Livro sobre os primeiros Judeus de S.Paulo

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Livro sobre os primeiros Judeus de S.Paulo

#239191 | MariaDavid | 15 Sep 2009 14:07

Caros Confrades

Acabei agora de receber uma mensagem do nosso confrade Paulo Valadares, participando-me o lançamento de mais uma co-produção sua. Além de ser um estudioso sobre toda a temática ligada aos judeus e cristãos-novos, tem sido uma presença assídua neste forum, participando com os seus vastos conhecimentos, ajudando quem precisa de orientações e, sobretudo, disponibilizando muito material de estudo que tem engrossado algumas genealogias aqui debatidas. Para além da amizade que tenho por ele, é de toda a justiça dar-vos conta desta iniciativa que nos enriquece a todos e que muito valorizam este espaço de debate. Tomei a iniciativa de partilhar convosco este lançamento, aproveitando a apresentação que é feita por Danilo Venticinque. O livro reproduz nomes, texto e datas de 5.400 lápides do cemitério.



"Livro conta história da imigração judaica em SP
'Os primeiros judeus de São Paulo' reúne nomes e histórias de mais de 5 mil pessoas sepultadas no Cemitério Israelita de Vila Mariana


Uma visita ao cemitério pode se transformar em uma viagem pela história. Depois de frequentar por muitos anos o Cemitério Israelita de Vila Mariana para prestar memória a familiares, o genealogista Guilherme Faiguenboim e o historiador Paulo Valadares decidiram resgatar os nomes e um pouco da história dos imigrantes sepultados no local desde 1923. O resultado da pesquisa, que se estendeu por dois anos e meio, está no livro Os primeiros judeus de São Paulo, com lançamento previsto para a próxima terça-feira (15).

A pesquisa genealógica em cemitérios é uma tendência que tem ganho força nos Estados Unidos e na Europa, mas ainda é pouco comum no Brasil. Quando bem conservadas, as lápides podem trazer informações históricas valiosas sobre a genealogia de pessoas comuns, que deixam poucos registros em papel. “As sepulturas são documentos de pedra que formam um grande banco de dados”, afirma Faiguenboim.


REFERÊNCIA
O livro reproduz nomes, textos e datas das 5.400 lápides do cemitérioO fato de os judeus sepultarem seus mortos em locais privativos, separados dos praticantes de outras religiões dá aos “documentos de pedra” ainda mais relevância histórica. Ao analisar os nomes e locais de nascimento das mais de 5 mil pessoas sepultadas no primeiro cemitério israelita de São Paulo, é possível reconstituir o surgimento da colônia judaica na cidade – e chegar a resultados surpreendentes. “Ao contrário do que os historiadores acreditavam até hoje, a maioria dos primeiros imigrantes judeus em São Paulo não vem da Rússia e da Polônia, e sim da Bessarábia”, diz Valadares. Trata-se de uma pequena região da Europa Oriental cujo território hoje se distribui entre a Ucrânia e a Moldávia. Embora os franceses de Alsácia tenham sido os primeiros judeus a migrar para São Paulo no século 19, os imigrantes da Bessarábia foram os responsáveis por estabelecer a comunidade judaica na cidade, algumas décadas depois, fundando as primeiras sinagogas, escolas e cemitérios.

Usando as informações reunidas no cemitério como ponto de partida, Faiguenboim e Valadares recorreram a livros, arquivos públicos e acervos privados. Esse material forma a primeira parte do livro, que descreve as tradições judaicas referentes ao sepultamento e conta a história do Cemitério Israelita da Vila Mariana e das primeiras famílias de judeus que chegaram a São Paulo. Em pouco menos de 70 páginas, o texto explica a origem de tradições como o ato de rasgar uma parte da roupa durante um sepultamento, além de narrar as dificuldades legais enfrentadas pelos judeus para fundar – e expandir – um cemitério privativo. Os documentos e árvores genealógicas reproduzidos no capítulo dedicado aos anexos se aprofundam ainda mais no contexto histórico.

Os dados apurados a partir das lápides formam a segunda parte do livro. Trata-se de uma espécie de enciclopédia com os nomes e sobrenomes de todos os judeus sepultados na Vila Mariana, ao lado de informações sobre seus locais de origem e datas de nascimento e morte. Os verbetes curtos são ilustrados por dezenas de fotos tiradas no cemitério por Niels Andreas, que assina o livro ao lado de Valadares e Faiguenboim. Em alguns casos, os dados genealógicos também são acompanhados por pequenas histórias tiradas de livros de memórias ou contadas por familiares dos imigrantes. Um exemplo é o texto sobre Sender Lechtman, gaúcho de Quatro Irmãos, morto em São Paulo em 1946: “Construiu os túmulos do cemitério local. Casou-se quatro vezes. Morreu num acidente, ao descer de um trem em São Paulo, onde viera procurar uma esposa”. É o tipo de curiosidade que atrai não só descendentes de judeus, que vão buscar amigos e familiares nas páginas do livro, mas todos os que querem saber mais sobre a história da cidade e a vida de suas pessoas comuns."


Ao nosso amigo e confrade Paulo Valadares, assim como aos restantes co-autores, aqui lhes deixo o meu grande abraço de parabéns, congratulando-me por mais uma obra de uma matéria que me é muito cara.


Maria

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