A mae de Branca de Vilhena
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A mae de Branca de Vilhena
D. Branca de Vilhena era filha de D. Henrique Manuel, conde de Seia e senhor de Sintra.
Mas segundo a base de dados GP e a maior parte dos linhagistas nào era filha de D. Brites de Sousa, a legitima esposa do conde.
Sempre julguei que fosse assunto sem grande ambiguidade, mas um dado que eu desconhecia faz-me duvidar.
No Boletim da Direcçào Geral dos Edificios e Monumentos Nacionais, n° 108, de junho de 1962, dedicado à Igreja S. Domingos de Guimaràes (cuja fundadora foi D. Branca de Vilhena), Eugenio E. Andreia da Cunha e Freitas, escreve :
" Como ficou dito, pouco resta da antiga capela-mor gotica, fundaçào de D. Branca de Vilhena, filha de D. Henrique Manuel, Conde de Ceia e alcaide-mor de Sintra. Tudo se perdeu conservando-se, ainda que oculto, o "moimento" armoriado de Manueis e de Sousas, que ela destinara para sepultura sua e da sua linhagem, aberto sob arcossolio numa das paredes laterais."
As armas dos Manueis nào fazem problema, mas as armas dos Sousas parecem mostrar que D. Brites de Vilhena considerava pertencer à linhagem, ou seja, que era filha de D. Brites de Sousa, o que suscita forte duvida, se o referido monumento armoriado é encomenda directa dela (e se o conceituado erudito nào se enganou).
Gostaria de conhecer os respectivos argumentos a favor de uma ou outra hipotese. Filha de Brites de Sousa ou nào.
Melhores cumprimentos
Carlos Silva
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Carlos Silva
Penso que os argumentos contra a possibilidade que aventa, resultam da opinião de uma maioria de fontes autorizadas, pelo que o Genea a dá como altamente provável.
Como calcula, a questão interessa-me: sou descendente dos dois casamentos de D.Branca Manoel de Vilhena. Do primeiro casamento com Rui Vaz Coutinho, descendo de Margarida de Vilhena e de seu marido Martim Afonso de Melo, alcaide-mór de Olivença. Do segundo, contraído com Fernão da Cunha, descendo de Maria da Cunha, 3ª senhora de Basto, que se veio a casar com Fernão Coutinho.
Bom, realmente a questão é intrigante. Não é natural.
Gostava que outros colegas se pronunciassem.
Melhores cumprimentos
Artur Camisão Soares
arturcamisao@netcabo.pt
Ps. Se quiser, contacte-me por e-mail.
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Carlos Silva
Nas “Linhagens Medievais”, vol. I, pg 177, na nota de rodapé 62, relativa a Martim Afonso de Sousa III cc Margarida Gonçalves de Sousa, José Pizarro, remete para os “Patronos de Grijó”, pg. 31-32 e 205 e ainda para a pg. 7-8, tomo 2, vol. XII, da História Genealógica da Casa Real Portuguesa”.
Provavelmente, este será o “estado da arte” relativo a este assunto. Se não encontrou nada sobre isto nos “Patronos”, e uma vez que aqui o GP já usou a HGCRP, não sei se será fácil avançar mais do que isto.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Vasco Jácome
Efectivamente, José Augusto Pizarro, refere nas Linhagens Medievais, vol. I, pág. 177 o seguinte:
« VII12- Martim Afonso de Sousa (Chichorro III), rico-homem omitido pelos livros de linhagens- mas que já anteriormente tivemos a oportunidade de identificar, graças ás referências do Livro das Campainhas- casou com Margarida Gonçalves de Sousa (Briteiros), de quem teve pelo menos uma filha».
A nota de rodapé, remete efectivamente para fontes autorizadas.
A questão que se põe aqui, revela a insuficiente fidedignidade das inscrições tumulares. Veja-se o que se passa com o Túmulo de D. Joana Henriques(Manrique de Lara), casada com D.Pedro Manoel, senhor de Montealegre e Menezes *c. 1355.
Lá que é intrigante, isso é: em qualquer hipótese, não se pode pôr o caso de armas assumidas (Sousa), não acha!?
Um abraço
Artur João
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Meus caros amigos:
Nas buscas q. fiz sobre a questão não cocluí nada... excepto (agora para Carlos Silva) aqueles em q. temos mais confiança, também se enganam. Então não ficaram famosas as "distrações" de A. Caetano de Sousa na sua HGCRP? E as anotações/comentários de Mattoso e Piel na Portigaliae Monumenta Histórica, não serão elucidativos? Bem que repito que nesta cousa temos de ter fé, e muita por vezes...
Quanto à heráldica tumular. Se hoje talvez 10 milhões de portugueses possam assumir as armas dos Sousas, Arronches ou do Prado, então tavez um milhão o pudesse igualmente fazer...
Como tb. toca com o Vasco Briteiros, esperemos o seu comentário.
Grande abraço!
Manuel Maria
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Ainda não passaram as 48 horas.
Vbriteiros,0,083.CB1949
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caros Artur Camisào Soares, Vasco Jacome e Manuel Maria Magalhàes,
Agradeço os interessantes comentarios.
Nào conheço os argumentos qui fizeram com que D. Branca fosse o mais geralmente considerada filha ilegitima do conde de Seia.
Sem ter opiniào definitiva, vejo um argumento (patrimonial) em favor da legitimidade de D. Branca, que vou pescar em « A Casa dos Coutinhos, Linhagem, Espaço e Poder (1360-1452) » de Luis Filipe de Oliveira :
« Em 1399, tinha casado Rui Vasques com Branca de Vilhena, filha do conde de Seia, a data exilado em Castela, vindo a entrar na posse de boa parte do patrimonio de Margarida de Sousa, avo de sua mulher (nota 147), que se distribuia pelos termos de Gaia, da Feira e pelas terras de Lafoes. »
Nota 147 : Cf Fr. Antonio de Meireles, Memorias do Mosteiro de Pombeiro, Lisboa, 1942, p. 31; L. Vaz de Sào Payo, “As distraçoes de D. Antonio Caetano de Sousa » Armas e Trofeus 1979, pp.22-54. Para uma visào do patrimonio do casal veja-se ainda a carta de partilha dos bens entre os seus três filhos, ANTT, Chancelaria de D. Joào I, Lv.4, fl.60-62 .
Pessoalmente tenho consideraçào pelo trabalho daquele universitario algarvio, mas bem sei que o melhor é verificar as fontes dadas em nota, o que infelizmente nào é possivel no meu caso.
Se algum colega tiver ocasiào de verificar, tenha a amabilidade de confirmar ou nào.
Sobre a interessante questào da fidedignidade das inscriçoes tumulares :
Por minha parte creio dever conceder certo valor genealogico às inscriçoes tumulares com as condiçoes (cumulativas) de que a pedra tumular seja absolutamente contemporânea, a saber, neste caso, como referia, encomenda directa de D. Branca de Vilhena, e por outro lado que a informaçào contida diga respeito à ascendencia directa do individuo (pai, màe) ou conjugue. A saber, neste caso a màe.
Julgo que no contexto, D. Branca de Vilhena, se ela mandou fazer uma pedra tumular armoriada, nào tinha razào de tomar armas que nào lhe diziam respeito. Pelo menos nào vejo nenhuma.
Caso muito diferente do que vimos no topico « Aqui jaz Ines », tambem sobre um tumulo vimaranense, da colegiada da Oliveira.
Seja como fôr, nào sabemos por enquanto no que se apoia a opiniào de Eugenio Andreia Freitas e Cunha no Boletim.
E nào se pode pedir o arrombamento de monumentos nacionais para satisfazer a sede de saber do genealogista.
Um abraço
C. Silva
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Meu Caro Carlos
Tenho aqui as "distrações..." e encontrando-a logo lhe referirei o que reza a respeito.
Abraços
Manuel Maria
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Resta-me acrescentar mais que ao contrario do que eu supunha o Alào de Moraes, na
Pedatura Lusitana, nào conta minimamente D. Branca entre os casos duvidosos por ele
evocados no que diz respeito aos filhos de D. Henrique Manuel.
Nào é elemento desprovido de significado.
C. Silva
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Artur Camisão Soares
Também sou de opinião de que, para a época, seria preciso bastante “lata” para assumir armas (e logo de Sousa) se não lhe pertencessem. Mas...
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Carlos Silva
Gostaria inicialmente de clarificar a minha opinião perante as inscrições tumulares: quando referi a insuficiente fidedignidade das inscrições tumulares, quis salientar que, bastas vezes, nos induzem em erro. Acrescentarei também que as fontes diplomáticas deverão merecer a nossa atenção, para além dos Livros de Linhagens, que não desmerecendo, apresentam uma sucessão de individúos pertencentes a determinada família, mas não os contextualizam: existe omissão do ambiente cultural, e da componente sócio-económica (p.e., os cargos que ocuparam).
Quanto à questão da filiação, dir-lhe-ei que tendo a considerar D.Branca Manoel de Vilhena como filha de D.Brites de Sousa e de D.Henrique Manoel de Vilhena. Só o facto de não ter existido qualquer transladação, sendo o túmulo, o original, contemporâneo, abona em favor desta tese.
O Carlos Silva aponta a hipótese patrimonial, só que não me parece plausível que D.Branca Manoel mandasse fazer um túmulo com o acréscimo das armas dos Sousa, se ela própria não fosse uma "Sousa"; como o Vasco Jácome diz, em português vernáculo: era preciso "ter lata": os Sousa nunca o consentiriam. Em suma, não podendo ter uma opinião definitiva, inclino-me para existência de erro quanto à ilegitimidade de D.Branca.
Melhores cumprimentos
Artur João
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Vasco Jácome
Agradeço-lhe a resposta. Eu também não consigo ter uma opinião definitiva: pelas razões aduzidas em mensagem ao Carlos Silva.
Um abraço
Artur João
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Carlos Silva
Só ontem pude consultar as “Pedras de Armas” e ver o que lá é dito sobre o assunto. Parece-me que a coisa é bastante mais complicada! No tomo II do Vol VII, pg. 304-308, é dito que no túmulo existem 2 pedras d’armas: uma de Manueis e uma 2ª esquartelada, no I e IV Portugal antigo e no II e III uma flor-de-lis.
Perante isto, Vaz Osório, não viu aqui quaisquer armas de Sousas (o que parece correcto) avançando com a hipótese de se tratarem das armas dos Nóboa ou Nóvoa. Esta teoria é baseada noutra genealogia da exposta pelo GP: D. Beatriz seria filha de Pedro Afonso de Sousa cc Elvira Anes de Nóboa; neta paterna de Afonso Dinis, filho de D. Afonso III. Seria assim a D. Beatriz aqui em:
http://www.geneall.net/pessoas/pes_show.php?id=62522
Só que esta hipótese parece já definitivamente desmentida por José Pizarro, quer nos “Patronos de Grijó”, pg. 31-32, quer nas “Linhagens”, vol. I, pg. 181, onde sobre esta senhora é dito que é “vulgarmente identificada como a mulher do conde de Seia, D. Henrique Manuel, confundindo-a vários autores com uma outra Beatriz, filha de Martim Afonso de Sousa. Não sabemos se casou.” Na nota de rodapé 81 é dito que a informação é baseada no “Livro das Campainhas”. Portanto, a tese seguida aqui no GP será a correcta.
Sendo assim, donde vem a ideia que a mãe de D. Branca era Sousa? Pelos vistos, da pedra de armas não é. Qual a origem da tal flor-de-lis? Infelizmente, Vaz Osório não parece ter tido acesso à genealogia correcta e acabou por avançar com uma hipótese inaceitável.
Assim, parece que realmente D. Branca não seria filha de D. Beatriz, mas sim de outra senhora, de família ainda não identificada, mas que justificará as armas da 2ª pedra.
Parto do princípio que a leitura heráldica da pedra esteja bem feita, pois a foto publicada já é antiga e pouco esclarecedora.
Enfim, parece que os túmulos de Guimarães dão que fazer...
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Vasco Jacome,
Complicado sim, e rico debate.
O argumento heraldico que motivou que se abrisse este topico tem a maior importancia me parece, mas somente na medida que se referiu ja em anterior mensagem.
A saber que o tumulo considerado deve ser contemporaneo, o que nào sei adiantar, e que Vaz Osorio sabe talvez dizer.
A foto evocada existe, e deixa talvez identificar uma época.
Mas precisamente no caso de E. Andreia Cunha e Freitas como no de Vaz Osorio nào sei como conseguiram ver as armas, e no segundo caso tirar uma foto, se o tumulo està escondido, como vem referido amplamente.
Sabe mais pormenores para nos esclarecer?
Por outro lado, tenho em mente que a afirmaçào de Andreia Cunha e Freitas que ao principio motivou minha curiosidade pode ter origem no trecho seguinte das "Memorias ressuscitadas da antiga Guimaraes" do Pe Torcato Peixoto de Azevedo (1692)
"tem capela-mor azulejada, e de aboboda dourada e pintada, e de mesmo sorte o arco que a divide da igreja, que està fechado com grades de pau preto e bronzeadas: foi esta capela instituida por D. Branca de Vilhena, filha do Conde D. Henrique Manuel, e de sua mulher a Condessa D. Brites de Sousa, e a dotou de 4000 rs., com obrigaçào de missa quotidiana, e fundou nas paredes do lado moimentos para seu enterro, com as armas da sua familia. E hoje administrador o Conde de Unhào".
A referencia ao "moimento" no boletim, pelo Cunha e Freitas vem provavelmente deste texto. Igualmente as referencias aos Sousas e Manueis tambem podem resultar, por "simpatia", do mesmo pedaço.
Em suma
Temos portanto umas armas que nào sabemos datar, e que nào sabemos identificar (por enquanto), mas certamente relacionadas com a familia real, o que sempre reduz o campo de investigaçào (Sousas, Briteiros, Chichorros, e alguns poucos mais…, mas quase todos Sousas em boa medida), tirando, podemos dizer, a familia reinante chegada.
Julgo que apesar de ter incentivado a curiosidade, a citaçào das armas nào é argumento seguro, salvo mais precisoes vindas do Vaz Osorio.
Mais, julgo que armas de parentes e descendentes das familias reais de Espanha e Portugal no séc. 14 ou 15 eram bastante instaveis, como a onomastica dos mesmos.
Em contrapartida, quero salientar o argumento patrimonial, cujo valor em genealogia medieval é primordial.
Mas as verificaçoes ja evocadas e que Manuel Maria de Magalhàes propoz realizar em parte sào bem necessarias (no seu todo …e peço mais uma vez auxilio).
O argumento patrimonial tal como dado por Luis Filipe Oliveira (Coutinhos) corresponde ao documental de José Augusto Pizarro (« Item Dona Margarida de Soussa. Item Dona Beatriz sua filha que cassou com Anrrique Manuel »).
Diga-se, a filiaçào de Branca de Vilhena nào se deduz simplesmente de armas.
Uma Brites de Sousa era a mulher de Henrique Manuel, e vejo que na Pedatura Lusitana de Alào de Moràes, Branca de Vilhena é uma das bem poucas filhas do Conde cuja legitimidade nào é contestada ou posta em duvida.
...Elementos para o debate. Mas a verificaçào vai ser indispensavel.
Melhores cumprimentos
Carlos Silva
P.S.1: Transcrevo como simples informaçào as « Memorias ressuscitadas da Provincia de Entre Douro e Minho no ano de 1726 » de F.X. da Serra Craesbeck. (Portanto antes das obras de 1744)
« Jas a dita senhora à parte do evangelho, em hum muimento levantado, metido dentro de hum arco ; e no alto deste, està hum escudo das armas dos Vilhenas e outro escudo sobre o mesmo tumulo e,por baixo, hum letreiro gothico, que dis o seguinte :
AQVI.IAS. D.BRANCA.DE.VILHENA.
FILHA.DO.CONDE.D.HENRIQUE.
MANUEL.DE.VILHENA.E.DA.
CONDECA.D.BRITES.DE.SOUZA.
Craesbeck chama a atençào para a Corografia Portugueza (que eu nào tenho)
P.S.2: Sào conhecidas as armas dos Chichorros? e ao certo às dos Briteiros ?
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Meu Caro Carlos
Tenho andado todo o dia numa azáfama e fúria imensa! Tenho a certeza que tinha aqui as "Armas e Troféus" completas até ao ano de 1986. Pois faltam-me os 1ºs anos, 1º série e justamente o de 1979. Acresce que tinha em separata, oferecida e dedicada pelo autor, as ditas "distrações", pois tb. não as encontro; no seu lugar está "O parágrafo 2º" que por agora não nos interessa. Mas, procurando nos índices da HGCRP, encontro várias D. Brancas de Vilhena, mas só uma casada com Ruy Vaz Coutinho e não Ruy Vasques. Curiosamente, chamados ao vol X, P 25, não se encontra por ali absolutamente nada q. lhe diga respeito.
Mas, como esta casa não tem buracos, por enquanto, hei-de encontrar as ditas "distrações".
Ainda não fui à Corografia, mas irei.
Armas dos Chichorros, não estão no Armorial, bem como no Armeiro Mor e Livro da Perfeiçom das armas. De resto, não estando no Armorial, não valerá a pena procurar os outros, poucos, q. tenho. Quanto a Briteiros, afirmativo. Dizem uns autores, segundo o Armorial, que uns as tomam dos Britos, enquanto outras tomam as próprias. São estas:
Esquartelado: o 1º e 4º de prata com um leão de púrpura. O 2º e 3º xadrezado de ouro e azul.
Quanto a Brito, temos:
De vermelho, com 9 lisonjas de prata, apontadas e firmadas nos bordos do escudo, postas 3, 3 e 3.Cada lisonja carregada c/ um leão de púrpura. Timbre, um leão do escudo.
Britos de Nicote:
Cortado, o 1º de vermelho com um castelo de ouro, lavrado de negro, aberto e iluminado de azul, ladeado de seis besantes de prata alinhados em pala, 3 a 3. O 2º de prata ondado de azul. Timbre, o castelo do escudo encimado por um dos besantes.
Amanhã direi o que encontro na Corografia e voltarei à carga na HGCB pelo dito Conde D. Henrique.
Grande abraço!
Manuel Maria
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Manuel Maria
Quer-me parecer que deverá haver alguma confusão: os Chichorro usam as armas dos Sousa do Prado.
Um abraço
Artur João
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caríssimo Artur
Tem carradas de razão. Claro q. sim, mas não me lembrou de todo, na procura das ditas. Amanhã vou ver o resto porque agora estou mesmo cansado e creio que adoentado...
Grande abraço e obrigado!
Manuel Maria
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Os Briteiros em S. Domingos ?
Caros colegas,
Mais um elemento cuja oportunidade nào sei avaliar, mas que nào me parece a priori desprovido de interesse.
Os três principais leigos participantes na refundaçào da Igreja de S. Domingos de Guimaràes, no séc. XIV, que vêm constantemente referidos (tirando os religiosos, o Arcebispo D. Lourenço Vicente, e um anonimo bispo de Burgos por vezes referido), foram D. Maria de Berredo (mulher de Rui Vasques Pereira), Joào Afonso de Briteiros, e D. Branca de Vilhena.
Creio que temos portanto três "Briteiros".
- Joào Afonso de Briteiros, como é obvio (mas que nào sei identificar na linhagem)
- Maria de Berredo, ou melhor, Maria Gonçalves de Briteiros seguindo o apelido de seu pai Gonçalo Anes de briteiros
- Branca de Vilhena, descendente por Margarida de Sousa, de Gonçalo Anes de Briteiros, e outros Briteiros mais (pelo menos na ascendencia defendida por José Augusto Pizarro).
Depois do argumento "patrimonial", de importancia consideravel, para situar a ascendencia de D. Branca de Vilhena, nào sei em que medida podemos juntar o elemento "religioso", com a tradicional tematica medieva do "centro religioso" familiar.
Fica para se estudar.
Carlos Silva
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RE: Os Briteiros em S. Domingos ?
Caro Carlos Silva
Como pode ver em www.monumentos.pt a igreja de S. Domingos sofreu diversas intervenções pela DGEMN (ou suas antecessoras) ao longo do séc. XX. É possível que numa destas intervenções, tenham posto o túmulo à vista e tirado a fotografia publicada nas “Pedras de Armas”. Este facto e a não inclusão na obra de uma foto actual como é hábito, leva-me mesmo a suspeitar que Vaz Osório não tenha visto o monumento “ao vivo”, mas apenas por fotos antigas.
Se foi assim, será que isto o terá induzido em erro e a tal flor-de-lis é na realidade o leão dos Sousas, ditos de Prado? Se tal se verifica-se, parece-me que teríamos o caso resolvido.
É realmente curiosa a inclusão de D. Branca de Vilhena nessa lista de Sousas e Briteiros. Realmente dá que pensar quais seriam as ligações de D. Branca a Guimarães para querer fazer aí a sua (e dos seus) morada final. Será pela “mão” dos Briteiros que se liga a Guimarães?
Para já são mais as perguntas e as hipóteses do que as certezas...
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Segundo Manuel Abranches de Soveral, que nào tem duvidas quanto à legitimidade de D. Branca, a flor de lis pode ser herdada dos Soverosas. Com efeito, Dona Margarida era
filha de Dom Gonçalo Anes de Briteiros e de sua mulher Maria Afonso Chichorro (neta de Dom Afonso III).
Sendo este Gonçalo Anes filho de João Rodrigues de Briteiros e sua mulher Dona Guiomar Gil de Soverosa. Ora, as armas dos Soverosas eram justamente a flor de lis, de que aliás resultam as armas usadas pelos Albuquerques (esquartelado das armas reais e de Soverosa,se bem que com mais flores de lis do que as que aparecem nos túmulos de Pombeiro).
um abraço e votos de saude
C.P. Silva
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Carlos Silva
É um facto que José Pizarro, nas “Linhagens Medievais”, no fim do capítulo dos Soverosa, vol. 2, pg. 220, a propósito do falecimento sem filhos de Martim Anes de Soverosa, diz: “Morto sem descendentes, assim se extinguiram os de Soverosa”. E na nota de rodapé 87: “Mas não a vontade de assumir a sua «herança». Com efeito, acreditamos que foi o que fez Dom João Afonso Telo II, 1.º Conde de Barcelos, ao assumir as armas dos Soverosas, ou seja, as cinco flores-de-lis”.
De qualquer modo, se a ideia de D. Branca era representar as armas da mãe não parece muito natural que fosse “repescar” as dos Soverosas, quando tinha a dos Sousa de Prado ou Briteiros mais próximas.
Provavelmente, estamos perante um caso em que a praxis histórica se sobrepõe às teorias!
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Vasco
O que diz tem efectivamente consistência. Lembro também outra circunstância: as armas antigas dos Soverosa eram: em campo vermelho, cinco flores-de-lis. Obviamente que no túmulo (ou numa fotografia) não se pode ver a cor do campo, mas o que faz, também, espécie é a existência de 1, única, flor-de-lis!!
Cumprimentos
Artur João
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caros colegas,
Temos portanto um escudo com armas dos Manueis, e outro partido de Portugal antigo e de uma flor de lis, se eu percebi bem (e se na foto é mesmo assim).
Pelo visto, mesmo que nào se identifique com certeza a origem da flor de lis, podemos ter a certeza que se sào armas ligadas a um ramo, provavelmente bastardo da dinastia Afonsina, o que no caso de Margarida de Sousa (M.A. Soveral) ou Margarida de Sousa e marido (J.A. Pizarro) nào é dificil de estabelecer.
Fora de estes, as possibilidades tambem nào sào assim tantas.
Depois arrisco uma proposta em materia heràldica que bem pouco domino.
A particulariedade da heraldica da casa real na idade media, ou melhor de seus ramos bastardos, parece ser certa forma de instabilidade, como ja escrevi em anterior mensagem. Mas deveria ter escrito certa capacidade de criaçào.
Os ramos derivados da familia real, nào sào a familia real a propriamente falar, mas tambem nào sào simplesmente as linhagem que se lhe juntaram. Os Chichorros e os Arronches nào sào a Casa de Portugal, mas tambem ja nào sào a Casa de Sousa. Pensaram portanto merecer armas diferentes, que lembram sua real origem.
No século 15, época em que alias suponho a heraldica nào deve estar de todo fixada (vejam-se as mudanças que parecem afectar o brasào dos Coutinhos, ou dos Azevedos), as casas derivadas da familia real inventam brasoes lembrando sua real origem mas com certa liberdade de invençào. D. Afonso, duque de Bragança parece « desenhar » as armas de sua casa misturando elementos historicos do brasào da casa reinante, numa composiçào original.
Igualmente as armas do duque de Coimbra, D. Joào (1433-1457) com sua complexidade. Todos os principes quatrocentistas da dinastia de Aviz enriqueceram suas armas com elementos novos, com raiz por vezes longinqua (por exemplo a presença embora leve de arminho nas armas do Infante D. Pedro, ou a flor de lis francesa levemente presente nas armas do Infante D. Henrique).
De certo modo a criaçào das armas dos Manueis no séc. 13 ou 14 nào foi outra coisa.
D. Branca nào era princesa da familia reinante, mas nào deixava pelo visto de aparentar com a dinastia Afonsina, e por outro lado seu avô, o prestigioso principe D. Juan Manuel, era regente de Castela, depois de ter sido Adiantado de Murcia, com estatuto bem especial naquela provincia (o Infante D. Manuel seu pai pretendeu em tempo a certa autonomia e ao estatuto de reino para Murcia).
Sem exagerar o estatuto de D. Branca, serà absurdo considerar que pode ter feito obra criadora, com armas em parte pessoais ??? Afinal o desenvolvimento da literatura ajudava neste sentido.
Mas a obra criadora tambem pode ser de qualquer seu antepassado materno dos relativamente poucos que eram descendentes da familia real (e que ao contrario dos Sousas de Arronches, ou dos Sousas Chichorros, nào se teria desenvolvido com exito).
Isso nào passa de modesto contributo, e peço um pouco de clemência pois nào é materia muito "minha" (mas nào se pode menosprezar o contributo da heràldica tumular em genealogia medieval).
De qualquer forma, mesmo sem se descobrir a soluçào, mas voltando à questào inicial, estou convencido que o argumento heràldico, tambem prova a legitimidade de D. Branca : Castela pelo pai, Portugal pela màe, mesmo que diluidos ambos. Uma boa assinatura para uma filha de Henrique Manuel e de Brites de Sousa.
Melhores cumprimentos
C.P. Silva
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caros Carlos Silva e Artur Camisão Soares
A hipótese de que as armas esquarteladas de Portugal - flôr-de-lis eram uma assunção deste ramo familiar, de certa forma similar à dos Albuquerque, mas que não terá vingado, parece-me razoável.
É claro que o melhor seria encontrar documentação que comprovasse o uso destas armas por mais algum parente próximo de D. Branca, eventualmente com algum selo igual ao escudo do túmulo.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caros colegas
As armas antigas do Esteves, são: em campo de prata, 1 (uma) flor-de-lis de vermelho; timbre- a flor-de-lis de vermelho. Haverá alguma relação, com aquilo que temos andado a falar?
Cumprimentos
Artur João
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Artur Camisão Soares
Pelo que se lê no “Armorial Lusitano” relativo à origem dos Esteves que usaram essas armas, não vejo qualquer ligação às pessoas em questão.
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Vasco
Eu também, a priori, não vejo. Quis apenas, salientar, o facto das armas antigas dos Esteves terem 1 flor-de-lis. Seria muito pouco provável um escudo partido de Portugal antigo e de Esteves, para além do mais.
Um abraço
Artur Camisão Soares
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Artur Joào, e caro Vasco Jacome,
Nào sei se devemos procurar mais entre as linhagens que usaram a flor-de-Lis como brasào.
O argumento heràldico, cheio de incertezas como vimos, nào pode no meu parecer, superar os argumentos ja desenvolvidos, principalmente os de natureza documental.
De certo modo nào podemos mais ter uma reflexào ex-nihilo sobre o assunto. Suponho que esta duvida heràldica tem de se resolver dentro dos dados que temos ja, nas linhagens ja conhecidas, entre as quais podemos hesitar.
Julgo que o conjunto esquartelado Portugal/Flor de Lis é um todo, como o é o conjunto esquartelado que representa os Manueis. Sendo assim o caso se resolve entre os relativamente poucos descendentes da dinastia Afonsina contidos na ascendencia de D. Branca.
A proposito da Flor-de-Lis, queria dizer que nào me causa espanto a distancia entre D. Branca e sua antepassada Soverosa mais proxima. Como transcrevia Vasco Jacome o apelido apagou-se mas a herança dos Soverosas permaneceu, por um lado. Por outro lado, sabemos nos com toda a certeza quais eram as armas dos antepassados que fazem vinculo entre os Soverosas e D. Branca de Vilhena ? Nem tenho a certeza que todos os Briteiros tinham as mesmas armas ao principio(Mais uma vez a verificaçào vai ser importante).
Como pode ver, inclino para um papel importante dos vimaranenses Briteiros.
A diferença no numero de Flores de lis tambem nào me causa mal-estar. Afinal a historia da Flor de Lis està cheia de exemplos de dimuiçào ou aumento no numero destas (Podemos imaginar uma tendencia diametralmente oposta à que teve lugar na casa real francesa, em que o numero de flores foi aumentando pouco a pouco).
O brasào deve ser criaçào de algum antepassado de D. Branca, composiçào que nào teve exito duradouro e nào foi portanto registada pelos autores. Pode ser uma variante nas armas dos Briteiros ou dos Sousas.
Sào três elementos afinal : Portugal antigo (a chamar a atençào para D. Afonso III) / Flor de lis (a chamar a atençào para os Soverosas) / Presença em Guimaràes e em determinado templo (que parece importante para os Briteiros).
O numero de antepassados de D. Branca que correspondem aos três criterios (Portugal/Soverosa/Briteiros) nào é muito extenso.
Em boa medida parecem apontar para Margarida de Sousa, cuja importancia como transmissora de patrimonio foi ja salientada. Mera proposta de trabalho (de quem nào esquece que o proprio marido de D. Margarida é discutido, e que os criterios tambem correspondem caso se trate de Martim Afonso de Sousa)
Abraços
C.P.S.
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RE: A mae de Branca de Vilhena
meu caro carlos silva
segui com interesse a discussão heraldica ,tema de sei pouquissimo e embora assuma que é off topico ....embora branca de vilhena seja uma antepassada minha .gostarias de lhes fazer uma pergunta ,
a minha familia ,pelo menos o meu ramo da india ,usava no sec 19 ,umas armas de arez
tripartido em mantel 1 cruz floretada e aberta ,vermelha em fundo de prata ,2ºaguia negra em fundo vermelho 3ª castelo de prata 3 torres em fundo vermelho paquife virola ,vermelho e prata ,elmo semi aberto de prata timbre a aguia do escudo
perdoem se fui muito incorreto na descrição
embora nao apareça no BP APARece no braamcamp freire em anexo nos aires .nao em semlhança com os ares galegos mas com armas de alguns arias poderia dar uma opimnião
um abraço jorge arez
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RE: A mae de Branca de Vilhena
Caro Jorge Arez,
O acaso da pesquisa fez com que eu tenha de aproveitar e debater um dado heraldico (de heraldica tumular) para tentar trazer um pouco de luz sobre uma dificuldade genealogica bem conhecida dos nossos nobiliarios.
No entanto devo ter menos competencia que o Jorge quanto à materia.
Mas pelo que creio ter notado ja, os três colegas que participaram no topico nào sào nada maus no assunto e talvez possam ajudar bem melhor.
Melhores cumprimentos
Carlos Silva
vizoivizoi@hotmail.com
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RE: A mae de Branca de Vilhena
obrigado pela sua resposta
mas os meus conhecimentos de heráldica são muito rudimentares
agradeço toda a ajuda
muito grato cumprimentos
jorge arez da silva
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