oriundos do concelho de Entre Homem e Cavado.
Melhores cumprimentos e bom ano de 2018
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Caros,
Agradeço pelo auxílio na interpretação e as informações adjacentes que enriqueceram o contexto. Até agora minhas pesquisas se deram através de batismos, não estava acostumado com os registros de casamento. Com vossas informações entendi o que se passa.
Cumprimentos;
Direct link:
Sobre os "Martins Foulam"
Caros,
Sobre os "Martins Foulam"...
Lembrei que tinha uns parentes de alcunha Patrão (que mais tarde virou apelido de família) que nos registros antigos eram por vezes referidos como "Patram". Então lembrei que em português arcaico a forma "am" era empregada no lugar de "ão", com a atualização da grafia, o mais correto seria Foulão, porém, essa palavra não existe no dicionário, mas existe a palavra "Fulão" que designa o empregado que maneja o pisão, nas fábricas de tecidos. Levando em consideração que as alcunhas advinham, principalmente, de características físicas do indivíduo ou de sua profissão, faz sentido para mim pensar que a alcunha seja Fulão em referência a está profissão. Fiz uma pesquisa no Arquivo de Braga e achei um registro de 1920 de um "Martins Fulão". Então é isso. Acho que devo ter desvendado o mistério da alcunha Fulão. Agora, como Fulão virou Capitão, já não sei.
Se um Francisco Martins da freguesia de Marinhas, concelho de Esposende, entre 1722/55, tivesse virado Capitão de qualquer coisa, haveria como descobrir?
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Prezado Manotorres !
Como informação geral, tenha presente que é norma nos navios (no caso navio de guerra), que o marinheiro (grumete) mais novo é chamado o capitão e dizem vocês e o que faz? Pois, é o responsabel dos WC.
Mas passando este pormenor real, era comum, noutros tempos, o não uso do ditongo [ão], mas sim [am], portanto nesse dominio o seu raciocionio está perfeito.
Um bom fim de semana
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
-
Fulão= Fulano [dic. arabismos]
[Sicrano e Beltrano]
Sc.
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Dessa eu não sabia! Mas já imaginava que também poderia ser alguma "brincadeira". Pelo visto a família, na altura, gostou muito da alcunha para passá-la adiante, porque enquanto "Martins Fulão" durou apenas 2 gerações, "Martins Capitão" está ai até hoje.
ReplyDirect link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
SaintClair,
Interessante, este significado eu também não conhecia.
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Prezado Manotorres
Como disse, era um pormenor real, que não quer dizer que seja aplicável a este caso.
Sou muito curioso no nascimento de nomes e alcunhas. Esta é interessante. Tente com alguma perca de tempo, ver quem teria sido o primeiro a adotar a palavra Capitão, pode vir de um ramo familiar paralelo, pois neste momento tudo não passa de suposições, é provavel que encontre o verdadeiro fio da meada
Bom fim de semana
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Já cheguei. Este Francisco que mencionei, era filho de um "Martins Fulão", e neto de um "Martins", apenas Martins.
Até o nascimento do filho dele, em 1721, Francisco também usava a alcunha Fulão. Porém, já nos registros dos netos, por volta de 1750, o mesmo Francisco é referido como "Martins Capitão". Assim, concluí que ele foi o fundador do ramo "Martins Capitão" oriundos da freguesia de Marinhas, Esposende.
Foi somente nesse final de ano (quando os registros do Geneall ficaram abertos) que tive curiosidade por este ramo, pesquisei Martins Capitão e dizia que as famílias "Capitão" advinham de alcunha profissional que virou apelido, foi aí que eu comecei a cogitar essa possibilidade, mas até então não pensava que ele pudesse ser Capitão de alguma coisa, mas sim que a alcunha tivesse um significado diverso daquele que o óbvio nos faz pensar. Digo isso porque Marinhas sempre foi uma freguesia de lavradores (penso eu), de modo que um outra explicação menos "pomposa", como a sua, me faz mais sentido.
Direct link:
Ajuda: Leitura de registros de casamento Esposende.
Esqueci de desejar um bom final de semana também. Está desejado.
ReplyDirect link:
Forum messages ordered by date
Die Zeit wird in GMT angezeigt. Aktuelle Zeit: 02 Dez 2024, 23:36.