Famílias de Angola
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Famílias de Angola
Caros confrades
Agradeço tudo quanto me possam facultar sobre famílias de Angola que por qualquer forma possam estar ligadas ás abaixo indicadas bem como todos os elementos sobre as pessoas que abaixo refiro. Apesar de eu possuir já muitos elementos qualquer indicação é bem vinda.
Meu oitavo tio-avô Manuel da Fonseca Coutinho, natural de Benavila, irmão de minha oitava avó Isabel de Mendonça, filhos ambos de João Rodrigues da Fonseca, cirurgião e depois oficial do Conselho da Fazenda, e de sua mulher Guiomar de Mendonça, serviu em Mazagão. Por alvará de 1.4.1680 teve os foros de escudeiro e cavaleiro-fidalgo com 750 réis de moradia por mês e um alqueire de cevada por dia, com a condição de ir servir em Angola. Tais foros foram-lhe concedidos pelos serviços que prestou na referida praça de Mazagão e pelos que Gaspar Brás Cota prestou na mesma praça. Este alvará está extractado ( em súmula) na publicação das Portarias do Reino na pág. 57.
Desconheço a relação familiar deste Gaspar com o Manuel da Fonseca Coutinho.
O referido Manuel (serviu entre 1668 e 1713) foi efectivamente servir para Angola, onde foi capitão-mor do Golungo, sargento-mor, tenente de mestre de campo general e governou a Fortaleza de S.Miguel (Livro7 a fls.287 das Mercês de D. João V). A suas filhas Luiza de Mendonça e D.Isabel foram feitas mercês de tenças efectivas de 30.000 réis por ano (fls. 292 vº do Livro 7 das Mercês de D. João V).
Foi igualmente pai do tenente general (depois mestre de campo general ad-honorem) e cavaleiro-fidalgo, António da Fonseca Coutinho, em Angola (cfr. Chanc. de D. João V Livº 53 fls? Livº111 fls.151, Livº 60 fls? Livº 66 fls? Livº76 fls?e Mordomia da C.R. Livro 3 fls.98vº e Livº23 fls.127 vº e “Os capitães mores em Angola” por Carlos Couto).
Este António da Fonseca Coutinho terá sido aquele deste nome que foi pai de D. Ana Coutinho Esteves (Livº111 fls.151 da Chanc.D.João V- Carta de padrão da tença anual de 18000 réis, de 27.11.1746) e do tenente-coronel Anselmo da Fonseca Coutinho (filho de António da Fonseca Coutinho e de Maria Francisca), pai de outro do mesmo nome (havido em Josefa Simão), de Álvaro, Henrique da Fonseca Coutinho, Padre António da Fonseca e de D. Luiza da Fonseca Coutinho - filha de D. Catarina José de Melo e do citado Anselmo da Fonseca Coutinho (cfr.índices Chanc.D.Maria I).
A referida D. Luiza foi casada com Matias José de Almeida, tenente governador da praça de Cascais (filho do tenente Bernardo José Lopes de Almeida e de D. Maria Josefa da Fonseca, de Penamacor) que foram pais de D.Mariana da Conceição de Almeida da Fonseca Coutinho e de Anselmo da Fonseca Coutinho (Vide Justificações Ultramarinas, África, Maço21 n.º15 e Maço 28 n.º13.) Este último Anselmo e um outro foram alunos do Colégio Militar (como se refere numa listagem de antigos alunos publicada num dos n.ºs de Raízes e Memórias, da autoria de Luis Viladebó Loureiro)
- Domingos da Fonseca Negrão (Oficial de Infantaria, sec. xviii) - Cavº da O. de Cristo e morreu com a patente de Tenente Coronel ou de Coronel. Cerca de 175... era capitão.
Filho de Domingos VAZ Negrão e de Isabel de Mendonça ( esta era irmã inteira do Manuel da Fonseca Coutinho acima referido). Foi um homem e militar notabilíssimo
Ralph Delgado em “O Reino de Benguela” a págs.270 e 271 ao tratar da
derrota infligida pelos portugueses aos Cabundas ou Maganguelas e referindo-se ao capitão Fonseca Negrão diz:
: “Durante oito meses, nas províncias rebeladas, sobretudo em Galangue, até à costa do Cabo Negro, o vigoroso militar passou como onda punidora da rebelião e dos morticínios, até deixar a ordem e o respeito restaurados. Foram muitas as presas, em gado e escravatura... Domingos da Fonseca Negrão honrou o nome com este feito bastante apreciável, vindo a falecer em 1784 com a patente de Coronel Reformado; ao mesmo tempo que ampliou a esfera de acção do presídio de Caconda com a submissão de
novos potentados em lugares que a exploração territorial aproveitaria mais tarde,
com justificado interesse”. Também Elias Alexandre da Silva Correia, seu
contemporâneo, diz dele na sua “História de Angola”: “... Comandante tão honrado
como valoroso, marchou para o teatro da guerra e ahí combatendo em sucessiva
série os criminosos sovas, os destruiu e houve bastantes cativos”.e prossegue
referindo-se sempre ao Capitão Domingos da Fonseca Negrão “... se retirou cheio de
glória, e crédito não só pelas vitórias que alcançou; como pelo desprezo com que
tratou a ambição de possuir o que os outros morriam por ganhar. A sua liberalidade
para com os soldados companheiros desta acção é digna de elogio; não tanto por
grandeza sua; como por oposta prática de seus modernos antecessores; pois
cuidando cada um deles na rígida aquisição do grande interesse lítico, que o
costume tem estabelecido, e do despojo dos inimigos, para as empregar em benefício
próprio, Negrão uma e outra coisa distribuiu com prodigalidade e inteireza, não
reservando uma só pessa que utilizasse em serviço seu: contentando os seus
soldados, que assim neste tempo; como nos vindouros, famigerarão a sua pessoa, e
honrarão a sua memória: galardão assaz precioso para as almas nobres e virtuosas
(1)” e na nota de pé de página diz “(1) - A sua honrada conduta o conservou sempre
pobre, vivendo somente do seu soldo até ao ano de 1784 em que morreu com a
patente de Tenente-coronel Reformado”
- Seu irmão Manuel da Fonseca Negrão - Capitão de infantaria .
De documentos consultados consta que o referido Mestre de Campo António da Fonseca Coutinho (considerado no seu tempo o homem mais poderoso do Reino de Angola, mas também uma pessoa terrível ) seria parente dos (ou de alguns deles) Matoso de Andrade e de uns Correia Leitão. No entanto dos elementos de que disponho não pude confirmar estes parentescos.
Grato pela atenção que queiram dispensar
António Godinho
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RE: FAMILIAS DE ANGOLA
Caro António Godinho
Antes de mais, os meus cumprimentos pessoais.
Aproveito esta oportunidade para lhe perguntar se tem mais algumas informações em relação á ascendência de Manuel da Fonseca Coutinho.
No Arquivo de Portalegre, apenas consegui encontrar os assentos de bp em Benavila, de 4 filhos de joão Rodrigues da Fonseca e de Guiomar de Mendonça:
- Maria bp 14.01.1652/f79v
- Manuel bp 29.04.1653/f81v
- Isabel bp 07.03.1655/f86
- Isabel bp 22.01.1657/f89v
Agradecendo antecipadamente qualquer informação adicional.
Um abraço,
Luís Vieira Pinto
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RE: FAMILIAS DE ANGOLA
Caro parente Luís Vieira Pinto
Da ascendência do João Rodrigues da Fonseca nada sei. Apenas sei que terá sido cirurgião e depois oficial do Conselho da Fazenda.
A Guiomar de Mendonça era filha de António Rodrigues e de Isabel Aldonça (ou Mendonça?) e que viveram na freguesia do Sacramento em Lx.
A Guiomar era irmã de Joana Baptista que casou com António Rodrigues da Silva , de Porto de Mós, com larga geração.
Seriam sobrinhas de D. Guiomar da Paz c.c. o Dr. Pedro Garcia Penalvo.
Tenho muitos elementos sobre esta gente e conto escrever qualquer coisa sobre eles.
Depois mando-lhe por mail algo mais.
Abraço
António Godinho de Carvalho
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