Ajuda na leitura de assento de casamento, Alferes António Gaspar
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Ajuda na leitura de assento de casamento, Alferes António Gaspar
Boa tarde. Agradeço a alguém que me ajude a interpretar o que me falta do assento de casamento do Alferes António Gaspar, as partes com (...), que se encontra em:
Janeiro de Baixo - Pampilhosa da Serra, Livro de Mistos de 1711-1756, Folha 143 verso e 144 frente
http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=2601&FileID=215831
Em os seis de fevereiro de mil setecentos e vinte e tres se receberam em minha (presenssa e das testemunhas M.el Afonsso) e Joseph Simois (... porpalouvar ?) de presente Antonio Gaspar filho de Manoel Fernandes e de Paula Gaspar moradores neste lugar de Janeiro de Baixo com Francisca (...Gaspar ?) filha de Manoel (...Antam ?), e de sua molher Isabel Gil todos moradores neste lugar de Janeiro de Baixo de o primeiro matrimonio de ambas as partes e para que conste fis este termo dia mes e era ut supra.
Manoel Afonso .ta
Jozeph Simois .ta
O Vg Valentim da Roza (...)
Visto em (...) Jan.º de Baixo
18 de Mayo de 1723
Joze (...)
Algumas questões:
1) O ".ta" junto dos nomes das testemunhas é para indicar isso mesmo, que são testemunhas?
2) O facto de terem o "+" entre os nomes é indicação que é assinado a rogo?
3) Acho estranho que a mulher com quem se vai casar se chame "Gaspar", quando os pais não têm nenhum apelido/sobrenome "Gaspar".
4) Este parece ser o pai do Capitão Manoel Gaspar nascido em 1729, embora esta não seja a mãe. Se assim for, provavelmente o Alferes António Gaspar terá casado uma segunda vez, entre 1723 e 1729, com Maria Domingues, cujo assento ainda não procurei.
Obrigado pela ajuda que possam facultar.
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RE: Ajuda na leitura de assento de casamento, Alferes António Gaspar
"porpalouvar" será "por palavras".
Relativamente ao ponto 4) que escrevi, de facto alguma coisa não bate certo...
No registo de baptismo de Manuel Gaspar diz-se "Manoel filho legitimo do primeiro matrimonio da parte de ambos de Antonio Gaspar natural deste lugar de Janeiro de Baixo e de sua mulher Maria Domingues natural dos Caneiros" ... "nepto pella parte paterna de Manoel Fernandes" ... "e de sua mulher Paulla Gaspar".
Ora então este António Gaspar tem pais com o mesmo nome do que surge no baptismo de Manuel Gaspar, parece bater certo. Mas o registo de baptismo diz "do primeiro matrimonio da parte de ambos", o que já não bate certo, pois os nomes da esposa de António Gaspar, no seu casamento e no baptismo de Manoel Gaspar diferem, tal como diferem os nomes dos pais dessas esposas. Será que existiram 2 Antónios, filhos do mesmo casal Manoel Fernandes e Paula Gaspar?
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RE: Ajuda na leitura de assento de casamento, Alferes António Gaspar
Caro Confrade hmartins??,
Não me é possível, neste momento, pois estou de saída, dar-lhe uma ajuda nos pontos 1 e 2. Mas em relação aos pontos 3 e 4:
3) Normalmente, o apelido é "adquirido" ou "escolhido" com o casamento, de acordo com a "importância relativa" para a pessoa ou em relação ao lugar de naturalidade.
Neste caso - talvez - o pertencer à família Gaspar " trazia associado um superior reconhecimento social ou outro tipo de relação, por exemplo, afectiva, etc. Não há uma regra estipulada até ao século XX. Pode ser o apelido dos avós e até dos bisavós...
4) Repare no óbito da Francisca Gaspar em 20.01.1727 (imagem 242 do mesmo livro). Procure filhos entre 1724 e 1727... O 2º casamento deve ter sido na terra de naturalidade da 2ª mulher, como era habitual...
Cumprimentos,
José Fernandes Rodriguez
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RE: Ajuda na leitura de assento de casamento, Alferes António Gaspar
Boa tarde
Eis a minha leitura
"Em os seis de Fevereiro de 1723 se receberam em minha presença e das testemunhas Manuel Afonso e (1) José Simões por palavras (não está escrito “porpalouvar” veja letra a letra) de presente Afonso Gaspar filho de Manuel Gonçalves e de Paula Gaspar moradores neste lugar de Janeiro de Baixo com Francisca Gaspar filha de Manoel Antão e de sua mulher Isabel Gil todos moradores neste lugar de Janeiro de Baixo é (e não de – o é escrevia-se com h) o primeiro matrimónio de ambas as partes (o que significa o 1.º matrimónio de Afonso Gaspar e de Francisca Gaspar) e para que conste fiz este termo dia mês e era ut supra – Testemunhas Manuel Afonso José Simões O Vº (vigário) Valentim da Rocha e Silva – Visto em Vam (não sei o significado) Janeiro de Baixo 18 de Maio de 1723 Sottomayor"
1 – Não se vê mas lendo o assento anterior e no fim a “assinatura” das testemunhas pode-se saber o que devia estar escrito
Quanto às questões
1) sim quer dizer que são as testemunhas
2) não significa propriamente "a rogo". É um sinal utilizado por pessoas que não sabiam escrever, mas no caso pessoas que estiveram presentes ao acto. Poderemos dizer que é uma forma de "assinar de cruz"
3) Podemos achar estranho mas pode ser que a nubente tenha ido buscar o "Gaspar" aos avós ou tenha sido o próprio padre a "dar" o apelido.
4) julgo que a minha leitura explica este item. Parece que tudo está em ter lido "de" quando se trata de "é"
Vi outro pedido de ajuda seu em que lê um apelido como sendo "Traquinas". Não consegui encontrar a palavra certa mas o T é um F o q pode ser um g, uma leitura diferente "Freguesias ?"mas continua a ser estranho. Não tem hipótese de encontrar outros assentos de irmãos? Pode ser que dessa forma consegui-se saber o apelido correcto.
Atenciosamente
Maria Matos
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RE: Ajuda na leitura de assento de casamento, Alferes António Gaspar
Muito obrigado a ambos pela imensa ajuda que me têm dado!
No meu ponto 4) fiquei inicialmente confuso devido ao facto do assento de baptismo do filho de António Gaspar (Manuel Gaspar) dizer-se "filho legitimo do primeiro matrimonio ... de Antonio Gaspar ... e ... Maria Domingues", quando neste assento de casamento António Gaspar se estava a casar com Francisca Gaspar.
Ora dado que, com a ajuda do Sr. José Fernandes Rodriguez, confirmou-se que Francisca Gaspar faleceu em 20 Jan 1727, então a frase presente no assento de baptismo de Manuel Gaspar só pode estar incorrecta. António Gaspar ter-se-á assim casado 2ª vez, entre 20 Jan 1727 (óbito de Francisca Gaspar) e 18 Jul 1729 (nascimento de Manuel Gaspar), desta feita com Maria Domingues.
Uma questão, que resulta agora da minha inexperiência neste tipo de pesquisas e na grande dificuldade em ler o registo de óbito de Francisca Gaspar: O assento afirma lá que fez testamento. O que vem descrito a seguir ao assento de óbito é uma transcrição do testamento?
http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=2601&FileID=216073
http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=2601&FileID=216074
Com os melhores cumprimentos,
Hugo Martins
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RE: Ajuda na leitura de assento de casamento, Alferes António Gaspar
Ainda àcerca do Alferes António Gaspar, agradeço a quem me possa ajudar a interpretar o que me falta do seu assento de baptismo, que se encontra em:
http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=2592&FileID=213331
Aos sete dias do mes de setembro da era de mil e seis centos e he oitenta e hum annos pus os santos olios a An.to (=Antonio) filho de manoel (fre.s) fraguinas e de sua molher paulla gaspar forão padrinhos maria filha de manoel (Do.s) deste luguar, e o (...) Vigr.º que o bautizou (en quosa ?...) por nesesidade. E pª (=para) que conste fis este assento aos sete do dito mes e era ut supra.
O que parece ser "fre.s" significa "Fernandes"?
O que parece ser "Do.s" significa "Domingues"?
O que parece ser "en quosa" significa "em casa"?
Obrigado pela ajuda que possam facultar.
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RE: Ajuda na leitura de assento de casamento, Alferes António Gaspar
Caro H. Martins,
Refiro algumas dessas pessoas num estudo que publiquei: "Os Dias Barata Salgueiro da Madeirã - As Raízes duma Família do Antigo Termo da Vila de Álvaro", publicado no n.º 26 da Raízes & Memórias, revista da Associação Portuguesa de Genealogia, páginas 137-195.
Cumprimentos,
Nuno M. Barata-Figueira
SUBTÍTULO I
BARATA, DA VILA DE ÁLVARO
2 (II) António Mendes Barata, natural de Álvaro, casou nas Bogas de Baixo, freguesia do Janeiro de Cima, a 23-I-1654 com Isabel Gil, filha de Gaspar Gil e de sua mulher Maria Ana, da freguesia do Janeiro de Cima. Tiveram:
2.3 (III) Maria Barata, nasceu nas Bogas de Baixo, na freguesia do Janeiro de Cima, a 08-I-1659, tendo casado com José Dias de Carvalho, nascido nas Bogas de Baixo a 15-X-1655, filho do capitão José Dias de Carvalho e de sua mulher Isabel Fernandes, neto paterno do capitão Gaspar Dias, do Carregal do Zêzere, na freguesia de Dornelas do Zêzere, e de Iria Gaspar, do Orvalho, e materno de Fernão Gonçalves e de Maria Antunes, moradores no Janeiro de Baixo. Deste casal foi neto paterno o armigerado Manuel Dias Barata de Carvalho(4), capitão de milícias e Fidalgo de Cota de Armas (Carta de Brasão de Armas de 21-VI-1802; escudo partido, I de Dias e II de Baratas). Com geração nas famílias Anes Duarte Nogueira, de Dornelas do Zêzere, Athayde de Tavares Nogueira, de Lisboa, Dias Barata, das Bogas de Baixo e do Carregal do Zêzere, Dias Barata de Carvalho, das Bogas de Baixo, Dias da Silva, de Unhais-o-Velho, Dias da Silva Nogueira, de Dornelas do Zêzere, Dias de Brito, do Carregal do Zêzere, Dias Nogueira, de Braga, Sousa Barata de Carvalho, das Bogas de Baixo, etc.
SUBTÍTULO III
DIAS DO FUNDO-DA-RUA, DA CASA DO FUNDO DA RUA
7 (VI) José Dias Barata Salgueiro, que nasceu(79) na Casa do Fundo da Rua, na aldeia e freguesia da Madeirã, a 28-IX-1823. Casou (80) na igreja paroquial de Nossa Senhora da Paz da Portela do Fojo a 21-XII-1869 com Ermelinda Henriques da Ascensão de Jesus, nascida(81) na aldeia da Amoreira Cimeira, na freguesia da Portela do Fojo, a 10-VII-1848, filha de António Henriques Barreto Júnior, negociante, natural da aldeia da Amoreira Cimeira, na freguesia da Portela do Fojo, e de Maria de Jesus, natural da aldeia da Roda Cimeira, na freguesia de Alvares, neta paterna de António Henriques Barreto, natural da aldeia da Amoreira Cimeira, na freguesia da Portela do Fojo, e de Maria Dias, natural da aldeia e freguesia do Janeiro de Baixo(82), e materna de José Pires Baeta de Almeida, natural da aldeia dos Escalos Fundeiros, na freguesia do Pedrógão Grande, e de Bernarda Baeta, natural da aldeia da Roda Cimeira, na freguesia de Alvares. Com geração na família Dias Garcia, da Madeirã.
(4) Manuel Dias Barata de Carvalho, Fidalgo de Cota de Armas (Carta de Brasão de Armas de 21-VI-1802), capitão de milícias nas Bogas, Cavaleiro professo na Ordem de Cristo, nasceu nas Bogas de Baixo, na freguesia do Janeiro de Cima, a 29-VII-1745; era filho de Gaspar Dias, alferes e capitão na Companhia de Ordenanças da aldeia do Orvalho, na cidade da Covilhã, natural da aldeia das Bogas de Baixo, na freguesia do Janeiro de Cima, onde havia nascido a 18-XII-1702, e de sua mulher Maria Antunes, nascida na aldeia das Bogas de Baixo, na freguesia do Janeiro de Cima, a 04-VII-1701; neto paterno de José Dias de Carvalho, nascido na aldeia das Bogas de Baixo, na freguesia do Janeiro de Cima, a 15-X-1655, e de sua mulher Maria Barata, nascida na aldeia das Bogas de Baixo, na freguesia do Janeiro de Cima, a 08-I-1659 (filha de António Mendes Barata e de sua mulher Isabel Gil); e materno de António Domingues, natural do Outeiro, na freguesia de São Domingos, e de sua mulher Isabel Antunes, natural do Janeiro de Cima. Sobre ele consulte-se: ANTT, Processo de Justificação de Nobreza, Maço 37, n.o 19.
(80) CHF/BGEL, Livro dos Assentos Paroquiais de Casamento da Paróquia de Nossa Senhora da Paz da Portela do Fojo (1794-1872), folha 53v, Item 8, Microfilme 1461076.
(81) CHF/BGEL, Livro dos Assentos Paroquiais de Baptismo da Paróquia de Nossa Senhora da Paz da Portela do Fojo (1837-1862), folhas 69v a 70, Item 3, Microfilme 1461076.
(82) Maria Dias era muito provavelmente parenta do armigerado capitão Manuel Dias Barata de Carvalho, pois era filha do capitão Manuel Lopes, natural da aldeia do Soutelinho, na freguesia da Portela do Fojo, e de Maria Dias Pereira Pacheco, natural da aldeia e freguesia do Janeiro de Baixo, tendo a sua mãe – a dita Maria Dias Pereira Pacheco – nascido na aldeia e freguesia do Janeiro de Baixo a 14-IX-1755, sendo, por sua vez, filha de Manuel Antão, natural da aldeia e freguesia do Janeiro de Cima, e de Florência Maria Pereira Pacheco, natural da aldeia e freguesia do Janeiro de Baixo, neta paterna de Manuel Antão e de Isabel Gil, moradores na aldeia e freguesia do Janeiro de Cima, e materna do capitão Simão Pereira, natural da aldeia e freguesia do Janeiro de Baixo, e de Maria Dias Pacheco, natural da aldeia e freguesia do Orvalho.
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