A trajectória da casa Fiuza é um exemplo. No princípio do século xix,
Bernardino José Fiuza (1752-1819) era um «homem de negócio» ligado ao
comércio de produtos agrícolas e aos couros, que frequentava a feira do
Rossio de São Braz, onde tinha uma «barraca», arrematava rendas eclesiásticas
da Igreja Metropolitana de Évora, arrendava bens vinculados, como os
da capela do cónego Damião Dias na vila de Alvito, e fornecia «provimentos
de boca para o exército na Comarca de Setúbal». Por esta altura instalou uma
lavoura numa herdade recém-adquirida (1810). Em 1822 o inventário por
morte deste negociante mostra uma casa cujos interesses, avaliados em mais
de 22 contos de réis, estavam basicamente representados pelo imobiliário
urbano (20%) e rural (36%) e por capitais e bens agrícolas (23%) e comerciais
(9%). A geração seguinte, representada pelo filho Joaquim António
(1794-1851), casado com uma das filhas do grande lavrador Domingos
Caeiro Gião, consolidou a carreira de agricultor. Já sob a liderança do seu
sucessor, Domingos António Fiuza (1824-1884), tornou-se uma das mais importantes casas agrícolas eborenses. Da tradição mercantil ficara, contudo, o saber comercial .