RE: Ajuda heraldica dificil
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Ajuda heraldica dificil
Caros amigos,
Gostaria de saber a quem pertence este brazão, que encontrei numa capela do século xv na região de Fornos de Algodres com quatro quartéis:
1.º- Cerveiras
2.º - nove cunhas- penso ser dos Cunhas Senhores de Tábua
3.º - três linhas onduladas paralelas
4.º - Cerveiras
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro "bb" (Bernardo Barahona?)
Em Maceira, freg. do conc. de Fornos de Algodres, existia um Solar na Quinta dos Telháis da família Cerveira da Cunha. O solar foi vendido pela família no fim do séc. XIX e a pedra de armas transferida para a Capela, que continuou na posse da família e onde eram sepultados os seus membros. Deve ser esta a Capela que referes.
Tudo isto está numa monografia de Fornos da autoria de Monsenhor Pinheiro Marques, publicada em 1938, mas que infelizmente só refere as armas de Cerveira do I e IV quarteis.
abraço
Lourenço Correia de Matos
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Lourenço
Realmente é a essa capela que me refiro, e já consultei a monografia a que te referes que realmente só refere os I e IV quarteis.
Solicito então os teus profundos e inesgotáveis conhecimentos para a descoberta do 3.º quartel.
Quanto às iniciais bb, não correspondem às do Bernardo Barahona), mas sim a Bartolomeu Noronha. Por lapso na minha inscrição em vez de bn pus bb.
Um grande abraço amigo
Bartol
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Bartol
Não sei de que família possam ser as armas do 3º quartel. Só com uma boa genealogia desta gente é que poderia eventualmente descobrir qualquer coisa. Se encontrar alguma novidade digo-te.
Um abraço
Lourenço
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Bartol,
Não sei nada de heráldica, mas dou-te as boas vindas ao forum.
Um abraço,
Lourenço.
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Senhor,
Na sequência da sua petição, sugiro que seja visto nestas "páginas" o título Cerveiras, nomeadamente a mensagem de 17.05.2001, 23:43, cujo endereço refiro:
http://www.geneall.net/forum/msg.php?id=4755
Em aditamento, sobre as três referidas ondas, julgo tratar-se de uma tentativa de referência errada ou anómala à família Ribeiro.
Na verdade, existe nesta família uma ligação aos ribeiros, como o prova o seguinte registo paroquial:
1591 Janeiro 21
Casamento do Dr. Miguel Ribeiro com D. Leonor Cardoso
A.N.T.T. Registos Paroquiais, freguesia de Linhares, Celorico da Beira, livro n.º , fl.
Aos 21 dias do mes de Janeiro de 1591 annos recebi / eu Diogo fernandez Cura ao Licenciado Miguel ribeiro filho de João Servei / ra ia defuncto e de Isabel fernandez Sua molher moradora na / sua quinta freiguesia de maceira termo d algodres / Com Lianor Cardosa filha de Pedro homem e de maria car / dosa sua molher desta villa estando a maior parte / da freiguesia iunta com os abaixo aSinados e para lem / bramça fis e aSinei este asento / diogo fernandez /……(?) Simão ferreira (?) Antonio rodriguez ……(?)
A este propósito, conferir ou compaginar com o n.º 2 do título Cerveiras de Coimbra, de Alão de Morais, e com
O § 44, n.º 11 do título de Cunhas, de Felgueiras Gaio.
Com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Bartol
Bem vindo ao clube.De facto faltavas tu.
Um grande abraço,
Pedro
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caros Bartolomeu Noronha e Eduardo Albuquerque
Gostaria de saber se essas "linhas onduladas" correspondem ao brasão da familia Ribeiro, e se todos os Ribeiros têm direito a esse brasão.
Com muita estima
Carlos Garcia
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Senhor,
Agradeço imenso a sua informação. Acertou em cheio no que eu andava à procura.
Com os melhores cumprimentos
Bartolomeu de Noronha
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Pedro,
Não são TÁVORAS. Acho que são mesmo Ribeiros.
Entretanto o meu amigo Carlos Garcia, que está aqui comigo,e também já está inscrito no forum gostava de saber mais sobre o seu apelido Ribeiro, se souberes alguma coisa diz-me se faz favor.
Um abraço
Bartol
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caros amigos LCM, PAT, PSN, Lourenço Vilhena de Freitas e Carlos Garcia.
Quando me inscrevi no forum por lapso em vez de registar o user name com a minhas iniciais bn, foram registadas com as siglas bb. Vou agora alterar para bn. Assim quando virem no forum bn, já sabem que sou eu.
Um abraço
Bartol
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Bartolomeu de Noronha
Considero que este tópico está a ficar confuso. Vejamos: os Cerveira da Cunha, de Fornos de Algodres, da Casa de Telhais de quem falou Lourenço Correia de Matos e sobre quem o Bartolomeu de Noronha anuiu que era a família em causa, estão de facto referidos por Felgueiras Gayo, mas na árvore do Costados IV Nº 118. Só que não vejo qualquer ligação a Ribeiros.
Os Ribeiros referidos por Eduardo de Albuquerque do §44, de facto ligados a Cunhas, não parecem ter ligação a estes de Fornos, mas sim aos Cunha Sotomayor, de Braga.
Na verdade, na tal árvore de costados não vejo nenhum nome muito suspeito para ter essa figuração heráldica. É possível que se trate de alguma ligação genealógica posterior ao que vem no Gayo.
A propósito: em relação ao séc. XV, talvez seja essa a data de origem da capela, mas não creio que da Pedra. É que um esquartelado dessa época parece-me muito pouco comum. Deve ser posterior.
De qualquer modo, pode ver as Armas dos Ribeiros, por exemplo aqui no GP, e verificar se têm algo em comum com o que lá está. É que uma simplificação, mesmo que grosseira, não me parece que resulte em 3 faixas onduladas.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Vasco Jácome,
Começo por agradecer a sua sempre prestimosa intervenção, e, na sequência das legítimas dúvidas levantadas, passo a referir:
A ligação referida dos Cerveiras da Cunha, de Fornos de Algodres, a Ribeiros, resulta do documento que indiquei, nomeadamente, o registo paroquial de 1591 do casamento de Miguel Ribeiro, transcrito na minha anterior mensagem, onde se diz que este é filho de João Cerveira e de Isabel Fernandes, da sua quinta da freguesia de Maceira, termo de Algodres.
Mas há mais.
Nos registos de matrícula na Universidade de Coimbra, referentes ao Dr. Miguel Ribeiro, confirma-se aquela filiação.
Cfr. Livro de Matriculas dos anos de 1583, 1586, 1587, 1588, 1589 (cotas, IV; 1.ª D; I; III; 9, Pág. 39; Idem, Pág. 20 e 20v; Idem, Pág. 25v; IV; 1.ª D; I: III; 10, Pág. 25.)
Cfr. Provas de Curso de 1587, 1588 ( cotas, IV; 1.ªD; I; IV; 43; Pág. 161; Idem, Pág. 185.)
Cfr. Actos e Graus de 1590 ( cota, IV;1.ªD; I; I; 16; Pág. 111)
Nestes termos, resulta firme a ligação do apelido Ribeiro aos Cerveira.
Depois, as referências bibliográficas indicadas, concretamente, as feitas ao título Cerveiras da Cunha de Coimbra, de Alão de Morais, e ao título Cunhas, de Felgueiras Gaio, são-no feitas como meras hipóteses de trabalho e não como ligações já total e devidamente fundamentadas.
Pelo que toca à primeira referência, respeitante ao título Cerveira da Cunha de Coimbra, esta hipótese surge, do facto de em alguns registos de matrícula e provas de curso do Dr. Garpar Cerveira da Cunha, instituidor do vínculo da quinta dos Telhais, ser indicada como sua naturalidade, umas vezes, Linhares outras Coimbra.
Assim: a prova de curso de 22.12.1567 a 31.8.1568, refere Linhares; a de 2.10.1568 a 6.6.1569 , refere Coimbra; e a de 15.10.1571 a 25.6.1572, indica expressamente, Coimbra ou Linhares.( cotas dos livros, IV;1.ªD; I; I; n.º 9, páginas 49, 45; Idem; n.º 10, página 75.)
Por seu turno, a ligação a Braga, resulta das próprias palavras de Alão de Morais.
Este, vem dizer:
« João Cerveira foi ouvidor das Terras de Coimbra devia ser no tempo do Sr. D. Jorge Mestre de Santiago.
Casou em Braga Leonor Ribeira da Cunha filha de Giraldo Ribeiro da Cunha »
Daí hipótese de ligação ao Felgueiras Gaio, título Cunhas § 44, n.º 11.
Sobre esta ligação, Ribeiros Cerveiras, julgo existir um estudo sobre pedras tumulares da sé de Braga, ressalvado o devido erro, de Osório Vaz da Nobrega, que lança algumas pistas, quando descreve a dum ...Cerveira.
A este propósito, deste Cerveira de Braga, penso que o Dr. Araújo Afonso, tinha alguma coisa.
Pelo que concerne à pedra de armas, a sua colocação original não era a fachada da capela, mas a da casa de morada. Foi colocada na capela, quando a quinta foi vendida do final do século XIX.
A este respeito ver a obra citada de Monsenhor Pinheiro Marques, página 316.
Que dizer da figuração das três faixas onduladas?
De notar que, ao imputarmos as três faixas aos Ribeiros, referimos tal representação como anómala ou atípica!!!
Tal representação é o figurativo dos Marinhos da Galiza. E ondas em Portugal, só Marinhos, com quatro ondas, ou Távoras, com cinco.
Ora com estes, até ao presente momento, não encontrei eu qualquer ligação.
Daí a hipótese da atipicidade ou ignorância na representação, já que os quadrantes relativos aos Cerveiras, 1º e 4º, também, só apresentam uma cerva e não duas como seria de esperar...
Quanto ao facto da árvore de costados n.º 118, do tomo IV, de Felgueiras Gaio, referente aos Cerveiras da Cunha de Algodres, nada dizer sobre Ribeiros, é publica voz e fama que esta obra encerra muitíssimas lacunas e imprecisões...
Esperemos que outros factos nos possam esclarecer...
Com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Bartol,
O meu amigo talvez me possa desfazer uma dúvida:
O Carlos Garcia e o BB são a mesma pessoa?
Um abraço,
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro PGA,
Caro PGA,
O bb não é o Carlos Garcia. O que se passou é que sou um nabo nestas tecnologias da internet, e não conseguia alterar a minha password para bn, então enviei a mensagem do computador do meu amigo Carlos. Daí vir Carlos Garcia, com a assinatura Bartolomeu Noronha.
Entretanto já alterei para bn.
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caros Vasco Jácome e Eduardo Albuquerque
Queria antes de mais agradecer as vossas preciosas informações e acrescentar o seguinte:
A pedra de armas a que me referi encontra-se numa quinta ao lado de Maceira a cerca de 3 Km de Fornos de Algodres. Nessa quinta existe uma capela do século XV,que foi posteriormente restaurada, mas infelizmente hoje em dia encontra-se em ruínas, e presumo com toda a certeza ser a mesma que o Monsenhor Pinheiro Marques descreve. Todavia na sua parede frontal temos a referida pedra de armas.
Quando a vi, estava acompanhado pelo José Corte-Real que de imediato reconheceu todos os quartéis, menos o terceiro.
Após ter consultado os vossos comentários no genea, fui ver as armas dos Ribeiros, mas começo a ficar com dúvidas se serão Ribeiros.
Tenho uma fotografia à minha frente da pedra de armas e apesar da mesma ser muito nitida penso que as tais 3 "linhas onduladas", embora se pareçam, não sejam da família Ribeiro.
Com os meus melhores cumprimentos
Bartolomeu de Noronha
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Eduardo Albuquerque e demais interessados
No Felgueiras Gayo ttº Cunhas §44 N11 continuo sem encontrar uma relação entre os que foram referidos por si e os que lá estão. São de facto Ribeiros e Cunhas mas Cerveiras é que não vejo, nem o tal Geraldo Ribeiro da Cunha ou qualquer menção a Fornos. Mas eventualmente poderá mesmo haver aqui ma lacuna deste autor.
Quanto a Cerveiras de Braga, Artur Vaz Osório da Nóbrega, nas suas “Pedras de Armas e Armas Tumulares do Distrito de Braga”, no volume respeitante às freguesias rurais do concelho de Braga, refere-se à Pedra de Armas da Casa da Pena, em S. Paio de Pousada, que é precisamente de Cerveiras. Não lhe posso dizer agora o que é lá dito, pois não tenho esta obra em minha casa. De qualquer modo, estes Cerveiras estão no Gayo ttº de Cerveiras §1 e §4 continuando nos Araújos §21. Não encontro é ligação com os de Fornos.
Relativamente a Domingos Affonso, também não tenho comigo as “Bracara Augusta” que é onde foram publicados a maior parte dos seus trabalhos. Se existir alguma coisa, deve estar na bibliografia das “Pedras de Armas”.
A título informativo, a Casa da Pena, também consta do Canaes de Figueiredo, costado 133 com a continuação nas “Últimas Gerações de Entre-Douro e Minho, Vol. II pg 115. Também Anne de Stoop, na pg 97 dos seus “Palácios e Casas Senhoriais do Minho” retracta esta casa.
Na genealogia desta gente, é de notar que já na Idade Média os Cerveiras tinham tido património nesta freguesia. É possível que exista aqui uma interessante linha de continuidade até quase aos nossos dias (há alguns anos atrás a casa foi vendida).
Voltando à Pedra de Armas de Fornos: pela mera descrição que aqui foi feita, parece-me que as 3 faixas onduladas são imperfeição um bocado grande para se poder aceitar de ânimo leve.
Será que mercê de uma ignorância total sobre a heráldica dos Ribeiros, inventaram umas armas falantes e as faixas representam Ribeiros?
Enfim, seria necessário conhecer um bocado mais da genealogia dos Cerveiras da Cunha e tentar datar melhor a Pedra de Armas para se chegar a uma conclusão.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Vasco Jácome e Bartolomeu Noronha,
Na sequência, das anteriores intervenções, venho aditar:
A hipotética, sublinho, hipotética, ligação dos Cerveiras da Cunha, quer de Coimbra, quer de Algodres, aos Ribeiro da Cunha de Braga, encontra o seu fundamento na indicada referência, ressalvado erro, que o autor das “Pedras Tumulares...” , a propósito da pedra com as armas dos Cerveiras, que se encontrava na sé de Braga, faz a um João Cerveira, Cavaleiro de D. Diogo de Sousa, casado com Leonor Ribeiro da Cunha, filha de Lopo Ribeiro e de Violante da Cunha.
Tinha uma cópia da referência, mas, infelizmente no meio das muitas centenas de documentos acumulados ao longo dos anos, não lhe encontro o rastro...
Quando tiver oportunidade de ir à B.P.M.P. peço uma nova cópia.
Trata-se, pois, de uma mera hipótese de trabalho! E mais não.
Pelo que diz respeito à pedra de armas, renovo a afirmação de que a imputação das três faixas onduladas aos Ribeiros, não passa de uma mera conjectura, que não tem suporte, como é obvio, na descrição das armas dos Ribeiros, constantes do “Armorial Lusitano”.
Na verdade, lá se diz que as armas antigas dos Ribeiros são:
« Esquartelado: o primeiro e o quarto de ouro, com três palas de vermelho; o segundo e o terceiro de negro, com TRÊS FAIXAS veiradas de prata e de vermelho.» (maiúsculas nossas)
Como ficou dito, a pedra é atípica, já que o único quadrante devidamente representado, é o segundo dos Cunhas.
O primeiro e quarto, dos Cerveiras, apenas apresenta uma cerva, e não duas como seria de esperar.
Acresce que a pedra é desprovida de timbre e de paquife.
As ditas três ondas, também, me trazem à memória os antigos Ceitis, moedas de cobre mandadas cunhar por D. Afonso V em memória de Ceuta, nos quais figuram três torres sobrepostas a varias faixas onduladas, representativas do mar.
No fundo, os símbolos não deixam de exprimir ideias, a que andam associados no espírito das gentes, e por isso, falam, e por vezes falam melhor e dizem mais que as palavras.
E, de igual modo, não é de afastar a hipótese de ignorância de quem a mandou executar, ou de quem a executou, sobre a devida figuração.
Certo é ,que a pedra se encontra na quinta dos Telhais, e que esta quinta esteve nas mãos dos Cerveira da Cunha, pelo menos desde meados do século XVI até finais do século XIX.
Das centenas de documentos desta minha família que me passaram pelas mãos, confesso que não encontro, de momento, melhor opinião.
Aguardemos que a Providência nos dê uma mão...
Com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
P.S. Caro Vasco Jácome, tomo a liberdade de lhe enviar a digitalização da pedra em questão, para a sua apreciação.
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Eduardo Albuquerque
Começo por lhe agradecer o envio da foto da pedra de armas aqui em discussão. Tem realmente aspecto, quer pelo seu enquadramento, quer pelo seu trabalho ainda um bocado tosco, de ser talvez de meados(?) do séc. XVI.
Relativamente à tal pedra de armas da Sé de Braga, de facto Artur Vaz Osório da Nóbrega, no Vol. I, Tomo I, pg 80 a 82 das “Pedras de Armas e Armas Tumulares do Distrito de Braga”, identificou uma tampa tumular com as armas do Cónego Lourenço Cerveira, a qual será de meados da segunda metade do séc. XVI. Curiosamente, também só figura uma única cerva.
É dito que: “Lourenço Cerveira tomou ordens menores em 1525 e foi cónego da Sé em 1569. Era filho de João Cerveira, cavaleiro da Casa do Arcebispo D. Diogo de Sousa, o qual lhe deu, em 1519, a administração da Capela de S. Miguel e Santa Bárbara, então vaga, na Sé de Braga, e de sua mulher, Leonor Ribeiro, filha do Bacharel Lopo Ribeiro, ouvidor em Braga (1509 – 1510), e de sua mulher, D. Violante da Cunha”.
Estes dados terão sido tirados do arquivo do Dr. Domingos de Araújo Affonso. Na bibliografia anuncia-se um seu trabalho da série “Da verdadeira origem de algumas famílias ilustres de Braga e seu termo” – ttº de Cerveiras (a publicar). Note-se que este volume das “Pedras de Armas” está datado de 1970. Não lhe sei dizer se posteriormente a esta data o tal ttº de Cerveiras foi efectivamente publicado ou não.
Teremos então aqui mais uma filha (Leonor) do casal referido por Gayo no ttº de Cunhas §44 N11, mas ignorada por este autor.
Terá ela tido do seu marido João Cerveira mais filhos para além do cónego Lourenço e que passaram a Fornos de Algodres? Talvez o João Cerveira da Cunha em que Gayo começa a tal árvore 118? Será de facto uma hipótese.
Se realmente for verdadeira, é então possível que o tal III quartel seja uma versão
simplificada – e muito – dos Ribeiros.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caro Vasco Jácome,
Manifestamente penhorado, venho agradecer o seu contributo que muito estimo.
Na verdade, sobre a referência que teve a gentileza de transcrever, tive dela conhecimento em tempos, e dela colhi uma cópia, infelizmente extraviada...
Por outro lado, ao referir a versão simplificada das armas dos Ribeiros, trouxe-me ao espírito, isso mesmo, ou seja, a forçosa necessidade de simplificação das armas dos Ribeiros, mercê das dimensões da pedra, esta terá cerca de quarenta centímetros de lado, e num quarto dela inserir as armas completas dos Ribeiro, por sua vez, também, esquarteladas, afigura-se-me tarefa de difícil, senão de impossível execução...
Apoiado, nos dados incontrovertidos, dos registos paroquiais e da Universidade de Coimbra, temos a ligação aos Ribeiros por certa e segura.
Ligação essa reforçada com os dados aduzidos por Artur Vaz Osório da Nóbrega e pelo Dr. Domingos de Araújo Afonso nas obras citadas.
Acresce, a ausência de outros dados, nomeadamente documentos, que contraditem a nossa tese.
Termos em que, e até prova em contrário, não abdicamos da nossa opinião.
A respeito de Felgueiras Gaio, devo dizer que suspeito de todas as filiações, por defeito, que só apresentam um, dois ou três filhos.
Num tempo em que não havia “planeamento familiar”, o natural era os casais terem um “rancho” de filhos, e não dois ou três...
Por razões que se prendiam com a lógica dos morgadios, sucedia muitas vezes que os restantes filhos, a não serem encaminhados para a igreja, para os conventos ou para as armas, viviam como “pobres” e, por isso, não deveria ser muito conveniente a sua referenciação em “registos de elites”...
Assim, os nobiliários, apenas, comportam valor meramente referencial...
E se formos mais exigentes, em termos de estabelecer nexos genético - biológicos entre gerações, se calhar temos de incluir indivíduos que nem dos apelidos comungam.
Tenha-se em vista o direito anti-ético de pernada, que concedia ao senhor o privilégio de dormir a primeira noite com a noiva...
Enfim, com os desenvolvimentos da genética...é pois muito natural, num futuro mais ou menos próximo, virmos a ser surpreendidos com verdadeiras revelações...
Renovando os meus agradecimentos e com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caríssimos compaheiros do Forum:
Como dei origem à indagação sobre a pedra de armas dos Cerveira da Cunha por um pedido de esclarecimento que em tempos fiz ao B.Noronha, tenho-vos a agradecer as v. magníficas contribuições sobre o assunto. Lembrei-me de enviar uma fotografia da dita pedra, mas pelos vistos já apareceu uma. Será necessário organizarmos uma excursão a Fornos de Algodres para análise in loco da misteriosa pedra?
Fiquei fascinado, a propósito, com o chamado anti-ético direito de pernada. Qual a relação com a pedra em causa?
Outro assunto: Alguém tem informações sobre o apelido Biscaia e respectivo brasão de armas?
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caríssimos Senhores,
Na sequência das legítimas dúvidas levantadas, tentarei perfunctoriamente a elas acudir.
Ora sobre o direito de pernada, diz a “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”, tomo 21, página 356:
« Direito de pernada:
Nos tempos do feudalismo, quando a propriedade da terra se confundia com a soberania política, os senhores feudais tinham sobre os servos da gleba, que habitavam e agriculturavam as suas terras, os mais variados direitos, uns de natureza pecuniária, como os foros, os quinhões, a pastorícia, etc., e outros de carácter social, mais ou menos vexatórios, mas todos tendentes a afirmar aquela soberania, o poder de vida e morte, de baraço e cutelo.
Entre esses direitos figurava o direito de o senhor violar a jovem desposada do seu servo e também serva, direito que se designava jus primae noctis.
Este direito, apesar de longamente exercido, foi um dos que mais cedo suscitaram protestos e fermentos de revolta.
Por isso, ou por escrúpulo de consciência, foi atenuado por um dos senhores feudais e substituído pelo de o senhor, apenas, interpor a sua perna ou o seu joelho entre os recém-casados, no respectivo leito nupcial.
Esta atenuação da antiga e revoltante luxúria senhorial foi-se generalizando pela lei da imitação e passou a chamar-se direito de pernada.
Este direito, todavia, não era praticado pelos senhores em Portugal; mas em França o droit de jambade esteve em uso até às vesperas da Revolução Francesa; e a nobreza bem duramente o expiou.»
Pelo aduzido no texto acabado de transcrever, fica respondida a dúvida da conexão...
A este propósito ver o Livro V das Ordenações Afonsinas:
Titulo VI, “Da Molher forçada, e como se deve a provar a força”;
Titulo VII, “Do que dorme com molher casada per sua voontade”;
Titulo VIII, “Que nom traga homem barregaã na Corte.”;
Titulo VIIII, “ Do que dorme com moça vergem, ou viuva per sua voontade”;
Titulo X, “Que nom possam demandar virgindade despois que passarem tres annos”;
Titulo XI, “Do que casa, ou dorme com parenta, ou manceba daquelle, com que vive”;
Titulo XII, “ Da Molher casada, que se sayo de casa de seu marido para fazer adulterio”;
Titulo XIII, “Do que casa com molher Virgem, ou Viuva, que estáem poder de seu
Padre, ou Madre, Avoo, ou Tetor sem sua voontade”;
Titulo XIIII, “Do Homem, que casa com duas molheres, ou com criada daquelle, com
que vive.”;
Titulo XV, “Do Official d’ El Rey, que dorme com molher, que perante elle requere
desembargo algum.”.
Todos estes títulos nos permitem aferir um pouca da moral dominante por cá, na época...
A invocação do direito de pernada, apenas, teve de específico ilustrar o quão de precário tem as referências contidas nos nobiliários, e até onde é que a genealogia poderá ir, nas suas conexões genético-biológicas...e por isso mesmo, o seu aliciante, o de ser tarefa nunca acabada e sempre em reformulação reconstrução, no mesmo sentido em que a inelutável dialéctica da vida posiciona todo o saber humano.
Com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: Ajuda heraldica dificil
Caríssimo Companheiro do “Fórum”,
Na sequência desta sua mensagem, e na eventualidade de ser, também, um dos descendentes desta família Cerveira da Cunha, tomo a liberdade de lhe deixar o meu endereço electrónico para possível troca de informações, que muito prezaria:
eduardo.albuquerque@clix.pt
Com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: Ajuda heraldica dificil
Senhores e senhora (Pat seria uma senhora?)
Fiquei estupefacta quando encontrei por acaso este fórum durante minhas pesquisas sobre meus possíveis antepassados Portugueses.
O texto do senhor Eduardo Albuquerque sobre o "direito de pernada", é primoroso! eu adorei!
Queria agradecer a vocês por disponibilizarem generosamente suas sabedorias!
E aproveito para perguntar se os senhores e a senhora têm idéia de como eu poderia saber algo sobre minha ascendência.
Fico confusa, carrego em meu nome Azevedo e Noronha, ambos de ascendência Portuguesa e tb Espanhola.
Mas, se ainda fosse costume colocar todos os sobrenomes, os meus mais diretos (avós) seriam: mendes teixeira ribeiro oliveira oliveira de azevedo noronha.
Não sei nem por onde começar...
Será que os senhores poderiam me ajudar?
Muito obrigada,
Com meus melhores cumprimentos,
Patrícia de Azevedo Noronha
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