Soverais - ascendência do Marquês de Soveral

Minhas Senhoras, meus senhores,

A carta de armas a favor de Manuel António Pinto de Soveral Vassalo e Sousa de 21 de Outubro de 1814 (Sanches de Baena carta no. 1837) é sustentada por uma ascendência que o liga aos Soverais, aos Sousas aos Almeidas e aos Pintos, sendo assim esquartelado o brazão que lhe é atribuido.

A ligação que aqui queria apontar é a primeira – a dos Soverais.

O avô paterno do nosso muito conhecido embaixador à corte de St. James e 1º Marquês de Soveral era Luis de Soveral Vassalo e Sousa, cuja ascendência o Genea não traz. A semelhança do seu apelido ao do dito Manuel António é, a meu ver, mais do que uma simples coincidência e seriam certamente parentes próximos. Aliás, o mesmo brazão, tal como descrito acima, foi usado pelo 1º Marquês de Soveral para o seu ex-libris, reforçando esta ligação.

Outro facto que sustenta a próxima relação entre os dois Vassalo e Sousa é a próximidade geográfia das suas respectivas famílias. Dois dos filhos de Luis Soveral Vassalo e Sousa, respectivamente os 1ºs Viscondes de Soveral e de São Luis, são dados como nascidos em São João da Pesqueira, que é no Distrito de Viseu um pouco a norte de Sernancelhe.

Manuel António era capitão do regimento de milícias de Trancoso, filho de António José de Soveral Vassalo e Sousa, Sargento-mór das ordenanças da vila de São João da Pesqueira, neto paterno de Manuel de Soveral e Sousa e de Helena Maria Vassalo e Sousa e, segundo a carta de armas, bisneto de Domingos da Costa Soveral, Capitão-mór de Sernancelhe que seria filho de Teotónio de Soveral e Almeida, cavaleiro professo na Ordem de Cristo, mestre de campo de Viseu e Senhor do Couto de Vieiro, etc.

Este Teotónio de Soveral seria pai de dois cavaleiros malteses – Fernando (ou Frei?) José e Fernando (ou Frei?) António, e de uma Mariana. Esta é tida como mãe do 1º Barão de Mossâmedes. É aqui que, passada a alegria inicial de ter finalmente encontrado uma possível ascendência do Marquês de Soveral, começa a confusão.

Felgueiras Gayo em título de Carvalhos §77 refere dois Teotónios de Soveral. O primeiro nascido ca. 1585, Fidalgo da Casa Real, filho do Dezembargador Pedro de Soveral e de D. Maria de Almeida, de Sernancelhe, casou com D. Catarina de Carvalho, filha herdeira de Paulo Rodrigues de Carvalho, Senhor do Couto de Vieiro. A este Teotónio dá três filhos, João, pai do segundo Teotónio, Maria, freira em Moimenta da Beira e um desconhecido.

O segundo Teotónio (http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=29178) foi Fidalgo da Casa Real e Senhor do Couto de Vieiro. Casou com D. Josefa Maria Bandeira Freire de Vasconcelos, sua parenta, de quem teve:

• João de Soveral, cavaleiro da Ordem de Cristo sem descendência,
• Teotónio de Soveral, clerigo
• Luis Bandeira Galvão, que casou sem descendência,
• Rodrigo Homem Soveral, que herdou a Casa mas não teve descendência do seu casamento,
• Mariana, mulher de José Manuel de Almeida, pais do 1º Barão de Mossâmedes,
• José, António e Francisco Manual de Vasconcelos, os dois primeiros malteses, e todos sem geração,
• Joana, Micaela e Sebastiana, freiras.

É certamente ao segundo Teotónio que se refere a carta, no entanto a sua filha Mariana é dada como herdeira da Casa e Domingos da Costa Soveral não consta da extensa lista de seus filhos. Mais, o apelido Costa não aparece em nenhum dos seus supostos antepassados. (O de Galvão, por exemplo vem por via de D. Josefa, também herdeira de seus pais e de seu avô Tomé Bandeira Galvão).

Voltado ao tal Domingos, este seria capitão-mór de Sernancelhe. Este posto tiverem-no Francisco Ribeiro Homem de Vasconcelos e seu filho Diogo Manuel Homem de São Payo. Este último teve uma filha herdeira, D. Francisca de São Payo Vasconcelos e Tovar, que casou com Manuel António Cortez de Carvalho e Vasconcelos, parente do nosso segundo Teotónio...que casou com D. Josefa Maria Bandeira Freire de Vasconcelos, filha herdeira de Rodrigo Homem Ribeiro de Vasconcelos, Governador de Castelo Rodrigo, provavelmente parente próximo de Francisco Ribeiro Homem de Vasconcelos o que vem ligar o nosso Domingos aos capitães-mór de Sernancelhe.

Qualquer ajuda para desembrulhar esta confusão seria muito benvinda!

Luis

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