Dúvidas numa memória genealógica do século XVIII

Caríssimos,
Um antepassado meu de nome Manuel Moreira, bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra, deixou um pequeno manuscrito com alguns apontamentos acerca dos seus antepassados que o próprio foi investigando. Apesar de já ter confirmado grande parte dos dados e corrigido alguns erros, nomeadamente a nível de datas, pretendo aprofundar certas informações que infelizmente até agora não tenho conseguido.

Começa o dito manuscrito da seguinte forma:

«A pouca lembrança de algumas pessoas me deu curiosidade a fazer esta memória acerca de meus antepassados e dos mais meus parentes para melhor poder dar razão de minha ascendência e da mesma sorte a de quem esta vir, e assim começarei em Adão Gonçalves e Eva Moreira meus terceiros avós, pelo que vi em um instrumento passado de uma justificação feita no Juízo do Geral da cidade do Porto no ofício de João de Almeida Pitta no ano de 1673 a instâncias de meu tio Manuel Álvares Moreira Pereira.»

Pergunto: De que se tratava o Juízo do Geral da cidade do Porto? Estaria relacionado com o Tribunal da Relação?

« 4 - Eva Moreira minha segunda tia, foi casada em Viana com Francisco Álvares Monção, das partes de Monção e parente dos Pereiras daí por bastardia; teve dois filhos a saber: Manuel Álvares Moreira Pereira que casou em Pernambuco com uma Dona Isabel de quem não teve filhos, e agora assiste em Lisboa onde é guarda-mor do tabaco do mar e tendo ao pé de setenta anos se me disse estava contratado de casar com uma parente dos Cunhas natural de Braga e não sei se o casamento teve efeito. E o outro filho da dita minha tia chamava-se Pedro Álvares Moreira o qual morreu solteiro em Lisboa no ano de 1691». [Tenho dúvidas se será 1691 ou 1692, pois não é bem legível]

Os Pereiras de Monção, tratar-se-iam da nobre família dos Pereira de Castro? E onde poderia saber mais sobre a atividade do tal Manuel como guarda-mor do tabaco? Através de uma rápida pesquisa no Google não encontrei qualquer referência a este nome. Também não consegui localizar nem o seu óbito nem o do irmão Pedro Álvares Moreira em Lisboa, tendo já consultado em todas as freguesias.

Para contextualizar no tempo, copio o último parágrafo do mesmo manuscrito:

«Esta memória fiz aos 11 de Agosto de 1718, com alguns acrescentamento e mais clareza da que tinha feito em Fevereiro de 1696. O Licenciado Manuel Moreira.»

Agradeço a quem possa responder às minhas dúvidas e a quem porventura tenha conhecimento de alguma destas pessoas.
Helder Costa

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