Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a "Espanha"
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Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a "Espanha"
O que se passou com Fernão de Magalhães, cuja ascendência foi discutida com grande intensidade até há poucos meses atrás, e com Rui Faleiro, ajudam-nos a compreender a questão de Colombo.
26 anos depois das Capitulações de Santa Fé os portugueses já tinham chegado às “riquezas da Índia” que vinham das Molucas. Em Castela já se tinha conhecimento do Pacífico avistado em 1513 por Balboa do Panamá.
Magalhães propõe-se executar o plano em que Colombo tinha falhado, contornando o novel continente pelo sul e navegando o Mar do Sul, ainda só descoberto de terra, até às Molucas. Acreditava que, pelo tratado de Tordesilhas, ficava no hemisfério de Castela. Era uma aventura, por caminho desconhecido, mas de contornos já definidos. Não uma viagem para o desconhecido como a de Colombo.
As riquezas estavam localizadas, Magalhães já lá teria estado e mostrava as cartas de seu amigo Francisco Serrão que lá vivia. As riquezas que os esperavam eram imensas.
Quem era Fernão de Magalhães? Um fidalgo português que aos 45/47 anos ainda não tinha conseguido um comando de uma nau. Quem era Rui Faleiro? Quem eram os pais deste bacharel, "vizinho" da Covilhã?
Que pediram eles a Carlos V nas capitulações de Valladolid em Março de 1518?
--- Deter o monopólio do descobrimento das especiarias durante dez anos
--- A vigésima parte do lucro das terras das Especiarias
--- O título de almirante (para os dois) e o governo das ditas terras de juro
--- Levar anualmente mercadorias àquelas terras no valor de mil ducados
--- A propriedade de duas ilhas por si escolhidas em cada oito descobertas
--- Que seus ofícios, proveitos e beneficios passassem a seus herdeiros e descendentes
A que distância terão estado de dar início a casas titulares, Grandes de Espanha, de Magallanes e Falleros, 2 ou 3 gerações depois? Não sabemos.
Se o Pacífico não tivesse a enorme extensão que revelou, sem ventos que permitissem uma navegação fácil. Se um não tivesse morrido. Se o outro não tivesse desistido. Em minha opinião pouco.
Circunstãncias que não dependiam da sua obscura origem familiar.
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RE: Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a "Espanha"
Caro António,
Estou totalmente de acordo com esta posição de que os ensinamentos do caso Magalhães podem ajudar a compreender o caso Colon e vice-versa e acho muito mais incisiva e pedagógica esta forma de alertar para a realidade, do que os "ataques" aos autores de fé contrária.
Os parelismos são muitos, no tempo, no espaço, no modo, nas motivações, nos acordos, nos testamentos, nos falsários, etc., pelo que não será ilícito pensar-se em algum paralelismo nos perfis dos Nautas.
Penso que depois de férias também seria interessante abordar-se o tema do FM agente secreto, pois a clarificação já boa em si, talvez trouxesse alguns ensinamentos.
Um abraço,
Ângelo
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RE: Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a "Espanha"
Caros António e ângelo
Salvo melhor entendimento a vossa abordagem da questão parece-me metodológicamente mais rica por equacianar a conjuntura em que tudo se desenvolve , conjubtura geradora de paralelisnos de móbeis e comportamentos cujas similitudes parecem saltar á vista.
Nada retira o interesse romanesco das especulações laterais, perfeitamente inseridas num género literário de enorme e retumbante sucesso.
Mas alguma coisa que existe estudada sobre o reinado de D. João II talvez possa aconselhar alguma parcimónia no eenco dos seus "agentes secretos". E o que existe publicado sobre a estadia de Cólon , sua mulher e familiares em Sevilha, sob a protecção directa da Marquesa de Montemor (da proscrita Casa deBragança) merecerá reflexão
Um abraço
MLM
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RE: Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a "Espanha"
"o que existe publicado sobre a estadia de Cólon , sua mulher e familiares em Sevilha," ???
Estimado MLM:
Pode clarificar-me quem era esta "mulher" de CC ? É que me parece que Filipa Moniz já teria falecido quando Colom chega a la Arrábida...
Cumprimentos,
Fertelde
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RE: Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a "Espanha"
Estimado Fertelde
Respondi-lhe agradecendo a sua oportuna chamada de atenção para o meu lapso ao escrever mulher de Cristóvão Colobo onde deveria ter dito cunhada e sobrinhas. Mencionava as publicações e transcrevia passagens. Masd, pelos vistos, não chegou.
Muito obrigado e cumprimentos
MLM
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Cristovão Colombo - Cristobal Colón RE.: Colombo o novo - Colón
O corsário francês Colombo, "le jeune", aparece em Castela como Colón, o mesmo apelido com que é referido Cristovão Colombo na documentação castelhana.
1476-02-16 Valladolid
Archivo General de Simancas Signatura: RGS,LEG,147602,66
Perdón a Juan de Granada, vecino de la villa de Rentería, por haber peleado contra COLÓN, corsario francés
1478-01-30 Sevilla
Archivo: Archivo General de Simancas Signatura: RGS,LEG,147801,139
Carta de marca y represalia a favor de Juan López de la Riaza, vecino de Guetaria, cuya nave fue tomada y saqueada por los bretones de Bristol y entregada más tarde a COLÓN, capitán del Rey de Francia', del que hubo de rescatarse el dicho.
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Quem eram os irmãos Faleiro ?
A pobreza da nossa documentação do século XV, tendo-se perdido quase toda a documentação notarial e uma boa parte da monástica e da estatal, mantém-nos na ignorância em relação à origem de tantos e tantos notáveis portugueses de quatrocentos.
Não é de estranhar a ausência de referências na documentação nacional a Colon que por cá passou uns anos. Como não é de estranhar que a primeira referência conhecida a Fernão de Magalhães seja a do seu embarque para a Índia, já com mais de 30 anos. Até o autor destas linhas o revelar, não se conhecia nenhum documento em que interviesse seu pai, Rui de Magalhães.
Os irmãos Faleiro foram cosmógrafos notáveis. O mais velho, Rui Faleiro, assinou com Fernão de Magalhães o contrato com Carlos V, já referido neste tópico. O mais novo, Francisco, publicou várias obras sendo a mais conhecida o “Tratado de la Esfera y de la Arte de Marear", onde expôs os estudos do irmão para orientação pela longitude.
Ainda hoje não sabemos quem foram seus pais. Rui Faleiro, bacharel, diz-se vizinho da Covilhã no contrato com Carlos V. De lá seria natural sua mulher Eva Afonso que à Covilhã regressa, a casa de seu pai, quando o marido adoece em Sevilha. Em carta do Arquivo das Índias, os oficiais da Casa da Contratação, dizem-no natural da Covilhã. Seria ?
Felgueiras Gaio, em título de Carvalhais Faleiros, fá-lo natural de Braga e filho de um Diogo Faleiro. Di-lo morador na Madeira com Cristovão Colón a quem terá acompanhado “nas suas descobertas”. Seria o mesmo ?
Seu irmão Francisco Faleiro radicou-se em Sevilha. Deverá ser seu filho um Josue de Fuentes que, dito filho de Francisco Faleiro de dona Maria Manrique, vizinho de Sevilha, embarca em 1562 para a Nova Espanha. Francisco Faleiro ainda era vivo em 1567 quando intervém no processo de Lorenzo de Magallanes (parente do navegador que se habilitou à sua herança). Na altura disse que tinha 73 anos. Teria nascido cerca de 1493. Mas onde ? Quem foram seus pais ?
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RE: Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a
Caro forista tmacedo
"As riquezas estavam localizadas, Magalhães já lá teria estado e mostrava as cartas de seu amigo Francisco Serrão que lá vivia. As riquezas que os esperavam eram imensas"
É um ponto muito relevante, porque sabemos que Magalhães serviu em Malaca e morreu na ilha de Cebu. Enquanto esteve em Malaca terá servido no mar e se, de facto, navegou nas águas das Molucas, então passou além da longitude em que morreu (as Molucas estão a oriente de Cebu), sendo o primeiro navegador a circum-navegar o planeta, conquanto em duas viagens distintas.
O problema é que não há absoluta certeza de que Magalhães, quando esteve em Malaca, tenha navegado em águas mais a Oriente do que as águas de Cebu..., ou há? Ainda assim, a probabilidade disso ter ocorrido é elevada..., julgo eu.
cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a
Caro Sérgio Sodré,
Há uma probabilidade real, elevada como diz, de Magalhães ter estado nas Molucas. Quase não há referências coevas dos portugueses que estiveram na expedição às Molucas. São só referidos pouco mais de meia dúzia, comandantes das naus e pilotos. No entanto é provável que Magalhães, que esteve em Malaca durante cerca de ano e meio, tenha sido um dos 120 homens que participaram na expedição. Essa participação de Magalhães na expedição é referida umas décadas depois por Fernão de Oliveira, cujas informações se revelam fiáveis. A ser assim foi o primeiro homem a concluir a circum navegação da Terra.
Refira-se que não era esse o objectivo da viagem. Só por impossibilidade logística os sobreviventes da expedição continuaram para nascente em vez de retornarem, fazendo o caminho inverso da ida, como estava previsto.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Correcção
Onde digo:
"Refira-se que não era esse o objectivo da viagem. Só por impossibilidade logística os sobreviventes da expedição continuaram para nascente em vez de retornarem, fazendo o caminho inverso da ida, como estava previsto."
Devia dizer:
Refira-se que não era esse o objectivo da viagem. Só por impossibilidade logística os sobreviventes da expedição continuaram para POENTE em vez de retornarem, fazendo o caminho inverso da ida, como estava previsto.
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RE: Quem eram os irmãos Faleiro ?
Caro António Taveira,
Talvez este Faleiro, peritíssimo marinheiro e grande cosmógrafo, seja pai ou avô de Rui e Francisco.
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=282909#lista
Os meus cumprimentos,
Francisco
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RE: Quem eram os irmãos Faleiro ?
Caro Francisco (fxcct),
O problema é que essa referência é da segunda metade do século XVII. Qual a sua credibilidade ? Não consegui documentar nenhum Rodrigo (ou Rui) Faleiro próximo de Colon.
Gaio, em Carvalhais Faleiro, diz que um Rui Faleiro, que acompanhou Colon, era filho de um Diogo Faleiro. Este Rui teria vivido em Braga com sua mulher Catarina Anes com quem teria casado pelos anos de 1480. Teriam sido pais de um outro Diogo de Carvalhais Faleiro que recebeu ordens menores em 1508. Este Diogo de Carvalhais, pela ano em que recebeu ordens menores, teria nascido cerca de 1496. Seria pois da geração do Francisco Faleiro que viveu em Sevilha, nascido por volta de 1494.
O apelido Faleiro é bastante conhecido no século XV/XVI sempre próximo do Mar e a ele ligado. É apelido de marítimos. No Porto, na Figueira, no Algarve. Julgo que também em Sesimbra ou Peniche.
Cumprimentos,
António Taveira
P.S. Há uma referência a um bacharel Rui Faleiro no reinado de D. João II, que dificilmennte poderá ser o bacharel Rui Faleiro que em 1517 acompanha Magalhães para Sevilha.
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Colombo, "le jeune", ... ou COULON "le vieux"? RE: Cristovão Colombo
Caro António Taveira,
Quando diz que o "corsário francês Colombo, "le jeune", aparece em Castela como Colón"
Talvez queria dizer que o "corsário francês Colombo, "le vieux", aparece em Castela como Colón"
Pois Colombo "o Velho" era o vice-Almirante de Normandy que esteve ao serviço de D. Afonso V junto com o corsório Pedro de Ataíde "o inferno" patrulhando o estreito de Gibraltar durante a Guerra da Seucessão Castelhana...
Esse corsário não era o George Bissipat "o Moço" mas sim era o corsário Guillaume Casenove Coulon "o Velho"
Cumprimentos,
Manuel Rosa
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Colombo, "le jeune", ... ou COULON "le vieux"? RE: Cristovão Colombo
Caro Manuel Rosa,
Colombo o velho documenta-se até quando ?
Há mais duas referências posteriores ao corsário Colon na documentação de Simancas:
1483-11-04 Vitoria Archivo General de Simancas Signatura: RGS,LEG,148311,107
Para que el licenciado López de Chinchilla haga información sobre los gastos y daños ocasionados a Juan Ochoa de Elguero, armador de Bilbao, en servicio de Sus Altezas, uno de los cuales fuá la pérdida de una nao 'que le tomó COLÓN, capitán del Rey de Francia'.
1489-05-29 Burgos
Archivo General de Simancas Signatura: RGS,LEG,148905,85
Carta misiva al Rey de Francia para que haga justicia contra un Michelote, sobrino del corsario COLÓN, y devuelva a Pedro de Alday, vecino de Lequeitio, las mercancías y bienes que perdiera en el puerto de Barflena, al serle echada a pique, por aquél, su nave.-Condestable y Consejo.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a
Caro António Taveira
"Essa participação de Magalhães na expedição é referida umas décadas depois por Fernão de Oliveira, cujas informações se revelam fiáveis".
Embora tenha lido, há poucos anos, cerca de três biografias sobre Fernão de Magalhães, confesso que presentemente estou um tanto ou quanto a leste desta problemática..., por isso muito agradecia o favor de me indicar onde poderei ler a referida informação sobre a participação de Magalhães na expedição às Molucas.
O Fernão de Oliveira que refere é o autor da "Arte da Guerra no Mar"? É aí que devo procurar?
Cumprimentos,
Sérgio Sodré
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RE: Cristovão Colombo, Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e a
Caro Sérgio Sodré,
No meu livro sobre Fernão de Magalhães refiro-me a Fernão de Oliveira. Já o prof. José Manuel Garcia o tinha referido. Fernão de Oliveira terá nascido em Pedrogão ou Aveiro em 1507. Foi professor na Universidade de Coimbra, sendo mestre dos filhos de João de Barros. Deste terá obtido um manuscrito de um dos participantes na viagem de Magalhães que João de Barros possuía. Em 1536 publicou a primeira gramática da Lingua Portuguesa. Publicou a primeira obra sobre construcção naval, sendo também cartógrafo, historiador e piloto. Terá sido a partir desse manuscrito (que traduziu e prefaciou) "A Viagem de Fernão de Magalhães na Demanda de Maluco por El Rei de Castela". Encontra-se na Universidade de Leiden. Nele diz que Magalhães era natural do Porto e fala da sua participação na 1.ª expedição portuguesa a Maluco a partir de Malaca.
No prefácio do manuscrito diz:“...Antre os portugueses que descobriram Maluco foi um chamado Fernão de Magalhães, natural da cidade de Porto, em Portugal. Este era da geração dos Magalhães, gente honrada e nobre, e era criado del-rei em foro de moço de câmara, e homem entendido na arte de navegação e cosmografia, em especial pelo que aprendeu de um seu parente chamado Gonçalo de Oliveira, em cuja companhia foi ter àquela terra; do qual entendeu a verdade do sítio daquelas terras, porque era Gonçalo de Oliveira mui sabido nesta faculdade...”.
Cumprimentos,
António Taveira
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RE: Quem eram os irmãos Faleiro ?
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=283757#lista
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