Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
TESTAMENTO DE DUARTE SODRÉ
(Testamento feito em Montemor-o-Novo no último dia de Fevereiro de 1496, redigido por Rui de Pina, talvez o que veio a ser cronista a guarda-mor da Torre do Tombo).
(Este texto é o do traslado que se fez em Santarém, a 14 de Setembro de 1524, a pedido da Abadessa do Mosteiro de Santa Clara)
(ADSTR, Convento de Santa Clara de Santarém, é esta referência do testamento no artigo “Ensaio sobre a origem dos Resende/Sodré” da revista Armas e Troféus de 2008))
(Eu tenho fotocópia do mesmo testamento existente no Livro das Escrituras e Partilhas, Testamentos, etc. 1465-1573, guardado no Arquivo Distrital de Santarém)
Trelado da Cedolla de Duarte Sodre
Porque a mais certa cousa que temos he morer e a menos certa a ora da morte portanto eu Duarte Sodre veador da casa d’el Rei Dom Manuel o primeiro noso senhor e alcaide moor das vyllas de Tomar e Sea estamdo em meu verdadeyro siso e proprio emtemdymento por descarguo de mynha comciemcia e por certidam de mynha fazenda aseceguo e comcordya de meus filhos faço esta cedulla que eu aprovo e ey por firme como o mais solene testamento que de direito se pode fazer e por ela revoguo todollos outros que ate quy tevesse feytos e quero que esta soo valha porque esta e mynha deradeyra vontade.
Primeyramente quando Noso Senhor Deus ouver por bem d’aquabar mynha vida eu d’aguora pera emtaom protesto e afirmo que mouro e morerey fiel christom e na fee verdadeira de Noso Senhor Jhesu Christo e que tenho e creyo fyrmemente ho que tem e cree a Samta Madre Jgreja de Roma e com esta inteyra fee emcomendo principallmente mynha allma a Jhesu Christo nosso verdadeyro Deus e Senhor e a elle peço com toda (riscado: solenidade) omylldade e inteyra devaçam que na lembrança de sua santa payxaom queyra aver com ella myserycordya pera lhe dar a groria e descamso que de sua imfimda pyedade espero e não a pena que meus gramdes pecados merecem e tomo ante seu inmenso poder por avoguada de minhas fraquezas a bem avemturada Vyrgem Maria sua madre nossa senhora a que humyllmente peço que por sua pyedade e minha devaçam ho queyra ser.
Mamdo que quamdo for meu falecymento seja meu corpo emterado em alguum mosteyro se o ho ouver no luguar ou jumto com elle e seja amte o altar de Nossa Senhora e pera yso se compre a dita sepultura como he de costume e se nom ouver mosteyro seja em algua igreja da avocaçom de Nossa Senhora e amte ho seu altar e ysto se emtenda se eu nom falecer em Tomar ou tam jumto com elle que me posam beem la levar porque neste caso mamdo que me sepultem demtro no comvemto porque sou profeso e em quallquer luguar me poram hum ataude sobre a mynha cova cuberto de pano da doo como se aos semelhantes acostumam.
No dya de meu falecymento mamdo que me façam ho oficyo dos mortos e me levem as tochas e ofertas que parecer bem a pesoa que em mynha casa a ese tempo tever moor carguo o quall se acomcelhara sobre yso com meus amyguos pera que faça ho devydo e não demasyado e me dyguaom alguas mysas nese dya rezadas e hua soo camtada e sayam sobre mym com respomso.
Item mamdo que sobre mym lamcem hua campanam com mynhas armas e nella se ponha letra que faça memorya de mym e de cujo criado fuy que he el Rey Dom Manuell noso senhor.
Item mamdo que ho meu testamemteyro mamde fazer saymento por mym comforme ao emterramento e seja ao tempo e no modo e maneyra que lhe parecer bem porque tudo leyxo a sua deseiçam.
Mamdo que me dygaom tres trymtayros emçarrados e por mynha alma dem por cada huum myll e quinhemtos reis e sejam dytos se for pocyvell na igreja omde eu for emterado ou se diguam em alguum outro mosteyro de boos homes relygyossos ou omde ao meu testamenteyro bem parecer e lhe for poçyvell.
Leyxo por testamenteyro de mynha alma e por tytor de meus fylhos todos a Amtaom Sodre meu irmaoom ao quall peço por merçe e pello amor de Deus e por a gramde afeiçam e amor que me sempre teve que se emcaregue deste meu testamento e de todallas cousas que se nelle comtem porque eu todas e cada hua dellas careguo sobre elle e semdo caso que elle per quallquer maneira nom posa leyxo o dito carguo inteyro ao senhor Joham da Silva senhor da Chamusca e d’Ulme a que peço por mercee que ho tome e o cumpra por servyço de Deus e pera bem e descarguo de mynha alma asy e pella maneyra que ho leyxo e ordeno a meu irmão.
Outrosy leyxo tres fylhos meus machos e tres filhas femeas e o prymeyro dos filhos he frey Joham Sodre frade de Sam Francisco da observancia e a este pois escolheo a mylhor parte que he servyr a Deus leyxo mynha bemção e a de Deus em que acabe a seu santo servyço.
Francysco Sodre que he o segundo filho a este soo em solydo leyxo ho meu casall que he no regengo d’Alvyella e o outro meu casall no regemguo da Tojosa aas Baroquas d’Aradinha dos quaes elle soo aja as remdas e direitos e asy lhe leyxo mais a elle soo as mynhas casas que sam em Santarem ao pee da calçada de Guayam que fycaram de meus padres com seu quymtall d’arvores e laramgeyras e mais huum pardyeyro que hy comprey pera ajuntar com ho dyto quymtall os quays casays e casas e quymtall leyxo ao dyto meu filho Francysco Sodre pera elle e pera todolos que dele decenderem segundo aqui decrararey por condyçam de morguado pera nom se poderem vender nem emlhear nem partyr somente quero que elle ou seus sucessores possam trocar os dytos casays por outra cousa de rayz de ygual renda de paom quando lhes bem vier porquanto os dytos casays estam em reguenguo e sera a tall permudaçam pera bens do termo de Santarem fora de regenguo os quais bens que assym leyxo ao dito meu fylho por seu falecimento vyram ao seu filho mayor per idade que fycar delle e se nom tever fylho baraaoom venha entaom a fylha que delle fyquar mayor e se não tever fylho baraaoom nem fylha neste caso ho dyto morguado venha a Manuel Sodre meu fylho se for vyvo e se não for vyvo venha a seus fylhos e fylhas asy como aquy aponto e não tendo os dytos meus fylhos baarons nem leyxando desy fylhos nem fylhas neste caso quero e mando que o dyto morguado venha a qualquer parente meu mais cheguado que se chamar de mynha alcunha e apelydoo que he Sodre e desy em dyante aquelle ho herde e aja e seus fylhos e sucessores polo modo e maneyra que ouveram de herdar meus fylhos e aquy he decrarado.
Mando e ordeno que ho que ouver d’aver e erdar ho dyto morgado se chame sempre da dyta alcunha de Sodre e se não se chamar que ho perqua e o soçeda loguo outro parente mais chegado que se chamar.
Item mando e ordeno que asy meus filhos e decendentes que pera sempre sucederem e tyverem o dyto morguado mandem dyzer cad’ano por mynha alma e mynha memorya hua mysa cantada dento na Igreja de Santa Cruz de Santarem por dia de Santa Maria de Setembro e a todos e a cada hum rogo e emcomendo por mynha bençam que o cumpram asy e em caso que algum o não queira ou não possa cumpryr nem por isso quero que perca o dyto morguado mas que o tenha como se tudo cumprisse mas este encarguo he tam pequeno e a comfianca com que o leyxo tamanha que espero que isto e muito mais folgaram de faser por meu descarguo e asy roguo peço e encomendo a todos meus herdeiros e sucessores que das suas terças despois de pagadas as cousas necessarias e divididas sempre folguem d’acrescentar neste morguado algua cousa pera compensação e acrescentamento desta linhagem e memorya della qua nesta esperança lhe dey este começo tam pequeno qua lho nom pude dar nem leyxar outro mayor.
Manuel Sodre meu filho terceyro he tomado del Rey nosso senhor este desejo que aprenda no estudo e siga as letras se for pera ellas desposto e pera isso peço e asy o pedira meu testamenteyro a el Rey nosso senhor que pera isso lhe mande dar no estudo sua moradya e lhe faça mercee como a fylho de quem sempre viveu e morreu em seu servyço e aos dytos meus fylhos encomendo e mando per minha bençam que sempre sirvam bem e lealmente e sua alteza qua se o asy fizerem seguyndo sua alteza e alto pryncipe e de muyta grandeza nom lhes posso leyxar mais certa herança que leyxalos pegados e juntos as virtudes e bondades de tal rey.
E eu som alcayde mor de Tomar e da villa de Seaa por el Rey nosso senhor e isto ouve de sua alteza por satisfaçam de meus serviços que foram sempre taaees e com tamto amor que o galardaom delles nom devia d’acabar com mynha vyda e portanto peço a el Rey nosso senhor que a meus fylhos ou a hum deles como sua alteza mais quiser queyra fazer merce das dytas alcaidarias mores ou lhas reparta como ouver por seu servyço.
Item Ynes de Rezemdee e Lyanor Sodre mynhas fylhas que estam em Santa Crara de Santarem com mynha irmaã Crara Sodre quero e lhes encomendo e mando que sejam freyras da dyta ordem e syrvam nela a Deus porque nelle he todo o bem e descanso e emcomendo-as há dita mynha irmaã que olhe põe ellas como virtuosa e boaã irmaã que sempre foy minha.
Item a outra mynha fylha que se chama Ysabell Sodre que esta com mynha ama Isabel Vasquez quero e mando que tambem seja freyra e desejo mays no mosteyro de Jhesus d’Aveyro que em outro algum e pera yso peço a el Rey nosso senhor d asy peço a meu testamenteyro e amyguos que lho peçam poys nom me fyqua outra cousa com que as leyxe emparadas se nom meus servyços e o galardam delles que sua alteza queyra fazer que a tome no dyto mosteyro e nelle lhe dar algua esmolla com que se onestamente mantenha.
Item Cateryna Nunes (no original lê-se claramente Nunes e não Eanes como escreve quem publicou a leitura paleográfica deste testamento) may de meus fylhos fique com elles e a elles leyxo e emcomendo por mynha bençam que sempre lhe façam bem como he rezam se lho Deus e el Rey fizerem como espero.
Item mando que de mynha fazenda dem a dyta Ysabel Vaz minha ama dez myl reis e a sua fylha Vyolante deem seys myl reys em dynheyro e duas camas de roupa dessa comum que ha em mynha casa e mays lhe leyxo as mynhas casynhas que comprey e estam junto com as casas d’Anrique de Sousa e esto pera seu casamento pelo serviço que ambas me fyzeram.
A Marya Fernandez minha cryada pello serviço que me fez leyxo seis mill reis e a Joham de Tramquoso por seu serviço tres mill reis e a Diogo Carvalho que he casado em Pernez por serviço que me fez seis mill reis e a Amryque Diaz morador em Vylla Framqua termo de Lynhares por serviço que me fez leyxo quatro mill reis.
Lopo d’Almeyda meu page quero que aja ho meu cavallo fouveyro e peço a el Rey nosso senhor que ho tome.
A Luis d’Almeida seu yrmão meu page leyxo ho cavallo pequeno murzello e peço a Sua Alteza que os queyra tomar por seus escudeyros porque são bons e de bom a lynhagem.
A Alvaro de Bayros por serviço que me fez leyxo oyto mill reis e a Diogo Anryquez por serviço quatro mill reis.
Joham de Tomar meu escravo fyque com Francisco Sodre meu filho damdo-lhe por sy outro espravo de doze ate dezaseis anos quero e mamdo que seja ho dito Joham Tomar foro e Margaryda mynha escrava fique tambem ao dito meu filho Francisco Sodre pera ho curar e servyr e Pero d’Evora meu espravo fyque a Manuell Sodre meu filho pera ho servir e o meu cavallo grande e hua azemalla a mylhor fiqye a meu filho Francisco Sodre pera se servyr dellas na Corte e omde lhe compryr. Item a cada hua das mynhas fylhas que estam em Samta Crara mamdo que dem trymta myll reis pera suas necesidades os quaees sejam emtreguees a dita mynha irmã como a sua curador pera fazer delles ho que vyr que lhes mylhor vem e mais leyxo a ambas as ditas mynhas filhas hua boõa cama de roupa liympa scilicet colchões e cocedra e cobertores e boons lemçoees e travyceyro e almofada (…) mylhor que ouver em mynha casa. Item todas mynhas armas de quallquer sorte e calydade que forem leyxo somente a meus filhos pera que ambos as partam irmaãmente e os meus vestydos que fyquam mamdo qe se vendam pera paguamento destas cousas que aquy leyxo ordenadas e se alguum de meus cryados quyser alguas peças delles dem-lhas em descomto do que a cada huum aquy leyxo por aquelles preços que forem rezoados e dem a meus filhos a mynha cama compryda com esparanell e alguas arquas que lhe comprirem pera guarda de suas cousas e todo outro movell e cousas se vendam pera paguamento destas cousas.
Devo a mynha irmã Crara Sodre alguum dinheiro que lhe sera paguo segundo se achara per meu escrito ou ella dyxer per sua verdade e comciemcia e a meu irmão Amtam Sodre tambem devo dinheiro elle ho tome de mynha fazenda se nom mostre meu asinado.
Devo aos erdeyros de Latam myll reis de pano que lhe tomey e tem meu asynado e devo a Abram Bracar de Lyxboa myll e setemta reis de que tem meu asynado e devo nas moradyas aos trantadores algum dinheiro do quall peçoo a el Rey Nosso Senhor que me faça merce e se ho nam fizer veja-se ho que dano e pague-se de mynha fazemda.
E a Jeronymo meu azemell devo de suas soldadas algum dinheiro e do tempo que me servyo e do que lhe tenho dado se achara certidam por esprito na mynha bueta que aquy traguo comygo de que tem carguo Lopo d’Almeyda veja-se todo bem e o que lhe dever paguem-lho inteyramente.
Duarte filho de Joham da Sertam fyque com Francisco Sodre meu filho ao quall emcomendo por mynha bençam que lhe faça bem.
E pera pagamento destas dyvydas e leguados leyxo a mynha prata que tenho de que tem carguo Lopo d’Almeyda e asy das outras cousas que traguo comyguo e a dyta prata he esta .scilicet. hum bacyo d’agoar as mãos dourado que pesa seis marcos e duas allbaradas que pesam ambas cimquo marcos e duas taças pycadas e douradas que pezam ambas cimquo marcos e duas escudellas que pesam ambas dous marcos e hum saleyro de hum marco e meio e nove collares de prata e hum copo que pesa hum marco.
Item leyxo as mynhas remdas do anno que se começou no Sam Joham do anno pasado de novemta e cymquo annos e se acabara no Sam Joham deste anno de noventa e seis de que alguas paguas se am-de fazer por comdiçam d’arendamento pera ho Aguosto do dyto anno de que se acharam as escreturas e arrendamentos dyso em hua mynha bueta que he em poder da dyta Ysabell Vasquez mynha ama e o que destas remdas hos remdeyros mostrarem per meus asynados que me paguaram levem-lhe em comta e o mais paguem segumdo sam obryguados e asy a dyta mynha ama dará comta de pam e vynho e roupa e de todallas outras cousas de mynha casa de que tem carguo e tudo fycara em sua verdade e comcyemcya porque ella he tall e o foy sempre que em tudo dyra e fara verdade.
Item Ysaque Romdim judeu morador em Tomar me he obriguado em trymta e tamtos myll reis de huas cavalarias que se obrigou a recadar por mym per hua escretura dos quaes a nos tem entregue alguum dinheiro de que lhe dey conhecymento e este se lhe leve em comta e o outro pague e desta cousa sabe bem Christovom Rodriguez meu cryado que fyquara dysto por solycytador e as escreturas que nysto toquam se acharam na dita bueta que tem mynha ama.
Item fiquam as mynhas remdas de Sea que sam vymtoito mill e trezemtos reis de que nom ouve ate fyntura deste algum pagamento estes se arrecadem e as escreturas e arrendamento estam na dita bueta.
Bryatiz Afomso mynha caseyra de Santarém recebeo nove moyos de tryguo e de cevada pouquo mais ou menos e asy (…) alguas cousas de mynha casa de que acharão hua enmenta e roll na bueta que traguo comyguo da comta de tudo e o entregue.
Item Peralta carpynteyro de Tomar tem hum bacyo de prata que pesa dous marcos a penhor de dous mill e oitocentos reis tyrem-lho ou elle torne a demasya e todos sabem ysto.
Item tenho a mynha meã anada pagua que sam vymte e nove mill reis de que acharam a carta na mynha bueta que he em Tomar em poder de mynha ama e ey aymda de paguar a quarta parte per aforar hos meus beens de raiz de que paguos em começo dez cruzados d’ouro e os mais se eu falecer ante de os acabar de paguar paguem-nos meus erdeyros.
Item mamdo que me emterem no meu mamto bramco que eu sempre traguo comygo como a nosa regra hordena e mamda a quall cedulla na forma e maneira que vay eu roguey e pedy a Rui de Pyna cavaleyro da Casa d’el Rey Noso Senhor e seu escprivão das comfrymações (jura…) esprevese como espreveo peramte mym e de mynha palavra ao quall pedy que asynase aquy comyguo por mor firmesa feyta em Montemoor ho Novo a deradeyro dia de Fevereyro anno do nascimento de Nosso Senhor Jhesus Christo de j iiijc lRbj annos.
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caros confrades:
Em Junho de 2005, a Senhora Matilde Souto Pires teve a amabilidade de me enviar fotocópia do testamento de Duarte Sodré, alcaide-mor de Tomar e Seia e comendador da Cardiga na Ordem de Cristo, falecido a 25 de Agosto de 1500. A transcrição do mesmo foi agora publicada na revista Armas e Troféus, no nº relativo a 2008, em artigo de Manuel Abranches de Soveral e Manuel Lamas de Mendonça, "Ensaio sobre a origem dos Resende/Sodré", do maior relevo para a génese dos Sodré e respectivas armas, sem embargo dalguns aspectos controversos e uma ou outra incorrecção.
Entretanto, de novo focado neste tempo, logrei perceber alguns erros graves cometidos por mim próprio que, a seu tempo, irei corrigindo e divulgando...
Sérgio Sodré
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Biografia mais completa de DUARTE SODRÉ
• Foi um dos mais importantes freires cavaleiros da Ordem de Cristo da segunda metade do século XV.
• É bem possível que tenha nascido durante o reinado de El-Rei D. Duarte, entre 1433 e 1438, o que justificaria o nome próprio que lhe deram de Duarte.
• Muito provavelmente, era natural de Santarém, pois os seus pais aí viviam numa casa ao pé da calçada do Gaião, que Duarte herdou. Sabe-se que era uma casa grande com um quintal de árvores e laranjeiras.
• O seu apelido de Sodré e respectivo brasão veio-lhe por parte de sua mãe Inês Sodré, talvez nascida por volta de 1414. Não seria o primogénito mas sim um filho segundo. Seu pai, Gil Pires de Resende, exerceu diversos cargos ao serviço da Coroa, nomeadamente Contador régio nos almoxarifados de Santarém e Abrantes; Vedor-mor das obras régias de Almeirim; Procurador régio; Escrivão da sisa e dízima régia de diverso pescado do rio Tejo; e instituiu uma capela na Igreja de Santa Cruz de Santarém. Por linha feminina, descendia de Martim Vasques de Resende, a quem El-Rei D. João I, a 21 de Setembro de 1386, confirmou a posse do couto de Resende que lhe vinha de seus antepassados.
• Em 1465, era Escudeiro da Casa do Infante D. Pedro (filho de D. Pedro, antigo regente do Reino e Duque de Coimbra, morto na Batalha de Alfarrobeira, a 19 de Maio de 1449), ex-Condestável do Reino e efémero Rei da Catalunha de 1464 a 1466.
• A 06 de Junho de 1466, o Rei D. Afonso V perdoou-lhe o degredo na vila de Santarém, sendo Escudeiro da Casa do Infante D. Fernando, falecido em 1470 (Duque de Viseu e de Beja, Mestre da Ordem de Cristo, herdeiro do Infante D. Henrique “o Navegador”, seu tio. Foi o pai do futuro Rei D. Manuel), tendo pago 200 reais para a Piedade. Ainda desconheço qual a razão para esse degredo.
• Cavaleiro da Ordem de Cristo e Comendador de Santa Ovaya do Juncal, antes de 1475.
• A 21 de Março de 1475, o Rei D. Afonso V privilegiou-o, a pedido do Duque (D. Diogo), ao conceder-lhe licença para arrendar a Comenda de Santa Ovaya do Juncal, da qual então já era Comendador.
• A 21 de Junho de 1476, o Rei D. Afonso V confirmou o privilégio a Duarte Sodré, Comendador, para todos os seus caseiros e lavradores.
• Vedor da Casa do Duque de Viseu, D. Diogo, que era o Mestre da Ordem de Cristo.
• Por carta de 03 (ou 23?) de Agosto de 1486, registada na Chancelaria do Rei D. João II, onde é designado como Cavaleiro da Casa Real, o Príncipe Perfeito autoriza-o a constituir um morgado nos reguengos de Tojoza e Alviela (termo de Santarém) com a obrigação dos sucessores seguirem o apelido Sodré.
• No seu testamento, Duarte expõe o modo de sucessão nesse morgado e assume-se como fundador de uma linhagem iniciada com este morgado, cujos descendentes devem fazer por acrescentar e conservar a memória da sua origem.
• Recebeu do Rei D. João II, a 10 de Novembro de 1492, a doação de certos bens e herança no lugar de Romão, no almoxarifado da Guarda, tomados a três moradores locais.
• Vedor da Casa do Duque de Beja, futuro Rei D. Manuel, e Mestre da Ordem de Cristo, já o era a 10 de Novembro de 1492, passando a Vedor da Casa Real quando este subiu ao trono em 1495.
• A 26 de Janeiro de 1493 já era Comendador e Alcaide-mor de Tomar (sede da Ordem de Cristo).
• Provedor das capelas do Infante D. Henrique (o Navegador) com 7 marcos de prata de ordenado, desde o momento em que foi designado Alcaide-mor de Tomar, por inerência a este cargo decorrente de disposição testamentária do Infante.
• Comendador da Cardiga, em data posterior a 26 de Janeiro de 1493 (neste dia ainda pertencia a Heitor de Sousa), uma das mais importantes da Ordem de Cristo.
• Pelo menos desde 1494, foi Alcaide-mor de Seia.
• Fez testamento em Montemor-o-Novo, a 28 de Fevereiro de 1496, o qual foi redigido por um tal Rui de Pina, Cavaleiro da Casa Real e Escrivão das confirmações, que bem podia ser o futuro Cronista e Guarda-mor da Torre do Tombo, autor de uma crónica de El-Rei D. João II.
• No testamento manda que lhe façam uma campa “com minhas armas e nela se ponha letra que faça memória de mim”. Pede para ser enterrado ante o altar de Nossa Senhora.
• A 07 de Agosto de 1500, documento refere-o com Fidalgo régio.
• Faleceu a 25 de Agosto de 1500.
• Está sepultado junto ao altar-mor da Ermida de Nossa Senhora do Monte, em Santarém, tendo a sua lápide, epitáfio, escudo de armas pleno de Sodré, ladeado de espada e lança-pendão.
• Epitáfio “Aqui jaz o muito honrado Duarte Sodré que foi veador da caza D’ El Rey D. Manuel e alcaide mor das vilas de Tomar e Sea e comendador da cardiga o qual descende e vem da linhagem da caza do Sodrea que he caza de grandes senhores do Reyno de Inglaterra e finou-se aos 25 dias de Agosto de mil e quinhentos.”
• Segundo escreve o seu filho Manuel, terá morrido pobre devido à sua generosidade e, enquanto viveu, era muito valido junto do Rei e conhecido no reino.
• Os seus descendentes que foram Senhores de Águas Belas (Ferreira do Zêzere), e usavam o apelido Sodré Pereira, eram considerados os chefes do nome e armas de Sodré, até porque também detinham o morgado por ele instituído em 1486.
• Conforme diz no seu testamento, teve seis filhos legitimados de Catarina Nunes (os cavaleiros da Ordem de Cristo só puderam casar a partir de 20 de Junho de 1496 por autorização do Papa Alexandre VI), que chamaram João Sodré (frade franciscano), Francisco Sodré, Manuel Sodré, Inês de Resende (freira), Leonor Sodré (freira), Isabel Sodré (freira). Refere o seu irmão Antão Sodré (testamenteiro) e a sua irmã Clara Sodré (freira)
• Integrando o seu morgado, que passou para o segundo filho Francisco, deixou dois casais, um no reguengo do Alviela e outro no reguengo da Tojosa, a sua casa em Santarém e alguns direitos e rendas.
• Nomeia os seus pajens e outros servidores e os seus escravos, a todos fazendo mercês, os seus credores e os devedores para que se saldem as contas.
• Da enumeração de bens que manda distribuir fica-se com a impressão que pouco terá ficado para Francisco e Manuel e daí ambos terem partido para a Índia, em 1508, e por lá morrido.
• As suas armas seriam divididas pelos seus dois filhos (Francisco e Manuel). O “cavalo grande” ficaria para o morgado Francisco. Ao filho primogénito, o franciscano João, deixa a sua bênção.
• No testamento, afirma-se Alcaide-mor de Tomar e da vila de Seia, e Criado de D. Manuel.
• Por disposição testamentária, pede para ser enterrado envergando o seu manto branco de freire cavaleiro da Ordem de Cristo que vestia diariamente, conforme ordenava a regra da Ordem.
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caros confrades
Ao apresentar uma biografia mais alargada de Duarte Sodré não referi um ponto que pode ser muito importante por ele mencionado no seu testamento, que é o de, por duas vezes, afirmar que Sodré é sua alcunha e seu apelido. Na verdade o apelido já lhe vinha pelo menos do seu bisavô e por isso não seria a "sua alcunha" no sentido que hoje lhe damos. Todavia, é possível admitir que a afirmação de Duarte Sodré possa significar que ele sabia que, na origem, o apelido Sodré foi uma alcunha dada a um seu antepassado. Se assim foi, toda a origem do apelido e família Sodré terá de ser revista.
Seja como for que a investigação evolua parece praticamente certo que a ligação Sodré - Sudley não será a correcta e que se tratou de um erro ou mesmo uma mistificação da primeira metade do séc. XVIII, no tempo em que os Sodré Pereira eram Senhores de Águas Belas. O que foi recentemente publicado na revista Armas e Troféus de 2008 (sem embargo de algumas interpretações que acho incorrectas e outras que o são mesmo) e novos dados muito significativos que entretanto eu próprio detectei implicam que a derivação Sudley - Sodré é altamente improvável e forçam-me a mudar as minhas opiniões anteriores.
É até mesmo possível que os Sodré fossem verdadeiros Portugueses de raiz e não Ingleses, mas isso ainda não me parece o mais provável, pois obrigaria a que os dizeres na laje sepulcral de Duarte Sodré fossem também uma mistificação absoluta e não há uma razão bem fundamentada para o aceitar. Talvez fossem mesmo Ingleses embora a "Casa de grande Senhores" não fosse nem a dos Sudley nem de tão grandes assim... Continuo a laborar nesta questão e, a seu tempo, vou retomá-la, mas hoje julgo que quem mandou escrever a lápide de Duarte Sodré (julgo que um dos seus dois filhos ou um seu irmão) não estava a pensar nos Sudley quando referiu os "grandes Senhores de Inglaterra". Foi ao contrário, quem fez a ligação Sudley - Sodré no séc. XVIII é que estava à procura de quem seriam aqueles "grandes Senhores" e encontrou os Sudley em genealogias britânicas.
cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caro Sérgio,
o facto de ele, Duarte Sodré, dizer que "Sodré" era "sua alcunha e seu apelido" em nada enfranquece, só por si, a hipótese da ligação aos Sudley.
Alcunha e apelido eram na época sinónimos. No Brasil ainda hoje apelido significa alcunha.
O termo "alcunha", aplicava-se, pelo que entendo das referências do próprio Duarte Sodré, a sobremes (apelidos no sentido português moderno) que não eram nem patronímicos em toponímicos. As alcunhas transmitiam-se como sobrenomes.
Numa área geográfica que tenho estudado mais a fundo, as alcunhas ou apelidos aparecem como complementos do nome, por exemplo:
- João Fernandes Fragoso
- Manuel João o Fragoso
- Domingos João Sirando
- Pedro Jorge o Sirando
- Manuel João o Furtado
- Manuel Ferreira o Madeira
- António Ferreira Madeira
etc.
O "o" indicativo de alcunha umas vezes aparecia, outras vezes não.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caro Coelho
Agradeço a sua explicação e reconheço que "só por si" a referência de Duarte Sodré a Sodré como alcunha poderia ser ultrapassada. Inclusive talvez a deformação de um apelido inglês fosse suficiente para se falar de alcunha. Só que existem outros aspectos que, conjugados, me tornaram céptico. Por enquanto, adianto mais um: as genealogias manuscritas referem como o primeiro Sudley em Portugal, vindo com o exército do Conde de Cambridge (1381-82), um tal Frederico Sudeley ou Sudley que estaria referenciado em memórias de família. Só que obtive informação de que Frederico não era nome usado em Inglaterra no séc. XIV. Além disso há indicações nas próprias genealogias de que este nome foi transformado em Fernão Sodré em Portugal (personagem documentada como escudeiro em 1414) e isso não se afigura verdadeiro pois há um João Sodré entre 1415-1418 como cavaleiro em Ceuta (irmãos?). Não creio que o Fernão Sodré fosse o primeiro deste apelido em Portugal. Estes dois são já uma segunda geração e o nome Frederico é um indício de que algo está errado. Mas o ponto que realmente me levou à descrença é de natureza heráldica a vou explicá-lo mais tarde, com todo o cuidado, no tópico do brasão dos Sodré.
cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
O último dia do mês de Fevereiro de 1496 foi dia 29, uma 2º feira. Esta foi a data do testamento de Duarte Sodré.
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caro Sérgio
Fiquei satisfeito e curioso por ter lido que V, nosso predecessor,e a quem somos confessadamente tributários, já tinha detectado interpretações duvidosas e êrros no trabalho que publicamos recentemente propondo algumas pistas sobre o começo da linhagem dos Sodré.
Como bem sabe, e disso tem dado exemplo, umas das vantagens da publicação é dar azo a que outros investigadores possam contribuir para o enriquecimento do estado da questão, corrigindo onde erramos, vendo o que nos escapou ou atando pontas que deixamos soltas.
Neste comum entendimento atrevia-me a pedir-lhe, uma vez que não tencionamos regressar a essa linhagem em letra de forma, que tivesse a paciência, quando entender oportuno, de nos facultar as suas discordâncias, e apontar os erros que detectou. Isto com a única e exclusiva finalidade de corrigir e anotar o respectivo ficheiro electrónico.
Aproveito o ensejo para lhe agradecer todo o seu pioneiro e valioso contributo para o relançamento e evolução desta problemática
Respeitosos cumprimentos
Manuel
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caro Manuel
É com o maior prazer que entro em contacto consigo e muito gostaria de ir trocando impressões sobre a investigação que culminou no artigo Resende-Sodré das armas e troféus de 2008. O artigo é muito vasto (quando comparado com os meus) e, talvez por isso, há diversos pontos que me suscitaram dúvidas. Todavia, passado algumas (poucas) semanas aderi à tese fundamental nele expresso (Sodré # Sudley), quando encontrei aquilo que me parece ser um argumento decisivo (em casa, com o material ao meu lado irei explicar) junto a outros menores que o artigo de 2008 não explora.
Só um ponto me deixou particularmente admirado (por enquanto julgo que é um dos "erros") e nada tem a ver com Sodrés: Foi a afirmação taxativa de que Rodrigo Álvares Pereira lutou e morreu pelo rei de Castela em Aljubarrota. Estava quase a ser a canonização de Nuno Álvares Pereira e sempre encarei o seu irmão Rodrigo como seu partidário, confesso que fiquei "chocado" e por isso escrevi um tópico Rodrigo Álvares Pereira aqui no genea como um desabafo. Mas se há alguma documentação em contrário, muito agradecia que me esclarecesse... claro está.
Quanto aos Sodré, assim que estiver em casa com a documentação, irei expondo algumas ideias para troca de impressões, mas, por exemplo, lembro-me que em partes do texto João Sodré é aceite com pai de Duarte Sodré e noutras é referido Fernão Sodré... Ora julgo poder indicar que o nome próprio de Fernão não aparece entre os Sodré de Águas Belas no início, e quando surje é por outra via que não a de Fernão Sodré (é, muito provavelmente, pelo avô materno de um Sodré de Águas Belas, algo tardiamente...). Irei precisar o que quero dizer...
Também quanto ao escudo da lápide sepulcral de Duarte Sodré ser tardio relativamente à data da morte penso haver bons argumentos em contrário (incluindo o tipo de letra, de escudo e de espada representada, a ida dos seus dois únicos filhos para a índia em 1508, não haver justificação para se criar uma mistificação em data anterior a 1550, pois só depois da morte de Francisco Sodré se põe, de modo talvez surpreendente, a possibilidade de um Sodré vir a ser Senhor de Águas Belas, e é pouco provável que a laje só tenha sido gravada na 2ª metade do séc. XVI, quando Duarte morre ainda no séc XV...e exige a sua feitura). Não parece claro por que inventar a origem inglesa, embora se dê o desconto da "Casa de grandes Senhores".
Bem, se fossem simples Butler com brasão já seriam "grandes senhores" para quem se lamenta do pequeno morgado que deixa ao filho, como faz Duarte Sodré no seu testamento...(este lamento pareceu-me muito significativo...). Todavia, também pouco creio de modo nenhum certo que ligassem aos Butler (decerto não aos Sudley), mas não é impossível, se fossem de origem inglesa, que, de alguma forma (sangue, usurpação, vassalagem) usassem um brasão similar em Portugal.
há muitos outros aspectos para irmos trocando opiniões, se o entender por bem.
Já agora, seria possível dizer-me qual a exactidão do ano de 1380 para a alegada existência de uma freira de apelido Sodré? é fundamental para a origem do apelido até porque, a ser assim, este fica remetido para um geração antes da tal "freira". É exacto ou uma estimativa? O nome terá sido lido correctamente? Isto não é pôr em causa a autora até porque a investigadora Dra Beirante també se enganou e, por duas vezes, escreveu que Duarte Sodré foi alcaide-mor de Ceras em vez de Seia. Os erros de leitura acontecem sem desprimor para ninguém... E ainda ainda por cima ninguém sabe em que documento constará a tal freira.
Mais, se ela existisse, faria sentido que Duarte Sodré falasse de Sodré como alcunha.... de há muito que era apelido. A ser alcunha não será mais provável que surgisse com o seu bisavô (talvez pai de Fernão e João Sodré e avô de Inês Sodré) e não para trás, só assim se manteria ainda a memóris de que era uma "alcunha".
Bem estou a falar de cor sem o artigo a meu lado. Mas seria possível obter uma primeira opinião sobre estes pontos?
Os melhores cumprimentos, até breve
Sérgio
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caro Sérgio
Numa primeira análise, e sem de modo algum me desolidarizar de um respeitável co-autor que muito prezo, no atinente aos Pereira essa parte é da responsabilidade do Manuel Abranches de Soveral, até por que nunca (como sucedeu agora noutro contexto) me havia debruçado sobre os Pereira. Terá que fazer o favor de perguntar ao Manuel se o escreveu estribado, ou se se trata de um lapsus calamis
A monja em apreço foi citada , a única vez, tanto quanto sei, pelo marquês de Abrantes. Contactei pessoalmente a senhora dona Tereza Schedell de Castelo Branco que me confirmou havê-la documentado nessse período. Infelizmente nunca mais encontrou a nota, o que remete para um testemunho verbal, seguramente respeitável, mas pobre de certezas e conteudo.
Concordo inteiramente consigo no referente à lousa sepulcral de Frei Duarte. Não sou epigrafista, mas dentro dos meus limitados conhecimentos, a análise da escrita parece corresponder ao período. E não me tinha ocorrido a coincidência loquaz dos dois filhos terem partido celeremente para a Índia. Não obstante ficou o irmão frade. e o executor testamentário que lhe sobreviveu. Levantou-se a questão por mera prudência Até breve então e um abraço
Manuel
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caro Manuel
Abri um tópico que intitulei "Os Sodrés não eram Sudleys" onde expus brevemente uma "revelação" com a data e hora em que ocorreu e que fica devedora do vosso artigo. Julgo que arruma definitivamente a questão Sodré - Sudley.
um abraço
Sérgio
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
É efectivamente de 23 de Agosto de 1486 a carta registada na Chancelaria do Rei D. João II autorizando Duarte Sodré a constituir um morgado nos reguengos de Tojoza e Alviela (termo de Santarém) com a obrigação dos sucessores seguirem o apelido Sodré.
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RE: Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
No dia em que se completam 510 anos da morte de Duarte Sodré venho relembrar o progenitor e o homem.
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
António Carvalho da Costa, no tomo III cap. XVI da sua "Corografia portugueza...", 1712, refere que "... Duarte Sodré comendador da Ordem de Cristo, & foy neto de João Sodré, que teve moradia de Fidalgo da Casa del Rey D. Afonso o quinto...".
Sendo bastante acertado nas informações sobre os Sodré Pereira de Águas Belas, temos uma fonte que se pode articular com o facto de Duarte ter dado o nome de João ao seu filho primogénito e com o facto de Zurara referir um João Sodré cavaleiro em Ceuta antes de 1418.
Assim, é de aceitar que o avô materno de DUARTE SODRÉ foi um JOÃO SODRÉ.
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Nunca tive ensejo de ultrapassar uma pequena tentativa de enquadramento desta questão que, a seu tempo, se revestiu de interesse para o Abranches de Soveral e para mim.
Não consultei ainda o Manuel mas estou em crer que ambos teríamos interesse em conhecer os desenvolvimentos das teses do autor que tanto se tem ocupado de uma questão que nos limitamos a aflorar pela rama.
Manuel Lamas de Mendonça
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caro confrade Sérgio Sodré,
Se interessar, informo que encontrei indivíduos com o apelido Sodré na freguesia de Rande, Felgueiras, na primeira metade do século XVII.
Cordiais cumprimentos, PP.
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
http://araujo.pt/SodresEmFelgueiras.htm
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Boa noite
Dada a proximidade, é possível que possa entroncar este Padre, nos seus Sodré:
- Pascoal, b. 10.4.1624, filho de Domingas, natural mosteiro Fonte Arcada, disse ser o pay Padre Francisco Sodre, P. Domingos, rifana e Catherina Fernandes, filha de Domingos Gonçalves, rifana, Padre Domingos Gonçalves da Silva, cura do mosteiro de Fonte Arcada, Povoa de Lanhoso
Melhores cumprimentos e bom fim de semana
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Caro confrade e parente RdA,
Mais uma vez, muito obrigado pela partilha de dados. E que bem apresentados estão!
Cordiais cumprimentos, PP.
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Prezado confrade António Gonçalves,
Tomei boa nota da sua informação embora nada saiba sobre esse Padre Francisco Sodré cujo batismo não enontrei a partir de 1550 nos paroquiais das diversas paróquias de Felgueiras que consultei. Póvoa de Lanhoso estava fora do âmbito das minhas pesquisas.
Retribuo com amizade os seus cumprimentos e votos de bom fim de semana.
Ribeiro de Araújo
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Testamento de Duarte Sodré, Fevereiro de 1496
Deixo algumas referências a Sodrés que fui encontrando em arquivos, pode ser que interesse a alguém:
TT
OFM, Província de Portugal, Santa Clara de Santarém, mç. 8, n.º 453 capela de Gil Peres de Resende na Cruz da Ribeira, tem filho Antão Sodré, 4.9.1510
Min. Neg. Eclesiásticos e Justiça, Maço 41, macete 6
Azeitão 1533 Frei Duarte Sodré, filho de João Sodré e Isabel Serrão
OC/CT Documentos Particulares, mç. 8 doc. 11 duarte sodré (início do XVI)
Feitos Findos, Inventários Post-Mortem, Letra B, Maço 36, nº 12 Inventário de 20.7.1638 dos bens de D. Branca Caldeira, moradora em Águas Belas (Ferreira do Zêzere), o qual se continuou com seu neto Fernão Sodré Pereira (c.c. D. Beatriz Tibau), filho do defunto Duarte Sodré Pereira (filho da Caldeira) e de D. Guiomar de Sousa. D. Guiomar testificou em 22.7.1638 que tivera 5 filhos do casamento: Fernão Sodré Pereira, c.c. D. Beatriz Tibau; António Sodré Pereira, Francisco Sodré Pereira; Frei Luís, frade professo de S. Francisco de Xabregas; D. Luísa Maria Pereira, c.c. Francisco Teixeira Tibau.
Arquivo da Misericórdia de Almada
Liv. 29, f. 34v joão sodré 1478
Pedro Pinto
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