Máximo José dos Reis, último Capitão-Mor de Sintra
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Máximo José dos Reis, último Capitão-Mor de Sintra
Caras Senhoras, Caros Senhores,
Procuro informações acerca de Máximo José dos Reis, nascido por volta de 1769, último Capitão-Mor de Sintra.
Melhores cumprimentos,
Luís Froes
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RE: Máximo José dos Reis, último Capitão-Mor de Si
Caro froEs
Sou parente do Cap. Máximo José dos Reis ( n. em Janeiro de 1769, fº. de João Alberto dos Reis e Marianna Rita de Jesus Luis. faleceu em 2 de Maio de 1849 em Sintra) e tenho bastante informação sobre a sua excepcional vida e obra. estou a preparar a edição de um livro sobre a sua vida, trágica em muitos aspectos, apesar de ter sido um homem de considerável riqueza.
Gostaria que me informasse as razões do seu interesse.
Os meus cumprimentos
Filipe Reis
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O Capitão-Mor de Sintra Máximo José dos Reis
Caros Confrades
Apresento alguns elementos sobre o Capitão-mor e que constam de um livro, de minha autoria, cuja edição venho preparando.
1. Máximo José dos Reis foi o último Capitão-Mor de Sintra e Colares a desenvolver em plenitude as suas funções entre Agosto de 1813 e Junho de 1828 e o primeiro Presidente (da Câmara Municipal de Sintra) eleito do novo regime Constitucional estabelecido após a vitória liberal de 1833 e a aclamação de D. Maria II. Exerceu o mandato de presidente da Câmara até ao dia 4 de Janeiro de 1836.
2. Teve uma longa vida - viveu 80 anos (Janeiro de 1769 a Maio de 1849).
3. Maximo José foi detentor de enorme riqueza. Apesar de pessoa discreta e regrada, Manuel Pinheiro Chagas,na sua História de Portugal denominou de «opulentíssimo» Capitão-Mor de Sintra e Colares Máximo José dos Reis -
4. Foi um grande proprietário rural e urbano. Possuiu as Quintas dos Pisões, da Alegria ou Seteais, do Rio do Porto, do Ano Bom, da Portela e diversos edifícios na vila de Sintra, como o, ainda em funcionamento, Hotel Lawrence, tão ao gosto de Eça ou Byron. Possuiu a Quinta da Penha Longa, e muitas outras, que seria fastidioso enumerar.
5. Nessas quintas desenvolveu uma grande actividade como produtor de laranjas e outros "frutos de espinho", que exportava para Inglaterra e França.
6. Máximo dos Reis cedo se destacou pela sua capacidade de iniciativa e disponibilidades financeiras. Assim, Ajudou frequentemente os cofres do Real Erário em períodos de escassez de recursos, adquirindo, desde 1796, apólices da dívida pública.
7. Contribuiu, durante as invasões francesas, com 120$000 reis anuais para o exército português.
8. Frequentemente, abonava do seu bolso o magro cofre da Câmara Municipal de Sintra para fazer face a todo o tipo de despesas, nomeadamente de assistência aos expostos.
Sobre as qualidades do Capitão-Mor de Sintra Máximo José dos Reis, apresento de seguida um elucidativo excerto da acta da:
Sessão nº 87 das Cortes Geraes e Extraordinárias da Nação Portugueza (1821) constituinte
Data da Sessão -1821-05-23, Acta, Página 1003
O senhor Baeta, por parte da Comissão de Saúde Pública, leu os seguintes:
PARECERES.
A Comissão de Saúde Publica examinou a Representação de Manoel José Ribeiro, Medico do Partido da Villa de Cintra, em que se queixa vivamente de que no Hospital daquela Vila administrado pela Misericordia são os doentes tratados pessimamente; que a casa da Enfermaria é muito pequena e quasi subterranea, que elles são mandados para o Hospital de Lisboa distante quatro legoas á chuva, e ao Sol; quando tendo a Misericordia sete mil Cruzados de renda quasi todos se gastam indevidamente ou em Salarios excessivos, ou outros objectos inteiramente estranhos ao seu sagrado instituto. Lembra mais que há naquela Vila muita falta de gente capaz de simi-administração; mas que na pessoa do seu Capitão Mor concorrem as boas qualidades de probidade, de interesse e zelo, alem de possuir muitos bens, e que já fora em outro tempo incumbido por ordem de Sua Magestade da mesma Administração, a qual desempenhara excelentemente, e requer actualmente a mesma medida.
A Comissão informada por alguns dos senhores Deputados da verdade daquelas alegações; é portanto de parecer, que o Requerimento seja remetido á Regência, para que de prontas providências sobre a administração da Misericordia, e do Hospital de Cintra, empregando provisoriamente, em quanto se não forma o Regulamento Geral, ou o dito Capitão Mór, ou outro meio que lhe pareça mais Conveniente.
Paço das Cortes em 23 de Mayo de 1821. - Francisco Soares Franco = Henrique José Baeta.
Espero agora os vossos comentários e contributos
Saudações fraternais
Filipe Reis
Malveira da Serra, Alcabideche
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RE: O Capitão-Mor de Sintra Máximo José dos Reis
Caros confrades
Podem consultar o sítio:
http://genealogia.netopia.pt/forum/msg.php?id=100298
Tem mais algumas informações sobre o Capitão-Mor.
Os meus cumprimentos
Filipe Reis
Malveira da Serra, Alcabideche, Cascais
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RE: O Capitão-Mor de Sintra Máximo José dos Reis
Caros confrades
Podem também consultar o sítio:
http://genealogia.netopia.pt/forum/msg.php?id=100997
relativo à filha do Capitão-Mor.
Os meus cumprimentos
Filipe Reis
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Mª Rosa do Carmo Pereira da Terrugem
Caros Confrades
Gostaria hoje de trazer ao vosso conhecimento uma notícia sobre a mulher do Capitão-Mor de Sintra e Colares.
O casamento do futuro Capitão-Mor de Sintra com D. Maria do Rosa do Carmo ocorreu, a 19 de Fevereiro de 1800, na Igreja de S. João Degolado da Terrugem, termo de Sintra. A noiva era filha do empreiteiro de obras públicas mestre canteiro Domingos Pereira e de sua mulher Maria Joaquina. Faleceu Nos Paços Reais de Sintra a 19 de Fevereiro de 1817 na sequência de problemas pós-parto no dia de aniversário de casamento.
A propósito da mulher do Capitão-Mor transcrevo um excerto de um artigo de Sousa Viterbo publicado em 1908 no Arquivo Histórico Portuguêz ;
«(…)Máximo José dos Reis era natural do Linhó, pequeno lugarejo próximo de Sintra, e da freguesia de S. Pedro da mesma vila. Muito novo foi para Sintra para ser caixeiro na loja, que hoje pertence a Jerónimo Ignácio Cintra. Casou depois com uma senhora de nome D. Maria Rosa do Carmo Pereira, do casal da Asneira, no lugar de Vila Verde, freguesia da Terrugem, do concelho de Sintra. Desse casamento houve quatro filhos, o 1. ° e o último meninas e o 2. ° e o 3. ° varões, morrendo de parto a mãe, pouco depois do nascimento da última filha. Foi essa senhora sepultada na igreja de S. Martinho da vila de Sintra, em sepultura que tinha o n. 9, sob a condição, imposta pelo capitão-mor e recomendada ao velho sacristão, de que dali não sairia senão para o jazigo, que seu viúvo ia mandar construir no cemitério de S. Sebastião, daquela vila, estabelecido no terreno de um seu pequeno casal desse nome, e que ele cedera à autoridade competente de então, sob a clausula de que esse seu jazigo ali se conservaria perpetuamente, o que se não dá presentemente, porque esse terreno foi já profanado, e nele vão construir a cadeia da vila! - A respeito do cadáver desta senhora deu-se um triste episódio, que é relatado do seguinte modo: havendo por esse tempo as lutas civis da liberdade, e sendo chamados às armas todos os mancebos aptos para esse serviço, a fim de formarem o batalhão nacional, o antigo sacristão Henrique José de Oliveira teve de partir para Lisboa para se alistar naquele batalhão já na sua ausência o coveiro da igreja de S. Martinho, sabendo que não havia nessa igreja nenhum coval vazio, abriu, por maldade ou estupidez, a sepultura n. 9, onde jazia o corpo de D. Maria Rosa do Carmo Pereira dos Reis, e, encontrando-o ainda intacto, tirou-o para fora, e, amarrando-lhe uma corda ao pescoço, o puxou, de rastos pelo pavimento da igreja, saindo a porta principal, indo deposita-lo na casa dos ossos (ossário) ao lado esquerdo da igreja, pequeno compartimento, muito arruinado, que ainda hoje ali se vê. Máximo José dos Reis, sabendo deste triste incidente, e como era já então autoridade em Sintra, mandou chamar, de Lisboa, o sacristão Henrique de Oliveira, censurando-o da incúria em não cumprir as suas ordens e encarregando-o de averiguar da veracidade do caso, que, sendo confirmado, o levou a mandar prender o coveiro, que foi processado e condenado. O cadáver de D. Maria Rosa voltou para a sua sepultura, e só de lá saiu muito mais tarde para o jazigo no cemitério de S. Sebastião.(…)»
Fonte: Sousa Viterbo, «Máximo José dos Reis – o último Capitão-Mor de Cintra» publicado no Archivo Histórico Portuguêz em 1908, Volume VI, p. 76
No entanto, segundo apurei nos apontamentos datados de 1915 do Coronel Afonso Dornelas, um estudioso de Sintra, no jazigo monumento do Capitão-Mor no Cemitério de S. Sebastião, nessa data em ruínas, não constava o nome de sua mulher na lápide.
Cumprimentos
Filipe Reis
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Vereador da CM de Sintra Máximo José dos Reis
Caros confrades
Apresento um pequeno excerto do livro primeiro de actas da Câmara Municipal de Sintra, em que se pode constatar, de forma sintética, o dia-a-dia da gestão autárquica da vila, numa época muito conturbada da história de Portugal, como consequência das Invasões francesas e a ausência no Rio de Janeiro da família Real portuguesa.
A responsabilidade acrescida dos homens bons que nesta vila, pertencente à casa das rainhas de Portugal, garantiram o serviço da causa pública e a defesa dos interesses dos moradores no termo é bem patente, nomeadamente na acta de 28 de Julho em que mandam anular todas as instruções dadas pelo intruso Junot.
A eles a minha homenagem.
Fonte: Arquivo Histórico de Sintra, Livro 1 de Actas da Câmara Municipal de Sintra, ano de 1810
(…)
Reunião de 24 de Março de 1810
Idem, Fl. 372
(...) Nesta se leram as pautas dos Oficiais que hão-de servir em Câmara este presente ano e delas conta serem nomeados para Vereadores em primeiro lugar o Doutor Joaquim José Bernardes da Silva e em segundo o Capitão Jerónimo Dias da Silva e o Capitão Máximo José dos Reis e para tesoureiro António da Silva e que fossem avisados para vir tomar juramento(...)
Reunião de 31 de Março de 1810
Posse como Vereador de Máximo José dos Reis
Idem, FL. 372v.
Auto de Posse (...) O Doutor Joaquim José Bernardes da Silva, o Capitão Jerónimo Dias da Silva e o Capitão Máximo José dos Reis vereadores nomeados por Sua Alteza Real para serem Vereadores nesta Câmara e pelo Vereador mais velho o Capitão José Gomes da Costa que serve de Presidente no impedimento do Doutor Corregedor Juiz de Fora Nicolau Joaquim das Neves Antunes lhes foi dada posse e juramento dos ditos cargos (...) Nesta ficou servindo de Chanceler o Vereador mais velho que acabou de servir o ano anterior. Nesta ficaram servindo de Almotacés os três meses seguintes o Vereador mais velho o Capitão José Gomes da Costa e o Capitão Ignácio José de Fontes(...).
Capitão José Gomes da Costa
Capitão Inácio José de Fontes
José Raimundo de Vasconcellos Albernaz
O Procurador Paulo José da Fonseca Cabral
Nicolau Joaquim das Neves Antunes
Reunião de 4 de Julho de 1810
Idem, FL, 378
Nomeação, juramento e posse como Almotacés de José Raimundo de Vasconcellos Albernaz e do Alferes João Clímaco dos Reis (irmão de Máximo José dos Reis).
Reunião de 26 de Julho de 1810
Idem, FL, 380
Nomeação do Alferes João Clímaco dos Reis para Capitão da Companhia de S. João da Terrugem vaga depois de que o Capitão Máximo José dos Reis ocupou o lugar de capitão na companhia da Vila de Sintra.
A proposta foi feita pelo Capitão-Mor António Rufino Monteiro de Resende Cabral Baracho e Unhão.
João Clímaco, alferes na companhia da Terrugem foi eleito capitão com 4 votos, em 2º lugar com 2 votos José Raimundo de Vasconcellos e em 3º lugar o Alferes Joaquim José da Silva com 1 voto.
Reunião de 28 de Julho de 1810
Idem, FL. 380 vº
(…) Nesta em cumprimento da Provisão da Mesa do Desembargo do Paço de 14 de Junho do corrente ano que manda riscar tudo o que estiver escrito em nome do intruso Governador Junot lhe remeter à mesma Mesa do (…) as previsões e título que se expediram para cada uma das terras deste Reino cuja provisão foi remetida ao Doutor Juiz de Fora e Presidente deste Senado com carta precatória ao mesmo Ministro pelo Corregedor da Comarca de Alenquer com data de 8 do presente mês de Julho se mandou riscar no livro do Registo desta Câmara todas as ordens do do intruso Governador Junot e do Intendente Geral da Polícia Corregedor-Mor e de todas as mais pessoas autorizadas pelo mesmo intruso Governo que se acham registadas desde folhas 153 até folhas sessenta e nove inclusive desta folha somente metade da primeira (?) do livro (…) de Registo desta Câmara(…)
Nesta se deu preço ao vinho a 200 reis a canada.
E em mais que houve se deu a vereação por finda de que fiz este termo José António de Gambôa o escrevi.
Presidente da Câmara Nicolau das Neves Antunes
Dr. Joaquim José Bernardes da Silva
Cap. Jerónimo Dias da Silva
Cap. Máximo José dos Reis
Paulo da Fonseca Cabral
Os meus cumprimentos
Filipe Reis
(Cascais)
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RE: Vereador da CM de Sintra Máximo José dos Reis
Caro Senhor,
Volvidos quase dois anos, retomo o tópico.
Na verdade, o meu interesse por esta figura surge pelo facto de o mue Bisavô, Joaquim Belford Corrêa da Silva, o referir nas suas Memórias, a propósito de sua Avó e minha Tetravó Maria Clara dos Reis Rodrigues, que diz ser da família deste Máximo José Reis.
Esta Senhora encontra-se na base de dados em: http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=28497.
Caso me possa ajudar a estabelecer a relação com o Capitão-Mór, ficar-lhe-ei muito grato.
Com os melhores cumprimentos,
Luís Froes
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RE: Vereador da CM de Sintra Máximo José dos Reis
Caro Luis Froes,
Teria muito gosto em conhecer a referência de seu bisavô a Màximo José em suas Memórias.
Tem mais algum dado biográfico sobre Maria Clara?
Os meus cumprimentos,
Filipe Reis
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RE: Vereador da CM de Sintra Máximo José dos Reis
Caro Senhor,
Ainda hoje, se tiver tempo, transcreverei o excerto da Obra em que se conta episódios acerca de Máximo José.
Com os melhores cumprimentos,
Luís Froes
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RE: Vereador da CM de Sintra Máximo José dos Reis
Caro Luis Froes
Fico grato.
Cumprimentos,
Filipe Reis
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RE: O Capitão-Mor de Sintra Máximo José dos Reis
Caros Confrades,
Aos confrades interessados nesta personagem deixo este site que se vai construindo com o pouco que sei.
https://sites.google.com/site/capitaomorsintracolares/
os meus cumprimentos,
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RE: O Capitão-Mor de Sintra Máximo José dos Reis
Caro Confrade,
Tem a possibilidade de nos informar um pouco mais sobre o sogro do Maximo José dos REIS ? Serà ele o mesmo empreiteiro de Obras Publicas, Mestre Domingos PEREIRA, dos PEREIRAS, canteiros de SOPO, Vila Nova de Cerveira ? Nesse caso, trata-se de um Tio-Avô meu, que construiu o Palacio da Brejoeira em Monçao. Cumprimentos Natércia
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RE: O Capitão-Mor de Sintra Máximo José dos Reis
Cara confrade,
Não acredito que seja a mesma pessoa, visto que este Domingos Pereira era de Vila Verde, Terrugem, Sintra.
Os meus cumprimentos,
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