Brasões-descrição

This topic is classified in rooms: Heráldica | Famílias

Brasões-descrição

#21671 | gobineau | 20 Mai 2002 01:14

Algum dos senhores me pode informar quando foi feita a primeira descrição verbal das representações iconográficas dos brasões de armas portugueses? E por quem?
Muito Obrigado

Reply

Direct link:

RE: Brasões-descrição

#21677 | JCC | 20 Mai 2002 10:29 | In reply to: #21671

Eu diria que são quase simultaneas. De facto brasão é a linguagem que descreve as armas e não as armas em si. Apenas a evolução semantica da palavra brasão fez com que hoje, em muitos locais, se use brasão em vez de armas.

Por outro lado, nas cartas de armas, e tanto quanto sei, estas são sempre brasonadas (i.e. descritas) e nem sempre iluminadas(i.e. desenhadas). Põe-se, inclusivamente, a questão de saber a qual dar primazia, quando não coincidem se à iluminura se ao brasão.

Quanto a datas não lhe sei responde, de momento. Aliás, como sabe, com a destruição do cartório da nobreza, na sequência do terramoto de 1775 perdeu-se muita documentação. Muitas cartas de brasão foram publicadas pelo Visconde Sanches de Baena e, de então para cá, muitas outras têm vindo a público graças aos esforços de vários investigadores.

Creio que as mais antigas publicadas serão do séc XV, mas não estou seguro, nem tenho à mão docmentação que me permita averiguar.

De qq modo os primeiros a brasonar e iluminar deverão ter sido, com elevada dose de probabilidade, os Reis de Armas.

Cumprimentos

João Cordovil Cardoso

Reply

Direct link:

RE: Brasões-descrição

#21698 | alentejo | 20 Mai 2002 17:45 | In reply to: #21677

Caro João,

Está certíssimo aquilo que escreve. Mesmo antes do regulamento da Armaria já as CBA (se assim se podiam chamar), aparecem com descrição. No AHG, doc. 1, carta passada a Gil Simões em 1438, assim se vê.

Abraço

NB

Reply

Direct link:

RE: Brasões-descrição

#21828 | gobineau | 23 Mai 2002 02:42 | In reply to: #21698

Caros Senhores
João Cordovil e NB

Muito agradecido lhes estou, principalmente ao João Cordovil, pelos esclarecimentos prestados.
No entanto, uma dúvida me ficou, caso pouco de espantar se atendermos a que sou um mero curioso do assunto:
sendo, segundo julgo saber, as armas maioritariamente assumidas no seu início, com que bases se brasonaram e iluminaram da forma hoje celebrada, algumas, certamente, séculos depois de terem sido adoptadas?
Existiam registos que permitissem a sua reprodução fiel, por exemplo, quanto aos esmaltes utilizados?
Muito Obrigado
Fernando Pina

Reply

Direct link:

RE: Brasões-descrição

#24627 | JCC | 18 Jul 2002 16:50 | In reply to: #21828

Caro Fernando Pina

É verdade que na Alta Idade Média não foram atribuidas pelo Rei. Mas isso não impedia que houvesse um claro conhecimento de quem era o seu detentor e ninguém as poderia usar, excepto se pertencesse à mesma família, embora com as diferenças que lhe competissem.

Mas já na Baixa IM é o Rei que avoca a si o poder de conceder armas havendo a partir daí livros de registo de armas.

Subsiste a questão que levantou: Como se sabe quais eram os esmaltes originais?

A resposta encontrei-a há dias, num livro que tenho estado a ler - (O Morgadio em Portugal)- já que nele se comprova que as armas existentes nas capelas instituídas eram pintadas com os esmaltes correctos (existia inclusivamente, nalguns vínculos, a obrigação de manter em bom estado todas estas pinturas).

Por outro lado, e tb. de acordo com a obra citada, em alguns documentos de instituição era determinado que o morgado usasse as armas da família ( e até a forma como as deveria usar) sendo umas vezes descritas e outras remetida para uma sua representação. Tudo isto para evitar que se adulterassem as armas originais.

Na minha modesta opinião, a simples existência destas preocupações demonstra que, já nessa altura, era assunto da máxima importância a preservação da integridade e correcção das armas usadas pela família.

Presumo que também poderiam existir documentos particulares em que se descreviam as armas familiares. E, claro, nos selos dos documentos, existe a sua representação, embora sem esmaltes.

Se bem que não tenha comigo o livro sei que indica a data da primeira "carta de armas" conhecida e que será ou do sec. XIII ou XIV. Vou ver se confirmo a data.

Cumprimentos

João Cordovil Cardoso

Reply

Direct link:

RE: Brasões-descrição

#24661 | JCC | 19 Jul 2002 14:12 | In reply to: #21828

Na sequência o que ontem disse aqui vai uma das citações doa obra que referi:

Na instituição de um Morgadio feita por Nuno Afonso de Sequeira, em 1436:

"faça poer ssobre a mjnha sepultura hua quampaa e serom em ella postos meus signaes de sequeira e djgam as leteras em ella entalhadas "aquj jaz nuno fernadez de sequeira filho do mestre d aujs dom fernan Roiz neto de dom pero bravo de sequeira". E os meus signaes som em hum escudo çinco ujeiras azulles postas em modo de qujnas E o campo do escudo d ouro."

Esta decsrição testemunha, segundo a autora, a utilização de esmaltes nas capelass e representação das armas.

Nouta instituição é expressamente dito que na capela serão colocadas a representação das armas e as bandeiras e que compete ao morgado velar para que tudo se mantenha em condições.

Cumprimentos

GJoão Cordovil Cardoso

Reply

Direct link:

Forum messages ordered by date
Die Zeit wird in GMT angezeigt. Aktuelle Zeit: 02 Dez 2024, 16:54.

Neue Nachricht

Login warning message

Settings / Definiciones / Definições / Définitions / Definizioni / Definitionen