Privilégio Tábuas Vermelhas
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Privilégio Tábuas Vermelhas
Exmos Senhores
Em que consistia o Privilégio das Tábuas Vermelhas
Mt Obrigado
Calçada
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caríssimo Primo
Boa pergunta, que vem de encontro a dúvida antiga, nunca suficientemente respondida. E, creio bem, que provinda da mesma fonte: os Privilégios das Tábuas Vermelhas em Provesende detidos pela Casa da Calçada.
Segundo informação sucinta, poderá ter que ver com o registo no Cartório do Arcebispado de Braga, ao qual pertencia a Vila de Provesende. Tanto quanto então me explicaram, existem uns registos mais antigos que outros, denominados das Tábuas Vermelhas, em alusão à "capa" dos mesmos...
Fica a questão aos entendidos...
Um abraço
Manuel Azevedo Graça
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caros Confrades:
Sugiro a leitura, no "site" da "Casa de Sarmento" (Guimarães), do artigo:
PASSOS, Abílio de
Titulo: Privilégios das tábuas vermelhas.
Revista de Guimarães
Revista: 8 (3) Jul.-Set. 1891, p. 128-135. (1891)
Cumprimentos,
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caro Manuel
Apesar de ter lido os textos recomendados pelo J. Trovisqueira, confesso que fiquei na mesma. Sendo o Manuel mais versado nestes assuntos não quer dar uma ajuda?
Abraço
JCP
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caro Senhores
Estou a fazer um trabalho sobre a freguesia de Aboim, Amarante e me deparei com este Privilégio das Tábuas Vermelhas, que também não sei em que consistia, mas ao ver um documento no meu arquivo encontrei esta frase:
"Os Jovens das terras do previlégio das tábuas vermelhas estavam dispensados do serviço militar"
Ainda não sei muito sobre estes privilégios...
José Victor Magalhães
geneamagalhaes@hotmail.com
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caro José Victor Magalhães
O que descobriu já foi um avanço e coincide com textos que consultei. Mas o que significa que uma dada Casa detém os Privilégios das Tábuas Vermelhas??
Obrigado
JCP
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Embora não tenha ainda uma conclusão sobre a matéria, por me faltarem alguns dados, das informações que recolhi resulta o seguinte:
a) estes privilégios eram outorgados a algumas casas senhoriais, designadamente no Arcebispado de Braga, ou a algumas localidades, como Tortosendo;
b) quem se recolhesse nas casas ou nas localidades detentoras dos privilégios obtinha perdão das faltas que tivesse cometido (crimes ou erros, segundo algumas fontes);
c) no caso de localidades, os seus habitantes estavam isentos de serviço militar.
Julgo que se poderá comparar estes privilégios com os que algumas localidades receberam na Idade Média para aumentarem a sua população. Conheço pelo menos os casos de Alcobaça e Sesimbra, que obtiveram a concessão de «couto de homiziados» para esse fim.
Cumprimentos
Jorge Afonso
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caros Confrades:
Sobre o Privilégio das Tábuas Vermelhas, concedido por D. João I à Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, de Guimarães, insisto na indicação do nosso ilutre confrade J. Trovisqueira - O Site da Casa de Sarmento.
Os ditos privilégios foram outorgados à dita Colegiada de modo que os pudesse repercutir nos seus casais, quintas, moinhos, ortas e casas, para que desta forma beneficiasse a Colegiada, uma vez que as isenções e liberdades iniciais, sucessivamente ampliadas pelos nossos monarcas, conferiam aos seus bens condições de prosperidade por via da estabilidade sócio-económica. Assim se compreende o apetite pela detenção de prazos enfiteuticos à Colegiada, as teias matrimoniais entre os emprazados de forma a garantir a posse na sua descendência.
Assim não se julgue que os Privilégios das Tábuas Vermelhas eram outorgados a casas senhoriais, ou a qualquer localidade como sinal de algum tipo de honra ou distinção; aqui quem era distindo e fazia questão que não fosse esquecido era o Cabido e Chantre da Real Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira.
Quem estiver interresado na evolução dos casais, quintas, moinhos, ortas, etc, etc da Colegiada encontra no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta (Guimarães) os Livros da Fazenda do Cabido (entre infinita outra documentação sobre este assunto) nos quais consta "a paga" anual do foro a que eram obrigadas as suas propriedades.
Cumps.
José Couceiro da Costa
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caros Confrades
Desculpem insistir na questão mas gostava de a ver esclarecida. Qual o papel que cabia a uma Casa que detivesse os Privilégios dos Tábuas Vermelhas?
Obrigado
JCP
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caro J. Pimentel,
Pagar o laudémio, a lutuosa e demais obrigações decorrentes da enfiteuse, de uma forma geral mais onerosas, do que o usual nos prazos não priviligiados das tábuas vermelhas, pois além da fruição do amanho da terra, da horta, do uso do moinho e das casas tinham ainda as prerrogativas concedidas às propriedades da Colegiada de Guimarães.
Julgo não ser assertiva a utilização de "Casa" mas antes sim a de Casais ou Quintã, para as propriedades rurais.
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caro JCouceiro
Obrigado pela sua resposta. Mas parece-me que abordou apenas um lado da questão: o das obrigações. Mas que vantagens advinham a Casais ou Quintã, como refere, que gozassem desse privilégio? E não existiam famílias/Casas que detinham o privilégio das Tábuas Vermelhas?
Obrigado
JCP
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caro J. Pimentel:
A questão, evidentemente, tem dois lados: As obrigações e os privilégios. Quanto à primeira tratei-a no meu último "post" e a segunda no primeiro.
Quando D. João I concede os PTV à Colegiada de Guimarães, está a fornecer-lhe um instrumento de beneficios, tanto de índole social como económica, beneficios esses que beneficiando os Domínios da dita colegiada beneficiam, obviamente, a Colegiada e na justa proporção os seus caseiros, por ex. não serem chamados para as galés, não poderem "pousar" em suas casas nobres, não poderem ser recolhidos os seus bois etc, etc, etc. Esta sucessão de benesses (vide site CASA DE SARMENTO) motivou um acréscimo de rendimento dos Domínios da Colegiada e igualmente dos caseiros e rendeiros dela. Assim, é errado falar-se em familias priviligiadas das TV e mesmo em Casas (no sentido lato) pois, repetindo-me, o objecto da honra e distinção foi a Colegiada de Guimarães e só; claro está que na sucessão dos séculos "quintã" e "casal" foram acumulando meios de fortuna de deram origem a algumas "Casas", mas estas antes de o serem, eram caseiras da Colegiada no regime de enfiteuse com prazos, geralmente de três vidas, aos quais as familias detentoras desse direito de propriedade tudo faziam para o renovar e manter assim na sua sucessão.
Espero ter sido claro.
Cumps.
José Couceiro da Costa
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caro J Couceiro da Costa
Obrigado pela sua resposta e julgo ter ficado mais esclarecido. Mas, tendo em conta o seu entendimento dos PTV, parece-me que discorda do que acima foi dito pelo Jorge Afonso. Ele refere, no caso das Casas, que estas teriam de certa forma o "privilégio" de poder administrar a justiça. Não era assim?
Obrigado
JCP
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caros JCPimentel e José Couceiro da Costa
Como fui chamado «à pedra» ....
Julgo não haver qualquer discordância comigo, pois ao reler o meu texto verifiquei que este podia ser prestar-se a confusões por causa da alínea a). Foi falta de revisão do texto ou palavras a mais!
Os privilégios eram da Colegiada de Guimarães, disso não há dúvida. E também não devem existir dúvidas que abrangiam determinadas localidades e algumas casas. Ora aqui é que está a confusão, pois quando me refiro a casas é mesmo a casas e não a qualquer símbolo de senhorialidade ou posse efectiva. Claro que algumas dessas casas se tornaram casas de alguns senhorios, mas isso não quer dizer que eram os seus proprietários os detentores dos privilégios ou que os passavam a ter.
Como estamos a falar de casas e Casas, a confusão parece ser maior. Mas não é. O perdão era dado aos que se refugiavam nas casas, ou seja naquele local onde o senhorio era exercido pela Colegiada. E mesmo assim podia não ser exactamente numa determinada casa. Podia ser apenas naquele território. Daí ter referido, como semelhante, os «coutos de homiziados» e agora acrescento, também como termo de comparação, o «direito de santuário» nos templos cristãos, vastamente conhecido para a Idade Média, mas quase desconhecido para outras épocas.
Julgo que fica assim esclarecida a questão da administração da justiça, que era, sem sombra de dúvida, jurisdição exclusiva da Colegiada. Fica ainda por esclarecer porque é que as Tábuas eram Vermelhas. A ver vamos ...
Cumprimentos
Jorge Afonso
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caros Confrades:
Ao falarmos dos PTV e da Colegiada de Guimarães temos, sempre, que ter em linha de conta o efectivo peso do seu Cabido na época de D. João I - não nos esquecamos das particulares ofertas que o monarca fez a Nª Srª da Oliveira !!!
Agora, muitas vezes me interroguei sobre qual a efectiva razão pela qual as tábuas eram vermelhas. Julgo que o mais lógico será que a coloração das mesmas ou a caligrafia aposta nelas fosse de cor vermelha, mais a mais é crivel supôr que as mesmas durante um dilatado espaço de tempo estivessem na parede exterior da capela-mor para manifestação pública dos mesmos, tal qual acontecia com as medidas (de volume e dimensão) em uso em cada vila, e assim sendo ter-se-is que precaver a longevidade das eventuais tábuas. Confesso que ainda nada encontrei sobre esta particularidade, mas assimmque novidades houver de imediato viram para aqui.
Cumps.
José Couceiro da Costa (morador numa quintã priviligiada das TV)
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RE: Privilégio Tábuas Vermelhas
Caro Jorge Afonso
De forma alguma foi"chamado à pedra". Eu é que gostava de ser esclarecido sobre esta questão, o que agora acontece depois dos contributos tantos seus como do José Couceiro da Costa. É que consta de vários livros que a Casa da Calçada, em Provezende, era detentora daqueles Privilégios e ainda não tinha percebido em que consistiam.
A ambos agradeço os esclarecimentos.
Cumprimentos
JCP
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