Dúvida na linhagem dos Vale
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Dúvida na linhagem dos Vale
Procuro saber se alguém pode confirmar a existência de um ramo dos Vale, que nem Felgueiras Gayo, nem Manuel de Sousa da Silva referem. Começa em (Gayo ttº de Vales §1 N5; Sousa da Silva ttº de Vales §10 N6):
1- João Afonso do Vale c. c. D. Mor Rodrigues de Vasconcelos, filha de Rodrigo Anes de Vasconcelos (Gayo, diz que era Isabel Peixoto). Filhos:
2- Filipa do Vale
2- Gonçalo Anes (o único de quem Sousa da Silva fala)
(Estes 2, ambos referidos por Gayo)
2- Afonso Anes do Vale, de quem estes genealogistas, já não falam. Terá casado com D. Elvira Vasques Vilarinho, filha de Vasco Afonso Vilarinho. É a descendência destes que procuro. Este Afonso, na crise de 1383 terá seguido as partes de Castela, pelo que lhe foram confiscados os bens.
Esta descendência deve ter vivido em Santarém do séc. XV até fins do séc. XVI. Depois voltou para os Arcos de Valdevez, onde aliás, seus passados tinham sido srs. da Torre de Tora. Por isso, agradeço referências a Vales em Santarém na época indicada.
Também a consulta de obras dedicadas à Idade Média, pode ser que responda a esta questão. Por exemplo: “Linhagens Medievais Portuguesas” ou “Os Patronos do Mosteiro de Grijó”, ambos de José Augusto de Sotto Mayor Pizarro, obras que não conheço.
Outra possibilidade, é a consulta dos manuscritos de José do Vale Campos Barreto, existentes na Biblioteca do Porto (suponho) “Memórias Genealógicas” e “Genealogia dos Vales”.
Obrigado pela atenção,
Vasco Jácome
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RE: Dúvida na linhagem dos Vale
Caro Vasco Jácome:
Deixar-lhe-ei aqui algumas considerações que, espero, lhe possam ser úteis:
1º João Afonso do Vale, de quem se desconhece o nome da mulher (ainda que não tenha sido seguramente a Mor Rodrigues de Vasconcelos citada por F.G., que nem figura entre os inúmeros filhos documentalmente provados de Rodrigo Anes de Vasconcelos), teve do seu casamento, pelo menos:
2- Gonçalo Anes do Vale, escudeiro, citado nas listas dos naturais de Pedroso(1363)e Grijó (1365), combateu ao lado do Mestre de Avís na crise de 1383-1385, sendo seu nome citado mais de uma vez por Fernão Lopes na sua "Crónica de D. João I".
Casou este com dama desconhecida, mas que deveria pertencer à linhagem dos Motas, pois que se sabe ser seu filho um Gonçalo Gomes da Mota, referido no "Livro das Campaínhas".
3- Beringeira Anes do Vale, 2ª(?)mulher de Rodrigo Anes de Sá, cavaleiro e alcaide-mor de Gaia, também ela citada entre os "naturais" de Pedroso e Grijó.
Quanto ao referido Afonso Anes do Vale, por si referido, não parece ser filho do citado João Afonso do Vale, pois a sê-lo deveria constar das listagens de Pedroso e Grijó.
A menos que (e não poderemos descurar esta hipótese, pois que era consideravelmente vulgar ela acontecer)tivesse desistido dos seus direitos a favor daqueles cenóbios.
Muito sucintamente é o pouco que lhe poderei adiantar neste momento sobre a matéria.
Um abraço
Fernando Moreira de Sá Monteiro
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RE: Dúvida na linhagem dos Vale
Caro Fernando Moreira de Sá Monteiro
Antes de mais, muito obrigado pelo seu interesse.
A minha questão sobre esta gente, é que herdei um livro manuscrito do séc. XVIII com uma determinada genealogia dos Vale. Ele pertenceu certamente (está feito até ele) ao meu 6º avô José Lourenço do Vale. Este está referido no Gayo no ttº de Rebelos § 59 N 29, mas só como ascendente. Também está na árvore 200, do Tomo IV dos costados.
Nos Brazões Inéditos, também consta na pg. 180, como armigerado, para Vales e dizendo-se “o supplicante era descendente da nobre e illustre família dos Valles, das terras de Val-de-Vez, e chefe desta geração.”
Ora já se sabe que os manuscritos desta época encerram muitas vezes verdadeiros “delírios genealógicos”. A minha busca é no sentido de apurar qual a verdade no meio disto.
Herdei também mais alguns manuscritos sobre esta gente e juntando tudo, em relação aos filhos de João Afonso do Vale:
1)- Afonso Anes do Vale - que segue.
2)- João Anes de Brito ou Vale, C.G.
3)- Gonçalo Anes, que seguiu as partes d'El-Rei D.João I e foi um dos fidalgos que saiu na armada do Porto a favor de Lisboa quando a sitiou El-Rei de Espanha. Houve por doação de seu tio o cónego Fernão Afonso, a herança que lhe tinha deixado o Arcediago Martim Martins Moniz; tomou posse em 20 de Abril de 1411 na nota do tabelião Fernão Giraldo da Cidade de Braga. Casou com D. Leonor Viegas da Cunha filha de Nuno Viegas da Cunha padroeiro do mosteiro de Souto e teve geração herdada em terras de Penaguião.
4)- D. Catarina Anes do Vale, casou com João Afonso Vieira filho do comendador Gonçalo Vasques Vieira, Corregedor de Entre Douro e Minho; teve questão com seu irmão sobre a herança do Arcediago Martim Martins Moniz por andar em filhos segundos qual era sua mulher de que depois desistiu. Tiveram geração nas Casas de Cura, Lodraes, Ribeiro em Benviver; Fontelas, em Amarante, Porto de Rei em S. Martinho de Mouros.
Quem foi neto desse José Lourenço, foi o já citado na mensagem anterior, José do Vale Campos Barreto (na “Bibliographia Nobiliarchica” de Eduardo Carcavelos, pg. 139, do Vol. II), autor dos manuscritos lá referidos. Tanto quanto sei, eles existem na Biblioteca do Porto. Não sei se por acaso, alguma vez os consultou? Eles devem trazer certamente esta genealogia, talvez com um mínimo de indicações de documentos que a possam minimamente comprovar.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: Dúvida na linhagem dos Vale
Caro Vasco Jácome:
Na verdade, consultei há muitos anos nos Reservados da Biblioteca Pública Municipal do Porto esse "Nobiliário" manuscrito de José do Vale, mas a propósito dos Sás.
Em relação aos filhos de João Afonso do Vale apenas sei, como certo, o que lhe deixei escrito e que, de resto, o José Augusto Pizarro corrobora nos seus magníficos estudos "Os Patronos do Mosteiro de Grijó" e mais recentemente na sua tese de doutoramento "Linahgens Medievais Portuguesas".
As listas de Pedroso e Grijó só referem aqueles dois filhos (ainda que na de Grijó o nome de Beringeira Anes do Vale não seja explicitamente citado, por estar já casada com Rodrigo Anes de Sá e ambos serem "naturais" daquele cenóbio. Mas na de Pedroso, refere-se expressamente "item Gonçalo Anes do Vale filho de Joham Affonso do Vale; item Berengeira Anes do Vale suua irmãa".
Na de Grijó citam-se expressamente: "Gonçalle Annes do Valle escudeiro. Item huum filho que a nome Gonçallo Gommez da Mota escudeiro".
E nada de referirem qualquer outro filho de João Afonso do Vale.
Em relação ao Fernando Afonso do Vale, irmão de João Afonso do Vale, foi ele cónego de Braga e abade de S. Cosme do Vale, e fez escambo com sua sobrinha Beringeira Anes do vale e marido, Rodrigo Anes de Sá, cavaleiro, sobre o casal da Quintã, em Santa Maria do Abade, em 1381 (ANTT, Convento de Avé-Maria, I, maço 2, nº 5).
Como não vou pôr, obviamente, em dúvida as informações documentais citadas pelo meu ilustre Amigo, sou levado a crer que qualquer dos outros presumiveis irmãos (Afonso Anes, Catarina Anes e aquela Filipa que não me parece verdadeira), ou não existiam ainda quando da feitura das listas de Pedroso (1363)e Grijó (1365), ou haviam desistido dos seus direitos naqueles cenóbios, únicas razões lógicas para não serem ali citados.
De momento, é tudo quanto se me oferece acrescentar sobre a matéria. Mas, devo confessar-lhe, esta linhagem dos Vales interessa-me muito pelas suas ligações com os Sás. Tanto mais, que continuo sem saber exactamente de quem seria filho aquele Aires do Vale casado com Senhorinha Anes de Sá(irmã de Rodrigo Anes de Sá). Quem sabe se não seria também filho de João Afonso do Vale e, como tal, irmão da mulher de Rodrigo Anes de Sá, ou, pelo menos, seu primo direito?
Dúvidas que eventualmente poderão vir a ser dissipadas. Mas, confesso, não me detive a consultar muitas mais fontes para tentar descortinar tal personagem.
Mesmo o José Pizarro não adianta nada mais sobre esta linha, para além daquilo que eu próprio já havia citado nos meus opúsculos sobre os Sás.
Entretanto aceite os meus melhores cumprimentos.
Fernando Moreira de Sá Monteiro
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RE: Dúvida na linhagem dos Vale
Caro Fernando Moreira de Sá Monteiro
Antes do mais a informação da minha mensagem não é de minha autoria, resulta dos tais manuscritos. Ora quando se consulta esta papelada meia rascunhada, fica-se sem se saber se aquela é realmente a opinião do autor, se é um trabalho que ficou a meio, uma mera cópia que a pessoa fez de outro sítio qualquer para vir a estudar posteriormente, etc. Portanto, o que eu enviei é antes perfeitamente criticável e eu próprio não posso garantir que seja minimamente fiável. Mesmo que neste caso, tais manuscritos tenham passado pelas mãos de genealogista credível como foi José de Sousa Machado, que fez neles anotações, neto de José do Vale Campos Barreto (e meu tio-bisavô). Os manuscritos também referem que o tal José Lourenço do Vale justificou a sua nobreza na cidade do Porto a 5 de Maio de 1729 na nota do Tabelião Marcos da Fonseca Lemos. Nunca tive foi oportunidade de verificar a existência de tal documento, mas duvido que, mesmo que exista, resolva uma questão muito mais remota.
Relativamente a Aires do Vale, num dos manuscritos que desenvolve mais ramos laterais:
“Fernão Gonçalves da Maia cc Estevainha Martins do Vale, tiveram, entre outros:
Gomes Fernandes do Vale, viveu na Quinta de Ayrão em Guimarães (como consta das inquirições de D. Dinis) comprou a Quinta de Pombal e o Casal de Lodrilho em Taboadelo e S. Sidrão; teve filho natural legitimado por El-Rei D. Dinis
Estevão Gomes do Vale casou na Quinta de Silvares com ...(não diz) teve
João Esteves do Vale
Ayres Gomes do Vale casou com D. Senhorinha Anes de Sá, filha de João Roiz de Sá e m.er D. Maria Mendes e por esta parte houve ração com seu filho no Mosteiro de Grijó; teve
1 Fernão Ayres do Vale
2 D. Beatriz Ayres do Vale que foi Freira em Arouca coube-lhe o Solar e a Quinta de Sá que cedeu a seu Tio Rodrigo Anes de Sá em troca de outros bens.”
Como digo, não sei a fiabilidade disto. Gayo nem desenvolve a descendência de Gomes Fernandes. Souza da Silva, faz Ayres do Vale filho do 2º casamento de Afonso Pires do Vale, onde Gayo coloca um Álvaro Anes do Vale. O manuscrito que tenho, não dá qualquer filho a este 2º casamento de Afonso Pires (traz como expus). Souza da Silva, na pág. 175 do Vol. II dá como filho de João Esteves, não Ayres Gomes, mas Vasco Anes; o que pelos patronímicos é mais correcto. Enfim... Parece que é mesmo complicado!
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: Dúvida na linhagem dos Vale
Se me permitem a intromissão, tenho uns outros Vales, que não devem ser destes, e que são mais recentes: Sanches de Baena cita João Maria do Valle, fidalgo cavaleiro (meu trisavô; n. em Lisboa em 1810 e Ý no Rio em 1872), armigerado com as armas dos Vales e Leites. Tenho sua ascendência, em familiaratos e outras fontes primárias, até um certo Manuel do Valle `o velho,' alcaide pequeno em Chamusca, n.c. 1640; teria sido alfaiate.
Há perto, em Tomar, uns Valles antigos. Não sei se há parentesco.
Francisco Antonio Doria
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RE: Dúvida na linhagem dos Vale
Caro Francisco António Dória
Do seu trisavô não tenho nada sobre esse ramo.
Quanto aos de Tomar, pelo menos pelo que diz Felgueiras Gayo, que trata deles no ttº de Vales e ttº de Magalhães § 141, haverá parentesco remoto se realmente os que eu procuro entroncarem nas gerações iniciais de Vales. Inclusivamente, julgo que a Casa e Morgadio aí referido, é uma Casa onde estive há alguns anos atrás num jantar da ANHP.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: Dúvida na linhagem dos Vale
Prezado Vasco Jacome,
Se vc quiser qualquer dado desta linha (ramo?) por favor, estou à disposição. E - grato pela resposta :)
fad
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Dúvida na linhagem dos Vale
Olá Francisco,
Talvez esta mensagem já não chegue até si pois o tópico já foi levantado no fórum há 20 anos.
Descobri recentemente, ao pesquisar nos livros paroquiais da Chamusca, que também descendo desse Manuel do Vale, alcaide pequeno. Teria todo o gosto em trocar impressões com o Francisco.
Obrigado
Miguel Sousa Pinto
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