Os mistérios por esclarecer da família Orey

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Os mistérios por esclarecer da família Orey

#225604 | Monigo | 05 Apr 2009 16:58

Origens
Os mistérios por esclarecer de uma família chamada Orey
por CRITA ROBY GONÇALVES29 Março 2009

A aproveniência do nome Orey é um enigma por revelar. Terá chegado a Portugal através de um foragido prussiano, mas não há registos do apelido na Alemanha. Há quem diga que o fundador da família era filho do 'Kaiser'

É um dos mistérios com que os genealogistas se debatem: qual a verdadeira origem do nome Orey? Usado pela primeira vez em Portugal por Augusto Guilherme Achilles, um prussiano que chegou ao nosso país em 1851, o apelido Orey - usado como d'Oreyn - não consta, no entanto, nem da sua certidão de nascimento nem de nenhum dos seus antepassados.

Em Lisboa, Achilles estabeleceu-se imediatamente como um membro da alta sociedade, apesar de a sua origem ser algo nublosa. Sobre o passado deste homem, fundador da Casa d'Orey, tudo parece mítico, e mesmo os mais criteriosos estudos genealógicos não concluíram verdades definitivas sobre o caso.

Pensa-se que Augusto Eduardo Guilherme Achilles terá nascido a 24 de Maio de 1820 em Wusterhausen an der Dosse, na Alemanha. Tinha jeito para a música, dizia-se amigo íntimo de Lizt, e tocava piano primorosamente. Abraçou as causas liberais e fez parte da revolução, mas o imperador Frederico Guilherme esmagou os revolucionários na Baviera, que se retiraram em debandada. Resultado: entre muitos outros, Augusto Achilles fugiu primeiro para a Suíça, depois para Londres, Nice, Marselha, Espanha e, finalmente, entrou em Lisboa. Chegado ao nosso país, apresentou-se como Augusto Guilherme Eduardo Hector Achilles Artur Solm Solm e d'Orey e foi recebido pelas mais altas instâncias da sociedade lisboeta deslumbrada pelo seu domínio de várias línguas estrangeiras e pelo dom para a música, em especial, para o piano.

"Não encontrei nenhum d'Orey na Alemanha, apesar dos dias passados nas bibliotecas da especia-lidade", escreveu Pedro Cardoso d'Orey em Achilles Albuquerque d'Orey, Monografia da Família.

Mesmo assim, em Portugal, Achilles foi recebido pelo conde de Rilvas, era amigo dos duques de Palmela e tratava o embaixador da Alemanha por primo. "Chegado a Lisboa, não sei como, nem porquê, frequentou logo a primeira sociedade, onde foi muito querido", escreveu numa carta o seu filho Ruy. Converteu-se ao catolicismo e foi apadrinhado pelo marquês de Ficalho e pela duquesa de Palmela e casou-se no topo da pirâmide social com Luísa Mouzinho de Albuquerque.

Apesar de se ter adaptado desde o primeiro momento à vida na provinciana Lisboa do século XIX, Achilles d'Orey dizia muitas vezes que se sentia espiado, talvez pela sua condição de exilado político. Os filhos estranhavam que ele não recordasse as suas origens. Nunca falou do seu pai e raramente se lembrava da sua mãe.

Dos salões da alta sociedade, que frequentou desde o primeiro momento, saiu um rumor que se mantém vivo até hoje: Achilles era filho do Kaiser, sussurrava--se entre valsas.

"Contou-me Jorge O'Neill que uma vez, quando ele entrava num baile, e estando na mesa a jogar o whist o barão de Almeida, que fo-ra nosso ministro em Viena de Áustria, a baronesa, sua esposa, veio ter com ele e disse: sabe quem está cá e acaba de entrar na sala? É… os parceiros que tinham ouvido a frase não perceberam o nome, mas o que é certo é que ele respondeu: isso não é de todo possível. Estes e outros factos espalharam por Lisboa o boato", escreveu Ruy d'Orey.

Sem nunca ser cabalmente explicada a origem do nome, os descendentes de Achilles d'Orey alimentaram ao longo dos anos mitos e lendas. Há quem quebre a leitura do nome d'Orey em dois e leia as palavras "do rei" , numa alusão clara à possibilidade de Achilles ser filho do Kaiser. Há também os que asseguram que a fisionomia e o porte aristocrático da família só podem ser herança de uma ligação real.

A verdade está, no entanto, por esclarecer. As novas gerações casaram-se com membros da alta sociedade e da aristocracia por- tuguesa e dividem-se em dois grandes clãs que vivem no Porto e em Lisboa. Os do Sul fazem questão de ler o nome com um sotaque afrancesado, como se dissessem doré (dourado em francês). Os do Norte dizem à portuguesa, acentuando a primeira sílaba, d'Orey.

http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1184909

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#225626 | joão pombo | 05 Apr 2009 19:55 | In reply to: #225604

D'OREY - Família de origem franco-alemã que descende de Gillar d' Orey, barão de Bollandre e senhor de Neufville e de Puilly, na região de Liège, cujo 6º neto, por varonia, Charles d' Orey, teve os mesmos títulos e foi chanceler do duque da Lorena.
Deste Charles d' Orey foi 5º neta Louise d' Orey casada com Guillaume, senhor de Dohan, que, sendo huguenotes, emigraram para a Alemanha aquando da revogação do Edito de Nantes.
Uma descendente de Louise d' Orey, Ulrike Louise Hedwige Uden casou Frederico Óscar Guilherme Achilles, tendo o 5° filho deste casal, Augusto Guilherme Heitor Achilles, em meados do século XIX emigrado para Portugal por ter participado na revolução de Baden, reconhecendo-lhe o Governo português a sua qualidade de refugiado político.
Dada a sua condição de perseguido, alterou o nome para Achilles d' Orey, por decreto de Guilherme I, rei da Prússia e primeiro imperador da Alemanha que autorizava a Família a usar o nome de Achilles Albuquerque d' Orey.
De religião protestante, Augusto Guilherme Heitor Achilles converteu-se ao catolicismo em Lisboa a 10-11-1852, tendo por padrinhos o marquês de Ficalho e a duquesa de Palmela.
Casou no Mosteiro da Batalha com D. Luisa Henriqueta Isabel Longuinha Mouzinho de Albuquerque - tia do famoso herói de Chaimite - e deste casal descende toda a família d' Orey residente em Portugal e no Brasil.

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