Registo de Baptismo - Expostos
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Registo de Baptismo - Expostos
Boa Noite a Todos,
Gostaria de colocar uma questão a quem me possa ajudar a esclarecer uma curiosidade, relativamente a forma como eram efectuados os registos dos indivíduos considerados expostos.
Neste momento efectuo pesquisas sobre as minhas origens na região do Torrão e encontrei relacionado com os meus bisavós dois registos de crianças considerados como expostas onde consta o seguinte relato:
"filho de pais incógnitos, encontrado a porta das casas de residência António Maria trabalhador, casado com Maria da Conceição, moradores na rua das estalagens desta Villa do Torrão".
No final do registo os padrinhos aparecem como sendo duas pessoas que não aparentam relação entre si sendo o homem solteiro e a mulher viuva e não existindo qualquer relação de apelido ou referência a parentesco entre eles.
A minha questão prende se na criança exposta, a quem seria entregue? Seria entregue ao casal identificado, como proprietários das casas onde a criança foi deixada? Ou deverá haver um outro registo que informe a quem foram entregues?
Agradeço desde já qualquer contributo que possa satisfazer esta minha curiosidade.
Com os melhores Cumprimentos.
Patricia Rodrigues
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#328640 | HRC1947 | 05 Mai 2013 22:41 | Em resposta a: #328639
"Caro Confrade;
Um exemplo para sua análise:
Roda dos Coptas " [ Zona Perto de Santarém ] - - Maria- 1846:
Aos nove de Agosto de mil oitocentos e quarenta e seis, baptizei solenemente, a Maria exposta na Roda desta
Freguesia , que foi dada a criar a Constância Maria, mulher de José Mendes, do lugar Serra de.., desta Freguesia,
filha de pais incógnitos, foram padrinhos o casal x, foram testemunhas o casal Y, todos desta Freguesia, que
eu sei quem são,,,,e para que fique legalizado este assento de baptismo vão todos assinar.
assinam: casal { x, } casal { y, } e o Pároco Freguesia respectiva, que foi quem celebrou o baptismo { z }."
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Saintclair
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Tanto quanto tenho observado as chamadas Rodas não tinham, procedimentos iguais, variando consoante a entidade que as tinha instaladas. Naturalmente as da Santa Casa da Misericordia tinham melhor organização. Aí fazia-se sempre o registo da mulher ou da família que levava a criança, tanto mais que essa mulher recebia uma verba para despesas. O processo de adoção era um procedimento posterior.
Nos casos em que a criança era deixada à porta de uma família supunha-se que os pais incógnitos estavam a solicitar a essa família que tomasse conta da criança.e muitas vezes essa família sabia porquê...ou o verdadeiro pai era da casa...ou razão semelhante. De qualquer forma penso que era sempre livre de aceitar o encargo ou não e que, se aceitava, e o declarava no acto do Batismo o Celebrante fazia menção disso no assento mas também nesse aspeto não sei se os procedimentos eram sempre idênticos em toda a parte.
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Caso a criança tenha sobrevivido, verifique o registo de casamento. Já vi casos em que aparece "criado em casa de", partilhando o apelido dos pais "adoptivos". Noutro caso, aparece "exposta" no baptismo e casamento mas já surge com os nomes dos pais (?) no casamento dos filhos.
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Olá Boa Noite,
Muito obrigada a todos pelo contributo, que muito me ajuda a perceber um pouco mais da minha historia.
Melhores cumprimentos,
Patricia Rodrigues
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Espero não ir atrasado em tentar prestar o meu contributo.
Tenho também alguns antepassados "expostos", pelo que já estudei este tema.
"Engeitado" quer dizer "abandonado"; "Exposto" quer dizer "colocado à porta de" ou "na Cada da Roda de".
Li que a criança que era abandonada numa Roda por vezes era acompanhada de um bilhete (lamentando o abandono, dizendo (ou não) o nome, com promessa de um dia vir a ser resgatada...).
Vi vários registos de casamentos de pessoas que foram expostas numa Roda, e que depois serviram numa casa muitas vezes distante da Roda. Vi alguns registos das próprias Rodas, em que os assentos eram de várias crianças de uma só vez.
Acredito que nos registos da Roda tenham apontado o destino das crianças, mas nunca estudei.
Julgo que o adjectivo "exposto" acompanhava o nome da pessoa para a vida, até morrer.
Em relação às crianças expostas à porta de particulares, lamento não saber responder a quem seriam entregues.
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Confrade,
Também encontrei expostos na minha pesquisa,mas,num deles constava apelido,e,o que ouvia meu avõ dizer é que "o avô dele conheceu o pai muitos anos depois",e,o que me deixou cismada é que meu bisavô recebeu o mesmo nome de uma testemunha que constava no batismo desse exposto.
Já procurei sobre Roda de Expostos da freguesia N.Sra da Misericordia ,mas,fui informada que nada sabem sobre tais registos,ou seja,fiquei sem saber se houve um reconhecimento dessa criança ,ou se quando encontrada apresentava algum bilhete,pois,não consta nada no seu batismo.
Mila
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Muito Bom Dia,
Deveras interessante este seu contributo Confrade MPrata e muito agradeço o contributo que junto as minhas anotações, uma vez que nem todos os registos eram feitos da mesma forma, torna se por vezes difícil interpretar ou relacionar dados e assim em futuras pesquisas vou ter esses dados em consideração.
Relativamente a dificuldade em encontrar registos das rodas dos expostos, ou mesmo nos registos de batismo, como apresentou a Confrade Mila parece ser um lugar comum, pois também me deparo com tal dificuldade.
No entanto em tópicos anteriores neste forum e por outras leituras que faço, já me ocorreu ler que nem sempre os registos eram feitos e muitas vezes ha que ter em conta que podem não ter sido feitos no mesmo concelho ou região.
Por exemplo a minha pesquisa centra se neste momento no concelho de Loulé e na busca dos filhos dos meus trisavós apercebi me por mero acaso e vim a descobrir que os primeiros 3 ou 4 filhos nasceram em Loule mas um 5 filho nasce e casa em Tavira notando uma clara mudança de vida que pode ter sido originada por variados factores.
Mais uma vez obrigada por todos os contribuitos.
Melhores cumprimentos.
Patricia Rodrigues
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