Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

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Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#2820 | Cascais | 17 Mär 2001 17:01

Figueiredos, Figueiras, Figueiroas, Soares e Soeiros, serão todos parentes?

Estou a criar este tópico com o objectivo de desanuviar um outro em que o titulo já nada tinha a haver com o assunto.

Estão como intervenientes: Rafael Mião, JCA, Vásco Jácome e Cascais. Claro está aberto a todos que queiram intervir.

E tudo começou assim:

Caro Senhor
Conheço o apelido Soeiro,Sueyro e Sueiro,na pessoa de Isabel Afonso Sueiro,casada com Afonso Guerrero(foi depois aportuguesado para o actual-Guerreiro)cavaleiro da Casado Infante D. Henrique e que viveram em Ourique-B.xo Alentejo:melhor dizendo na chamada Quinta dos Guerreiros,que era da do concelho referido e hoje do de Almodôvar,precisamente na actual freguesia de São Sebastião de Gomes Aires e entre esta freg. e a de Santana da Serra .Só há algumas ruinas e pouco representativas e agora com a autoestrada em construção desaparecerão de todo.Isabel Afonso Soeiro era filha de Soeiro da Costa um dos cavaleiros que entrou no torneio de desagravo das Damas inglesas cantado por Camões,nos Lusíadas.(Pode-se consultar-Aboim e Guerreiro Leitão de Aguiar no Anuário da Nobreza de Portugal-III tOMO II -1985;O Armorial Lusitano,introduzindo a respectiva palavra e um pequeno trabalho meu,sobre -Guerreiros(part. Guerreiros de Gusmão)não publicado(fotocopiado) e apenas oferecido a primos e confrades ,amigos destes assuntos.
Cordiais saudações
Rafael Carvalho


A família dos "Soeiros", parece ser de origem remota e terá tidoorigem num cavaleiro "D.Suero" que terá vindo com D. Rausendo e D. Tédon, netos do Rei Ramiro II de Leão, para ajudar na conquista, destas terras do norte, aos mouros. Esta Lenda está ligada á fundação do Mosteiro de S. Pedro das Águias na Granjinha, freguesia do Concelho de Tabuaço e limitrofe de Aldeia de Sendim, Paradela, Távora, onde aparece com frequência o dito apelido de "Soeiro". Também na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 28, pág 268, aparece a referência á família dos Soeiros, dizendo que foram padroeiros da Igreja, na qual detinham banco na capela mor e sepultura, referindo ainda a família como ascendente da 1ª Viscondessa de Anadia.
Certo é que a família deveria ser poderosa e se dividiu bastante com várias alianças, estando espalhada por várias freguesias do Concelho de Tabuaço. Tanbém sei que alguns genealogistas ligam a família aos Soares, atribuindo-lhe as mesma armas, com alguma variante, das concedidas aos Soares de Albergaria. Não sei ainda qual a possível ligação e quais os antecessores e verdadeiros Soeiros de Aldeia de Sendim e é isso que tento descobrir. Agradeço qualquer colaboração nesse sentido e mais uma vez agradeço a sua atenção desde já,

Respeitosos cumprimentos,
JCA

Caro JCA

Não encontro exactamente o que procura. Mas tenho algo parecido!
De facto, segundo Felgueiras Gayo, a ascendência paterna da 1ª Viscondessa da Anadia está ligada aos capitães-mor de Sernancelhe e a materna está ligada aos Figueiredo. Na origem desta linhagem é que encontro um facto mais ou menos lendário e um Soeiro.
A saber: um Guesto Anzur, provavelmente antes do ano 1000, terá feito a proeza de matar uns mouros que levavam umas donzelas para o Rei de Córdova, como pagamento de um antigo tributo. Este facto estará na origem do nome de Figueiredo (por ter muitas figueiras) das Donas (relacionado com estas donzelas), que suponho ser a actual freg. do conselho de Vouzela, onde se terá dado o acontecimento. Fez doações ao Mosteiro de Tarouca. Terá sido seu 5º neto Soeiro Martins de Figueiredo, embora o “Armorial Lusitano” refira dúvidas nesta ligação. Este Soeiro terá vivido por 1260, pelo tempo de D. Afonso II, D. Sancho II e D. Afonso III e será o 1º Figueiredo de quem se deduz a descendência com uma certa segurança.
Não sei se realmente isto terá alguma coisa a ver com o que procura, pois continuo sem saber que Soeiros são esses (a descendência deste é Figueiredo). De qualquer modo, qual a lenda à volta do Soeiro que refere? Pode ser que isso ajude a identificar as pessoas.

Cumprimentos,
Vasco Jácome

Agradeço as pistas, que tiveram a amabilidade de fornecer, brevemente esclarecerei a lenda e, possívelmente, poderei tentar as primeiras aproximações ao que pretendo saber.
De qualquer forma e pelo que me é dado saber, há uma relação entre Soeiro e Soares e posteriormente Soares de Albergaria, pelo que fazemm todo o sentido as achegas que forneceram pois tudo parece relacionado embora o lapso temporal entre situações e pessoas ainda deixe muita névoa sobre essas ligações.
Deixo, de qualquer forma, mais uma indicação que possívelmente conhecem, retirada do Armorial Lusitano, em que menciona as Armas dos Soares de Albergaria como as dos Soeiro, ao que parece os primeiros tomaram para si, adaptadas, as dos segundos que parecem ser anteriores e sua raíz.Terei feito alguma confusão?

Saudações cordiais,
JCA

Meu caro

Gaspar Frutuoso, no livro terceiro, das "Saudades da Terra" diz o seguinte:

"Dizem os de antigamente, tendo el-Rei guerras e dando uma batalha aos inimigos, encontraram-se de maneira que quebraram as lanças e espadas, ficando alguns sem armas para pelejarem; sendo destes uns dois irmãos que andavam em companhia do Rei nesta batalha, arremeteram a umas figueiras e delas cortaram ramos, com os quais tornaram aos inimigos, e neles fizeram grande destruição, grandes cavalarias. Depois de acabada a guerra, chamou el-Rei aos que nela mais se avantajaram para lhes dar APELIDOS e fazer mercês, e, chamando aqueles irmãos, a um deles lhe pôs nome FIGUEIREDO, porque pelejara com os paus e ramos da figueira do modo sobredito, e dizendo ao outro que visse qual nome e apelido queria, ele lhe respondeu que não queria apelido, que sua fama soaria, donde logo lhe chamaram SOARES, e ficou com tal apelido, os quais, ou por serem naturais de Albergaria, ou por el-Rei fazer logo senhor de Albergaria a este primeiro Soares, os legítimos e verdadeiros Soares se chamam de Albergaria e são parentes dos Figueiredos, por os primeiros destes apelidos serem irmãos. E deste Figueiredo veio a proceder em Portugal um bispo que foi de Viseu, chamado D.Gonçalo de Figueiredo, que era irmão de D.Durão. Este bispo teve um filho, chamado Fernão Gonçalves de Figueiredo, três filhas, chamadas Inês Gonçalves, Maria Gonçalves e Beatriz Gonçalves, todas com apelido de Figueiredo, como seu pai. Fernão Gonçalves de Figueiredo, filho do dito bispo, casou com Maria Dias, mulher mui principal, e houveram ambos a Diogo Soares de Albergaria, que foi aio de el-Rei D.João e casou com D.Beatriz de Vilhena; foi também aio do infante, irmão do dito Rei, o qual não houve filhos de sua mulher.
Houve mais Fernão Gonçalves de Figueiredo, filho do dito bispo, de Maria Dias, sua mulher, outro filho, que se chamou Fernão Soares de Albergaria, que casou com D.Isabel de Melo...da qual houve filhos..."

Espero que esta "lenda" o ajude.

Respeitosos cumprimentos

Caro JCA e Caro amigo Cascais

Confrontando a história exposta por “Cascais” com o Gayo deparo com o seguinte: a primeira parte, dos irmãos Figueiredo e Soares estará completamente desajustada. Relativamente aos Figueiredo já me referi na mensagem anterior. Quanto aos verdadeiros Soares de Albergaria, julgo que não há segunda opinião, que descendem de D. Payo Delgado fundador de uma albergaria em Lisboa. Deste, foi descendente um Soeiro, cujos filhos usaram o respectivo derivado “Soares” o qual foi conservado por seus descendentes. Quando muito a origem é comum aos Rebelos, também descendentes de um filho de D. Payo.
Quanto à segunda parte da história, já encontro as “personagens” no ttº de Figueiredos §9 N6 que começa com o tal D. Gonçalo, Bispo de Viseu, com descendência nos Soares de Albergaria. Só que não me parece que seja o ramo da Viscondessa da Anadia...

Quanto ao que é dito no “Armorial” em Soeiro, a própria obra adverte que estas armas são próprias dos Soares de Albergaria (alguns ramos destes terão usado Soeiro em vez de Soares, mas aqui a diferença será como Roiz e Rodrigues, que vai dar tudo ao mesmo...). Terá sido o que aconteceu na Carta d’Armas passada a 11/1/1570 a António Cardoso Soeiro de Albergaria, de Aveiro, que se diz descendente dos Soeiros de Albergaria (Nº 21 dos “Brasões Inéditos”)?

Cumprimentos,
Vasco Jácome

Amigo Vasco e a todos interessados neste tema

Vou continuar no último parágrafo da dita "lenda", para ver se chegamos a alguma conclusão:

"Houve mais Fernão Gonçalves de Figueiredo, filho do dito bispo, de Maria Dias, sua mulher, outro filho, que se chamou Fernão Soares de Albergaria, que casou com D.Isabel de Melo, filha de Estêvão Soares, da qual houve Álvaro Soares, que matou Álvaro de Ataide, e D.Beatriz, que casou com Afonso de Sequeira e foi ama da Excelente Senhora, e D.Isabel de Melo, que foi mulher de Antão Gomes de Abreu, e outra filha, também chamada D.Beatriz, que casou com Diogo de Mendonça, alcaide-mor de Moura e outra, que se chamava Isabel Soares, que casou com Vasco ou Álvaro Carvalho, e D.Briolanja, que casou com João Gomes da Silva, senhor da Chamusca, filho de Rui Gomes Dorgens; houve mais outra filha, que se chamou Dona Catarina, que foi freira em Vila do Conde, e quatro filhos de outra mulher, dois que chamaram João Soares e Fernão Soares, que foi à Índia, e outros dois, a que não soube o nome. De D.Beatriz,filha do dito Fernão Soares, de Santarém, que foi colaço da Excelente Senhora e pai de Fernão Soares de Albergaria, o do Olho, e Baltazar de Sequeira, senhor do Prado, pai de Diogo Soares, o de Galiza, e D.Catarina, que foi mulher de João Álvares da Cunha, mãe de Mateus da Cunha, e de D.Tomásia, e de outros muitos da Cunha de Santar.
De D.Isabel, filha do dito Fernão Soares, casada com Antão Gomes de Abreu, nasceu João Gomes de Abreu e Vasco Gomes de Abreu, pai de Diogo Soares, o Rodovalho, e de Cristóvão de Melo; e Pero Gomes de Abreu, morador em Viseu, e Lourenço Soares, vedor e mordomo-mor do Cardeal D.Afonso, e foi pai de Gomes Soares, e de Diogo Soares, e de outros honrados filhos, e de D.Teresa, mãe de D.Isabel, mulher de D.Manuel da Silva.
De D.Beatriz Soares, filha de Fernão Soares e de Isabel de Melo, casada com Diogo de Mendanha, alcaide-mor de Moura, nasceu D.Margarida, mulher de Jorge de Melo, monteiro-mor de el-Rei, e D.Joana de Mendonça, Duquesa de Bragança, e Pero de Mendonça, alcaide-mor de Moura, e António de Mendonça, e Cristóvão de Mendonça.
De Isabel Soares, filha de Fernão Soares, casada com Vasco ou Álvaro Carvalho, nasceu Álvaro Carvalho e Vasco Carvalho.
De D.Briolanja, filha de Fernão Soares, mulher de João Gomes da Silva, nasceu Francisco da Silva, da Chamusca, e outros."

Por agora fico por aqui.

Daqui concluo que realmente o autor dá uma ligação com os descendentes de D. Payo Delgado, pela tal D. Isabel de Melo, mulher de Fernão Soares de Albergaria, e filha de Estêvão Soares que presumo ser Estêvão Soares de Albergaria (o moço). O que contraria muita gente. E que este Fernão Soares de Albergaria, filho de Fernão Gonçalves de Figueiredo e de Maria Dias; é o que é referido por outros como filho de Fernão Gonçalves de Figueiredo e de D. Catarina Soares de Albergaria neta de Estevão Soares de Albergaria (o moço). Portanto a ligação está feita, só numa versão diferente.
Versão essa que me leva a supor haver várias ligações ao dito D. Payo Delgado, o que para a altura me parece muito provável.

Julgo estar aberto um tema interessante de discussão.

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#2835 | Vasco Jácome | 18 Mär 2001 22:30 | In reply to: #2820

Caro Cascais

Relativamente ao seu texto e quando comparado com o Gayo, não vejo diferenças de monta (embora não tenha conferidos todos os ramos laterais), excepto no facto de a m.er de Fernão Gonçalves de Figueiredo ser D. Catarina Dias Soares de Albergaria, filha herdeira de Diogo Soares de Albergaria; neta paterna de Estevão Soares de Albergaria; bisneta de outro Estevão Soares de Albergaria. Este último, irmão de D. Martinha Soares m.er de Martim Afonso de Melo (ver abaixo) e filho de Soeiro Fernandes de Albergaria que era bisneto de D. Payo Delgado.

Quanto à sua conclusão, também tenho (tem o Gayo...) algo a obstar: o Estevão Soares, pai de D. Beatriz, é de Melo e não o que refere (ttº de Melos §1 N9), embora também descendente dos Soares de Albergaria por linha feminina, como neto dos referidos acima.

Conclusão: segundo Gayo há de facto ligações entre Figueiredos e Soares de Albergaria. Quanto a Figueiras e Figueiroas, pelo que vejo escrito por este autor e no ”Armorial Lusitano” nada terão em comum com esta gente. Pelo menos na sua origem. Quanto a Soeiros, dada a sua origem patronímica, serão necessários todos os cuidados inerentes a esta situação para os localizarmos como família “independente” e como origem. Talvez nalguns ramos dos Soares de Albergaria tenha acontecido a não mutação de Soeiro para Soares passando a apelido na primeira forma. E que posteriormente tenham mantido este “derivado” durante gerações. Seria fenómeno análogo aos Mendes de Vasconcelos, ou aos Azevedos que mantiveram o Lopes de descendentes de D. Lopo Dias de Azevedo.

Cumprimentos,
Vasco Jácome

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#2844 | JCA | 19 Mär 2001 13:24 | In reply to: #2820

Caros Senhores

Em relação ao apelido Soeiro, parece o mesmo ser um patronímico em nominativo de Soares, no entanto, da heráldica pode constatar-se que as armas atribuídas aos Soeiros, são, com alguma variantes, as usadas pelos Soares de Albergaria, dando a sensação de as dos Soeiros serem ou poderem ser as primitivas.
Aos soeiros são atribuídas como armas: de prata, cruz florida de vermelho vazia de campo; bordadura também de prata, carregada de oito escudetes de azul, sobrecarregados cada um de ciñco besantes de campo; como timbre: Dragão volante de vermelho, carregado no peito com cruz florida e vazia como no escudo mas de prata.
Os Soares de Albergaria usam as mesma armas com algumas variantes, a saber, usam, em vez de oito, doze escudetes da mesma forma e metais, no timbre, em lugar de dragão, serpe volante de vermelho carregada de uma cruz de prata.
Ao que parece mesmo na linha de Soares de Albergaria há alguns personagens com o apelido Soeiro de Albergaria.
No entanto a procura que efectuo incide actualmente sobre o apelido simples de Soeiro, bastante difundido no Concelho de Tabuaço, principalmente nas Freguesias de Aldeia de Sendim e seus anexos, Paradela e Távora.
Ao que consta foi dessa família Soeiro de Aldeia de Sendim que descendeu a 1ª Viscondessa de Anadia, penso eu, pelo lado materno, família algo poderosa nessa povoação e na altura.
Certo é que descendentes dessa família por lá existem, com muitos ramos e já sem ligação parental bem estabelecida, certo também é que entre o fim do séc. XVII e meados do Séc. XIX há registos paroquiais e uma obra escrita de um pároco que conhecia a freguesia de Aldeia de Sendim, e que se refere á família dos Soeiros como sendo uma das principais, sendo padroeiros da Igreja matriz local onde detinham banco na capela e onde alguns foram sepultados.
A ligação histórica entre ramos e ascedência é algo dispersa e remota e é isso que tentamos reatar. A lenda de que Vasco Jácome perguntava está relacionada com os cavaleiros D. Tédon e D. Rausendo, netos de Ramiro II de Leão, que nos primórdios da nossa Nacionalidade vieram conquistar terras aos mouros, precisamente na zona de Tabuaço, onde existe mesmo uma povoação denominada Graja do Tedo(lenda do Mosteiro de S. Pedro das Águias em Granjinha - Tabuaço), onde se situa a minha pesquisa e segundo reza a tal lenda, vieram acompanhados de um cavaleiro D. Suero que, pensamos, poderá estar na origem da implantação do apelido nessa zona com a variante de Soeiro.
Agradeço todas as colaborações,
JCA

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#7639 | JCA | 31 Jul 2001 13:43 | In reply to: #2820

Caro Vasco Jácome e Cascais

Em relação ao tema que foi levantado, com certeza estarão muito mais aprofundados e com mais literatura para o debater, no entanto no seguimento de um pequeno estudo genealógico sobre uma família de Sernancelhe "Soeiro d'Almeida", fiquei a saber a origem do segundo apelido mas não consegui descobrir e ligar a do segundo.
No entanto sei que a 1ª viscondessa de Anadia era de Sernancelhe e que veio a ser dona de várias propriedades e casa, bem como lugar na Igreja (banco) junto da sepultura dos antepassados maternos que eram Soeiros.
É essa linha materna que estava interessado em seguir já que de fonte segura se sabe que o avô materno da viscondessa era Soeiro e era de Sendim (Tabuaço) ou pelo menos tinha lá grandes propriedades e haveres.
Daí eu ter solicitado no fórum , se alguém me poderia ajudar na ascedência materna da 1ª viscondessa de anadia, o que até agora não aconteceu, pelo que mais uma vez agradeço qualquer contributo nesse sentido.

JCA

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#7646 | MAS | 31 Jul 2001 16:43 | In reply to: #2820

Caros participantes
Os Figueiredo da Beira descendem de Gonçalo Garcia de Figueiroa, natural de Córdova, dos Figueiroa da Galiza, que veio servir os reis de Portugal e cuja descendência aportuguesou o nome para Figueiredo. Deste foi bisneto, entre outros que seguiram o nome Figueiredo, Fernão Gonçalves de Figueiredo, senhor de juro e herdade (29.9.1384) de Santar, Senhorim, Barreiro, Óvoa e Algiraz (1399), que casou com D. Catarina Dias de Albergaria, morgada da capela e albergaria de S. Mateus e da capela e hospital de Stº Eutrópio, a quem D. João I confiscou estes bens para os dar ao 8º senhor de Tábua Martim Vasques da Cunha, primo desta Catarina e também Soares de Albergaria, por esta ser filha sucessora de Diogo Soares de Albergaria, chefe desta linhagem, que seguiu o partido da rainha D. Beatriz, que acompanhou a Castela. Este Diogo era senhor dos ditos morgadios, alcaide-mor de Arronches (1.3.1367) e senhor dos direitos reais (3.3.1372) e do reguengo e comenda (3.8.1373) da dita vila, e senhor de juro e herdade de Santar, Senhorim, Barreiro, Óvoa, conforme se diz na doação a seu neto homónimo.
De Fernão Gonçalves de Figueiredo e de sua mulher D. Catarina foram filhos:
1)Diogo Soares de Albergaria, que faleceu s.g. e foi cavaleiro da Casa de D. Duarte, senhor de juro e herdade de Santar e dos seus coutos (17.4.1434), de Barreiro, Avô e Algiraz (22.2.1434), de Senhorim (21.4.1434), da aldeia de Cabra, no termo de Gouveia (29.1.1434), a quem D. Duarte dá ainda os bens confiscados ao Cabido de Viseu (26.6.1434) e um terreno com cisterna e alicerces de muralha junto à porta principal de Viseu (17.4.1434). A seu pedido, o senhorio de Santar passou para seus primos Cunha.
2) Fernão Soares de Albergaria, senhor da vila do Prado (Braga), que casou com sua prima (também Soares de Albergaria) D. Isabel de Mello, de quem descendem os verdadeiros Soares de Albergaria da Beira.
A lenda que relaciona os Figueiredo com Figueiredo das Donas (Vouzela) é completamente falsa e foi importada da Galiza. Os Figueiredo da Beira são portanto Figueiroa, cujo escudo de armas usam, com pequenas alterações. Outros Figueiredo terão surgido das inúmeras terras com este nome em Portugal, sem relação com estes, de cujo escudo de armas se apropriaram, em muitos casos oficializado por carta de armas.
Cordiais cumprimentos
Manuel Abranches de Soveral

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#7647 | 2910 | 31 Jul 2001 17:48 | In reply to: #7646

Caro Manuel Abranches de Soveral
Dizem as genealogias dos Figueiredos que um Soeiro Martins de Figueiredo,(filho de Martim Gomes Ansures) herdou o lugar de Figueiredo das Donas,( o dão como o primeiro a usar este apelido), viveu nos reinados de D.Afonso II, D.Sancho II e D.Afonso III. Em 1260 doou ao mosteiro de Santa Cruz de Coimbra certas fazendas para aniversários. Deduzem que foi seu filho Estevão Soares de Figueiredo e neto, Vasco Esteves de Figueiredo, que viveu nos finais do Séc.XIII e foi Sr. da torre e julgado de Figueiredo, acham-se memórias suas nas inquirições do rei D.Dinis. Parece que teve cinco filhos, que continuaram a espalhar este nome, na região da Beira, berço desta família.
O que acha destas genealogias, serão falsas ?

Um abraço

Óscar Caeiro Pinto

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#7649 | 2910 | 31 Jul 2001 18:55 | In reply to: #7646

Caro Manuel Abranches de Soveral
Diz uma genealogia que Afonso Vasques de Figueiredo, filho de Vasco Esteves de Figueiredo teve:

-DIOGO AFONSO DE FIGUEIREDO, que serviu o rei D.Fernando, que em satisfação dos seus serviços lhe fez doação da torre de Santo André de juro e herdade, situada na terra de Azurara a qual tinha sido do infante D.Dinis, por carta dada em Salvaterra a 13/12/1417, nano de cristo de 1379.
Era já falecido em 14/3/1422, ano de cristo de 1384 quando o rei D.João I, sendo mestre de Aviz, fez mercê a sua mulher Constança Rodrigues Pereira, a confirmar o celeiro de Bassara no julgado de Vouga.
Casou com Contança Rodrigues Pereira, que também foi mulher de seu primo Gonçalo Garcia de Figueiredo, aio do infante D.João. Deste dizem procedem os Figueiredos da Beira.

um abraço

Óscar Caeiro Pinto

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#7650 | MAS | 31 Jul 2001 19:05 | In reply to: #7647

Caro Óscar
Essa é justamente a lenda dos Figueiroa da Galiza. Alguém depois a importou para Portugal e colocou-a em Figueiredo das Donas certamente por achar o nome adequado... Só que Figueiredo (um pequeno lugar de Fataúnços - Vouzela, só muito depois dito das Donas), nunca foi solar desta família. No séc. XIV era da coroa e D. João I doou-o a João Falcão cc D. Branca de Souza, filha do mestre da Ordem de Cristo D. Lopo Dias de Souza. Estes fizeram aí uma torre e paço, que herdou a neta D. Guiomar de Souza cc João Lopes de Almeida, conselheiro e vedor da Fazenda de D. Duarte, que aí fizeram grandes obras. A esta D. Guiomar de Souza sucedeu sua filha D. Beringela de Souza, a esta sua filha D. Damásia de Souza e a esta sua filha D. Maria Inez de Souza. E foi por causa desta sucessão de senhoras que o lugar de Figueiredo se passou a chamar «das Donas». Próximo (S. Pedro do Sul) há outra terra do mesmo nome, bastante mais importante, dita Figueiredo de Alva, que inicialmente (antes do séc. XIV) também se chamava apenas Figueiredo. Há alguma confusão entre estes duas terras Figueiredo, se é que inicialmente não era a mesma, dada a proximidade. As inquirições afonsinas referem a existencia aí de um paço e honra, que tinha sido de D. Vermudo o Velho, pai do conde D. Fernando Vermudes, que governou Lafões nos finais do reinado de D. Afonso Henriques princípios do de D. Sancho I. Mas, que se saiba, não deu origem a nenhuma linhagem que usassem o nome Figueiredo.
Um abraço
Manuel Abranches de Soveral

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#7651 | MAS | 31 Jul 2001 19:54 | In reply to: #7649

Caro Óscar
Já tinha respondido à mensagem anterior quando vi esta.
Constança Rodrigues Pereira ainda a 20.5.1378 é dita apenas viúva de Gonçalo Garcia de Figueiredo, com quem casou depois de 1365. Só portanto deve ter casado com Diogo Afonso de Figueiredo cerca de 3.12.1379, quando este recebe a quinta de S. André que tinha sido do 1º marido. Em 24.3.1384 já este Diogo tinha falecido, pois a dita quinta é então confirmada à viúva. Nem do 1º nem do 2º casamento de Constança Roiz Pereira, tanto quanto se conclui, ficou geração. De um 1º casamento de Gonçalo Garcia de Figueiredo é que ficaram dois filhos: o bispo de Viseu D. Gonçalo de Figueiredo, nascido em Alcácer do Sal e falecido em Viseu em 1382, e Aires Gonçalves de Figueiredo.
Aquele Gonçalo Garcia de Figueiredo, nascido cerca de 1300, foi aio do infante D. João (nascido cerca de 1350, filho de D. Pedro) e alcaide-mor dos castelos de Gaia e da Feira. Era filho, ao que se julga, do já referido Gonçalo Garcia de Figueiroa e de uma senhora portuguesa que tinha comedoria nos mosteiro de Grijó, uma vez que seu filho Gonçalo também aí tinha comedoria.
Aquele Aires Gonçalves de Figueiredo, que foi senhor de Gaia e da Maia, alcaide-mor da Feira, etc., nasceu em Alcácer do Sal cerca de 1425, pois com 90 anos esteve na conquista de Ceuta. Foi casado com Leonor Pereira e parece que só tiveram um filho, Gonçalo do Tegal.
Do Diogo Afonso de Figueiredo não sei a filiação nem conheço documentação.
Um abraço
Manuel Abranches de Soveral

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#7654 | Vasco Jácome | 31 Jul 2001 22:29 | In reply to: #7639

Caro JCA

A 1ª Viscondessa de Anadia, D. Maria Antónia de Carvalho Cortez e Vasconcelos (cc João Rodrigues de Sá e Melo, 1º Visconde) era filha de Manuel António Cortez de Carvalho e Vasconcelos, Sr. do Morgado de Stª Eufémia, e de sua m.er D. Francisca de São Payo Vasconcelos e Tovar, filha herdeira de Diogo Homem de São Payo, Capitão-mor de Sernancelhe, e de sua m.er D. Jerónima de Tovar Noronha. Seria então este Diogo o avô materno que diz que era Soeiro. No entanto, na sua genealogia traçada por Felgueiras Gayo no seu ttº de Figueiredos § 31 N15, onde ele se encontra, não vejo qualquer referência a Soeiros. Pelo menos nos seus ancestrais mais próximos. Julgo que para esta época este autor ainda poderá ser considerado minimamente fiável. Espero...

Reparei é que aqui no GP, na página destes titulares se indica como bibliografia, além da NPB, um exemplar da revista “Raízes e Memórias” o nº 16, na pg 10. Mas eu não o tenho, pelo que não lhe posso adiantar se ajuda nesta questão ou não. Talvez outro participante faça o favor de dar uma vista de olhos.

De qualquer modo, julgo que seria importante referir aqui a fonte de informação em que se baseia para pretender estabelecer essa ligação com Soeiros. É uma mera tradição oral? Alguma coisa publicada? Enfim, o que é tem de concreto? Além disso, insisto, também poderá ajudar se der a conhecer algo mais sobre a tal lenda que diz envolver o início desses Soeiros.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#7655 | Vasco Jácome | 31 Jul 2001 22:39 | In reply to: #7646

Caro Dr. Manuel Abranches Soveral

Estamos portanto perante mais uma fífia dos Nobiliários tradicionais, Felgueiras Gayo incluído. Lamento ter contribuído para a sua divulgação, mas também fui vítima dessa literatura. De qualquer modo, julgo que o que refere é descoberta recente e daí ainda não vir reflectida no “Armorial Lusitano”.

Ficam aqui os meus agradecimentos por mais um precioso esclarecimento.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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#7656 | MAS | 31 Jul 2001 23:01 | In reply to: #7651

PS- Quando digo que Aires Gonçalves de Figueiredo nasceu em 1425 é gralha evidente: queria dizer 1325.

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#7659 | 2910 | 01 Aug 2001 01:59 | In reply to: #7651

Caro Manuel
o tit. de Figueiredos no Felgueiras Gaio, nomeadamente as primeiras gerações é uma desgraça, mas tenho uma genealogia da B.N.A. que parece ter sentido e diz o seguinte :


VASCO ESTEVES DE FIGUEIREDO, sr. do julgado de Figueiredo(na Feira ?), dizem que se acha memórias suas nas inquiriçoes do rei D.Dinis.
Conjecturam serem seus filhos :

-RUI VASQUES DE FIGUEIREDO, teve de Toda Fernandes, um filho chamado Fernão Rodrigues de Figueiredo, leguitimado pelo rei D.Afonso IV

-GIL VASQUES DE FIGUEIREDO, que foi casado e depois divorciado por sentença de Roma e que depois do desquite tivera em Maria Anes, moça solteira por filho Diogo Gil de Figueiredo, vassalo do rei D.João I a quem fez muitos serviços. Achou-se na batalha de Aljubarrota por cujos serviços o legitimou, por carta dada em Guimarães a 2/11/1423, ano de cristo de 1385

-LOURENÇO VASQUES DE FIGUEIREDO, parece que foi pai de Martim Lourenço de Figueiredo, que foi alcaide-mor de Castelo Branco, por mercê do rei D.Pedro I

-AFONSO VASQUES DE FIGUEIREDO, parece que foi pai do já mencionado Diogo Afonso de Figueiredo

-GARCIA VASQUES DE FIGUEIREDO,foi vassalo do rei DAfonso IV e senhor do julgado de Figueiredo, teve por filho o tal GONÇALO GARCIA DE FIGUEIREDO, que serviu os reis D.Afonso IV, DPedroI e D.Fernando.O rei DPedro chamando-lhe seu vassalo lhe fez mercê do castelo da Feira, por carta dada em Lisboa a 29/6/1395, que é o ano de c.de 1357. Este casou com Constança Rodrigues Pereira, viuva de Diogo Afonso de Figueiredo, e por esta teve comedoria no mosteiro de Grijó. Filhos deste casal :
Aires Gonçalves de Figueiredo, (o rei D.João I lhe deu mercê dos julgados de Figueiredo, Pedrogão e Prado, por carta de 6/10/1384)casado com Leonor Pereira. Com geração
D.Gonçalo de Figueiredo "o anjinho", bispo de Viseu. Com geração (5 filhos bastardos)
Alvaro Gonçalves de Figueiredo,que seguiu a voz do rei D.João I contra Castela. Sem mais noticia.

P.S. Custa-me a aceitar que os Figueiredo seja uma deturpação de Figueiroa, só porque os Figueiredo usam um brasão parecido com os Figueiroa, não significa que derivem deles, pois também os Figueira usam um brasão parecido. Em que se baseia para afirmar que Gonçalo Garcia de Figueiroa e Gonçalo Garcia de Figueiredo sejam a mesma pessoa ?

um abraço

Óscar Caeiro Pinto

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#7710 | JCA | 03 Aug 2001 13:56 | In reply to: #7655

Caro Sr. Vasco Jácome
A fonte que usei foi a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 28 na pág 268.
Na realidade não sei se ascedência será materna ou paterna, pelo que se puder agradecia que me visse esta última.

Saudações cordiais,

JCA

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#7729 | Vasco Jácome | 04 Aug 2001 12:29 | In reply to: #7710

Caro JCA

Neste momento não tenho acesso a essa enciclopédia, pelo que não posso comentar o conteúdo do artigo (sobre Sernancelhe?).

Quanto à ascendência da Viscondessa da Anadia só disponho do que está no Felgueiras Gayo, mais concretamente, ttº de Carvalhos §76 N15 e daí para trás, como já lhe tinha dito na minha mensagem de 2001-03-10. Mas também aí não encontro referências a Soeiros.

É claro que como titular, a Viscondessa também consta da “Nobreza de Portugal e do Brasil”, Vol. II, pg 278, mas aí só lhe mencionam o pai. Aliás, também deve encontrar esse texto nessa enciclopédia.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#8736 | JCA | 06 Sep 2001 13:31 | In reply to: #7729

Caro Vasco Jácome

O artigo encontra-se no conteúdo da freguesia de Aldeia de Sendim (Tabuaço)onde segundo consta o avô materno da Viscondessa possuia grande Casa. Neste momento não tenho a obra á mão, mas transcrever-lhe-ei o que interessa proximamente. Em Sernancelhe situava-se o Solar da Família paterna da Viscondessa, que penso ser o dos Cortezes de Carvalho (séc XVII).

Cumprimentos

JCA

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#9254 | JCA | 17 Sep 2001 13:05 | In reply to: #7729

Caro vasco Jácome
Conforme referi a fonte que vou citar é a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 28, pág.268, referente a Sendim, freguesia do Concelho de tabuaço:
"O Padre D.Joaquim de Azevedo, escrevendo em meados do Séc. XVIII, diz desta freguesia ...As famílias (fidalgas) dos Soeiros e Regos têm provisão para se fazer eleição de justiça em Sendim sem ambas serem chamadas.Os Soeiros foram padroeiros da Igreja; ainda têm banco para se sentarem na capela mor e sepultura.Destes é herdeira a viscondessa de Anadia por seu avô, e tem casas em Sendim e muitas fazendas. ..."
Já agora gostava de saber o que era isso das eleições e qual o previlégio associado a tal. Quanto á origem do avô da Viscondessa de Anadia, também não sei a ligação aos Soeiros e era isso que pretendia esclarecer. No entanto sei que esta Casa estava ligada á Casa dos Cortezes de Carvalho de Sernancelhe de quem me parece existir a tal ligação ao título de Carvalhos que citou.

Respeitosos cumprimentos

José M. Soeiro d'Almeida C.A.R.

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#9316 | Vasco Jácome | 17 Sep 2001 22:38 | In reply to: #9254

Caro José M. Soeiro d'Almeida C.A.R.

É provável que algumas das propriedades dos antepassados da viscondessa ficassem em Sendim. Por exemplo, onde fica o morgado de S.ta Eufemia, dos Cortezes de Carvalho? Infelizmente, não encontro resposta no Gayo para esta questão.

Mais uma vez digo, que a consulta do Nobiliário deste autor, não revela quaisquer Soeiros. Pode é a genealogia não estar devidamente desenvolvida é claro.

Quanto à questão das justiças e do privilegio de não serem chamados, suponho (é apenas isso) que se tratasse da escolha para o cargo de Juiz Ordinário, para o qual estas famílias estariam dispensadas. É que estes cargos, embora honrosos, trariam a sua carga de trabalhos, pelo que se as pessoas se pudessem escusar, talvez apreciassem essa possibilidade.

Cumprimentos,

Vasco Jácome

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#12407 | JCA | 05 Nov 2001 13:33 | In reply to: #9316

Caro Vasco Jácome
Sobre o que refere não tenho ainda dados concretos, no entanto descobri que um dos primeiros prazos de que há conhecimento em Lamego é um efectuado em 1203 por D.Sancho Ia favor dos Irmãos Martim Soeiro e Gonçalo Monge, terras essas que se situavam nos termos de Sendim e lhes foram concedidas por serviços prestados.Essas propriedades foram-lhes concedidas "..libere de todo o foro tali conditione quod non desfaciatis fugeiras de casalibus..." Cabido 2ª remessa 29 f 1.2 escritas po João Levita, esta informação foi retirada da "História de Lamego" de Manuel Gonçalves da Costa (Vol.1)
Talvez destas terras algumas tenham a ver com o que refere e estejam na base dos "Soeiro" que procuro e referi já na última intervenção.

Cumprimentos

JCA

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#12481 | sapeca | 06 Nov 2001 18:08 | In reply to: #7646

Meu caríssimo Manuel Soveral:
Peço-te que me perdoes mas, onde foste tu buscar essa ascendência galega dos Figueiredos? É que se não possuis qualquer documento que comprove essa teoria, peço-te que me desculpes mas não acredito minimamente nela.
Elementos para afirmar peremptoriamente de onde eles vêm não tenho. Mas há indícios.
Certamente que tudo isto poderá ser do teu conhecimento, até porque o José Augusto Pizarro fornece todos estes elementos, ou quase todos. Mas, mesmo assim, aqui vão:

No rol de Pedroso, de 1363, na lista dos cavaleiros e escudeiros:

"item Gonçalo Garcia de Milheiros.
item Airáz Garcia seu fylho.
"item Pay Ans Fygeiredo"
"item Martim Lourenço Figeiredo.
"item Afonso Stvz de Figeyredo.
"item Johã Rioz de Figeyredo.
"item Joham Frz de Fygeiredo seu irmão.
"item Martym Gomez de Fygeiredo."

Estou convencido que os dois primeiros são o Gonçalo Garcia de Figueiredo e seu filho Aires Gonçalves, aqui com o patronímico de seu pai, que ele poderá ter usado inicialmente ou ter sido lapso do copista.
E se ainda deixo essa pequena reticência é pelo facto da lista de Pedroso (ao contrário da de Grijó) estar, como certamente sabes, incompleta. Mas é muita coincidência, tanto mais que aparecem estes dois, pai e filho, com os nomes dos Figueiredos que conhecemos.
Ora sabendo que eles foram naturais de Grijó, também seriam, quase de certeza, do de Pedroso, pela mesma razão e ascendência. E está para se provar que a "naturalidade" só lhes vinha pelo casamento do 1.º com uma Pereira. Poderia vir já por eles mesmo.

Milheirós seria nome de alguma propriedade que eles possuissem? Pelo menos um ramo dos senhores da Maia tinha bens de avoenga em Milheirós da Maia.

O 1.º é sem dúvida o referido nesta passagem "Este casal (em Silvalde) paga foro a Gonçalo Garcia de Figueiredo iii alqueires de trigo e ii de çevada pela velha, e ii s por galinhas, de testamento, por Sam Johane". (tombo do prior D. Afonso Esteves, do mosteiro de Grijó, mandado organizar em 1366.

É também decerto o mesmo Gonçalo Garcia, cavaleiro, que juntamente com Fernão Pais e Gonçalo Peixoto e os escudeiros Afonso Rodrigues Ribeiro e Lourenço Martins de Avelar, foi intimado a comparecer a 29/6/1365 como "herdeiro" de Grijó, para defender os interesses de todos o "naturais" daquele cenóbio.

Por outro lado, em 17/3/1326, Afonso Pires Ribeiro e sua 2.ª mulher Clara Anes de Paiva entregaram ao mosteiro de Grijó a quintã de Macinhata, deixada a este cenóbio pelo tio dele, João Afonso Ribeiro. Esta entrega foi testemunhada, nomeadamente, por Vasco Esteves de Figueiredo. (ANTT, Col. Costa Basto, Most.º de Grijó, n.º 8)

Em 3/4/1334, na trasladação do corpo de Margarida Pires Ribeiro, 1.ª mulher de Martim Pires de Alvim, cavaleiro, para o mosteiro de Grijó, do qual ela era "natural", assistiu à cerimónia, entre outros, Vasco Esteves de Figueiredo. (ANTT, idem, ibidem)

Ora, curiosamente, segundo as Inquirições de 1288 (D. Dinís), Rodrigo Afonso Ribeiro, trazia a aldeia de Figueirosa, no julgado de Lafões, que honrava pela quintã que possuia nesse lugar. (Livro 4.º, fls. 62)

No julgado de Figueiredo trazia direitos sobre a aldeia de Crastelo, freguesia de Abranca, além de 3 casais na freguesia de Loureiro, do mesmo julgado. (Inquirições de D. Afonso III, Livro 2.º, fls. 31 v.º e 32 v.º)

Em 26/12/1295 confessara ele que exercia abusos sobre vários lugares no julgado de Arouca, nomeadamente em Figueiredo. (ANTT, CR-Mosteiro de Arouca, Gav.ª 3, M.º 5, n.º 62)

Estes elementos para concluir o quê?
Na minha opinião estes Figueiredos, eram cavaleiros e escudeiros da hoste dos Ribeiros, de quem poderão ter herdado bens de onde tomaram o apelido.

Oxalá estudos posteriores e mais aprofundados permitam avançar nesta linhagem tão curiosa e que tão intimamente anda ligada a toda esta zona dos julgados de Gaia, Feira, Lafões, e outros.

De qualquer modo e até prova em contrário, perdoa-me meu caro Manel mas não acredito muito nessa ascendência pelos Figueiroas galegos.

Um forte abraço.

Fernando Moreira de Sá Monteiro

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#12482 | sapeca | 06 Nov 2001 18:17 | In reply to: #12481

Devo acrescentar que a minha convicção de que estes Figueiredos eram já naturais de Pedroso e Grijó (pelo menos) antes da aliança com uma Pereira, é pelo facto de aparecerem todos aqueles outros Figueiredos referidos no rol de Pedroso de 1363.
Como muito dificilmente será de aceitar serem todos irmãos, até porque seria naturalmente referido na lista, deveremos concluir que, ou por coincidência são descendentes de outra aliança com os Pereiras (o que não se prova), ou haverá outro elo comum que os faz a todos "naturais" daqueles cenóbios.
É isso que terá que ser explorado.
Fernando Moreira de Sá Monteiro

P.s.: Houve um lapso evidente ao escrever o 6.º nome daqueles "naturais": trata-se, como parece óbvio de "Johã ROIZ de Figeyredo".

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#17166 | artur41 | 13 Feb 2002 23:37 | In reply to: #7659

Caro Óscar Caeiro Pinto


Pode-me dar a indicação da fonte, pela qual se faz remontar Gonçalo Garcia de Figueiredo a seu avô Vasco Gonçalves de Figueiredo. Como descendente de Gonçalo Garcia de Figueiredo e de sua mulher Constança Rodrigues Pereira, através de seu filho Aires Gonçalves de Figueiredo, gostaria de poder introduzir, fundamentadamente, os dados no Genea.


Com os melhores cumprimentos

Artur Camisão Soares

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#17239 | 2910 | 14 Feb 2002 23:31 | In reply to: #17166

Caro Artur Camisão Soares
Fui beber na fonte do Manso de Lima, tit. de Figueiredos(106 folhas), julgo que encontra na B.Nacional.

Abraços
Óscar Caeiro Pinto

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RE: Figueiredos, Soares, Soeiros,serão todos parentes?

#17241 | artur41 | 14 Feb 2002 23:46 | In reply to: #17239

Caro Óscar Caeiro Pinto


Manso de Lima, a consultar na B.Nacional, compreendido!
O meu obrigado.


Um abraço

Artur Camisão Soares

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