Cambio de 719 reais de 1822 para euros - Ajuda

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Cambio de 719 reais de 1822 para euros - Ajuda

#276139 | LBolacha | 10 May 2011 21:45

Caros Confrades

Será que alguém me me poderia informar quando valeria um titulo de tesouro de 1822 no valor de 719$ (reais?) em euros?

Desde já agradecido
LRB

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RE: Cambio de 719 reais de 1822 para euros - Ajuda

#276141 | aguerreiro | 10 May 2011 22:12 | In reply to: #276139

caro confrade
Só uma comparação: um oficial credenciado pedreiro ou carpinteiro ganhava 5 patacos por dia ou seja 200 reis por esse tempo. Hoje paga-se a um mesmo oficial mais de 50 euros fora os custos sociais. Multiplique por 50 mil e reduza euros que dará á volta de 180-200 euros.
Será que concorda? são sempre valores difíceis de avaliar, eu vou pela jorna de trabalho ao dispôr
Aguerreiro

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#276167 | abivar | 11 May 2011 11:40 | In reply to: #276139

Caro confrade:

Em primeiro lugar presumo que se tratasse de 719$000, ou seja, 719 mil reais ou réis e não 719 reais (será?); de acordo com uma obra de 1999 que tenho em casa "o valor real do dinheiro", há uns cinco anos (contando também com a inflação após 1999) para essa época (fins do século XVIII, princípio do século XIX), se não me engano, cheguei a uma conversão que consistia, grosso modo, em substituir réis por escudos (ou seja, "mil réis" por contos, ou ainda multiplicar por mil e usar a habitual designação de "contos de réis" que nunca chegou a entrar em desuso até ao euro), depois multiplicar por 5 e finalmente converter em euros; no total, portanto, multiplicar por cerca de 5.000. Neste caso daria cerca de 18.000 €; se se tratasse de 719 reais daria evidentemente cerca de 18 €.

A discrepância com o cálculo feito pelo confrade A. Guerreiro terá que ver com a exiguidade relativa da jorna de um oficial de pedreiro ou congénere em 1822 confrontada com a de hoje em dia; relativamentre aos custos de muitos bens mais ou menos essenciais ou mais ou menos de luxo um operário de 1822 viveria muito pior que um operário do século XXI em Portugal, traduzindo-se esse facto no factor 10 a que chegámos com os diferentes critérios de cálculo. Assim, com jornas de 50 € teríamos ordenados mensais de cerca de 1.100 € (sem contar com 13º e 14º mês), o que seria astronómico (mesmo em termos relativos, é claro) para um operário de 1822; talvez 110 € também fosse de menos, mas para o acesso a determinado tipo de bens possivelmente não andaria longe da verdade.... Em rigor, não se pode fazer uma comparação objectiva apenas em termos de valores, sem se levar em conta os bens que se consideram para estabelecer esses valores; a propriedade fundiária seria muito mais barata em 1822, em termos relativos, ao passo que certos bens móveis seriam muitíssimo mais caros, assim como a alimentação "rica" em relação à "básica".

Infelizmente só posso citar o referido livro de memória pois estou com obras em casa e durante mais alguns dias o livro estará inacessível... Logo que possível indicarei a referência e valores mais precisos.

Com os melhores cumprimentos,

António Bivar

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RE:António Bivar Cambio de 719 reais de 1822 para euros - Ajuda

#276168 | 1385 | 11 May 2011 12:11 | In reply to: #276167

Olá António

Li com muito interesse o teu raciocínio sobre a conversão de moedas. Questão espinhosa porque se prende com essa coisa complexa que é o poder de compra efectivo no quadro dos respectivos contextos e conjunturas.
Quando terminares as obras e reencontrares o livro terias a paciência de me dares a ficha bibliográfica dele porque parece interessante e não tenho?
Recebe saudades do
Manuel Lamas de Mendonça

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RE:António Bivar Cambio de 719 reais de 1822 para euros - Ajuda

#276171 | abivar | 11 May 2011 12:49 | In reply to: #276168

Caríssimo Manel,

Logo que possível mando-te a referência; se não me engano era de um Pedro Vasconcelos e era uma edição dos correios, mas já não tenho a certeza...

Um abraço,

Tó Bivar

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RE: Cambio de 719 reais de 1822 para euros - Ajuda

#276181 | edvasconcelos | 11 May 2011 14:17 | In reply to: #276141

Caros confrades

Será que me podem indicar de onde se contabilizou o pedreiro/carpinteiro a ganhar os 5 patacos por dia (200 reís) em 1822? Seria sempre mais uma ajuda para este tipo de contas que sempre se tornam difíceis de fazer.

Eu tenho seguido uma comparação retirada da obra de "Martins, Conceição Andrade, Trabalho e condições de vida em Portugal (1850-1913), p. 491, in Análise Social, vol XXXII, Instituto de Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa, 1997, pp 483-535", onde se indica que em 1854 recebia um servente da construção dos caminhos de ferro 100 Reis/dia, ou um Juiz de Comarca entre 1854 e 1880 400$000/ano (ou seja, por volta de 1500 reis/dia). Ao servente da construção penso que podemos atribuir hoje o salário mínimo.

Quanto ao que o confrade Bivar refere, chamo a atenção para que um oficial pedreiro ou carpinteiro seria hoje equivalente quase a um encarregado ou mesmo um engenheiro técnico, pois um oficial credenciado estaria no topo da carreira da construção.

Se os 400$000/12 = 33$000 reis mensais do juiz correspondessem a uns actuais cerca de 6.000 Euros de um ordenado de Juiz, os talvez 5000 réis mensais do oficial seriam uns actuais 1.000 Euros, o que talvez não ande muito longe da realidade (e isto apesar da diferença de anos entre 1822 para 1854). Logo os seus 719 reis seriam actualmente cerca de 150 Euros.

Cumprimentos

Eduardo de Vasconcelos Cardoso

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#276208 | LBolacha | 11 May 2011 19:37 | In reply to: #276167

Caro Antonio Bivar

Muito obrigado pela sua resposta.
Embora ainda não tenha agradecido ao confrade aguerreiro pela sua pronta resposta, o dito caso de 719 deveriam ser efectivamente 719 mil reais e não 719 reais, visto que foi uma quantia que descobri num processo de burla, pelo que o valor que seria burlado seria efectivamente perto dos 18 mil euros.

Obrigado pela ajuda
Atenciosamente
Levi Bolacha

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#276210 | LBolacha | 11 May 2011 19:38 | In reply to: #276141

Caro Aguerreiro

muito obrigado pela pronta ajuda, mas a quantia exacta seriam 719 mil reais e não 719 reais, pelo que peço desculpa pelo erro.

Atenciosamente
Levi Bolacha

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#276234 | JCC | 12 May 2011 00:42 | In reply to: #276167

Caro Tó

A minha casa de Évora custou, 14 anos antes, 1 conto e duzentos mil reis, ou seja pouco menos do dobro desta quantia.

Creio que conheces a casa, com 3 pisos, no centro de Évora e com quase 30 divisões...Parece-me pouco 36.000€, Bem sei que a inflação nesses 14 anos pode elevada, com as invasões francesas, etc, mas mesmo assim acho pouco.

Fazem-nos falta séries de valores, tenho de ver com os meus amigos economistas se têm mais dados para esta época.

Abraço

João CC

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#276241 | edvasconcelos | 12 May 2011 10:41 | In reply to: #276234

Caros confrades

Posso aqui contribuir com valores sobre uma propriedade agrícola com casa senhorial (Casa do Olival), referente ao Capitão José Correia da Silva e Vasconcelos, o qual por ser Miguelista foi posteriormente perseguido o que deverá ter diminuído o seu património. Localizava-se a sua propriedade em Oliveira do Arda, Freguesia da Raiva, Comarca de Paiva.

Após a sua morte, na primeira avaliação feita em 1853 (das muitas que o processo de partilhas levou em tribunal ao longo de perto de 15 anos), obtiveram-se os seguintes valores:
bens móveis = 557$300;
casa e eira = 539$420;
campos = 2034$120;
foros = 132$000;
montes = 246$800,
totalizando a fortuna apurada o valor de 3509$640 reis;
dívidas apuradas = 272$700

Pelas minhas contas (valores que indiquei na mensagem anterior) avaliei tudo por volta dos 750.000 Euros; mas achei pouco. Mas como disse o confrade A Bivas, talvez na época os bens imóveis fosse bastante menos avaliados que outros bens móveis de maior luxo à época.

Cheguei a tentar outra hipótese, que foi a comparação com o valor do ouro, mas aqui cheguei ainda a valores menores. Este outro processo seria o seguinte:
"Em 1854 Portugal adopta a moeda totalmente baseada em ouro, com a paridade de 1,62585gr de ouro fino (22 quilates) por cada 1$000 reis. Dessa forma, um conto de reis (1000$000), corresponde a 1625,85gr de ouro fino, o que daria, à cotação actual (620€ por onça tray ≈ 31,1gr), a quantia aproximada de 32 mil Euros"


Cumprimentos

Eduardo de Vasconcelos Cardoso

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#276244 | FBrito | 12 May 2011 11:47 | In reply to: #276241

Caro Eduardo de Vasconcelos Cardoso,

Acha que seria possível existir nos inventários, processos de partilho, etc avaliações feitas "por baixo" de modo a que os herdeiros tivessem menos despesas (com selos, impostos, etc.)?
Faço esta pergunta porque já me deparei com situações em que um determinado bem poucos anos depois de constar num inventário com um determinado valor, é vendido por muito mais...

Vou dar-lhe um exemplo: num inventário por morte de um antepassado meu datado de 1849/50 (se não estou em erro) aparece uma quinta avaliada em cerca de 800000 reis. Renderia por ano mais de 100000 reis (o que me faz desde logo suspeitar da avaliação). Apenas 7 anos depois, em 1857, a quinta é vendida a um dos membros da família por 1700000 (um conto e setecentos). E pelos documentos que tenho não foram feitas melhorias na referida propriedade durante esse período...


Melhores cumprimentos,

Francisco Brito

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#276246 | abivar | 12 May 2011 12:41 | In reply to: #276234

Caro João,

Apesar de agora e durante alguns dias mais não ter acesso ao tal livro, lembrei-me de que tinha no computador o "manuscrito" daquele meu artigo das Armas e Troféus acerca do inventário de jóias e do hábito de Cristo. Um dos objectos avaliados era "um adereço de brincos e laço de brilhantes e esmeraldas" da minha 6ª avó, D. Feliciana Teotónia de Bivar Albuquerque e Mendonça, avaliado em 1776 por 1:200$000 (um conto e duzentos) o que fiz corresponder a 32.400 € com as contas que fiz na altura com base no livro (ainda menos que os 36.000 €). Assim, do que não há dúvida, é que a tua casa de Évora, 32 anos depois, valia o mesmo que estas jóias... Este facto corrobora o que eu alvitrava: a propriedade fundiária, e em geral os imóveis, tinham um valor relativo muito inferior ao que têm hoje, em confronto com alguns bens móveis.

Outro conjunto de jóias e pratas da minha 6ª avó que ela se queixava de ter emprestado à mãe, que não as teria devolvido, valiam no total 1.921$000 (o que fiz corrresponder a 52.000 €, com as mesmas contas); um exemplo concreto era um tinteiro de prata que foi avaliado em 38$400, o que daria, pelas mesmas contas, 1.036,80 €, preço que parece razoável hoje em dia para uma peça desse tipo, o que se pode facilmente confrontar com valores atingidos em leilões, na actualidade (dez vezes mais parecer-me-ia muito exagerado...). Desse lote, a jóia mais cara era "um camafeu da rainha Santa Isabel com a sua guarnição de brilhantes, avaliado em 300$000, o que daria 8.100 €, o que, à partida também parece mais razoável que um valor dez vezes superior.

A ideia com que se fica é que para estes bens móveis o método proposto no tal livro conduzirá a resultados razoáveis, assim como talvez para bens essenciais (alimentação básica, etc.), mas obteremos valores muito distorcidos para bens imóveis e salários (em termos de qualidade de vida, avaliada pelos nossos padrões, os salários seriam naturalmente muito mais reduzidos...).

Um abraço,

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RE: Cambio de 719 reais de 1822 para euros - Ajuda

#276247 | abivar | 12 May 2011 13:01 | In reply to: #276241

Caro confrade,

São muito interessantes os valores que apresenta; relativamente ao valor do ouro a conclusão aproxima-se muito do que eu tinha proposto, com base no tal livro, como explico na resposta acima ao confrade JCC. Nas contas que fiz no artigo que lá refiro utilizei o multiplicador 27 em lugar de 32, mas estamos na mesma ordem de grandeza (1000 réis = 27 €, e portanto um conto de réis = 27.000 €, em vez dos 32.000 € que se obtêm com o ouro, mas é uma diferença razoável, uma vez que no cálculo do livro que utilizei se levam em conta outros factores e ainda há a acrescentar a inflação desde 2007, ano em que escrevi o tal artigo). Como se vê, a conta que propus inicialmente (de memória) dava também valores um pouco mais reduzidos, correspondendo a tomar o multiplicador 25 para a conversão em milhares de euros dos contos de réis.

Como eu acima referi, a comparação de salários tem de levar em conta a enorme disparidade de "qualidade de vida" que um salário proporcionava, em muitos aspectos, à distância de cerca de dois séculos, para "oficiais do mesmo ofício", tanto quanto se pode falar em identidade de ofícios a essa distância temporal... Percebo as pertinentes considerações que faz na sua outra intervenção acerca das distinções a fazer entre simples "serventes" e "encarregados", na mesma profissão genérica. Não sei exactamente a que nível de assalariados se referiria o confrade que colocou a questão; o significado exacto de "oficial" de derterminado ofício, tanto quanto me permite concluir a experiência de lidar com documentos de diversas épocas, pode não ter grande significado para além de se referir a alguém "que tem o ofício de", independentemente de ser proprietário de uma oficina, maior ou menor, ou de ser um simples empregado mais ou menos qualificado. Em tempos supus que "oficial de ferreiro", por exemplo, seria "menos" que "ferreiro" sem mais, mas depois encontrei casos em que se designavam por "oficiais de ferreiro" pessoas com óbvia riqueza e projecção social a nível local, o que indiciava que seriam proprietários de alguma "ferraria" e não simples empregados; mas também apareciam por vezes designados simplesmente como "ferreiros" e o mesmo se diga para outras profissões. Fiquei de sobreaviso quanto à possibilidade de tirar muitas conclusões a partir da utilização do termo "oficial de"; actualmente prudentemente, tomo-o à partida com simples sinónimo de "tem o ofício de ".

Com os melhores cumprimentos,

António Bivar

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#276248 | abivar | 12 May 2011 13:07 | In reply to: #276168

Caro Manel,

Pelas razões que apresento abaixo em resposta ao João CC, tive acesso à referência do tal livro, que é a seguinte:

VASCONCELOS, Pedro, “O Real Valor do Dinheiro”, DistriCultural, Sacavém (1999).

Um abraço,

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#276249 | aguerreiro | 12 May 2011 13:08 | In reply to: #276246

Caros confrades
As avaliações de bens fundiários em processos de inventários e ou partilhas, enfermam sempre do mesmo mal. São subavaliados para evitar o pagamento de "décimas" e isso leva a que terá ser corrigido para um valor de 2 a 5 vezes mais, (dependendo dos herdeiros.
Na venda a terceiros, é por norma sonegado o valor real, para evitar sisas, tal com hoje os valores matriciais ou de avaliadores do, fisco ou não, não correspondem aos valores de mercado. O que para mim é mais certo é o valor de trabalho, do gado e dos alimentos, pois não estavam sujeitos a pressões das vedorias camarárias e reais. embora os períodos de abundância alternassem com períodos de carestia. Mais certo ainda só o valor padrão do ouro, mas mesmo esse tem tal como hoje flutuações de mercado (abundância do ouro do Brasil). e as propriedades fundiárias mas em 1800 a população do reino era um terço da de hoje o que também distorce o mercado.
São meras opiniões apenas para avaliar as dificuldades das conversões de moeda.
Ao dispôr Aguereiro

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#276255 | abivar | 12 May 2011 15:04 | In reply to: #276249

Caro confrade,

As observações que faz parecem-me muito pertinentes. Faço notar que, já no caso das avaliações de jóias e pratas que eu referi, o interesse de quem as apresenta seria inverso pois tratava-se de queixas relativas a jóias emprestadas pela minha 6ª avó à mãe e, no primeiro caso, de uma jóia entregue para garantia de um empréstimo, em que se referia o valor de avaliação, muito superior à verba obtida nesse empréstimo. Assim, neste casos, haveria um equilíbrio de interesses que tornam os valores credíveis; a autora das queixas teria interesse em inflacionar os valores dos bens para valorizar o prejuízo de que se considerava vítima, mas teria de apresentar valores minimamente credíveis para não serem facilmente contestados em juízo... Acrescento que para algumas das jóias não só se apresentava a descrição como também o nome do artífice que tinha sido o respectivo autor (um deles era o célebre "Adão Polete") o que facilitaria uma apreciação minimamente objectiva por parte de algum juiz; por exemplo, uma das verbas referia "Hum par de brincos de Robins e brilhantes feitos por Adão Polete e por elles (sic) avaliados Como consta da sua Certidão em Sento e vinte e seis mil e trezentos Reis [à margem: 126$300]" - pelas conta que fiz na altura daria cerca de 3.410 € a valores actuais. Uma avaliação certificada pelo próprio autor da jóia parece ter algum valor de objectividade, mais aceitável que o valor de algum inventário para efeitos fiscais...

Com os melhores cumprimentos,

António Bivar

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#276256 | 1385 | 12 May 2011 15:05 | In reply to: #276246

Olá Tó
Boa malha esta do confrade Guerreiro. De facto as avaliações para partilhas costumam obedecer a critérios subjectivos que conheces bem.
Não tenho o teu artigo. Se o tens em computador bem podias ensinar-me alguma coisinha porque me reconverti á paleo economia desde que descobri que questionar entronques equivale a uma candidatura sado masoquista. E isto, nota bem, mesmo no caso, virtualmente raro, dum pobre diabo cujo nome não pode ser arrastado na lama por já haver nascido nela :-)
Manuel Lamacento

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#276258 | abivar | 12 May 2011 15:11 | In reply to: #276256

Meu caro,

Se não mudaste de mail desde 30/6/2004 às 13h56mn vou usá-lo para comunicar contigo; se mudaste, o meu continua a ser o mesmo (abivar arroba sapo ponto pt), e agradeço-te que me mandes o teu actualizado...

Um abraço,

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#276259 | JCC | 12 May 2011 16:04 | In reply to: #276246

Caro Tó

Deste-me uma boa pista, se bem que não a possa seguir imediatamente. Creio ter testamentos e/ou partilhas em que se incluem simultaneamente móveis e imóveis, por estas datas. Logo que possa vou dar uma vista de olhos a ver se sai alguma conclusão.

Abrçao

João

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#276262 | abivar | 12 May 2011 16:43 | In reply to: #276259

Caro João,

Revendo o que eu transcrevi no tal artigo, encontro algumas verbas mais corriqueiras mas essas indiscutíveis pois são apontamentos de gastos do meu quinto-avô para se armar Cavaleiro de Cristo; alguns desses gastos são os feitos no próprio dia em que se armou cavaleiro (15/12/1782) e estão num papel avulso que certamente não se destinava a ser mostrado a ninguém e devem portanto conter as quantias rigorosas que gastou. Por exemplo (ponho a seguir a conversão que eu utilizei, para se poder apreciar a respectiva plausibilidade em confronto com custos actuais):

...

- Feitio das cartas assinadas pela Rainha - 3$200 (86,40 €)

...

- hua folha de Lata em que foraõ Padraõ e Cartas - $160 (4,32 €)

...

- Feitio do manto: 1$200 (32,4 €)
- Cruz do manto: 4$000 (108 €)
- Borlas e cordoens: 14$400 (388,80 €)
...
- Hum habito grande para o pescosso de Topazios e granadas - 33$600 (907,20 €)
...
- 1 vara de fita larga para o Habito do pescosso - 1$200 (32,40 €)
...
- Huã escova para limpar os habitos - $060 (1,62 €)
...
- Ao Carpinteiro pelo caixote que leva as emcomendas - $280 (7,56 €)
- ao Almocreve q levou o caixote - $480 (12,96 €)
...

Estas despesas anteriores ao dia em que se armou cavaleiro somadas ao "custo do hábito" (400$000), ou seja, o que terá pago pela desistência a seu favor, daquele a quem o hábito tinha sido inicialmente concedido (como então se praticava, com autorização expressa da soberana...) perfaziam 570$960, ou seja, segundo o critério que usei, cerca de 15.500 €.

E, no dia em que se armou cavaleiro:

- Barbeiro - $960 (25,92 € - é um valor bastante actual!)
- Cabeleireiro - 1$600 (43,20 €)
- Muzicos a noute - 2$400 (64,80 €)
- Prezos - 1$200 (32,40 €)
- Bolieiro - 1$600 (43,20 €)

Missas:

- Carmo - 1$350 (36,45 €)
- Mizericordia - 1$500 (40,50 €)
- S. Pedro - $900 (24,30 €)
- S. Francisco - 1$200 (32,40 €)
- See - 2$700 (72,90 €)

- Dosse - 3$820 (103,14 €)

No total gastou nesse dia 19$230 (que considerei corresponderem a 519,21 €). Estes valores dão uma ideia do custo real de diversos bens nessa época.

Um abraço,

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#276291 | vbriteiros | 13 May 2011 01:14 | In reply to: #276139

Caro Confrade LRB,
O Diário do Governo publica anualmente um "Quadro de desvalorização dos coeficientes da moeda..." que deve ser tomado em conta para actualizar valores. Assim o quadro de 21.7.2009 atribuia o coeficiente 4318,93 para todos os valores anteriores a 1902 e o mesmo quadro para 2002 atribuia o valor de 4110,82 para o mesmo caso Estes quadros têm o coeficiente até à presente data e pode pedi-lo na sua repartição de finanças.
Cumprimentos
Vasco Briteiros

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#276318 | aguerreiro | 13 May 2011 16:13 | In reply to: #276291

Caro confrade
Claro que isso é relativo a valores a partir de 1900, todavia a crise da independência do Brasil, lutas liberais que se seguiram e crise do Ultimato do Mapa Cor-de-Rosa tiveram sérias repercussões sobre a moeda, podendo á vontade multiplicar por 2 o coeficiente das finasças, para datas anteriores a 1890.
Ao dispôr Aguerreiro

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#276324 | vbriteiros | 13 May 2011 18:00 | In reply to: #276318

Caro Confrade,
O coeficiente citado é utilizado oficialmente para qualquer ano anterior e portanto não atendendo às especificidades que refere.
Cumprimentos
Vasco Briteiros

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#276338 | aguerreiro | 13 May 2011 22:26 | In reply to: #276324

Caro confrade
Perdoe-me, mas coeficientes, quocientes ou o que se queira chamar, vem das Finanças. O que para mim e para muitos, só servem para pagar (pouco) a quem devem, e cobrar (muito) a quem tem de seu para pagar. É fato feito á medida para sustentar a máquina do estado.
Quanto ao meu x2. peço-lhe para por ex. consultar o livro de Oliveira Martins "João Franco" e lá verá como foi a inflação e a desvalorização, desde o início reinado de D. Maria II até ao do seu neto D. Carlos, no capítulo dos "Adeantamentos á Casa Real" Foi pois, por essa razão, que sugeri o factor 2, sem ofensa, por o entender mais próximo do real, que o bem mal martelado coeficiente das finanças, fabricado por algum lente do Banco de Portugal, para resolver velhas querelas e dívidas que tal como as de hoje, eram impagáveis.Fazendo uma espécie de cerceio dos valores o que viria muito a calhar e lhe garantiu reforma dourada.
~Cumprimentos
Álvaro Guerreiro.

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#276370 | chartri | 14 May 2011 19:44 | In reply to: #276291

Caros confrades:

Ver em: http://info.portaldasfinancas.gov.pt/NR/rdonlyres/2DAD723D-BD80-4837-8836-94CC735646C5/0/portaria785_2010.pdf

Portaria n.º 785/2010, de 23 de Agosto, Série I, n.º163
Actualiza os coeficientes de desvalorização da moeda a aplicar aos bens e direitos alienados durante o ano de 2010, para efeitos de determinação da matéria colectável do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
O artigo 47.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (CIRC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88, de 30 de Novembro, e o artigo 50.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro, prevêem a actualização anual dos coeficientes de desvalorização da moeda para efeitos de correcção monetária dos valores de aquisição de determinados bens e direitos.
Assim:
Manda o Governo, pelo Ministro de Estado e das Finanças, o seguinte:
Artigo único
Coeficientes de desvalorização da moeda a aplicar aos bens e direitos alienados durante o ano de 2010
Os coeficientes de desvalorização da moeda a aplicar aos bens e direitos alienados durante o ano de 2010, cujo valor deva ser actualizado nos termos dos artigos 47.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas e 50.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, para efeitos de determinação da matéria colectável dos referidos impostos, são os constantes do quadro anexo à presente portaria e que dela faz parte integrante.
O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, em 19 de Julho de 2010.
ANEXO
Quadro de actualização dos coeficientes de desvalorização da moeda a que se referem os artigos 47.º do Código do IRC e 50.º do Código do IRS
Anos Coeficientes
Até 1903. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4275,74
De 1904 a 1910 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3980,20
De 1911 a 1914 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3817,46
1915 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3396,37
1916 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 779,95
1917 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 219,23
1918 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 583,36
1919 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 213,47
1920 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 801,81
1921 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 523,14
1922 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 387,44
1923 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237,11
1924 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199,59
De 1925 a 1936 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172,03
De 1937 a 1939 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167,06
1940 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140,58
1941 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124,86
1942 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107,80
1943 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91,79
De 1944 a 1950 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77,93
De 1951 a 1957 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71,48
De 1958 a 1963 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67,21
1964 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64,24
1965 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61,88
1966 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59,12
De 1967 a 1969 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55,29
1970 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51,20
1971 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48,74
1972 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45,56
1973 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41,42
1974 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31,77
1975 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27,14
1976 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22,73
1977 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17,44
1978 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13,64
1979 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10,76
1980 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9,70
1981 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7,94
1982 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6,59
1983 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5,27
1984 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4,09
1985 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3,42
1986 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3,09
1987 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,83
1988 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,55
1989 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,30
1990 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,05
1991 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,82
1992 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,67
1993 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,55
1994 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,48
1995 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,43
1996 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,39
1997 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,37
1998 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,32
1999 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,30
2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,27
2001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,19
2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,15
2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,11
2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,09
2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,07
2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,04
2007 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,02
2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,99
2009 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

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