ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
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ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Senhor da Quinta e solar de Castro, Carrazedo?
Existe também um solar de Castros em Vila Nova da Cerveira.
Resolvi abrir novo tópico e lançar mais lenha nesta fogueira.
Agradeço qualquer ajuda.
Caros Amigos,
Mais lenha para esta fogueira:
Em Nobiliário da Ilha da Madeira Por Hq. Hq. De Noronha Tomo I pg 182, Edição da Revista Genealógica Brasileira Dirigida Por Salvador de Moya.
“Diogo Fernandes de Castro (1) o primeiro / que veio a estas Ilhas, não sabemos cujo fosse; / consta que veio cobrar as rendas d’o Mestra/do em tempo que El-Rei D. Manuel era Duque de Beja: trouxe com sigo uma irmãa Ge/nebra de Castro, de quem vêm os Gomes de Castros, como se verá no n.º 4 deste título; teve/o dicto Diogo Fernandes de Castro da-/tas muitas terras assim n’esta ilha, como n’a d’o / Porto Santo, onde casou e teve filhos:
2-Manuel de Castro, o velho/
E outros filhos, de quem lá houve geração que não seguimos./
2-Manuel de Castro, o velho, filho de Diogo/Fernandes de Castro, viveu n’a dicta Ilha d’o Porto Santo, e justificou n’o anno de 1526 a sua/ ascendência n’a forma que aqui apontamos./
(1)Segundo uma justificação que vimos tirada n’o anno de 1526 pr. Manuel de Castro, o Velho, fº deste Diogo Ferns de Castro devemos deduzir a sua ascendência desta forma:
1. Affonso Pires de Castro a q.m os Los. Geneologicos fazem fº de Pedro Fernandes de Castro, em q.m falla o Conde D. Pedro. Tit: - plan: - /N.º -; foi senhor de Sanguinhedos, e de Parada p.r El Rei / D João 1º, que lhe chama nas doações seu Vassalo; e que lhe deu mais as rendas e direitos n’o julgado de Basto / em Guimarães, em 20 de Junho de 1425. Casou e teve filho: 2. Diogo de Castro de Azevedo, o qual que se diz ser Padroeiro de S. Gens, e de Monte Longo, e d’a metade da Igreja de S. Clemente de Basto: - Casou, diz D. Francisco de Meneses com uma fª de Egas Coelho, neta de Pedro Coelho, e 2ª neta de Estevão Colho./ Teve, não sabemos se legítimo se bastardo, a:
3. Diogo Ferns de Castro,/em quem começa este título/
3. Genebra de Castro, em que segue o § 4º
2. Manuel de Castro, o velho, filho de Diogo Fernandes de Castro, viveu n’a dicta Ilha d’o Porto Santo e justificou no ano de 1526 a sua ascendência n’a forma que aqui apontamos/
Casou n’a dicta Ilha com D. Anna Calaça, filha de/
3-Manuel de Castro, o Moço
3 – E outros, que casarão, c.g.” O CONEGO MENESES VAZ REFERE JÁ “OS OUTROS” como sendo Pedro e Diogo com respectivas gerações até por volta de 1931.
De facto há aqui muita confusão!
Qlq ajuda será bem-vinda.
Obg.
Maria Alexandra
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Cara Maria Alexandra
Neste momento, o que posso adiantar sobre o assunto é que o Afonso Pires de Castro, Sr. de Sanguinhedo, etc está no Gayo ttº de Castros §3 N11 e é o que aparece aqui como Afonso Pires da Charneca em:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=34967
De facto, o autor dá-lhe um filho Diogo Gonçalves de Castro c. c. Aldonça Coelho, mas isto parece-me mera confusão com o outro Diogo de Castro de que falei no outro tópico. Aliás, as confusões com esta gente estão aqui expressas.
Essa mesma opinião parece ter Manuel de Sousa da Silva que no seu “Nobiliário”, vol. I, pg. 288, onde trata do Afonso Pires de Castro, não lhe dá nenhum filho Diogo mas sim um Pedro e um Martim, que no Gayo e aqui aparece como seu neto em:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=11249
Lamentando apenas atiçar mais ainda esta “chama”,
Vasco Jácome
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Caro Vasco Jácome,
Obr. por mais essa informação.
Parece que a fama desta confusão já vem de longe. Encontrei na net referência a um estudo que vou tentar obter:
MARCELO OLAVO CORREIA DE AZEVEDO - Considerações a respeito de Diogo Gonçalves de Azevedo ou de Castro e Diogo Gonçalves de Castro.
M.Cmpts
maria alexandra
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Cara Maria Alexandra,
Conseguiu obter esse estudo de Marcelo Correia de Azevedo?
Obrigado antecipadamente por qualquer informação.
Melhores cumprimentos,
Miguel de Castro Henriques
PS - sou um dos descendentes do Digo Fns. de Castro, da Madeira. Pela cronolgia não pode ser filho do Diogo Gonçalves de Castro e Aldonça Coelho, como às vezes é dado em vários Nobiliários da madeira, morm,ente no de HHN e do Morgado Pereira de Agrela. Quando muito neto.
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Estimado Miguel,
Só depois de ter lido sua observação, é que observei em minha base que, pela cronologia de datas, o Diogo Fernandes de Castro, passou à Madeira em 1470 e C-1471 com Grácia Calaça, não pode ser filho do Diogo Gonçalves de Castro, N-1350, e Aldonça Coelho. O irmão do Diogo, Martim N-1360. Realmente, quando muito, o Diogo F poderia ser neto ou bisneto do Diogo G.
À você e aos demais colegas que porventura descobrirem essa lacuna de gerações, peço a gentileza de informarem-me, pois gostaria de regularizar essa pendência.
Você descendendo do Diogo Fernandes de Castro, poderia me disponibilizar esses dados até chegar em sua família? Gostaria muito de poder expandir a base até chegar em sua geração atual, que não está na base e não achei aqui no Genea. Se for o caso, poderia enviar para meu e-mail castro.genealogia arroba bol.com.br .
Antecipo agradecimentos. Fraterno abraço.
Samuel de Castro
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Caro Samuel,
Tem a certeza que terá sido essa a data (1470) , em que Diogo Fernandes de Castro, escudeiro da Casa do Duque D.Fernando, passou à Madeira?
No nobiliário do Morgado Pereira de Agrela, Diogo F de C. é suposto ser filho de Diogo Gonçalves de Castro e Brites Coelho. (Brites e não Aldonça). Neto de Afonso Pires de Castro, Senhor de Parada e Sanguinhedos.
E depois acrescenta que este Castro (Afonso Pires) é dos Castros de Fornelos.
Estes dados são baseados numa justificação de nobreza passada por Manuel de Castro - filho de Diogo Fernandes de Castro em 1526, que Henrique Henriques de Noronha viu, como o afirma.
Mas os Senhores de Parada e de Sanguinhedos, como Martim de Castro, provem de Diogo Gonçalves de Azevedo, senhor da Torre do Castro - que não são de todo dos Castros de Fornelos, mas sim uma linha dos Azevedos.
O Gaio identifica Diogo Gonçalves de Castro c.c. Aldonça Coelho como filho de Afonso Pires da Charneca, e este filho de Pedro Fernandes de Castro, o que está errado, porque Diogo Gonçalves de Azevedo ou de Castro (de Castro por ser Sr. da Torre de Castro) está apurado, por Manuel Abranches de Soveral, não ser dos Castros.
Como vê a confusão instalou-se nesta linha de Castros. E é melhor, na minha opinião, antes de ver o que está certo perceber o que está errado.
1 - Está errada a filiação de Diogo Fernandes de Castro em Diogo Gonçalves de Castro e Aldonça Coelho, por impossibilidade cronológica.
Teria havido um homónimo, outro Diogo Gonçalves de Castro? Também casado com uma Coelho? Parece coincidência a mais, ainda que não seja impossível.
A verdade é que o cónego Meneses Vaz (a maior autoridade genealógica da Madeira) nunca subscreveu a tese de Diogo Fernandes de Castro ser filho de Diogo Gonçalves de Castro. Antes, com discrição, julgou-o provindo das "linhagens de Castros" do Continente.
2. Está errada a filiação de Diogo Gonçalves de Azevedo ou de Castro c.c. Aldonça Coelho. Ele não é filho de Afonso Pires da Charneca como escreve baseado em documentos Manuel Abranches de Soveral:
ver http://pwp.netcabo.pt/soveral/casadatrofa/trofa4.htm
Logo, em termos de ascendência fica-se só com um Afonso Pires de Castro, avó de Manuel de Castro segundo reza a sua justificação de nobreza.
Entretanto, de facto há por essa era um Afonso Pires de Castro, filho de Martim de Castro:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=181092
que pela cronologia podia ser avô do nosso Diogo Fernandes de Castro. Mas, como pode ver pela ascendência não é dos Castros de Fornelos - vai entroncar no Diogo Gonçalves senhor da Torre de Castro.
Haverá um outro Afonso Pires de Castro? Que se entronque nos Castros de Fornelos?
É este julgo eu, essencialmente o problema. Descobrir o Afonso Pires de Castro.
O facto do nosso Diogo Fernandes de Castro, ter justamente os apelidos típicos Fernandes de Castro, aponta para as suas origens nos Castros de Fornelos, que são Fernandes de Castro. Mas não é decisivo, indica, aponta, mas não resolve a questão.
O facto de ser Escudeiro da Casa do Duque de Beja, D.Fernando
(pai de D.Manuel) aponta sem margem para dúvidas para as suas origens nobres. É um dado importante. Está documentado. Mas, só por si não indica se é dos Castros de Fornelos ou dos Azevedos de Castro, originários de Diogo Gonçalves, Senhor da Torre do Crasto, que é dos Azevedos.
Eu sou descendente de um neto de Diogo Fernandes de Castro. O Dr. Diogo de Castro c.c. Margarida Ferreira Drummond, em 1562. (Casou-se depois de 20 anos de vida em comum).
Com gosto enviar-lhe-ei a minha linha desde o Dr.Diogo de Castro até mim. É uma linha bem estudada e documentada em várias genealogias da Madeira, porque abrange vários títulos, como os Carvalhos Pais, Henriques Alemães, Rodrigues de Gouveia, Lopes Esteves, Chamorrros, etc.
Pedia-lhe o favor de repetir o seu mail, porque não o entendi bem.
Um abraço forte,
Miguel de Castro Henriques
Com muito gosto lhe disponibilizarei os dados. De momento ainda tudo em papel.
Pode repetir o endereço do seu mail?
Um grande abraço,
Miguel de CH
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Acrescento que na justificação do ano de 1526, feita por Manuel de Castro, O Velho, filho de Diogo Fns. de Castro Diogo de Castro de Azevedo, seu avô seria
(Nobiliário da Ilha da Madeira - título CASTROS ORNELLAS)
Diogo de Castro de Azevedo, o qual se diz ser Padroeiro de S. Gens, e de Monte Longo, e da metade da Egreja (sic) de S. Clemente, de Basto.
Creio que talvez uma das chaves esteja aqui. Monte Longo é o antigo nome de Fafe. O antigo Mosteiro de S.Gens é de facto perto de Monte Longo ou Fafe.
A pista tem que passar por aqui. A estirpe dos Azevedos tinha algo a ver com Fafe?
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Estimado Miguel,
Quanto a data de 1470, deve estar em uma das referências que constam em minha base: AHM, vol. VII, n.º 1 - FMPS, Castro, pg. 200, $1, sendo-me de momento impossível averiguar.
Infelizmente não tenho elementos para ilucidar essa importante pendência, mas coloco abaixo algumas considerações.
Realmente, no artigo que indicaste, o Manuel Abranches de Soveral confirma o que está no Geneall, apesar das esposas terem nomes bem parecidos, de que o Diogo Gonçalves de Azevedo c. c. Aldonça Anes Coelho é um aqui em http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=30368 e, o Diogo Gonçalves de Castro c. c. Aldonça Coelho é outro aqui em http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=788. Com ascendência e descendência completamente distintas.
Quando você diz “Mas os Senhores de Parada e de Sanguinhedos, como Martim de Castro, provem de Diogo Gonçalves de Azevedo, senhor da Torre do Castro”, diante do acima exposto, acho que o Martim de Castro a que se refere, descende do 2º Sr. de Parada e de Sanguinhedos: Diogo Gonçalves de Castro e este, do Afonso Pires de Castro (Ou Afonso Pires da Charneca) – N-1340, 1º Sr...., por doação de D. João I, Rei de Portugal (1383-1433), em 6.9.1385, conforme livro 1º, da Chacelaria, fls. 27. Portanto, esse Martim nada tem a ver com o Diogo Gonçalves de Azevedo.
Quanto ao Afonso Pires de Castro, veja abaixo que realmente existiu outro com o mesmo nome. Poderá ele ter tido um filho com o nome de Diogo Gonçalves de Castro c c a Brites Coelho (que você se referiu) ? Sendo esse casal pais de seu Diogo Fernandes de Castro ? Apenas como hipótese, observe que, no anexo que lhe enviei, coloquei ele tanto em cima, quanto em baixo. Creio que as datas se aproximariam mais ele sendo neto do Fernão de Castro.
Resta saber se na justificação de Nobreza de Manuel de Castro, ele estará se referindo ao 1º, ou ao 2º Afonso Pires de Castro ?
No Geneall, quando se refere ao 1º Afonso Pires de Castro, tem como referência do NFP, os títulos Castro e Miranda. Já no filho Diogo Gonçalves de Castro, tem como referência PL, vol. II, pg. 404, Castros de Melgaço ou Fornelos. E, a partir daí não se faz mais referência bibliográfica.
Ainda no Geneall, quando se trata do Diogo Gonçalves de Azevedo, tem como referências: LMP, vol I, pg 325 – PL, vol III, pg 10, Coelho - NPF, vol I, pg 536, Azevedo e, vol IV, pg 379, Coelho.
Só depois de ver todos os elementos acima, notei que eu também estava a confundir o DGA com o DGC. Pois, eu havia colocado em minha base os dois (fazendo referência com os nomes diferentes) como sendo uma única pessoa, inclusive, havia colocado como filho Lopo Dias de Azevedo (vide anexo enviado), que deverei corrigir, excluindo-o.
Estou enviando o anexo para seu e-mail.
Os dados da sua ascendência, entroncando no ramo a que estamos a tratar, serão muito berm recebidos, o que muito lhe agradeço. Muitíssimo obrigado por tudo. Fico a disposição. Fraterno abraço.
Samuel de Castro
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Caro Samuel,
Repasso uma mensagem do invulgarmente preciso Manuel Abranches de Soveral, que se atém à maior objectividade, aos factos, e só avança baseado em documentação fiável. É de extremo interesse porque apura que DGA também é o DGC!
Um abraço,
Miguel de Castro Henriques
[portugal-gen] Lopo Dias de Azevedo e Joana Gomes da Silva
Meus caros
Para quem interessar, segue um pequeno estudo sobre Lopo Dias de Azevedo e sua mulher D. Joana Gomes da Silva, que publiquei no âmbito do meu trabalho sobre a Casa da Trofa.
Abs
Manuel
Lopo Dias de Azevedo nasceu cerca de 1363 (em 1365 documenta-se com seus pais na lista de Grijó, sendo então pequeno, porque vem referido apenas como «item huum seu filho») e faleceu depois de 13.5.1441, portanto velho, com 78 anos ou mais.
Dele existe uma matriz sigilar, com as suas armas, e foi sepultado em túmulo armoriado na capela de S. Braz, na Colegiada de Guimarães (hoje Museu Alberto Sampaio). A matriz sigilar, encontrada pelo marquês de Abrantes, data do último quartel do séc. XIV. Contém dois quadrados concêntricos, postos em lizonja, entre os quais se escreve a legenda (: S : LOPO DIAZ : S :), com uma águia estendida no seu interior. Fora do quadrado, junto a cada um dos lados, têm quatro lóbulos semicirculares, carregados cada um com um leão passante, encontrando- se os laterais afrontados. Estes leões remetem para as armas da mãe (Coelho), sendo assim que então as armas aparecem geralmente esquarteladas.
Lopo Dias de Azevedo era filho único de Diogo Gonçalves, dito «do Crasto», por ser senhor desta torre, em Amares, e de sua mulher Aldonça (Anes) Coelho. Este Diogo Gonçalves ainda é referido pelo conde D. Pedro (falecido em 1354) como filho de Gonçalo Vasques de Azevedo, mas sem mais referência, pelo que Diogo Gonçalves seria então ainda solteiro. De resto, esta filiação documenta-se na lista de Vilar de Porcos, de 1329, onde surge Diogo Gonçalves com seu pai Gonçalo Vasques de Azevedo, sendo de estimar que Diogo tivesse nascido cerca de 1310/5, casando portanto tarde, e tivesse morrido em 1382/3.
Ao contrário do que se diz, Diogo Gonçalves «do Crasto» já devia ter sido senhor de S. João de Rei. Com efeito, a 14.8.1383 D. Fernando I mandou que o almoxarife de Guimarães restituísse a Lopo Dias a posse do senhorio de S. João de Rei. Ora, como Lopo Dias teria então cerca de 20 anos, dá ideia que, com a morte de seu pai, que terá ocorrido nesse ano ou no anterior, algum momentâneo problema se pôs à devida sucessão.
Em 1383, ainda no reinado de D. Fernando, já Lopo Dias, com cerca de 20 anos, era portanto senhor de S. João de Rei, bem assim como da referida torre do Crasto, onde devia viver (documenta-se a viver com sua mulher nesta torre em 1391) e demais bens e senhorios de seu pai, entre os quais se incluía a quintã e torre de Vasconcellos (Amares). Mas então ainda não tinha herdado de sua mãe os senhorios da vila do Souto de Riba do Homem (Amares) e de Entre-Homem- e-Cávado, sendo certo que neles sucedeu, pois deu-os em segurança do dote de sua filha D. Maria. Com efeito, sua mãe ainda vivia a 18.3.1391, quando, referida como «aldonça coelha madre de Lopo diaz d Azevedo», D. João I lhe confirma o senhorio e couto do Souto de Riba de Homem, «o qual diz foe coutado e p.ujligiado p el rrey dom afom de Bolonha com a R.a dona briatiz sua molher a joham soarez coelho p.a elle p.a todos que depôs elles vieram seg.do mjlhor mais p.damente he theudo no dcto piujllegio E que husando assy do dcto aldonça coelha que el rrey dom Pedro nosso padre a que d.s pdoe lhe mandou deuasar o dcto couto e tomar a jurdiçam delle per o seu almoxarife de ponte de lima por mal que queria o dcto Rey nosso padre a pêro coelho seu jrmaao por a morte de dona Inês E que des entom aaca lhe foe deuasado e tomada a dcta jurdiçam».
Apesar da sua juventude, logo a 20.5.1384, portanto muito antes de Aljubarrota (14.8.1385), o mestre de Avis faz graça e mercê a «Lopo diaz scudeiro nosso vassallo» do senhorio de juro e herdade das Terras do Bouro, pelos «mujtos s.ujços que del recebemos entendemos mais de receber ao diante», com todos os seus direitos, para si e seus descendentes, podendo fazer dela o que quiser, «assy como de sua cousa propria». E uns meses depois, a 15 de Setembro do mesmo ano, o mestre volta a premiar a «Lopo diaz d azevedo nosso vasallo», dando-lhe os senhorios de juro e herdade da Terra de Aguiar, com o seu castelo, e de Jales (e Alfarela), para todo o sempre, com todos os direitos e jurisdições, salvo as apelações, alçada e correição.
Estas doações não se entendem na data em que foram feitas, porque então ainda o mestre de Avis não tinha essas terras, que eram de Aires Gomes da Silva, nem dominava o Norte. Aliás, o alcaide-mor de Guimarães era justamente Aires Gomes da Silva, que só entregou o castelo, estando cercado, em Maio de 1385. Por outro lado, são doações demasiado vastas para serem dadas a um jovem de cerca de 21 anos. Salvo se, como adiante melhor se dirá, Lopo Dias de Azevedo estivesse casado com uma filha de Aires Gomes da Silva, procurando-se, assim, não só manter na família bens da linhagem como dar um sinal a outros nestas circunstâncias.
De resto, o próprio D. João I haveria de devolver os senhorios de Aguiar e Bouro a Aires Gomes da Silva e seu filho Afonso Gomes da Silva, logo após o acordo segundo o qual Aires Gomes lhe entregou o castelo de Guimarães, em Maio de 1385. Lopo Dias de Azevedo estaria decerto com D. João I no dito cerco, pelo que teria sido com o seu acordo que estas terras voltaram ao sogro e cunhado. Mas Aires Gomes da Silva morreu pouco depois e seu filho Afonso Gomes da Silva passou a Castela, pelo que, a 24 de Agosto desse ano, D. João I voltou a entregar Aguiar e Bouro a Lopo Dias de Azevedo, por requerimento deste, argumentando justamente a morte de Aires Gomes o e «desserviço» de Afonso Gomes. Motivos que também levaram D. João I, a 5 de Setembro seguinte, a doar a João Gomes da Silva, senhor de Vagos, sobrinho paterno de Aires Gomes, todos os bens que este tinha em Guimarães, «saluo daquelles de que auemos fcta mercee a mee Ro.z de uasconcellos e a Lopo diaz d Azevedo».
Lopo Dias de Azevedo, como dizem todas as genealogias e se documenta bem, casou com D. Joana Gomes da Silva, matrimónio que se terá realizado em 1383/4, data que estimo pelas circunstâncias já referidas, mas também porque seu bisneto Diogo de Azevedo nasceu cerca de 1430. E a 1.0.1472 D. Afonso V confirmou a Diogo de Azevedo, fidalgo da sua Casa, filho que ficou de Diogo Lopes de Azevedo, a terra de Aguiar e Pena, com todas as suas rendas, tributos e direitos, com jurisdição do cível e crime, reservando o monarca para si a correição, alçada e as sisas da dita terra, isto sem prejuízo de qualquer direito, que lhe pertencia por doação de D. João I ao seu bisavô Lopo Dias.
O problema é que o Livro de Linhagens do Séc. XVI (e na sua esteira as outras genealogias) , dizem que Joana Gomes da Silva era sobrinha (e não filha) de Aires Gomes, pois dão-na como irmã do já referido João Gomes da Silva, senhor de Vagos (23.4.1384), ambos filhos de Gonçalo Gomes da Silva, senhor de Vagos (meio-irmão de Aires), e de sua mulher Leonor Gonçalves Coutinho (filha de Gonçalo Martins Coutinho). Este Gonçalo Gomes da Silva foi alcaide-mor de Sabugal e Montemor-o-Velho por D. Fernando I e depois por D. João I, a quem aclamou nas Cortes de Coimbra de 1385, de quem foi embaixador ao Papa Urbano VIII, e de quem recebeu, de juro e herdade, os senhorios de Tentúgal e Buarcos (18.3.1384) e Cantanhede (31.8.1384). Teve várias outras mercês e foi o senhor de Nespereira, por cartas de 7.5.1368 e 30.8.1370 do rei D. Fernando.
Esta proximidade (ser filha ou sobrinha) dificulta uma conclusão segura, sendo certo que a filiação de D. Joana Gomes da Silva não se documenta, apesar de ela própria se documentar bem e com este nome. Contudo, há um factor que é determinante para se concluir que D. Joana era filha de Aires Gomes: a sucessão no solar da família, a honra e quintã da Silva.
Sabemos que a honra e quintã da Silva era propriedade de Aires Gomes, pois D. Pedro I confirmou-lha a 29.9.1358 e 15.7.1359. De facto, esta honra andava então noutra linha, pertencendo então a Gonçalo Rodrigues de Abreu (que a teve por sua mãe Maria Rodrigues da Silva). Na primeira daquelas datas D. Pedro I mandou entregar a «qujtaa da silua que he no almoxarifado de ualença de Riba de mjnho a airas gomez da silua seu vasallo ayo do Jffant ferna.do». E na segunda data confirmou ao mesmo a dita quintã, «que foy de g.o ro.z d aaureu», para si e seus sucessores, como «sua herdade propria», com todas as suas pertenças e direitos.
A quintã da Silva era assim um bem livre de Aires Gomes da Silva, não carecendo portanto de posteriores confirmações reais. E onde a vamos encontrar, alguns anos após a morte de Aires Gomes? Justamente na posse de D. Joana Gomes da Silva e seu marido Lopo Dias de Azevedo, que a 8.12.1413 a doaram a sua filha D. Maria.
Sem uma nova doação real (que não existe), a quintã da Silva só podia passar a D. Joana por doação de seu pai, talvez em dote de casamento, documento privado que não perdurou. Não existe outra explicação. Pelo que a posse da quintã da Silva por D. Joana prova que ela era filha e não sobrinha de Aires Gomes.
A isto acresce a cronologia de Leonor Gonçalves Coutinho, mulher de Gonçalo Gomes da Silva, que O LLXVI dá como pais D. Joana. Tendo casado, como vimos, cerca de 1383/4 (e nunca antes, sendo certo que já estava casada, e há muito, em 1391), D. Joana terá nascido cerca de 1368, e nunca antes de 1363, como vimos. O que praticamente impede que possa ser filha de Leonor Gonçalves Coutinho, nascida cerca de 1320. De facto, D. Leonor não podia, também, ser filha do 1º casamento de Aires Gomes da Silva com Mor Pires Valha (Palha), também nascida cerca de 1320. Pelo que só podia ser filha do seu 2º casamento com D. Urraca Mendes, irmã de D. Pedro Tenório, arcebispo de Toledo, com quem se documenta casado a 19.9.1368, quando o casal recebeu de D. Fernando I mercê da quintã de Palma, no termo de Monforte. Sabendo-se também que D. Urraca passou viúva a Castela, com seu filho, em meados de 1385. D. Joana era, portanto, a única irmã inteira de Afonso Gomes da Silva, que passou a Castela e lá foi progenitor do conde de Cifuentes, com ilustríssima geração.
Do 1º casamento de Aires Gomes da Silva nasceu Gonçalo Gomes da Silva, a quem D. Fernando I doou a 8.2.1379 o senhorio de juro e herdade de Aguiar, «por muitos e estremados serviços que recebemos de airas gomez da silva, nosso vasallo e alferes moor, seu padre», e que faleceu sem geração pouco depois, antes de 18.11.1382, data em que o senhorio de Aguiar já estava na posse de seu pai. E deste 1º casamento deve ainda ser filha a mulher de Gonçalo Marinho, dito genro de Aires Gomes e que com ele estava no castelo de Guimarães quando D. João I o cercou e que depois se fez frade, sem geração.
E é certo que, quando morreu, Aires Gomes só tinha um filho vivo (Afonso Gomes) e nenhum neto paterno, pois isso mesmo é dito na referida carta a João Gomes da Silva de 1385. Os Azevedo de S. João de Rei serão portanto a única descendência de Aires Gomes da Silva que ficou em Portugal. E a honra e quintã da Silva passou, por eles, à Casa da Trofa.
Resta acrescentar que Aires Gomes da Silva, dito o Grande, nas palavras de Fernão Lopes, «avia fermoso corpo e bem pareçemte» e «trazia grão casa de fidalguos». Foi alferes-mor do reino (1371) e aio do rei D. Fernando. Além de alcaide-mor de Guimarães (10.4.1367), foi-o de Santarém (3.6.1357), Valença (8.4.1367), e Cerveira (7.9.1367). Foi ainda senhor de juro de herdade de Unhão, Vilar do Torno, Manhucelos, Atães, Vila Cais, Brunhais e Regilde (8.4.1367), de Cepães (15.9.1367), de Meinedo (22.12.1371) , etc. Teve mercê dos direitos e rendas de Leiria (12.4.1373) e da terra de Loureiro, em Guimarães (16.7.1373). Sabemos também que foi senhor de Santo Tirso de Meinedo, que o mestre de Avis doou a 4.8.1384 e Estêvão Lourenço de Grade.
O conde D. Pedro chama-lhe Aires Gomes da Silva, o Moço, mas tal alcunha não se documenta, ficando certamente a dever-se ao facto de que, quando o conde morreu (1354) este Aires Gomes ainda era moço, ao contrário de seu primo-direito homónimo, bem mais velho, a quem por isso chamou o Velho. Outras genealogias chamam-lhe o Grande, e isto sim, já se documenta, logo na primeira carta que sobre ele existe na Chancelaria de D. Pedro I, de 3.6.1357, onde este rei manda entregar o castelo de Santarém a «airas gomez da silva o grande seu uasallo». E aqui grande estaria por tamanho e não grandeza pessoal, que então ainda não de evidenciara.
E, de facto, era necessário distinguir entre os dois primos homónimos. O outro Aires Gomes, o Velho, era filho de Martim Gomes da Silva, o primogénito do 1º casamento de Paio Gomes da Silva. Já Aires Gomes, o Grande, era filho do 1º casamento de João Gomes da Silva, por sua vez filho do 2º casamento do dito Paio Gomes.
Aires Gomes, o Velho, teve três filhos, segundo o conde D. Pedro: Rui Gomes, Fernão Gomes e Afonso Gomes. Como já detalhou Braamcamp Freire, cronologicamente este Rui Gomes da Silva não pode, como diz o LLXVI, ser o homónimo que foi do Conselho de D. Afonso V, senhor e alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela (8.4.1435 e 23.11.1433) e faleceu depois de 1466. Na verdade, o Rui Gomes mais antigo teve a 18.1.1364 mercê dos casais e vinhas que o rei tinha em Pinheiro de Papízios e na quintã de Currelos e teria já falecido em 1368 quando seu irmão Fernão Gomes teve a mesma mercê. Mas, pelas razões já referidas, o Rui Gomes que foi alcaide-mor de Campo Maior também não pode ser filho de Aires Gomes, o Grande, como quer Salazar y Castro e já Braamcamp Freire contesta. Pelo que só podia ser neto de Aires Gomes, o Velho, muito provavelmente filho (legítimo ou natural) de Afonso Gomes da Silva, que passou definitivamente a Castela em 1385, devendo Rui Gomes ter nascido neste ano ou no anterior, uma vez que sua filha D. Branca da Silva casou em 1444.
Voltando a Lopo Dias de Azevedo, era o chefe desta linhagem e foi ainda senhor do couto e quintã de Azevedo, solar da família, que recuperou por troca. Com efeito, a 6.8.1391, vivendo na sua quintã do Crasto com sua mulher D. Joana Gomes da Silva, trocou com João Rodrigues Pereira a quintã de Pereira, no julgado de Vermoim, pela quintã de Azevedo, com seus coutos e honras, no julgado do Prado.
Como ficou dito, Lopo Dias de Azevedo já tinha o senhorio de S. João de Rei no reinado de D. Fernando I, certamente em sucessão a seu pai, mas não se conhece a carta de confirmação do mestre, confirmação que no entanto existiu («per c.tas dellas e sem ellas»), ainda D. João era regedor, pois isso mesmo diz na confirmação que lhe fez a 8.2.1388 das terras de Aguiar, Jales, S. João de Rei (esta reconfirmada a 6 de Setembro seguinte) e Boiro, com seus coutos e termos velhos e novos, todas as suas rendas, direitos, foros e tributos e com todas as suas jurisdições cíveis e crime, mero e misto império, ressalvando as alçadas, para sempre, pare ele e seus descendentes «per linha djreta». Neste documento, D. João I faz um breve mas interessante resumo dos serviços de Lopo Dias: «leixou seus bees e se lançou cmnosco em o cerco de lixboa e no s.ujo em todas estas querras que ouuemos muj lealmente e s.ue oge em dia e foe conosco na batalha (Aljubarrota)» .
Lopo Dias foi ainda senhor das terras de Pereira, Abitureiras, Azoia, Vila Nova de Anços, Stª Leocádia (14.4.1385) e do reguengo de Alviela, no termo de Santarém (5.12.1387). A terra e quintã de Pereira trocou-a pelo couto, quintã e honra de Azevedo com João Rodrigues Pereira, como ficou dito. As restantes destas terras, salvo Stª Leocádia, trocou-as a 11.5.1392 com o condestável Nuno Álvares Pereira pelo senhorio de (Ribeira de) Pena.
Por escrituras públicas, confirmadas por D. João I a 3.7.1417 e a 26.3.1423, Lopo Dias passou a seu filho João Lopes de Azevedo primeiro o senhorio de Pena e depois os de S. João de Rei e Boiro, os quais, por morte deste João, foram a 11.3.1435 confirmados ao respectivo filho Diogo Lopes de Azevedo, neto de Lopo Dias.
Lopo Dias ainda vivia a 22.11.1437 quando D. Afonso V confirmou a nomeação de Gonçalo Anes, criado de Lopo Dias de Azevedo, para o cargo de escrivão dos órfãos do julgado de Aguiar. E parece que terá morrido depois de 13.5.1441, data em que D. Afonso V perdoou a justiça régia a Fernão Martins, criado de Martim Vasques da Cunha, culpado das mortes de Gonçalo Vasques, Luís Vasques e Afonso Anes, na sequência de um arroído entre Lopo Vasques e Martim Vasques, irmãos, com Lopo Dias de Azevedo e com o abade de Fonte Arcada. As genealogias tardias são muito afoitas a atribuir a Lopo Dias uma carrada de filhos, mas a documentação disponível aponta para que tenha tido apenas os filhos que lhe aponta o LLXVI, a saber: João Lopes de Azevedo, Martim Lopes de Azevedo (que terá falecido novo), Lopo de Azevedo (cavaleiro do infante D. Pedro em 1442), D. Maria (Coelho) de Azevedo (nascida cerca de 1390, com geração na Casa da Trofa), Luiz de Azevedo (do Conselho e vedor da fazenda de D. Duarte e D. Afonso V, que esteve em Alfarrobeira com D. Pedro, do que teve perdão a 18.7.1452, e morreu antes de 20.8.1468), e D. Filipa de Azevedo, casada com Luiz Gonçalves Malafaia, rico-homem, do Conselho e vedor da fazenda de D. Afonso V, já falecido a 13.11.1469.
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Duas referências a Afonso Pires da Charneca que o dão como irmão do Cavaleiro Dr. Martim Afonso da Charneca:
No "Nobiliário de Famílias de Portugal" de Felgueiras Gaio, tomo I pag. 11, edição de Agostinho de Azevedo Meireles e Domingos de Araújo Afonso (1938), "Relação dos Fidalgos que o Sor. Rei D. João I armou Cavaleiros antes de entrarem na Batalha de Aljubarrota, pela sua própria mão como consta das memórias para a História de Portugal, que compreende o governo do dito Rei o Sor. D. João I, liv. 3º cap. 252 fl. 1233.
João Vasques de Almada
Rui Vasques de Castelobranco
Afonso Pires da Charneca, irmão do Doutor Martim Afonso
.................
Antão Vasques de Almada, que outros dizem de Lisboa.
Na "Monarquia Luzitana" de Fr. Manuel dos Santos, cap. VIII pag. 748, lê-se a propósito da Batalha de Aljubarrota na descrição da formatura do exército português: ".......na ala esquerda, que sahia da outra parte oposta, puserão outras duzentas lanças em que entravam alguns Ingleses auxiliares, mandados de Inglaterra pelos Embaixadores que estavam em Londres; sua bandeira a de S. Jorge; e seus Capitães Antão Vasques de Almada, João Monferrara e Martins Paulo; ........Os Fidalgos e Escudeiros de nome que eram presentes no exército, e ganharam com El-Rei esta batalha de tanta glória forão: O Arcebispo Primaz D. Lourenço Vicente, o Condestável D. Nuno Alvares Pereira, Diogo Lopes Pacheco, ......o Doutor João das Regras, o Doutor Gil Docena, o Doutor Martim Afonso da Charneca, .......estes já eram armados Cavaleiros; os seguintes eram Escudeiros: João Vasques de Almada, Antão Vasques de Almada, Rui Brás de Castelobranco, Affonso Pires da Charneca."
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Caro Samuel,
Como verá entroncar Afonso Pires da Charneca em Pedro Fernandes de Castro não colhe.
Afonso Pires da Charneca não é quase de certeza o Afonso Pires de Castro. Ora faça o favor de ver -
Origem dos Charneca segundo J.Menéndez que estudou apuradamente os Miranda Henriques:
“(Os Miranda Henriques) Eram fidalgos da Casa Real, ao serviço da qual ocuparam importantes cargos palatinos e militares em diversos reinados, não lhes sendo igualmente estranha a carreira eclesiástica, na qual alguns deles chegaram a altos dignitários, embora a maioria que a seguiu – quase sempre filhos segundos – o fizesse por uma estratégia de colocação em cargos eclesiásticos que oferecessem uma compensação económica e social para as normas de sucessão, que tendiam a impor a primogenitura estrita.”
“A sua linhagem, razoavelmente estabelecida, não oferece margem para dúvidas quanto ao problema das origens. Aquelas, a existirem, prendem-se mais com D. Mécia Gonçalves de Miranda, a senhora supostamente francesa ou espanhola – e porque não portuguesa? – que com a ascendência de
D. Martinho Afonso Pires da Charneca.”
“Provêm, pois, os Mirandas de D. Martinho ou Martim (que era a forma popular daquele nome) Afonso Pires da Charneca, ou de Lisboa, como aparece também geralmente mencionado pelos genealogistas, filho de Afonso Pires, dito da Charneca por aí ter vivido, e de sua mulher Constança Esteves. Esta era natural de Lisboa, não se lhe conhecendo até ao presente a ascendência.
Quanto a Afonso Pires, embora fidalgo castelhano, foi «cidadão principal de Lisboa, dos que ajudaram D. João I no começo do seu reinado e um dos cinco companheiros que D. Nuno Alvares Pereira tomou quando desafiou D: João Ansores», levando-o depois consigo quando foi pela primeira vez por fronteiro-mor do Alentejo. Foi, também, um dos quatro representantes que a cidade de Lisboa escolheu e o condestável nomeou para o seu conselho. Teve o senhorio das Alcáçovas e de outras terras e, também, dos Lagares de El-Rei, em Lisboa, os quais lhe foram dados pelos muitos serviços que prestou à causa de D. João I. Era filho de outro Afonso Pires Corrichão, segundo escreve o Padre António Carvalho na Corografia Portuguesa, fidalgo castelhano que passou a Portugal ao serviço de D. Fernando que, segundo diz Duarte Nunes de Leão na crónica deste rei, lhe fez mercê da vila de Pereira e de outras terras.”
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Estimado Miguel,
Referindo-me a sua mensagem de 26.9, o texto que ali expôs já o tinha lido no link que havia informado e, relendo o texto, não achei referência no que ali afirmas “É de extremo interesse porque apura que DGA também é o DGC!”.
No NFP, Castro, $3, N-11, nota 1, dá o Afonso Pires de Castro (da Charneca), casado com Constança Esteves, com os filhos: Diogo Gonçalves de Castro de Azevedo, Fernando de Castro que viveu na Galiza e D. Martim Afonso Pires da Charneca, com geração nos Mirandas. Já no NFP, Miranda, $1, N-1, nota 451, dá o Afonso Pires da Charneca c. c. a mesma Constança Esteves, dentre outros os filhos: D. Martim Afonso Pires da Charneca, Afonso Pires da Charneca s. g., Diogo Gonçalves de Castro, nos Castros. Quanto à sua primeira mensagem de 27.9, 1º e 2º parágrafos, deduz-se que o autor está se referindo ao Afonso Pires da Charneca s. g., que consta como irmão do Dr. Martim, no título dos Miranda acima.
Quanto à sua segunda mensagem de 27.9, é de se supor que, os colegas que cederam os dados para serem inclusos aqui no Geneall, da forma que foram colocados, devem terem sido extremamente cuidadosos e zelosos nesse aspecto. Para mim que tenho acesso apenas há algumas antigas obras, gentilmente enviadas por colegas / instituições, ou baixadas na NET, fica difícil chegar a uma conclusão qual deles: o J. Menendez, o Padre Antônio Carvalho, o Gayo e, outros, estão corretos.
Seria bastante interessante que se tivesse conhecimento do artigo a que se referiu a Maria Alexandra, de autoria de Marcelo Olavo Correia de Azevedo, quem sabe possa elucidar a questão. Vamos torcer para que ela possa responder.
Foram muito importantes as suas mensagens aqui expostas, mostrando outros lados do assunto, podendo auxiliar a outros a chegarem a uma conclusão elucidativa das dúvida.
Sobre os dados que enviaste, respondi para seu e-mail, o que muito lhe agradeço.
Muitíssimo obrigado por tudo. Continuo a disposição. Fraterno abraço.
Samuel de Castro
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Ponto 1. Lopo Dias de Azevedo era filho único de Diogo Gonçalves, dito «do Crasto», por ser senhor desta torre, em Amares, e de sua mulher Aldonça (Anes) Coelho.
Ponto 2. Este Diogo Gonçalves ainda é referido pelo conde D. Pedro (falecido em 1354) como filho de Gonçalo Vasques de Azevedo, mas sem mais referência, pelo que Diogo Gonçalves seria então ainda solteiro. De resto, esta filiação documenta-se na lista de Vilar de Porcos, de 1329, onde surge Diogo Gonçalves com seu pai Gonçalo Vasques de Azevedo, sendo de estimar que Diogo tivesse nascido cerca de 1310/5, casando portanto tarde, e tivesse morrido em 1382/3.
Ao contrário do que se diz, Diogo Gonçalves «do Crasto» já devia ter sido senhor de S. João de Rei. Com efeito, a 14.8.1383 D. Fernando I mandou que o almoxarife de Guimarães restituísse a Lopo Dias a posse do senhorio de S. João de Rei. Ora, como Lopo Dias teria então cerca de 20 anos, dá ideia que, com a morte de seu pai, que terá ocorrido nesse ano ou no anterior, algum momentâneo problema se pôs à devida sucessão.
Em 1383, ainda no reinado de D. Fernando, já Lopo Dias, com cerca de 20 anos, era portanto senhor de S. João de Rei, bem assim como da referida torre do Crasto, onde devia viver (documenta-se a viver com sua mulher nesta torre em 1391) e demais bens e senhorios de seu pai, entre os quais se incluía a quintã e torre de Vasconcellos (Amares). Mas então ainda não tinha herdado de sua mãe os senhorios da vila do Souto de Riba do Homem (Amares) e de Entre-Homem- e-Cávado, sendo certo que neles sucedeu, pois deu-os em segurança do dote de sua filha D. Maria. Com efeito, sua mãe ainda vivia a 18.3.1391, quando, referida como «aldonça coelha madre de Lopo diaz d Azevedo»
Ou seja DGA é Senhor da Quinta do Crasto, em Amares...e não DGC.
Na minha opinião, os geneaogistas Gaio, e Alão, confundiram os dois, e na realidade não há dois homónimos casados com duas homónimas. Há um só DGA que é também conhecido por DGC, justamente por ser Senhor da Torre do Crasto. para mais descendência de DGA utilizou o apelido de Castro.
O que eu suponho é que o Diogo Fns. de Castro é simultaneamente descendente do DGA, que são da estirpe dos Azevedos ( e isso pela mãe Coelho) e dos Castros da linhagem Castro propriamente dita.
O que não há dúvida é que às vezes no Gaio há confusões e erros (além de omissões) que se tornaram históricos, e foram elevados a dogmas. Dogmas esses que às vezes desmoronam com uma simples observação atenta das cronologias. Nos genealogistas da Madeira porque seguiram demasiado o Gaio, e o Alão, sem os interrogar e pôr à prova, e em contraste com fontes fiáveis como docuemtnos e registos, e também por falta de contacto directo com as fontes do Continente, as confusões repetem-se, mesmo nos mais modernos.
Um abraço,
Miguel
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Caros Samuel e demais Colegas interessados,
Vem o seguinte título inserido numa obra porventura menos conhecida de HHN: "Memorias Seculares e Eclesiasticas Para a Composição da Historia da Diocesi do Funchal na Ilha da Madeira" (sic, grafia da época).
Castros: Procedem de Diogo Fernandes de Castro e de sua Irmãa Genebra de Castro, que passarão a estas Ilhas em tempo que El Rey D. Manoel era Duque, e administrador do Mestrado da Ordem de Christo, com emições do dito Princepe, o qual lhe deu nesta Ilha, e na do Porto Sancto, alguas terras, que posuirão seus descendentes. Consta por hua justificação tirada no anno de 1528., serem filhos de Diogo de Castro, Padroeyro de S. Gens, e de Monte Longo; e de sua mulher filha de// Egas Coelho neta de Pedro Coelho, e bisneta de Estevão Coelho
Interessante ver que aqui o Pai de Diogo Fns. de Castro é simplesmente Diogo de Castro, e não Diogo Gonçalves de Castro. Não é referido como senhor da Quinta e do Solar de Castro, em Carrazedo. Mas sim Padroeiro de S.Gens e de Monte Longo. Não se menciona o nome da sua mulher como sendo Aldonça Coelho, simplesmente se diz que é Filha, Neta e Bisneta de Egas Coelho, Pedro Coelho e Estevão Coelho.
Tudo isto o afasta de ser considerado como Diogo Gonçalves de Azevedo, senhor da Torre do Crasto c.c. Aldonça Coelho. Porque esta é filha de João Esteves Coelho, neta de Estevão Coelho, Para mais Diogo Gonçalves, Sr, da Torre do Crasto teria casado por 1330, enquanto Diogo Fns. de Castro, filho de Diogo de Castro e de N. Coelho, teria casado em 1470 com Grácia Calaça.
Sendo assim, Diogo Fns de Castro teria nascido por 1440, e assim pode-se supor que os seus pais acima referidos (Diogo de C. e N. Coelho) teriam casado por 1420-.1430.
Isto aponta para Diogo de Castro, Padroeiro de S.Gens etc, ter nascido em 1390- 1400 bem como também por essa altura N. Coelho, sua mulher, filha de Egas Coelho, Sr. de Montalvo. Este c. por 1350, o que é cronologicamente consequente com a data de casamento da sua filha N. Coelho. com Diogo de Castro.
Na ascendência de N.Coelho, mulher de Diogo de Castro há uma Dade.
Igualmente na ascendência dos Fernandes de Castros, de Fornelos há 2 casamentos em 2 gerações de Fernandes de Castro com Dades. O que reforça a ideia que havia uma iigação entre Castros e Dades entre estes e os Coelhos deste ramo.
Ver
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=8717
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=8718
Em suma, creio que o título de Castros de HHN é bastante esclarecedor e dá pistas que apontam no sentido de que a ascendência dos Castros da Madeira se encontre justamente nos Castros, ditos de Fornelos.
Um abraço,
Miguel
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RE: ascendentes de diogo ferns de castro-madeira
Estimado Miguel,
Achei bastante aceitável o que expôs nos dois tópicos.
Em minha base, não sei em qual referência está (NFP, vol. IV, Castro, $3, N12 - PL, T. II, pg. 404, Castros de Melgaço ou Fornelos - PL, Tomo II, pg. 404) a citação dos seguintes nomes: Aldonça Coelho (ou D. Francisca de Brito, ou Brites Coelho) para a esposa do Diogo de Castro (ou Diogo Afonso de Castro) – N-1360, que teve o Padroado de São Gens de Montelongo e metade da Igreja de S. Clemente de Basto. Sr. de Lamas e Alcaide mor de Castro Laboreiro, por mercê do Rei D. João I, em 1402.
Na base, também tinha-o, creio que erradamente, também como Diogo de Castro de Azevedo, 2º Sr. do Couto de Sanguinhedo e de Parada, confirmados pelo Rei D. Fernando e, demais títulos acima referidos. Eu, ao considerar dados que dava interpretação confusa em algumas das referências acima, do Gayo e outros, mencionei na base, dentre outros, um filho desse Diogo Gonçalves (Azevedo ou Castro) como sendo o Lopo Dias de Azevedo.
Diante da existência desse Diogo de Castro (ou Diogo Afonso de Castro) – N-1360, que tenho na base, e da possível inexistência do Diogo Gonçalves de Castro (que na realidade é Diogo Gonçalves de Azevedo), os filhos que aparecem aqui em http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=788 (com exceção do Pedro de Castro, VIDE ABAIXO), são na realidade filhos do primeiro Diogo inicialmente referido. Já os filhos do Diogo Gonçalves de Azevedo, estão aqui em em http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=30368).
Achei grande disparate aqui em http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=788 que o Pedro de Castro que aparece como filho do Diogo Gonçalves de Castro (no Geneall) não deve ser filho do Diogo de Castro inicialmente referido. Pois entrando no link desse Pedro de Castro, que vai chegar aqui em http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=253233 , observe as datas. Se os pais desse Pedro nasceram em 1360, ele teria nascido por volta de 1400 e os filhos do mesmo Pedro não poderiam terem nascido por volta de 1500 (a Ana N-1505). Por isso tudo, dá a entender que o Gayo, outros e quem cedeu os dados para inclusão no Geneall, confundiram esse Pedro de Castro, com outro do mesmo nome, filho do Fernão de Castro (note que tem origem nos de Fornelos) e de Joana de Azevedo (essa sim filha do Lopo Dias de Azevedo e, neta de Diogo Gonçalves de Azevedo). É de se notar também, que esse último Pedro teve um irmão chamado Martim de Castro e outro Afonso Pires de Castro. Veja os dados do segundo Pedro a que me referi:
Pedro de Castro – N-1440 - Sr. dos Couto de Sanguinhedo e Parada. Viveu no tempo de D. João II e D. Manuel. Alcaide mor de Melgaço, em 1500 e de Castro Laboreiro – Em 1495 recebeu de D. João II, a doação vitalícia das propriedades régias no Termo de Ferreira. Fid. Cav. da C. do Duque de Bragança. Em 1513, achou na Batalha de Azamor, com o Duque D. Jaime, sendo Cap. de sua Guarda. Foi sepultado na Capela de S. Ana do Convento do Casal da Torre, em Colares - NFP, vol. IV, Castro, $3, N20; vol. VI, pg. 642, Melo, $14, N-11-12 e, vol. X, Sousa, $409, N18-19 e$413, N19 - LON, Tomo. II, pg. 7 - NGEDM, vol. 1, pg. 289.
Esp: Brites de Melo (Beatriz de Melo) - N-1460.
Outra observação: O Pedro de Castro, do link a ser aberto, não consta ter herdado o Couto de Sanguinhedo e Parada, mas sim seu irmão Martim, que passou para o filho Fernão e, este, passou para o Pedro que acima me referi e detalhadei, Títulos que deve constar em uma das referências que citei, inclusive aqui no Geneall. Toda essa explicação para dizer que confundiram o referido Pedro de Castro (do link), colocando-o, aqui no Geneal, como filho do Diogo Gonçalves de Castro, que na realidade poderá ser filho o Diogo Gonçalves (de Azevedo, do Solar dos Castro). Mas, os demais filhos desse Diogo Gonçalves, ali constantes, não seriam filhos dele.
Já quanto ao filho do casal Pedro Fernandes de Castro e Maria Dade (Afonso Pires da Charneca), poderá ser apenas Afonso Pires de Castro, que seriam os pais do Diogo de Castro a que referiste. Nesse caso, o Afonso Pires da Charneca seria outro, crendo ser outro e ter outra ascendência e descendência.
Portanto, creio que, na base estará correta a descendência que estou considerando para os filho de Diogo de Castro que mencionaste, se eu excluir os nomes Diogo de Castro de Azevedro e Adonça Coelho e, a filiação: Lopo Dias de Azevedo. E, manter os demais nomes da esposa que referi, e os reais filhos: Diogo Fernandes de Castro, Genebra de Castro e Martim de Castro.
Se puderes consultar o Manuel Abranches de Soveral sobre a ascendência do Afonso de Castro, alcaide-mor de Celorico de Basto e, Vasco Afonso de Castro, escudeiro, muito lhe agradeço.
É o que tinha a sugir, mas não comprovo. Continuo a disposição. Fraterno abraço.
Samuel de Castro
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