Pensões - Uma Ferrament de Pesquisa - I
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Pensões - Uma Ferrament de Pesquisa - I
Rio de Janeiro, 08.11.2004
GENALOGIA - FERRAMENTAS DE PESQUISA - I
PARTE I
Pode parecer brincadeira, no entanto o cuidado de se precaver com uma pensão também pode ser uma fonte de pesquisa genealógica.
Eu as usei como fronte de pesquisa, na busca de alguns antepassados de antigos clientes, no tempo em que trabalhei profissionalmente pesquisando árvores genealógicas. Nas listas dos pensionistas do Monte Pio fui encontrar as datas de falecimentos de vários pesquisados. Na posse desta informação, fui em busca dos seus óbitos – daí a origem dos meus artigos sobre Sepulturas e sobre Catacumbas (este ainda inédito) e, na posse de seus óbitos, dei continuidade na busca de mais algumas linhas dos antepassados dos clientes.
Coelho Neto, em seu Dicionário, assim define Monte Pio: “Associação, em que cada membro, mediante uma prestação mensal e outras condições, adquire certos direitos, como o de ser subsidiado em dados casos, deixar por morte pensão à sua família” E nos remete ao verbete Previdência.
Na falta dos antigos registros de óbitos, anteriores ao Concílio de Trento, que os cria de forma sistemática por volta de 1560, porque não enveredar nos caminhos do Montes de Piedade, para buscar dados que já não constam mais dos arquivos da Igreja ?
Os Montes de Piedade surgiram na Idade Média, criados para combater os abusos da usura, e remonta aos meados do século XV. Em 1462, Barnabé de Terni, monge recoleto, pregando em Perusa, fundou com o produto de uma subscrição uma espécie de banco de caridade, o Monte de pietá onde os pobres poderiam contrair pequenos empréstimos sobre um penhor. Em Portugal existiram desde o século XVI; não esquecendo que neste mesmo país foram organizados seguros contra riscos marítimos, no ano de 1293.
Voltando aos Monte-Pios ou Montepios, sigo agora os ensinamentos do Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira: Instituição em que, mediante uma cota, e satisfeita outras condições, cada membro adquire o direito de, por morte, deixar pensão pagável a alguém de sua escolha.
Esbarrando-me no óbvio, entende-se por monte, termo do latim mons, móntis (de raiz min ser saliente, ter saliência), em seu sentido originário: monte, montanha, serra, penedia, rochedo.Na linguagem técnico-jurídica, entende-se, por extensão, acervo, montão, ajuntamento, ou seja, nas palavras do Prof. De Plácido e Silva, “toda acumulação de coisas ou de valores, assim agrupadas, reunidas ou ajuntadas, para formar massa ou acervo, cujo destino, assinalado em lei, é justamente aquele para que foi promovido. E essa a designação atribuída ao volume de bens e valores, anotado no inventário”.
Quanto ao vocábulo pio (devoto), também emprestou-nos o latim, tirado de píus, pia e pium, que se entende por pio, piedoso, virtuoso, justo, devotado, bom, amigo, sagrado, santo, etc. De pius, originou-se pietas, piedade.
O Montepio pode ser entendido como a grandiosidade da piedade, a soma de manifestações de caridade para ser empregado no amparados desabrigados; por extensão, as contribuições piedosas para ser empregadas nos desamparados; o acumulo de contribuições para serem utilizados como auxílio ou assistência dos desamparados; etc.
Com relação ao estado do Rio de Janeiro, pelo decreto de 10 de janeiro de 1835, foi criado o MONTE PIO GERAL D’ENOCOMIA DOS SERVIDORES DO ESTADO.
Ao passarmos os olhos, por exemplo, na Relação dos pensionistas do Monte Pio Geral de Economia dos Servidores do estado que accrescerão no 27.º biennio de 1887 a 1889, documento que tenho em minha coleção, encontramos, entre outras, as seguintes famílias: Pereira Coruja, Lassance da Cunha, Henriques de Miranda Rego, Bezerra Cavalcanti, Tolentino, Araújo Filgueiras, Barão de Piraquara, Burlamaqui Castelo Branco (grupo do Piauí), Nogueira da Gama (grupo mineiro), Argollo Ferrão (grupo baiano); Moraes Ancora (grupo do sul); Balthazar da Silveira, Ferreira França (grupo baiano), Nabuco, Holanda Cavalcanti (grupo pernambucano), Curado Fleury, Moraes Rego, Picanço da Costa, Wanderley (grupo pernambucano), Oliveira Castro (grupo carioca), Werneck (fazendeiros fluminenses), Maciel Aranha (aliada aos grupos Graça Couto e Graça Aranha); Rayol (grupo paraense), Souza Aguiar, Avellar Broteto (grupo paulista); Araújo Porto Alegre, Oliveira Bello (grupo mineiro); Carneiro Leão; Moraes Jardim; Menna Barreto (grupo rio grandense do sul), Queiroz Mattoso (grupo norte-fluminense), Viscondes de Inhaúma, Sepetiba, Souza Franco, etc.
No referido biênio de 1887 a 1889 foram admitidas matrículas novas dos seguintes grupos familiares: Lima e Silva (grupo carioca), Barão de Aguiar de Andrade (grupo paulista); Japiassu, Vilhena do Amaral (grupo mineiro); Mariani Wanderley (grupo baiano); Rego Barros (grupo pernambucano); Campos do Amaral (grupo sul-fluminense); Leão Velloso, entre outros.
Passados dez anos, para o biênio de 1897 a 1899, soma-se as seguintes famílias: Vieira de Mello; Costallat (grupo fluminense), Souza e Oliveira Coutinho, Conde da Motta maia, Albuquerque Diniz, carneiro da Cunha (grupo pernambucano), Andrade Pinto, Visconde de Valdetaro, Visconde de São Luiz do Maranhão, Haddock Lobo, baronesa de Itajubá, Radamaker Grunewald, Graça Aranha, Baronesa do Rio Apa, Baronesa de Taunay, Conde de Carapebús (grupo norte-fluminense), Condessa da Estrela, Araújo Viana, Carneiro de Campos, Duque Estrada, etc.
Enfim, uma infinidade de grupos familiares de todas as regiões do Brasil, além de algumas famílias recém-chegadas de Portugal, registrados no Monte Pio dos Servidores do Estado, os mais jovens acompanhados do nome de seus pais, além dos registros de falecimento dos pensionistas. Certamente serve como uma ferramenta de auxílio às pesquisas genealógicas.
Meus cumprimentos
Carlos Eduardo de Almeida Barata
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Relação das pensionistas do Monte Pio Geral de Economia dos Servidores do Estado, que faleceram durante o biênio de 1887 a 1889.
Na seqüência: Nome da beneficiada, data de falecimento e valor da pensão.
1 D. Adelaide Olympia d´Oliveira Bello - 1887- 28 de Agosto - 850$000
=== Trata-se de Adelaide Olímpia Valdetaro, nome de solteira, nascida a 26.07.1825, no Rio de Janeiro, onde casou, a 29.11.1845, com José Egídio de Oliveira Belo, nascido a 01.09.1815, no Rio de Janeiro, onde faleceu a 13.02.1885.
2 Alice, filha de Jarbas Augusto Xavier – 1889 - 27 de Maio - 50$000
3 D. Amelia de Souza Lobo Mendonça - 1888 - 18 de Abril - 600$000
4 D, Anna Carolina de Rezende Perdigão Ferreira – 1889 - 29 de Abril - 673$356
5 D. Anna Ferreira França Espinola - 1887 - 9 de Dezembro - 1:650$0OO
=== A família Ferreira França, de origem portuguesa, se estabeleceu na Bahia, para onde passou Joaquim Ferreira França, filho de Francisco Ferreira França e de Maria Francisca. Deixou numerosa descendência do seu casamento com Ana Inácia de Jesus, natural de Minas Gerais, filha de Luiz Pereira Lopes.
6 D. Anna Florencia de Almeida e Silva – 1887 - 12 de Maio - 310$180
7 D. Anna Franklina de Alencar Nogueira – 1888 - 31 de Maio - 98$524
=== importante família de políticos, escritores, religiosos e intelectuais estabelecida, inicialmente, no nordeste brasileiro, e de origem portuguesa. Teve princípio, no Brasil, com a vinda de Martinho Francisco do Rêgo, natural de Braga, que entre 1650 e 1680, se estabeleceu no nordeste brasileiro com sua esposa, Dorotéia de Alencar, natural de Braga, e seus quatro filhos.
A pensionista Ana Franklin de Alencar Lima, nome de solteira, foi esposa de Paulino Nogueira Borges da Fonseca. Era filha de João Franklin de Lima e de Maria Brasilina de Alencar.
8 D. Anna Isabel da Silva Lisboa - 1887 – 23 de Setembro – 188$500
9 D. Anna Luíza de Mello Barreto - l.887 - 16 de Dezembro - 540$000
10 D. Anna Rabello de Lamare – 1888 - 27 de Agosto - 701$990
=== Trata-se de Ana Rebelo-de Lamare, nascida cercade 1810 e falecida a 27.08.1888,no Rio de Janeiro. Filha de Rodrigo Antonio-de Lamare e de Ana Rebelo Seabra. Deixou geração do seu casamento ba família da Fonseca Lessa
11 D. Anna Rodrigues da Silva - 1888 - 27 de Dezembro - 330$990
12 D. Anna Salerno Toscano de Almeida – 1888 - 19 de Dezembro - 250$000
13 D. Anna Senhorinha Pereira de Abreu – 1888 – 19 de Julho - 387$492
14 D. Anna Thereza Caetano da Silva - l.889 - 13 de Março - 500$000
15 Antonia, filha de Antonio Maria Moreíra de Carvalho - 1888 – 13 de Novembro - 62$500
16 D. Antonia Joaquina Teixeira de Souza Bretas – 1887 - 20 de Maio - 62$500
=== Trata-se de Antonia Joaquina Teixeira de Souza, nome de solteira, filha dos barões de Camargo, e que se casou a 18.05.1867, na Matriz de Antonio Dias, Ouro Preto, Minas Gerais, com Fortunato Teodoro Ferreira Bretas, conforme podemos ver na obra do Cônego Raimundo Trindade, Velhos Troncos Mineiros, Tomo I, onde não consta a data de falecimento de Antonia.
17 D. Antonia dos Santos Freire – 1887 - 26 de Setembro - 272$221
18 Armando, filho de Ignacio Ferreira Goulart - 1889 - 4 de Janeiro - 125$000
19 Augusta, filha de Gervasio José da Cruz – 1888 - 9 de Agosto - 375$000
20 D. Augusta de Azevedo Coutinho Messeder - 1888 – 9 de Janeiro - 300$000
=== Importante família, com diversas ramificações, espalhadas pelo Rio de Janeiro e Bahia, procedentes de um mesmo ramo: os Coelho Messeder.
A pensionista Augusta de Azevedo Coutinho Messeder talvez seja descendente de Nicolau Coelho Messeder, natural do Rio de Janeiro, que deixou geração do seu casamento por volta de 1766, com Francisca de Paula Rangel de Azeredo Coutinho.
21 .D. Barbara Franco Fernandes Vieira - 1888 - 25 de Março - 500$000
22 D. Carlota Joaquina da Silveira - 1888 – 25 de Dezembro - 150$000
28 D. Carolina Pinheiro de Faria – 1888 - 7 de Maio - 48$000
24 D. Cezaria Nunes Pires – 1888 - 29 de Abril - 146$376
25 D. Constança Lopes Gama Valdetaro - 1888 - 17 de Novembro - 386$604
=== Importante família, de origem portuguesa, estabelecida em Pernambuco, para onde passou o Dr. João Lopes Cardoso Machado, natural de Lisboa e falecido em 1835, no Recife, PE. Deixou numerosa e ilustre descendência do seu casamento, em Pernambuco, com Ana Bernarda do Sacramento Gama, nascida em Pernambuco, por onde ocorreu a união dos dois sobrenomes.
A pensionista Constança de Paiva Lopes Gama, nome de solteira, naceu no Rio de Janeiro a 20.01.1837, onde faleceu, na rua Olinda 24, vítima de queimaduras, a 17.11.1888. Sepultada no Cemitério de São João Batista. Deixou geração do seu casamento, no Asilo Francês, Rio de Janeiro, a 07.01.1865, com Augusto Eugenio Valdetaro. Ela era filha dos Viscondes de Maranguape.
26 D. Elisiaría, outra filha de Jarbas Augusto Xavier – 1889 – 12 de Maio - 50$000
=== Irmã de Alice, citada acima, no número 02.
27 D. Emília Luiza Ephigenia Barradas de Barros – 1889 – 24 de Fevereiro - 180$000
28 D. Emilia Nobre de Almeida e Castro – 1888 - 19 de Setembro - 300$000
29 D. Emilia Rodrigues Vaz Boccanera – 1887 - 4 de Setembro 100$000
=== Família de origem italiana estabelecida na Bahia. Há outros grupos mais recentes, migrados para o Estado de São Paulo, conforme se dirá no Dicionário das Famílias Brasileiras de Origem Italiana, 5 volumes, no prelo.
30 D. Eulalia Gullhermma da Cruz - 1887 - 4 de Novembro - 250$000
31 D. Faustina Augusta Carneiro Leão – 1888 - 7 de Outubro - 126$972
=== Antiga e importante família com ramificações no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. Todas os três grupos procedem de Pedro Carneiro [c.1615 - 1681], estabelecido no Porto, onde deixou larga descendência do seu casamento, por volta de 1640, com Maria Antônia de Leão.
32 D. Faustinina Amelía dos Santos - 1887 - 22 de Novembro - 500$000
33 D. Firmina Bonifácia dos Guimarães Brandão – 1886 – 27 de Novembro - 36$000
34. D. Francisca Agostinha de Souza e Mello – 1887 - 7 de Outubro - 500$000
=== Francisca Agostinha de Souza e Melo foi casada com seu tio Sebastião de Souza e Melo, filho de Francisco Agostinho de Souza e Melo e Menezes e de Maria José de Paes Leme. Deixaram, pelomenos três filhos, um deles natural de Florianópolis - Santa Catarina.
35 D. Francisca Carolina Gertrudes da Motta Teixeira - 1888 - 28 de Outubro - 112$500
36 D. Francisca Guilhermina da Rosa Souza - 1886 – 28 de Novembro - 200$000
37 D. Francisca Martins Furtado Mendes Vianna – 1888 - 7 de Maio - 571$424
38 D. Francisca Rosa de Carvalho - 1888 - 26 de Novembro - 100$000
39 D. Francisca da Veiga Rodrigues - 1888 - 6 de Novembro - 128$328
40 D Ignacia Thereza de Macedo Ferrão - 1888 - 7 de Outubro - 44$436
41 D. Jacintha Rosa Gorgolino – 1888 - 12 de Julho – 188$887
42 D. Joanna Carrero Gonçalves - 1889 - 12 de Fevereiro - 220$000
43 D. Joaquina Marques Coelho - 1889 - 27 de Maio - 400$000
44 D. Joaquina Rosa Nogueira - 1888 – 29 de Outubro - 200$000
45 D. Joaquina Soares Teixeira de Gouveia Faria – 1888 - 25 de Abril - 441$660
46 D. Josepha Cecília Figueiredo de Carvalho – 1889 – 5 de Fevereiro - 520$000
47 D. Josepha de Mattos Albuquerque e Mello – 1886 - 6 de Fevereiro - 750$000
48 D. Julia Augusta da Silva - 1889 - 18 de Fevereiro - 250$000
49 D. Julieta Carolina de Araujo e Silva - 1888 - 19 de Maio - 80$000
50 D. Justa do Valle Pinto – 1888 – 21 de Junho - 470$000
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RE: Pensões - Uma Ferrament de Pesquisa - I
Caro Barata
Sempre inovando e apresentando novas fontes genealógicas ! Parabéns e sempre é um prazer ler as suas intervenções. A D. Ana Ferreira França seria filha de quem ? Tinha a maior pensão de todas. Não se preocupe em procurar não, só se voce tiver ao seu alcance a resposta. Só gostaria de saber porque tenho um esboço da genealogia da família Ferreira França. Temos aqui no Fórum um tópico sobre eles.
Um abraço e obrigado pelas suas ricas informações em vários e instrutivos tópicos.
Ricardo
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RE: Pensões - Uma Ferrament de Pesquisa - I
Senhor Cau Barata
Ilustre Confrade
Faço os meus respeitosos cumprimentos.
É sempre com o maior interesse que leio as suas mensagens e, sempre na esperança de encontrar referências aos meus parentes, MARIZ SARMENTO, que têm raízes no Brasil. Uma dessas Senhoras casou com o Visconde de Inhaúma, alguns serviram na Marinha, etc.
Porém o que me leva a escrever-lhe esta mensagem é o seguinte: Numa das suas intervenções o Senhor refere que a Nobreza de António de Mariz é-lhe dada por José de Alencar.
Terei que lhe dizer que António de Mariz era irmão de meu 12º Avó, Lopo de Mariz, Fidalgo Cavaleiro, Senhor da Quinta do Paço Velho, em Barcelos, Chefe dos Marizes, e eram ambos filhos de Afonso Lopes de Mariz e de D. Branca de Mello.
António de Mariz era, como se diz, Fidalgo dos quatro costados.
Perdoe-me este reparo mas era forçoso fazê-lo.
Creia-me, com os protestos da maior consideração
João de Mariz Sarmento Macieira
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RE: Pensões - Uma Ferrament de Pesquisa - I
BARATA,
Publicar os nomes das pensionistas foi uma ótima idéia!
Abç,
Frederico GJ
RIO/BR
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RE: Pensões - Uma Ferrament de Pesquisa - I
Prezado Mariz Sarmento,
Agradeço o reparo feito ao Antonio de Mariz, no entanto, não me lembro de ter citado sua nobreza através de José de Alencar, ou seja, me parece que tal colocação foi feito por um dos nossos colegas ao comentar um dos meus tópicos, onde citei o nosso Antonio de Mariz.
Enfim, não citei José de Alencar e, também ainda não vi algum documento que me de certeza de que o Antonio de Mariz que migrou para o Rio de Janeiro é o mesmo que recebeu a Carta de Brasão. Nunca coloquei esta afirmação em meus trabalhos pois ainda não conseguir acreditar nesta identificação.
Nada contra brasões; nada contra o nosso Antonio de Mariz, de quem também descendo, mas há uma grande confusão cronológica nestas "duas" personagens, ou seja, homônimos que andam sendo tratados como sendo a mesma pessoa.
A referida Carta de Brasão do vosso Antonio de Mariz (I), data de 13.09.1534, e nela não consta os quatro costados, e sim apenas um costado, seu avô Lopo Mariz.
O mesmo brasonado aparece novamente citado, com sua Carta de Brasão, sem paternidade, em outra Carta de Brasão mais recente, passada a 11.08.1772 para José Pinheiro de Morais Fontoura, natural do Recife, Pernambuco, e seu quinto neto, por via de uma Ana de Mariz, casada com Pedro Pinheiro Lobo, que me parece estar londe de qualquer parentesco próximo com o Antonio de Mariz que residiu e morreu no Rio de Janeiro, onde deixou, pelo menos, 5 filhos, entre os quais não existe nenhuma Ana de Mariz.
O Antonio de Mariz, do Rio de Janeiro, teria nascido por volta de 1540, o que me parece cronologicamente impossível ter recebido uma Carta de Brasão em 1534, embora alguns pesquisadores insistem em afirmar.
Enfim:
1. Nunca citei José de Alencar e Antonio de Mariz juntos ou separados, e recusei-me fazê-lo no Dicionário das Famílias Brasileiras; e
2. Nunca identifiquei o nosso Antonio de Mariz, do Brasil (Rio de Janeiro) com o Antonio de Mariz (de Portugal), O máximo que fiz, um dia, foi relacionar em quase todos os verbetes do Dicionário as mais antigas Cartas de Brasões passadas em Portugal, independente de suas ligações genealógicas com o Brasil.
Assim, lhe informo que para mim ainda é um erro dizer que o nosso Antonio brasileiro recebeu Carta de Brasão; e, pelo menos no trabalho de Sanches Baena, o brasonado não tem pais e sim apenas um costado e, o do Brasil, nem costados tem, embora acredite no sangue fidalgo de suas raizes.
Esteve na Bahia em 1558, com Mem de Sá. Foi Provedor da Fazenda Real no Rio de Janeiro, onde faleceu antes de 1584.
Peço-lhe desculpas nas minhas posições genealógicas, mas tinha que expô-las.
Meus cumprimentos
Carlos Eduardo de Almeida Barata.
PS. Deixarei para falar do Visconde de Inhauma e dos Mariz Sarmento, do Estado do Pará, em outra ocasião.
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RE: Pensões - Uma Ferrament de Pesquisa - I
Caro Carlos de Almeida Barata
Ilustre Parente
Faço os meus melhores cumprimentos e agradeço a sua amável explicação.
Não fazia ideia. Quanto a alguma confusão, que eu tenha feito, a respeito da informação que lhe imputei, aproveito para lhe apresentar as minhas desculpas.
Não sou genealogista. Sou, tão só, um curioso por estas coisas e, como deve calcular, um interessado por aquilo que se refere, directamente, à minha Família.
Aguardando as suas melhores notícias, renovo os meus cumprimentos e aproveito para lhe desejar um Santo e Feliz Natal.
Parente atento e obrigado
João de Mariz Sarmento Macieira
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