Rei D. Carlos
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Rei D. Carlos
Alguém me mostrou, um dia, documentos que comprovam que o regicídio foi um peça de teatro "real, mas ilusório" e que na verdade o nosso rei não foi alvejado, mas apenas se isilou sob um nome de código e mesmo na zona de Alcântara, perto do Palácio das Nessecidades. Encontrou-se em Paris, em 1924, com D. Amélia.
Andou por Africa, América Meridional e Ilha da Madeira.
Só foi reconhecido mais tarde, em 1936 e em Arganil, onde teve mais uma vez que simular a sua morte acidental por afogamento no rio, Canal do Dr. Galvão.
Conheço essa pessoa e tenho cópias desses documentos, nomeadamente cartas do Almirante Gago Coutinho para ele ( sob o nome do pseudónimo).
Para fazer face às despesas relacionadas com o seu isilio oculto, continuou a vender alguns bens, da casa real, desmembrando terrenos de índice real, por meio de situações ....... e por comum acordo de alguns......mais próximos.
Mas gostaria de mostrar os meus documentos a alguém que de facto tivesse espírito empreendedor, coragem, vontade e meios de sustentar uma tese que até agora muito poucos desconfiaram e sem o conhecimento destes documentos.
Sites bloqueados, informações negadas a nível militar, processos militares com informações confidenciais ( tapadas arcaícamente) e reconferidos em 1973, pelo menos se o Dr. Fernando Valle, ainda fosse vivo..., diria, no que eu me fui meter ...
E se o nosso rei, tivesse uma forma de desviar bens da casa real, como o faria?
Tendo em conta, o sistema de registos conservatoriais da época seria dificil criar identidades?
Quem fechou o tunel de acesso da casa do Dr. Fernando Valle ao Hospital Condensa das Canas?
Dizem, que toda a informação relevante ficou lá, será... ?
O pouco rigor, interesse e a omissão na descoberta da verdade, encaminha esta parte da ´História, para conclusões pouco lúcidas e por vezes até ridículas, poderá esta ser uma delas?
Sem mais, me despeço!
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RE: Rei D. Carlos
Transcrevo a página do Diário do meu Bisavô, que além de Médico de SM era seu grande amigo, e que no dia 2 de Fevereiro escreveu assim :
Domingo, 2 de Fevereiro de 1908
Lisboa – Paço das Necessidades
Embalsamamento
De manhã missas. È enorme o alvoroça na cidade, mas a ordem não foi alterada. As tropas precisam de ser elogiadas porque teem estado admiraveis de fidelidade. E dizia-se o contrario.
O João Franco demitiu-se hoje.
Ás 2h p.m. começou o embalsamamento d’El Rei e do querido Principe Real. Presentes o Conselheiro Silva Amado por parte do Conselho Medico Legal e os Medicos da Real Camara Lencastre, Tavares, Ravara, Meirelles e eu. O Barros da Fonseca não poude assistir por estar doente. O grande trabalho foi feito pelo grande Rocha do Hospital de S. José. Também assistiu o Ferreira Pharmaceutico da Casa Real. Às 7 h p.p. interrompemos para jantar. Ás 8 h. continuamos e seguimos pela noite dentro. Tudo muito difficil por causa dos estragos das balas.
Bom tempo
Thomaz de Mello Breyner - 4º Conde de Mafra
Como vê deita a sua teoria por terra
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RE: Rei D. Carlos
Caro Confrade:
Nunca tinha ouvido falar em tal teoria e, sinceramente, não faz qualquer sentido.
Eu compreendo que as teorias da conspiração seja apetecíveis, daí que tenham normalmente muitos adeptos.
Aliás, os defensores destas teorias costumam ser pessoas que se recusam a aceitar a realidade tal como ela é, preferindo hipóteses rocambolescas, em todo caso mais emocionantes, mais apaixonantes, menos áridas e cruas que a realidade.
Dou-lhe um conselho, no pressuposto de que acredita mesmo em tudo quanto escreveu e que está de boa fé: Esqueça! O Rei D. Carlos foi efectivamente assassinado, juntamente com o seu Filho...
Cumprimentos,
João Pombo
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RE: Rei D. Carlos
Caríssimos confrades,
Meu avô, foi consul da raínha D. Amélia de 1900 a 1901. Participou na campanha a Moçambique em 1895 de Mouzinho de Albuquerque, guia do 1º regimento de caçadores do rei, condecorado pela Raínha em 20 de Junho de 1896, morava no Palácio das Necessidades e mais tarde contabilista do Almirante Gago Coutinho.
Desculpem-me a intromissão, mas os documentos que tenho em meu poder não conferem nem fazem sentido quando comparados com algumas teorias ditas de terra...
Sei o que estou a dizer, não estou a conutar a História!
Minha tia avó, fazia, costurava particularmente a roupa da Raínha, que frequentava regularmente a sua casa.
E meu avô comprou alguns desses terrenos, pelo que consta das certidões prediais.
Não sou conde, mas quero saber a verdade do que se passou, independentemente das consequências.
Desculpem-me a frontalidade, mas só fiquei a saber disto à poucos meses por óbito do meu pai, embora até já tivessem havido conversas, às quais nunca dei a devida importância.
O meu intuito, é pedir ajuda, nada mais!
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RE: Rei D. Carlos
Caro Confrade,
Como poderei saber mais do que nos diz aqui?
Cumprimentos
João Paulo Gaspar
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RE: Rei D. Carlos
Caro ZT
Que mais nos irá acontecer?!...
Já bastava o nosso engº PM!
Abç
AB
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RE: Rei D. Carlos
Meus caros
Isto de ressurreições está na moda!
Temos tido a de D. Diogo Mortinho da Silva, que tem feito correr tinta desde este país á beira-mar plantado até aos "Esteites", agora mais uma!!!!!!!!!!
Será que não anda para aí muita gente a apanhar sol demais na cabeça?
Um abraço
Benedita
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RE: Rei D. Carlos
Caro Senhor
Conforme lhe disse meu Bisavô era, além de Médico de SM El Rei Dom Carlos, seu amigo de infancia. Se ele próprio participou na sua autópsia e embalsamento, acha que ele não sabia quem estava a autopsiar e a embalsamar. Acha que ele na sua qualidade de médico não sabia ver que El Rei estava morto? Por amor de Deus desça à terra
José Tomaz de Mello Breyner
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RE: Rei D. Carlos
Benedita e Zé Tomaz
Parece-me que haverá pessoas que não foram perdoadas por Jesus Cristo
na Cruz:
"Perdoai-lhes Pai porque não sabem o que fazem".
Eles sabem o que fazem, o que não sabem é o que dizem.
Abçs
AB
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RE: Rei D. Carlos
Deixo-lhe aqui mais umas páginas do Diário do meu Bisavô que poderá comprar aqui :
http://www.guardamor.com.pt/livro.php?id=306
e que espero lhe tirem qualquer duvida que possa ter
Sabbado 1 de Fevereiro de 1908
Lisboa – Paço das Necessidades (1)
Assassinato d’El Rei D. Carlos e do Principe Real D. Luis
De manhã Hospital. Fui almoçar a casa. Das 2 ás 4 consultorio. D’ali fui ao Terreiro do Paço esperar SS. MM. E o Principe Real que vinham de Villa Viçosa. Fallei-lhes quando desembarcaram e logo em seguida safei-me para ir a casa do Saint Rné Taillandier. Ali o Penha e Costa disse-me que tinha havido barulho no Terreiro do Paço. Vim logo para aqui para ver chegar dois landaus com os cadaveres do meu querido Rei e do meu querido Principe !!!
Tinham sido assassinados no Terreiro do Paço quando vinham na carruagem por uns monstros que sacaram carabinas debaixo do capote. Bem me diziam!
Noutra carruagem chegaram as duas Rainhas com o Senhor Infante D. Manoel que é agora El Rei D. Manoel II e pelo Infante D. Affonso que é agora o Principe Real. Que scena e que afflicção! Os dois cadaveres ficaram ao lado um do outro no quarto de cama d’El Rei.
Eu ali fiquei toda a noite.
São companheiros de serviço o Marquez-Barão d’Alvito, o Conde e Condessa de Figueiró, o Almirante Guilherme Cappelo, o António Waddington e o Visconde d’Asseca Pae que vinha com o querido Principe.
Tempo lindo para contrastar com a minha grande tristeza.
Thomaz de Mello Breyner - 4º Conde de Mafra
Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 1908
Lisboa – Paço das Necessidades
Continuo atordoado. Quantas saudades do querido Rei e do querido Principe Real. Que horror foi o embalsamamento que só acabou de madrugada. O Principe foi mettido na sua urna, mas a que veio para El-Rei não serviu. Ficou sobre a cama enquanto se não faz outra. Estão os dois corpos no quarto de cama d’El Rei cobertos com a bandeira portugueza. Sempre que posso vou ali rezar pelos dois Martires. Fui almoçar a casa e depois ao consultorio. Ás 4 ½ voltei para aqui.
Jantar ás 8h e depois fui para junto dos mortos queridos.
Thomaz de Mello Breyner - 4º Conde de Mafra
Terça-feira, 4 de Fevereiro de 1908
Lisboa-Paço das Necessidades
Morre D. Carolina Eça de Queiroz
Dormi umas 3 a 4 h que me repousaram. Logo ás 8h fui para junto dos cadaveres do meu querido Rei e querido Principe que estão ainda na cama mortuária.
Ás 10 horas fui fazer o curativo a El-Rei D. Manoel que vai melhorando graças a Deus.
Está constituido já o ministério presidido pelo Ferreira do Amaral. É um ministerio de concentração para calmar os espiritos que estão realmente mais socegados.
Das 2 ás 4 fui ao consultorio e dei também uma chegada a casa. Vim depois logo para aqui.
Ás 8 h jantar. Ás 10h fui deitar El-Rei e depois fui para junto dos queridos mortos até de madrugada. Como eu tenho aguentado o desgôsto e o cansaço.
Tempo lindo contrastando com a horrivel desgraça.
Morreu hontem em Lisboa D. Carolina Eça de Queiroz, mãe do grande romancista José Maria Eça de Queiroz. R.I.P.
Thomaz de Mello Breyner - 4º Conde de Mafra
Quarta-feira 5 de Fevereiro de 1908
Lisboa – Paço das Necessidades
Ainda não se realizou o grande horror. Pobre Rei e pobre Principe para mim tão queridos.
Logo ás 8h da manhã fui para junto do Novo Rei que vai melhorando do braço, mas lentamente porque a ferida é grande e a contusão enorme.
Fui de tarde a casa e ao consultório. Ás 4h já aqui estava outra vez para fazer companhia ao Reisinho e classificar os milhares de telegramas que Elle recebe.
Jantar ás 8h e depois sala e cavaqueira com as centenas de pessoas que aparecem constantemente. Muito cochichar, muitos segredos, já muitas intrigas. O que virá isto a ser de futuro? Pobre Reisinho! Que saudades do outro Santo Rei e do querido Principe!
Continua bom tempo.
Thomaz de Mello Breyner - 4º Conde de Mafra
Quinta-feira 6 de Fevereiro de 1908
Lisboa – Paço das Necessidades
Passei a manhã com o Reisinho que vae melhorando do braço. Ao meio dia fui a casa vêr a familia e almoçar. Voltei para aqui ás 4h . Teem chegado muitos Principes e muitos Embaixadores estrangeiros. Jantar ás 8h. Depois começou a soldagem do caixão do Principe Real e metemos El-Rei na urna que também foi soldada. Foi o serviço dirigido por mim e nada faltou. Á meia noite sahia o caixão d’El-Rei do Paço para entrar na Capella. Só as pessoas de serviço, Conselheiro A. Vasconcellos Porto (ex-Ministro da Guerra), Almirante Morais e Sousa, e creados acompanharam os cadaveres.
Atraz das urnas foi o Principe Herdeiro D. Afonso.
A Isabel Ponte, aia do Principe Real, acompanhou o caixão d’Este do Palacio para a Capella.
Que Tristeza! E que frio fazia!
Sexta-feira, 7 de Fevereiro de 1908
Lisboa – Paço das Necessidades
De manhã fui fazer o curativo a El-Rei com quem fui á missa dita pelo Nuncio Tonti ás 10 ½ . Ao meio dia fui a casa ver a Familia e ás 3h voltei para aqui. Ás 3h p.m. vieram os Principes Artur de Connaught, e D. Fernando d’ Hespanha. Despois estive mais de duas horas conversando com a Rainha Amelia que está admirável de resignação e valôr. Á meia noite chegaram aqui o Infante D. Carlos d’Hespanha, e o Principe João d’Orleans (Duque de Guise). Também chegaram para Belem muitos outros Principes.
Chegou a Lisboa o Wandschneider.
Há um certo panico pª amanhã. Não creio que se faça nada. O attentado foi só contra El-Rei. Creio que até não queriam matar o Principe Real.
Chegou o Couraçado inglez “Exmouth” com o Almirante Curzon Howe que vem representar a Rainha Alexandra. Vem companhado do cruzador “Arrogant”. Também está o Cruzador Hespanhol “Princeza das Asturias”
Thomaz de Mello Breyner - 4º Conde de Mafra
Sabbado, 8 de Fevereiro de 1908
Lisboa – Junqueira
Logo de manhã no Paço fui curar o braço do Rei D. Manoel que logo depois se fardou de Generalissimo pela primeira vez para assisitir ao enterro do Pae e do Irmão sahindo do Palacio. Que triste scena! Sahiu o enterro ás 11h Eu fui com o colega Meirelles. Chegamos a S. Vicente ás 11 ½ .
Tristeza enorme para mim.
Encontrei ali o Almirante Curzon Howe muito fflicto bem como o Marquez del Castelar, meu amigo de Madrid.
Ás 4 h voltei para casa tirar a farda e fui a Belem vêr o Infante D. Fernando e o Marquez del Castelar. Ambos partiram para Madrid ás 6 ½.
Jantei em casa. Á noite veio o Martins da Rocha, grande amigo d’El Rei nas Pedras Salgadas.
Que afflicto passei o dia de hoje. E que lindo dia para destoar com a minha saudade!
Vi no Paço o Duque de Luynes, o Duque de Noailles e o Marquez de Beauvoir, todos meus conhecidos de Stawe quando ali fui com a Rainha Amelia assistir á morte de seu Pai, o Conde de Paris.
Espero que com estes relatos as suas duvidas fiquem dissipadas
José Tomaz de Mello Breyner
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O Rei D. Carlos e a Monarquia Constitucional
Talvez, para quem interessar:
UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA
COLÓQUIO CIENTÍFICO
O Rei D. Carlos e a Monarquia Constitucional
3.ª feira, 27 de Janeiro de 2009
Sala de Exposições (Edifício da Biblioteca João Paulo II)
PROGRAMA
9.15h-9.30h – Recepção dos participantes
9.30h-10.00h – Sessão de Abertura
Prof. Doutor Rui Ramos
Prof. Doutor Manuel Braga da Cruz
10.00h-11.00h – 1.ª Sessão
O modelo constitucional monárquico no direito constitucional português
(Prof. Doutor Jorge Miranda)
D. Pedro IV, D. Maria e a criação da Monarquia Constitucional
(Prof.ª Doutora Fátima Bonifácio)
11.00h-11.15h – Debate
11.15h-11.30h – Coffe-Break
11.30h-12.30h – 2.º Sessão
D. Pedro V, D. Luís e o papel do Rei na Regeneração
(Doutora Maria Filomena Mónica)
D. Carlos e a Tradição da Monarquia Constitucional
(Prof. Doutor Rui Ramos)
12.30h-12.45h – Debate
ALMOÇO
15.00h-16.00h – 3.ª Sessão
O poder visível: D. Carlos, a imprensa e a opinião pública no final da Monarquia
(Prof. Doutor José Miguel Sardica)
D. Carlos, a arte e o mecenato artístico
(Prof. Doutor Nuno Saldanha)
16.00h-16.15h – Debate
16.15h-16.30h – Coffe-Break
16.30h-17.30h – 4.ª Sessão
D. Carlos e a diplomacia do seu tempo
(Dr. Pedro Leite de Faria)
D. Carlos e a questão religiosa no final da Monarquia
(Prof. Doutor António Matos Ferreira)
17.30h-17.45h – Debate
17.45h-18.30h – Inauguração da Exposição sobre D. Carlos
(Espólio bibliográfico e arquivístico da Biblioteca João Paulo II / UCP)
Comissão Organizadora:
Prof. Doutor Manuel Braga da Cruz (Reitor da Univ. Católica Portuguesa); Prof. Doutor Rui Ramos; (ICS-UL e UCP); Prof. Doutor José Miguel Sardica (FCH-UCP); Dr. Alfredo Magalhães Ramalho (BUJPII – UCP).
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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