Párvulo e/ou anjo, nos assentos de óbito.
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Párvulo e/ou anjo, nos assentos de óbito.
Caros confrades
Ajuda para saber se a utilização de "párvulo" ou "anjo", nos assentos de óbitos de recemnascidos, tem subjacente, ou razões geográficas, ou temporais ou se era do critério pessoal do pároco.
Muito grato desde já.
D.Clemente
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RE: Párvulo e/ou anjo, nos assentos de óbito.
Caro D.Clemente:
Párvulo significa criança, parece ter sido um termo de utilização corrente até cair em desuso, e anjo seria usado por analogia espiritual. Julgo que não haveria nenhuma condicionante à sua utilização pelo pároco.
Cumprimenta,
Vasco Galvão
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RE: Párvulo e/ou anjo, nos assentos de óbito.
Será que não seria uma forma de diferenciar os nascidos vivos e "mortos pouco depois" (ainda novos) dos "nascidos mortos"?
Geraldo Magela da Silva Araujo
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RE: Párvulo e/ou anjo, nos assentos de óbito.
Prezados confrades,
Será que não seria uma forma de diferenciar os nascidos vivos e "mortos pouco depois" (ainda novos) dos "nascidos mortos"?
Geraldo Magela da Silva Araujo
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RE: Párvulo e/ou anjo, nos assentos de óbito.
Ambos os termos designavam crianças pequenas, que ainda não tivessem atingido a idade da razão (7 anos). Ainda hoje em dia é comum ouvir chamar anjo ou anjinho a uma criança pequena que morre, e sepultá-la em caixão branco.
Párvulo, vem do latim e é hoje "parvo": pequeno de estatura. O significado actual virou-se mais para a pequenez de espírito, embora ainda mantenha a significação original, sobretudo em textos literários.
Depois dos 7 anos de idade os párocos já costumavam usar outros termos, como "criança", ou "menor" e para os adolescentes que já estariam em idade núbil (para os usos daqueles tempos) acrescentavam ao nome " moço(a) solteiro(a)" ou, simplesmente, o qualificativo.
Tiago Monteiro Dias.
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RE: Párvulo e/ou anjo, nos assentos de óbito.
A este propósito, esqueci de referir que as crianças têm um ritual próprio (ainda hoje usado na Forma extraordinária do Rito Romano) para sepultar essas crianças qua ainda não tenham atingido a idade da razão: «Ordo sepeliendi parvulos» in: Rituale Romanum, cap. VII.
Isto serve para dizer que esses dois termos não eram usados à toa, mas estava bem definido pelo Magistério (ainda hoje) da Igreja quem é que são os "parvuli" ou "anjinhos".
O ritual dá claras instruções de como se devem supultar estas crianças menores de 7 anos: «Quando morrer uma criança baptizada, antes do uso da razão, vista-se segundo a idade que tiver e ponha-se-lhe uma coroa de flores ou de ervas aromáticas na cabeça, em sinal da sua pureza e vingindade»
O sacerdote, em vez da estola preta ou roxa, usada para o funeral dos adultos, usa estola de cor branca, também para significar a pureza daquele santo inocente que Deus levou para junto de Si.
Tiago Monteiro Dias.
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RE: Párvulo e/ou anjo, nos assentos de óbito.
Caro confrade
Muito grato pela esclarecida e abrangente informação.
Cumprimentos
D.Clemente
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RE: Párvulo e/ou anjo, inocente sem mancha, nem culpa
Ainda a propósito da Teologia da morte das crianças inocentes:
A Igreja considera que qualquer criança que morra antes de antingida a idade da razão, é inocente, ainda que tenha cometido algum crime grave. Isto porque se ainda não tem consciência dos seus actos - por não ter razão e discerminento - a falta não lhe pode ser imputada, pois para se pecar é necessário conhecimento de que se está a operar mal.
Assim, fica mais claro porque é que há uma forma diferenciada para sepultar as crianças baptizadas, menores de 7 anos: os "parvuli".
É verdadeiramente uma festa. Nem os sinos dobram a finados nessa ocasião, o caixaõ, como já disse, é de cor branca e são meninos que o carregam até ao cemitério. O luto não é feito de preto, mas de branco. As decorações dentro do templo são também festivas, com velas brancas e flores (que se não devem usam para os funerais de adultos, quando os altares se devem despir de ornametos).
Apesar da dor da família e amigos, este ambiente festivo, justifica-se pela Fé (a firme certeza interior) de que aquele inocente está na Glória de Deus, numa vida que não tem dor, nem sofrimento algum, porque é contemplação perene da Verdade e da Vida.
Tiago Monteiro Dias.
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