Dúvida sobre transmissão de sobrenomes
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Dúvida sobre transmissão de sobrenomes
Prezados,
Em Portugal, no século XIX, uma pessoa poderia registrar um nome no batismo e posteriormente, no casamento, acrescentar outro nome de família, do pai ou da mãe, ao seu nome? Como seriam os costumes por essa época? Por volta de quando se estabeleceu a tradição (seja pelos costumes ou pela lei) de passar unicamente o nome de família do pai (ou ainda o da mãe, mas sempre acompanhado do nome do pai)?
Faz poucas semanas que comecei a visualizar as imagens dos arquivos distritais e isso sempre me causa dúvida, principalmente quando os nomes são mais comuns. Por exemplo, tenho abaixo o batismo de Albano (1888) e no mesmo os nomes dos pais são Antonio Pereira Valente e Roza Valente. Avôs paternos seriam Manoel Pereira e Joanna da Silva da Fonseca, na época moradores de Bustêlo.
http://digitarq.adavr.arquivos.pt/viewer?id=1260046 (IMAGEM 104)
No assento de casamento de Antonio Pereira Valente e Roza Valente (1874), pais de Albano, também consta como pais de Antonio Pereira Valente os nomes Manoel Pereira e Joanna da Silva da Fonseca, ainda moradores de Bustêlo. Pela idade informada, Antonio Pereira Valente teria nascido em 1855.
http://digitarq.adavr.arquivos.pt/viewer?id=1260070 (IMAGENS 16 e 17)
Já no assento de batismo que creio ser de Antonio Pereira Valente (procurei nos assentos de 1853 a 1856 e este foi o que mais se aproximou das informações dos demais), consta como pai Manoel Pereira e Joanna da Silva (sem o “da Fonseca”), moradores de Porto Laboso. Os pais de Joanna seriam Antonio da Silva da Fonseca e Antonia Valente.
http://digitarq.adavr.arquivos.pt/viewer?id=1260036 (IMAGEM 50)
No registro acima, também achei estranho o fato de Manoel Pereira Salgado ter dado somente um dos nomes de família para o seu filho Manoel Pereira... Por que não registrar o Salgado? Que tipo de critério se utilizava para retirar um nome de família?
Enfim, como os lugares informados são todos muito próximos, em Válega, suponho que realmente sejam as famílias paterna e materna do mesmo Antonio Pereira Valente que se casou com Roza Valente. Sendo que os nomes de família de Antonio vieram do pai (Pereira) e da avó materna (Valente).
Agradeço qualquer comentário sobre o tema, principalmente a vossa opinião acerca da suposição de Antonio, que consta no documento da imagem 50, ser o mesmo dos demais assentos.
Saudações,
Jorge Valente
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As crianças recebiam o nome próprio no baptismo e mais tarde acrescentavam os apelidos do pai e/ou mãe. Há regiões em que as mulheres usavam o nome da mãe, nem “sempre acompanhado do nome do pai” enquanto os homens, o do pai mas não há uma regra. A partir de 1910, começaram a registar as crianças com apelidos. De registo para registo, os apelidos podem variar. Por exemplo, um José, filho de um Silvestre Abreu Rodrigues e uma Isabel Amaral, tanto aparece de registo para registo, como José de Abreu com ou sem Rodrigues, como José Silvestre do Amaral, passando o nome próprio do pai a apelido. Por outro lado, cada irmão utiliza todos ou apenas alguns apelidos. Quanto ao nome próprio, também acrescentavam por vezes o nome da madrinha ou padrinho ou da mãe/pai. A crisma era o momento da escolha.
É perfeitamente normal que “Valente” não conste nos nomes do pai ou mãe de António. Se prosseguir a pesquisa, em princípio irá encontrar o apelido algures nos próprios pais de António ou nos avós, a não ser que seja alcunha. Quanto ao “Salgado”, não foi “retirado” por ninguém, simplesmente o filho (e não o pai) não o usou ou poderá tê-lo usado alternadamente, basta para isso procurar os registos dos filhos deste “não” Salgado. A regra era simplesmente a liberdade de escolha.
Quanto à passagem de apelidos na actualidade, o Código de registo civil (online) permite essa liberdade e não refere sequer o hábito actual que se julga ser norma, de colocar em primeiro lugar o nome da mãe e em final o do pai.
Cumprimentos
Vera V
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Boa tarde,
A utilização dos sobrenomes variava muito, isso é visível em muitos dos tópicos deste fórum.
Os meus avós ainda tinha o costume de dar sobrenomes diferentes a cada filho.
Para ter certeza se é sobrenome de família, o mais seguro é continuar a pesquisar nos ascendentes diretos e laterais. Assim terá a certeza tratar-se de um nome de família.
Cumprimentos,
Pedro Bandola
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