Crianças Expostas na Roda
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Crianças Expostas na Roda
Caros Confrades,
Ando nisto há pouco tempo e deparei com um parente entregue na Roda (cerca 1860; ainda não consegui estabelecer qual é o assento de baptismo dele) Ele recebeu um apelido.
Nesta altura que tipo de processo administrativo existia, quem cuidava das crianças (Santa Casa?), onde é que se pode consultar essa informação e, como é que uma criança adquire um apelido nestas circunstâncias?
Agradeço a quem puder dar umas pistas.
Melhores cumprimentos
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RE: Crianças Expostas na Roda
Boa tarde
Eu encontrei um meu antepassado que é filho de pais incógnitos e depois encontrei um assento de baptimo, que creio ser dele onde vinham as palavras de "enjeitado", exposto à porta da Igreja. Tenho também a mesma dúvida do confrade mpa, de onde vinham os apelidos?
Ele chama-se Hillário de Mello. Já agora aproveito para por outra dúvida, nesse assento de baptismo que creio ser o dele, aparece o nome de Illario. Penso que será o mesmo nome mas com a grafia diferente?
Cumprimentos
Fernando
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RE: Crianças Expostas na Roda
Caros confrades
Se pesquisar o fórum GENEA encontrará muitas informações sobre o tema. Na internet também as achará mas a selecção torna-se mais complexa.
Apesar de não ser um dos assuntos que melhor domino visto que apenas quer algumas dicas enquanto iniciado nestas andanças vamos lá ver se o consigo esclarecer um pouco (e aberto a correcções de quem sobre isto saiba mais)
1. Os expostos eram pessoas cuja filiação (natural) se desconhecia (ou não se podia saber como era o caso de filhos de religiosos(as)) tendo por isso um tratamento similar ao dos orfãos.
2. Como muitas vezes eram abandonados juntos de entidades religiosas a atribuição de nomes e apelidos era dada por estes (aliás não sendo obrigatório o registo apenas pelos baptismos podemos saber disso) tendo em conta o dia, a devoção, o local, as roupas, um qualquer sinal particular, e/ou adoptando um apelido comum na localidade. Este critério é aliás aplicado posteriormente já no âmbito do registo civil.
Um dos apelidos vulgares era naturalmente "EXPOSTO" (por exº José Exposto) mas eram também vulgares os apelidos derivados das localidades (por exº Maria de Paredes). Alguns destes poderiam mais tarde adoptar outros nomes no acto do crismã, no caso duma legitimação ou adopção.
3. A entrega das crianças era feita a amas ou instituições, sendo as Misericórdias de especial relevância neste aspecto.
4. Nos concelhos existia uma pessoa designada como Juiz dos Orfãos que tratava de todos os assuntos relativos a estes até à sua maior idade (25 anos) e que julgo (mas não tenho a certeza) também teria poder tutelar sobre estes expostos.
5. Sim, Fernando. Hilário e Illário seria o mesmo com grafias distintas. O de Melo tanto poderia indicar o local Melo ou um apelido vulgar na zona (ou muitas vezes o do próprio padre celebrante do baptismo).
RCC
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