Família Castelino, de Génova
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Família Castelino, de Génova
Caros leitores do Fórum:
Procuro informações sobre a origem da família Castelino, descendente do genovês Paulo Castelino.
Paulo Castelino e Isabel Caldeira foram pais de Júlia Castelino, que casou em Tânger em 1601 com Pedro Vieira de Orta, natural de Ceuta, Cavaleiro-Fidalgo da Casa Real. Neste registo de 1601 Paulo Castelino é dado como já defunto.
No livro de óbitos de Tânger existe um registo de 1611 relativo a Isabel Caldeira, referida como mulher de Paulo Castelino.
De Pedro Vieira de Orta e Júlia Castelino foi filho João de Orta de Andrade, Comendador da Ordem de Cristo, que casou em Tânger em 1629 com Bárbara Coelho.
Existe o processo de habilitação da Ordem de Cristo de João de Orta de Andrade (1647), onde consta ter este sido dispensado das diligências relativas ao seu avô Paulo Castelino, natural de Génova. Aparentemente, o motivo mais forte para a concessão da dispensa foi a existência em Coimbra de um inquisidor com este apelido, cujo nome exacto não é indicado.
O inquisidor está perfeitamente identificado por outra documentação. Trata-se de Paulo Castelino de Freitas, que foi Desembargador da Relação de Braga, Promotor da Inquisição de Coimbra e Inquisidor Apostólico de Goa. Em 1655 era Presidente da Inquisição de Goa. Tinha uma sobrinha chamada D. Maria de Castelino, para quem conseguiu obter um lugar no Mosteiro de Santa Ana, em Lisboa (1649).
No livro "A Inquisição de Goa", de António Baião, consta que Paulo Castelino de Freitas era natural de Óbidos; filho de Luís Castelino e Leonor Cerveira; neto paterno de Paulo Castelino e Brites Gonçalves Caldeira (sic), moradores em Tânger; e neto materno de Diogo de Freitas e Maria Couceiro, moradores em Óbidos.
Luís Castelino de Freitas, natural de Óbidos, foi Cavaleiro da Ordem de Cristo e Familiar do Santo Ofício. Na sua habilitação para FSO (carta de 1657) consta ser filho de António Fortes Preto e D. Francisca de Castelino (indicada como irmã inteira de Paulo Castelino de Freitas, Presidente da Inquisição de Goa), ambos naturais de Óbidos; neto paterno de Dionísio Fortes e Maria de Oliveira; neto materno de Luís Castelino e Leonor Silveira (sic).
No índice das habilitações do Santo Ofício que está na Torre do Tombo é ainda indicado que Luís Castelino de Freitas seria bisneto de Paulo Castelino e Brites Gonçalves Caldeira, mas eu não consegui encontrar esse dado no processo correspondente.
Existe ainda o processo de Leitura de Bacharéis (1658) de João Castelino de Freitas, natural de Óbidos, também filho de António Fortes Preto e D. Francisca Castelino (sem "de"), e com o apelido da avó materna indicado como Cerveira, "sobrinho direito, filho de uma irmã do inquisidor Paulo Castelino, que preside na Inquisição de Goa". Diz-se ainda que "os seus dois irmãos (de João Castelino de Freitas) foram habilitados deste Reino para no da Índia se lhes lançar o Hábito de Cristo".
Luís Castelino teve em 1606 a mercê do ofício de Tabelião do Público, Judicial e Notas de Tânger, ao qual renunciou em 1607. Este ofício tinha-lhe sido concedido pelos serviços prestados por ele e por seu pai Paulo Castelino.
No seu costado de "Castelinos de Ourém", Felgueiras Gayo traça a origem do apelido até ao casal Paulo Castelino e Brites Gonçalves Caldeira.
No conjunto desta informação ressalta a discrepância no nome da esposa de Paulo Castelino: Isabel Caldeira ou Brites Gonçalves Caldeira. Uma vez que há dois registos paroquiais que indicam "Isabel Caldeira" e apenas fontes secundárias que indicam "Brites Gonçalves Caldeira" (não sei de onde veio a misteriosa indicação dos bisavós no índice), creio que a primeira hipótese estará correcta, existindo em Tânger apenas um Paulo Castelino e não dois. Paulo Castelino e Isabel Caldeira serão assim pais tanto de Luís Castelino como de Júlia Castelino.
Quem era afinal Paulo Castelino?
Que serviços terão motivado a mercê a seu filho Luís?
Rui Pereira
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RE: Família Castelino, de Génova
Caros leitores do Fórum:
Por coincidência, acabo de obter novas informações sobre a origem da família Castelino, constantes da habilitação do Santo Ofício de Paulo Castelino de Freitas.
Confirma-se que existiu apenas um Paulo Castelino, natural de Génova e que foi viver para Tânger sendo ainda de pouca idade e foi Ouvidor nesta cidade. É o progenitor tanto dos Castelinos de Óbidos como dos de Tânger.
Luís Castelino e Júlia Castelino são explicitamente referidos como irmãos inteiros. Eram filhos de Paulo Castelino e "Brites Gonçalves Caldeira" (de acordo com Paulo Castelino de Freitas e duas das testemunhas) ou "Isabel Caldeira" (de acordo com outra das testemunhas).
No mesmo processo é referido João de Orta de Andrade, à data (1647) já habilitado para a Ordem de Cristo. É citado como filho de Júlia Castelino.
Agradeço qualquer informação adicional sobre esta família.
Rui Pereira
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RE: Família Castelino, de Génova
Caro Rui, veja no Digitarq PT/TT/TSO/0007 a imagem 464 com o testamento do Inquisidor
Pedro
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