Postos, cargos e dignidades militares
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Postos, cargos e dignidades militares
Deixo algumas referências a postos, cargos e dignidades militares que, quem sabe, podem servir de ajuda a alguém.
NB
ADAIL - Cargo desempenhado por um oficial, que devia ser Capitão. Competia-lhe conduzir o Exército em campanha, por veredas e caminhos ocultos ou mal conhecidos, sempre a coberto das vistas do inimigo; além disso competia-lhe ainda governar os Almocadens e os Almogavares e a restante gente com que se faziam as correrias no campo inimigo. Consta que o primeiro Adail foi nomeado por D. João I e se chamava Diogo de Barros, filho de Gaspar Nunes, Senhor de Castro Daire e que o cargo foi extinto por Do João III, e, segundo se julga, novamente criado por D. João V.
D. José nomeou Adail para Mazagão, Diogo Pereira, que devia ter o posto de Coronel, porque neste reinado existia naquela Praça uma Unidade de Cavalaria, com a denominação de REGIMENTO DE CAVALARIA DO ADAlL-MOR, DIOGO PEREIRA.
A designação de Adail-Mor demonstra que existiam vários Adais. Seriam os Capitães das Companhias do Regimento de Cavalaria?
AJUDANTE - Por alturas das Campanhas da Restauração surgiu este posto na Artilharia, sendo o antecessor do Oficial subalterno.
Alguns Ajudantes, com a organização regimental foram promovidos a Tenentes e posteriormente a Capitães. Mais tarde foram nomeados oficiais subalternos para os cargos de Ajudante de Batalhão ou Grupo de artilharia e Capitães para ajudantes de regimento.
AJUDANTE GENERAL DE CAVALARIA - Este posto existiu na Arma de Cavalaria pela organização de 1708, entre o Tenente-Coronel e o Coronel. Era um dos mais importantes do Exército, tanto para o pormenor do serviço do Corpo como para a boa expedição das ordens para a Cavalaria.
AJUDANTE DE TENENTE DE MESTRE DE CAMPO GENERAL - Esta categoria militar apareceu no nosso Exército durante as campanhas da Restauração e era um posto entre o Sargento-mor e o Capitão. Foi suprimido pelas reformas militares decretadas por D. João V em 1707.
ALCAIDE ou ALCAIDE-MOR - Cargo vindo do tempo dos mouros. Teve grande preponderância nos princípios da nossa nacionalidade, na defesa e guarda dos Castelos que lhe eram confiados. Houve Alcaides da honra, dos donzéis, da vara, do navio, servindo até alguns de juízes do povo e de cidades. Mas os de que aqui tratamos são os que governavam Castelos e Províncias, os quais, com a criação dos Governadores das Armas, ficaram com o encargo de governarem Praças e Castelos, directamente dependentes dos governadores das Armas das respectivas Províncias.
ALFERES -O alferes era o auxiliar do capitão e seu porta-bandeira, nos termos das Ordenanças de D. Sebastião.
ALFERES-MOR -Cargo criado por D. Afonso Henriques. O Alferes-Mor era seu imediato na Hoste, executor das suas ordens e condutor da Bandeira. Consta que o primeiro Alferes-Mor se chamou Dom Fafes Luz. Segundo o coronel Faria de Morais, o Alferes-Mor era apenas o condutor da Real Bandeira e D. Afonso Henriques tinha no desempenho deste cargo, na batalha de Ourique, Garcia Mendes. Posteriormente passou o cargo a ser preenchido por pessoas da casa de Sabugosa, na qual perdurou até ao fim da Monarquia.
Existia ainda outro Alferes, denominado o pequeno, que era o Porta-Bandeira quando o Alferes-Mor estivesse impedido. Com a criação dos cargos de Condestável e Marechal, o Alferes-Mor passou para 3.º lugar nas categorias que existiam junto do rei.
Na Aclamação de D. João, o Visconde de Barbacena, que se encontrava no Brasil, era o Alferes-Mor, talvez por ser neto do Marquês de Sabugosa.
ALMOCADEM - Capitão da milícia antiga, tinha o encargo de reconhecer os caminhos por onde a Hoste devia marchar.
ALMOGAVAR -Era este posto militar o de um guerreiro geralmente de cavalo, que comandava os almogavares, que tanto podiam ser cavaleiros como peões. Na Idade Média era soldado de tropa fronteiriça, capaz, pelo seu treino, força, sobriedade e valentia, de praticar as acções mais arriscadas nas regiões montanhosas, onde as operações de guerra eram sempre constantes e activas. Guarnecia castelos ou praças fortes e efectuava incursões e surtidas fulminantes sobre os acampamentos do inimigo.
ALMOTACÉ-MOR- A quem estava confiada a capitania das 100 lanças. No reinado de D. Manuel I desempenhava este cargo D. Nuno Manuel, e em 1508 D. João de Mascarenhas.
ALMOXARIFE - Oficial da Fazenda que tinha a seu cargo a cobrança de certas rendas. No nosso caso era a pessoa que tinha à sua guarda material pertencente ao Estado (Fiel de Depósito). O primeiro Regimento dos Almoxarifes vem incluído no da Fazenda, de 17-10-1516 e preenche os artigos 100 a 243. D. João IV deu Regimento ao Almoxarife dos bastimentos em 27-4-1654 e em 7 de Maio ao das Armas e Munições das Fronteiras. A Rainha D. Luisa de Gusmão, em 1657, mandou dar Regimento aos Almoxarifes das cabeças das Províncias e aos das Obras e Fortificações; em 1658 ao do Quinto das Presas e em 1659 ao dos factores das levas. D. João V deu novo Regimento aos Almoxarifes em 1710. Por carta de Lei de 1874, foi estabelecido o seguinte quadro do Almoxarifado: 1 Coronel, 3 Tenentes-Coroneis, 3 Majores, 11 Capitães, 16 Tenentes e 20 Alferes. Este quadro foi extinto pelas reformas militares de 1911.
ALVEITAR – Cargo que existia na Cavalaria e Artilharia. O Alveitar fazia as avaliações dos cavalos, o que consta de alguns Livros Mestres de Cavalaria. Antecessor do ferrador e do Enfermeiro hípico, tratava das doenças dos animais, embora sem os necessários conhecimentos de veterinária.
ANADEL-MOR - O Oficial que tinha este posto militar era o comandante de determinado número de companhias. chefiadas por anadéis. Foi criado por D. Femando.
D. João I, tanto nas Cortes de Braga como nas de Coimbra ocupou-se das reformas militares e mandou publicar em 1397, um regimento para o Anadel-mor.
O primeiro que ocupou este lugar foi Afonso Furtado de Mendonça, a quem o mesmo monarca mandou fazer a apuração dos Besteiros do Couto e Vintena do Mar, dando-Ihe para isso as necessárias instruções. Era o Anadel-mór capitão ou chefe dos Besteiros a cavalo ou da Garrucha, do Couto ou do Monte, a que chamavam Fraldilhas; mais tarde dos Espingardeiros, criados por D. João II, que nomeou Paio de Freitas, cavaleiro da sua casa, para desempenhar este cargo. Havia outros anadéis, todos subordinados ao Anadel-Mor. Em 1498, D. Manuel I extinguiu todos estes postos, deixando só os de Fraldilha e os Espingardeiros e nomeou para desempenhar tais funções, em 29 de Maio do ano seguinte Pedralves, também cavaleiro da sua casa. D. João III regulamentou estes serviços em 17 de Dezembro de 1524.
APOSENTADOR-MOR - Alto funcionário que, além de auxiliar o Marechal, preparava os acampamentos para o Exército, de acordo com os procuradores dos Concelhos ou Comarcas das cidades e vilas. Há noticia deste cargo desde o principio da nacionalidade, e conservou-se por muitos anos na casa de Santiago.
ARMADOR-MOR -Tinha o encargo de guardar as armas pessoais do Rei. D. Manuel I deu Regimento deste cargo a D. Gonçalo da Costa, em 1507.
AUDITORES - D. Afonso VI, em 1663, criou o cargo de Auditor para a gente de guerra nas fortalezas situadas de Cascais até Alcântara. E, em 1664, nomeou Auditores para a Cavalaria da Estremadura. Em 1763, D. José nomeou auditores para todos os Regimentos do Exército. Os conselhos de Guerra passaram a realizar-se nos quartéis das respectivas Unidades.
BRIGADEIRO - Posto criado por dec. de 27-4-1708, para a Inf, e Cav., devendo comandar um dos Regimentos da sua Brigada. Foi abolido em 1790, ficando apenas para nele serem providos os Coronéis impossibilitados do serviço activo. Foi novamente restabelecido em 1796.
Por dec. de 27-2-1801, foi determinado que houvesse 12 Brigadeiros efectivos na Inf., 6 na Cav., 3 na Art. e 2 na Eng.
D. Miguel, por dec. de 4-1-1830, criou o posto de Brigadeiro de Milícias, para nele serem reformados os Coronéis desta Corporação, que se mostrassem dignos dessa mercê. (Ordem do Dia n.º 3). 0 primeiro oficial que beneficiou desta concessão foi o Coronel do Regimento de Milícias de Vila Real, Luís Pereira Coutinho de Vilhena Guedes, reformado por dec. de 18 de Fevereiro do mesmo ano.
Este posto foi suprimido pelas ref. militares de 1864, tendo sido criado o de Gen. de Brigada, no qual ingressaram os Brigadeiros e Marechais de Campo então existentes, posto que também foi extinto.
Em 1929 foi novamente restabelecido o posto de Brigadeiro, para nele serem providos os Coronéis tirocinados para General.
BRIGADEIRO-GENERAL - Em 1823, (Ordem do Dia n.º 13), o Brigadeiro João da Silveira de Lacerda, que desempenhava as funções de Governador das Armas da Beira Baixa, tinha a categoria de Brigadeiro-General. Este oficial foi reformado com o posto de brigadeiro em 1832. A sua reforma ficou sem efeito e foi promovido a Tenente-General em 2 de Janeiro de 1833. No livro com a cota I. 129-1 (arq. Histórico Militar), encontra-se escriturado como Brigadeiro-General Henrique Carlos Henriques, Comandante da Infantaria do Exército da Índia em 1780.
CAPITÃO - A respeito deste posto, criado pelas Ordenanças de D. Sebastião, escreveu Isidoro de Almeida: - Entre muitas virtudes, deve o capitão ser liberal. Justo, magnífico, manso no conversar, presenteiro, paciente no escutar, verdadeiro e esperto no negociar, afável e humano para com todos, muito diligente para descobrir os seus conceitos e os segredos dos outros.
CAPITAO DE BOMBARDEIROS - Este posto foi criado por Decreto de 31-V-1641, subordinado ao Tenente-General da Artilharia do Reino ou ao Tenente-General, quando o houvesse. Era uma categoria superior à dos condestáveis.
Já na expedição que acompanhou D. Sebastião a Marrocos ia um Capitão de bombardeiros, nomeado por este monarca para dirigir a Artilharia expedicionária..
CAPITÃO-DE-CAMPANHA -Funcionário, tirado da classe dos Sargentos, encarregado de executar.a justiça nas Companhias e de prender os fugitivos.
CAPITÃO-MOR DE GINETES -Cargo criado por D. João II, em 1484. Era o Cmdt. da Guarda da Real pessoal, sendo Fernão Martins de Mascarenhas, o primeiro a quem foi confiado esse encargo. Com D. Afonso V, desempenhava estas funções Vasco Martins de Sousa Chichorro. D. Manuel teve por Capitão de Ginetes D. João de Mascarenhas, a quem, em 1508, foi confiada a Capitania das 100 lanças. D. Sebastião teve por Capitão da sua guarda pessoal D. Francisco de Sá, que depois foi Camareiro do Cardeal D. Henrique. D. João IV nomeou Capitão de Ginetes D. Francisco de Mascarenhas em 1641.
CAPITÃO-MOR - Em 1569 são constituídas as Ordenanças, por D. Sebastião e nomeados pelo mesmo rei os seus capitães-mores, com o encargo de proceder ao arrolamento da população masculina nas suas capitanias, entre os homens dos 16 aos 60 anos.
CAPITÃO-GENERAL - Em 1580 este cargo era desempenhado por D. Francisco de Portugal, 3.º Conde de Vimioso. D. João IV nomeou Capitão-General de todo o Reino, D. Afonso de Portugal, 5.º Conde do mesmo título, depois Marquês de Valença, ficando-lhe subordinados todos os Oficiais militares, da Fazenda e da Justiça, no que respeitava aos assuntos da guerra. Em 1651 o Príncipe D. Teodósio foi nomeado para este cargo. Houve mais tarde o cargo de Governador e Capitão-general das províncias Ultramarinas, os quais, nos termos do art.º 1 da Lei de 29-V-1822, passaram a ser militares de profissão.
CHANCELER OU NOTÁRIO -Esta entidade era nas Chancelarias o encarregado do Selo Real.
COMISSÁRIO -Esta teria sido a primeira. designação de Oficial superior na Artilharia, o qual superintendia em todas as questões de instrução dessa Arma. Há noticia de Pedro de Bastos, que depois foi o organizador do Regimento de Artilharia de Estremoz, ter desempenhado este cargo. Apareceu também um na Cavalaria, Francisco Lagoa Nogueira.
CONDESTÁVEL- Alto cargo criado por D. Fernando, em 1382. Substituiu o Alferes-Mor, que, com a criação do cargo de Marechal, na mesma época, passou para terceiro lugar. O Condestável era o oficio de maior honra na Hoste, depois do Rei; dirigia-a em campanha, quando o Soberano faltava, e era responsável pela sua boa ordem e disciplina. Nomeava os Coudéis dos besteiros e exercia toda a justiça militar na Hoste, no que era auxiliado por um letrado e por um homem de bem como meirinho. Dos despojos da Guerra pertenciam-lhe todas as bestas sem cornos (cavalos, muares e porcos) . No reinado de D. João IV perdeu o seu valor militar e transformou-se em título honorifico dos principais cortesãos. Desde a criação do cargo até à sua extinção, existiram os seguintes: 1.º D. Álvaro Pires de Castro, Conde de Arraiolos; 2.º D. Nuno Álvares Pereira; 3.º O Infante D. João, filho de D. João I; 4.º D. Diogo, filho do Infante D. João; 5.º D. Pedro, filho do Infante Regente D. Pedro; 6.º O Infante D. Fernando, filho do Rei D. Duarte; 7.º O Marquês de Montemor-o-Novo, D. João; 8.º D. Afonso, filho natural do Duque de Viseu; 9.º O Infante D. Luís, filho do Infante D. Duarte e sobrinho de D. João III; 10.º O Duque de Bragança, D. João I; 11.º O Duque de Bragança, D. Teodósio; 12.º O Duque de Bragança, D. João II, depois Rei; 13.º O Marquês de Ferreira, D. Francisco de MeIo, que desempenhou estas funções no Juramento de D. João IV; 14.º O Infante D. Pedro, que desempenhou idênticas funções no Juramento de D. Afonso VI; 15.º Duque de Cadaval, D. Nuno Álvares Pereira de MeIo, que desempenhou estas funções no Juramento de D. Pedro; 16.º O Infante D. Francisco, no Juramento de D. João V; 17.º O Infante D. João, que desempenhou as mesmas funções na coroação de sua mãe, D. Maria I; 18.º O Infante D. Miguel, na coroação de seu pai, D. João VI; 19.º O Duque de Cadaval, na. coroação de D. Miguel; 20.º O Marquês de Castelo Melhor, na coroação de D. Maria II; 21.º O Infante D. Luís, na coroação de D. Pedro V. Foi último Condestável do Reino, o Infante D. Afonso, irmão do Rei D. Carlos I.
CONDESTÁVEL-MOR - Este oficial inferior era superintendente técnico dos restantes condestáveis e seu superior hierárquico, que fiscalizava as suas actividades e passava as cartas de bombardeiros nomeados para esta arte, com todos os seus privilégios. Pelas reformas militares de 1762 foi suprimido o posto de condestável-mor e os então existentes passaram a ter a graduação de alferes (certamente segundos tenentes. porque assim se designava então aquele posto).
Tanto o Condestável-mor como o Condestável de artilharia, nada têm que ver com os Condestáveis do Reino.
CONTADOR GERAL DO EXÉRCITO - Em 1641 foram criadas as Contadorias; em 28/2/1642 D. João IV deu novo Regimento ao Contador-Geral do Exército, de modo que em cada uma das cinco fronteiras do Reino pudesse haver uma contadoria, destinada a pagar regularmente às tropas em campanha. Este cargo foi novamente regulamentado em 28/8/1645.
CORONEL -Por Provisão Régia de 4-3-1642, foi o Príncipe D. Teodósio nomeado Coronel dos 4 Terços da Nobreza que existiam em Lisboa. D. João IV, por dec. de 01-VIII-1645, nomeou Cmdt. do Terço de Eclesiásticos, com o posto de Coronel, o Deão António Furtado de Mendonça (irmão do 1.º Visconde de Barbacena). Pelas reformas militares de 1707, D. João V transformou os Terços pagos em Regimentos activos, passando então os Mestres de Campo a ter a designação de Coronéis.
CORONEL-GENERAL -Cargo estabelecido por D. Miguel, em 1829, para designar o comandante supremo dos corpos de Realistas. Para ele foi nomeado o 6.º Duque do Cadaval D. Nuno Álvares Pereira de Meio. Tinha o posto de Marechal de Campo e mais tarde foi elevado a Marechal-General, pelo Rei.
COUDEL -É este o primeiro posto militar que se nos depara nas antigas organizações militares portuguesas, correspondente ao de Capitão de Cavalaria, criado por D. Afonso V e que tinha sob o seu comando uma força de 30 homens.
COUDEL-MOR -Este Oficial foi encarregado, por D. Dinis de conservar no Reino as boas raças de cavalos e de tratar das Coudelarias. D. Afonso V nomeou Coudel-Mor do Reino Nuno Martins da Silveira, que era então o escrivão da puridade; e D. João I nomeou, em 1430, Álvaro Anes de Cemache. D. João II tomou várias medidas para melhorar a criação de gado cavalar e dispensou sempre as melhores atenções ao Coudel-Mor, ampliando-lhe as atribuições que já tinha.
EMBANDEIRADO - Aparece este cargo nos livros de vencimentos do Terço Velho do Minho, referentes ao ano de 1645, o qual, segundo o Cap. Gastão de Melo e Matos, era o condutor da Bandeira, quando não desfraldada e fora de combate. Vencia 2$000 reis por mês.
ENGENHEIRO- MOR DO REINO - (Do Almanaque do Exército de 1855). Antes da criação do Corpo de Engenheiros, em 1781, este cargo pertencia ao General incumbido das obras e fortificações do Reino.
Nalgumas províncias do Pais, particularmente no Alentejo e Algarve, os encarregados das Obras Militares também tinham a designação de Engenheiros-Móres. Em 1595, foi para a Índia com este titulo, o engenheiro Júlio Simões. D. João IV nomeou Engenheiro-Mor do Reino Carlos Lasardat, em 1643. Foi ocupar este cargo, por decreto de 1673, Luis Serrão Pimentel, engenheiro e professor de grande categoria, que era também Cosmógrafo-Mor do Reino. Manuel de Azevedo Fortes foi nomeado para o desempenho destas funções, com a patente de Brigadeiro, em 1719. Em 1754, foi ocupar o referido lugar, com a patente de Mestre de Campo-General, o Engenheiro Manuel da Maia. Ao Engenheiro Manuel de Blasco foram confiadas estas funções em 1769. O último Engenheiro-Mor do Reino foi Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, com a patente de Brigadeiro de Infantaria e soldo de Coronel, o qual lhe foi dobrado por decreto de 16/12/1780. Convém esclarecer que, nesse tempo, os engenheiros eram Oficiais de Infantaria.
ESCRIVÃO DOS MANTIMENTOS -D. João V mandou dar Regimento a este cargo em Julho de 1710.
FRONTEIRO-MOR -Para melhor defender o País, havia em cada comarca um Fronteiro-Mor, que dirigia a gente armada dessa comarca, para opor a primeira resistência às entradas que o inimigo tentasse fazer no território nacional. Há notícia destes cargos nos reinados de D. Afonso IV, D. Fernando, D. João I e D. Afonso V. Em 1669, D. Pedro II criou o cargo de Governador de Comarca, que parece ter sido o substituto do Fronteiro-Mor.
GENERAL DE BRIGADA -Criado pela organização militar de 1864 (Ordem do Exército n.º 25). Para ele transitaram os Marechais de Campo e Brigadeiros então existentes. Desapareceu pelas reformas militares de 1911 e os que então existiam ingressaram no quadro dos Generais, criado nessa altura por dec. de 26 de Maio do referido ano.
GENERAL DE DIVISÃO - Este posto foi suprimido pelo art.º 11 do dec. de 26-5-1911, que criou o posto de General. Mantiveram-se, contudo aos Generais de Divisão então existentes, todos os seus direitos e regalias, mas não eram contados no Quadro de Generais.
GENTIL-HOMEM DE ARTILHARIA -Este posto apareceu na artilharia por alturas das campanhas da Restauração. Era o comandante de uma bateria, da qual dirigia os movimentos e colocação.
Há notícia de existir na guarnição de Lisboa apenas dois gentis-homens: um em São Julião da Barra e outro no Castelo de São Jorge. Sabe-se que alguns destes Oficiais foram depois promovidos a Capitães de artilharia.
GOVERNADOR DAS ARMAS -O primeiro Governo das Armas que existiu no País foi o do Algarve, criado por D. Sebastião em 1573, por ser o território continental mais perto da África e donde mais rapidamente poderia prestar qualquer socorro urgente às tropas expedicionárias. Nomeou para o cargo D. Diogo de Sousa, com ordem de preparar meios de transporte para a expedição.
Em 1641, D. João IV criou governadores em todas as Províncias. Este cargo foi suprimido por D. João V, no começo do seu reinado, determinando que essas funções fossem exercidas pelos Mestres de Campo-Generais.
Por Dec. de 1762 passaram a ser nomeados como Marechais dos Reais Exércitos. Posteriormente. recebiam a nomeação com a categoria militar que tinham no Exército. Sá da Bandeira extinguiu este cargo em 1836, data em que foram criadas as Divisões Militares.
GOVERNADORES DAS COMARCAS - Cargos criados por carta Régia de 1669 (D. Pedro II); parece ter substituído os Fronteiros-Mores, que existiam anteriormente.
GUARDA-MOR – Chefe da Guarda pessoal do Rei (20 homens). D. João I nomeou para desempenhar estas funções Martim Afonso de Melo. Por vezes o Capitão de Ginetes era encarregado dessa missão e, nessa altura, a Guarda compunha-se de 200 homens a cavalo.
No tempo de D. Sebastião, a Guarda pessoal do Rei era denominada Guarda de Alabardeiro. Este cargo estava logo a seguir ao de Mordomo-Mor e tinha a patente de Capitão na Guarda do Rei, que se compunha de 20 fidalgos de nobreza conhecida.
Também era conhecido por Guarda-Mor da Câmara, Guarda-Mor da Corte e Capitão dos Cavaleiros da Guarda da Câmara.
INSPECTOR DA ARTILHARIA - Cargo criado por Dec. de 13/5/1807, para inspeccionar a artilharia e as munições da mesma arma.
MAJOR OU SARGENTO-MOR DE BRIGADA - Cargo criado em 1758. Era uma espécie de Adjunto do Comando da Brigada e competia-lhe receber, todas as tardes, as ordens do Sargento-Mor de batalha (Subchefe do E. M., a quem estava directamente subordinado).
MAJOR OU SARGENTO-MOR DA PRAÇA - Cargo criado em 1758 (Adjunto do Governo da Praça). Competia-lhe velar pela segurança daquela, e a colocação das guardas que deviam olhar pela fortaleza. Devia rondar várias vezes e verificar se o serviço era feito com atenção e cuidado.
MARECHAL- Com o cargo de Condestável, D. Fernando criou também o de Marechal, que era o verdadeiro comandante da Hoste e o executor das ordens recebidas do Rei, por intermédio do Condestável. O primeiro português que desempenhou este cargo foi Gonçalo Vaz de Azevedo. D. Afonso V nomeou para desempenhar estas funções D. Fernando Coutinho, continuando o cargo, por muitos anos nesta família. No tempo de D. Manuel era Marechal do Reino outro D. Fernando Coutinho, que em 1509 seguiu para a Índia com uma Esquadra de 15 navios.
Segundo o Regimento deste cargo (Ordenações Afonsinas, livro 1, tít. 33), para ele devia ser escolhido um homem nobre, generoso, magnífico e esforçado. Competia-lhe também dirigir os alojamentos da Hoste.
Por um decreto de 1643, D. João IV nomeou Marechal do Reino D. Fernando de Mascarenhas, Conde de Serém, que faleceu em 1649, sucedendo-lhe seu filho D. Jorge, 2,º Conde do mesmo título. Parece que passou a denominar-se Mestre de Campo-General junto da Real Pessoa.
MARECHAIS DE CAMPO - Por dec. de 5-4-1762, D. José determinou que os Sargentos-Mores de Batalha, que então tinham o cargo de Subchefes do Estado-Maior do Exército, passassem a ter a patente de Marechais de Campo.
Em 1774, o Tenente General da Artilharia do Reino, Manuel Gomes de Carvalho e Silva, em atenção às zelosas e úteis aplicações com que se tinha distinguido no cargo que desempenhava, foi elevado à dignidade de Marechal de Campo.
Por alvará de 15-11-1790, foram criados 24 lugares de Marechais de Campo, para o desempenho das funções inerentes a esse posto, nos diferentes cargos que lhe eram atribuídos.
0 posto de Marechal de Campo foi extinto pelo artigo 88.º da Organização do Exército de 1864, passando os então existentes ao quadro dos Generais de Brigada, criados pelo mesmo artigo. .
MARECHAL DO EXÉRCITO -Embora não fosse possível fixar a data da criação deste alto posto militar, sabe-se que em 5-4-1762 ascendeu a esta dignidade o 1.º Marquês de Alvito.
Foi também promovido a este posto, em Março de 1809, o Tenente-General inglês William Carr Beresford, Comandante--Chefe do Exército português durante a Guerra Peninsular .
Seguiram-se outros Oficiais que receberam o aludido posto, como o Conde de Viomenil, o Conde de Golzt, o Duque de CadavaI, o Duque da Terceira, o Visconde de Beire e o Duque de Saldanha. Este foi o último Marechal do século XIX. No séc. XX houve o Gomes da Costa, Carmona, Craveiro Lopes, Spinola e Costa Gomes.
MARECHAL- GENERAL – supõe-se que esta dignidade seja a continuação da de Marechal do Reino. criada por D. João IV em 1643.
Segundo o Cap. Gastão de Melo e Matos, terá tido origem no cargo de Cap. General, que em 1580 foi usado por D. Francisco de Portugal, Conde de Vimioso. Em 1641, foi nomeado para estas funções o 4.º Conde do mesmo titulo. D. Francisco de Portugal e por Carta Régia de 23-1-1651, o Príncipe D. Teodósio.
Depois foi conferido este posto ao Conde de Lippe, por decreto de 03-VII-1762, em atenção às suas eminentes qualidades, merecimentos e experiência militar revelados durante a sua carreira de Oficial, ficando também encarregado do governo das Armas de todas as tropas de Inf., Cav., Dragões, Art. e Eng. e director de todas elas. Em 29-IV-1809 são conferidas a graduação e honra de Marechal-General ao Duque de Wellington. William Carr Beresford também foi promovido a Marechal General do Exército Português, em 17-12-1815.
Passam-se bastantes anos sem que qualquer outro Oficial seja distinguido com esta categoria militar; mas, por dec. de 6-10-1832, D. Miguel elevou o Duque do Cadaval, D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, à dignidade de Marechal General do seu Exército e por dec. de 14-7-1833, conferiu o mesmo Monarca igual dignidade ao Conde de Bourmont, Luis Augusto Vitor. Foi a primeira vez que existiram dois Oficiais com esta patente.
A Organização Militar de 1834 não se refere a este posto, no entanto logo em Dezembro desse ano, D. Maria II promoveu o seu , o Príncipe Augusto, a Marechal-General (Ordem do Dia n.º 3 de 1835).
D. Carlos I foi nomeado Marechal General em 19-X-1889, data da sua subida ao Poder. Por fim, foi D. Manuel II elevado àquela alta dignidade, em 01-II-1908.
Com a proclamação da República, em 1910, extinguiu-se o posto de Marechal General.
MARECHAL MAJOR-GENERAL -Em 1833, D. Pedro Regente em nome da Rainha D. Maria II, nomeou seu imediato no comando, com a designação acima, o Barão João Baptista de Solignac. Foi exonerado em 13 de Julho seguinte e substituído pelo Marechal Saldanha, com a designação de Chefe do Estado-Maior Imperial.
MARECHAL DOS REAIS EXÉRCITOS - Nos termos do decreto de 5 de Abril de 1762 era dada esta designação aos Generais que recebiam a patente de Governadores das Armas das Províncias.
MARECHAL DO REINO - Posto criado em 1643, por D. João IV, o qual nomeou para ele D. Fernando de Mascarenhas, Conde de Serém. Em 1650, 2.º Conde de Serém D. Jorge de Mascarenhas, filho do antecedente, também foi nomeado Marechal do Reino.
Supõe-se que foi este posto o antecessor do de Marechal General e não de Mestre de Campo General, como já alguém escreveu.
MESTRE DE CAMPO- (Coronel) Comandava um Terço, segundo as Ordenanças de D. Sebastião.
D. João IV manteve este posto militar mas D. João V, transformando os Terços pagos em Regimentos activos, pelas reformas militares de 1707-1708, determinou que os Comandantes dos Regimentos se denominassem Coronéis, ficando assim abolida a denominação de Mestre de Campo.
Subsistiram, porém, os Mestres de Campo dos Terços Auxiliares, os quais, em 1796, se transformaram em Regimentos de Milícias passando os seus Comandantes a ter a designação de Coronéis de Milícias.
MESTRE DE CAMPO GENERAL JUNTO DA REAL PESSOA - Foi nomeado para estas funções, pela primeira vez. em 17 de Julho de 1648, o 2.º Conde de Serém D. Jorge de Mascarenhas (ver Marechal) .
MESTRE DE CAMPO-GENERAL -Cargo instituído por D. Sebastião. Era o Chefe do E. M. do Exército em operações, cujo comando estava confiado ao Capitão-General. D. João IV manteve esta categoria e, por Dec. de 5/4/1762, passaram os Oficiais que desempenhavam estas funções a ter a patente de Tenentes-Generais.
PAGADOR GERAL - Este cargo teve Regimento em 31/5/1641, dado por D. João IV e em 28/2/1642, data em que foi criada uma Pagadoria em cada um dos cinco Governos. Nessa altura deram-se excelentes providências para o bom regime e economia dos Exércitos, segundo os originais manuscritos que se encontram na Vedoria do Minho.
PEGEDEGINETA -Cargo exercido junto do Capitão e do Alferes de cada Companhia e possivelmente o porta-guião, nas mesmas condições do Embandeirado.
PROVEDOR DOS VIVERES -D. João IV, no intuito de abastecer regularmente as tropas em campanha, criou o cargo de Provedor dos Viveres para o Exército, em 3/3/1643. Até aí, o abastecimento era irregularmente feito por vivandeiros. Por Dec. de 29/8/1801 foi criada a ]unta da Direcção-Geral dos Provimentos de Boca para o Exército, que terá substituido a Provedoria.
PROVEDOR-GERAL DO EXÉRCITO - D. João IV deu regimento a este cargo em 31/5/1641. D. João V regulamentou-o novamente em 9/5/1707, para que o Exército, que nesse ano devia entrar em campanha, tivesse víveres com a devida regularidade.
SARGENTO-MOR - Di:z Isidoro de Almeida: «Deve o Sargento-mor ter a teoria e a prática, porque tendo somente uma delas a executará muito morosamente e isto e notável defeito neste carrego, a que deve sempre fugir este grande oficial. A teoria convém para o ajudar com a razão dos números e com o modo de os juntar e dividir, fazendo com eles seus esquadrões, sabendo-os mudar e variar em muitas formas segundo o sítio e o lugar o requererem e o Capitão-general lho mandar. Depois, com a prática, efectuará com presteza e diligência, como nas coisas da guerra se requer. Além disto, deve saber mandar, ter graça natural para isso; ter autoridade para ser obedecido, deve ter noticia das boas letras, sem as quais a experiência é defeituosa, a memória enfraquece, o saber faz-se menos e pouca honra se ganha nos sucessos. Se a todos os Oficiais cumpre ter cortesia, mansidão, brandura e boas palavras para mandar gente e Soldados, . este Oficial deve ter tudo isto dobrado e ainda mais o saber a experiência e o crédito, que ajudam a adquirir autoridade e reputação.
SARGENTO-MOR DE BRIGADA -Apareceu este posto militar na arma de cavalaria pelas reformas militares decretadas por' D. João V, intermédio entre o Sargento-mor e o Tenente-Coronel.
SARGENTO-MOR DE BATALHA - Cargo criado no séc. XVI, mas definitivamente introduzido no Exército, em 1663, quando o 1.º Conde de Vila Flor, D. Sancho Manuel, foi nomeado Governador das Armas do Alentejo. Sendo nomeado Mestre-de-Campo-General (Chefe do E. M.) o Conde de Schomberg, foram nomeados dois Sargentos-Mores de Batalha (Subchefes do E. M.) para o auxiliar. Parece, no entanto, que na batalha de Alcácer-Quibir, desempenhava estas funções Frei Bernardo da Cruz.. Em 1762 passaram a denominar-se Marechais de Campo.
SARGENTOS-MORES DAS COMARCAS -Cargos existentes nos primeiros tempos da Monarquia. Em 28/11/1598, foi recriado para instrução das Ordenanças. Suprimido em Outubro de 1781, passaram as suas funções a ser desempenhadas pelos Capitães-Mores.
SUPERINTENDENTE DOS TRANSPORTES - Cargo criado no reinado de D. Pedro II, por dec. de 24/11/1705, durante a Guerra da Sucessão de Espanha.
TENENTE - Pelas reformas militares de 1707-1708, apareceu nas armas de Inf. e Cav. o posto de Tenente, o qual, segundo a «INSTRUÇÃO MILITAR PARA O SERVIÇO DA CAVALARIA E DE DRAGÕES», da autoria do Sargento-mor Francisco José Sarmento, do Regimento de Dragões de Trás-os-Montes, publicadas em 1723, devia manter com o capitão, a quem substituía nas suas ausências, a melhor união e amizade, para assim concorrer com o seu zêlo e cuidado para o bem comum do serviço militar. Devia vigiar pela limpeza e saúde dos cavalos e ainda pelo bom estado das selas e armamento.
TENENTE-CORONEL -Pelas reformas militares de 1707 e 1708, foi criado o posto de Tenente-Coronel, o qual passou a desempenhar as funções de 2.º Comandante do Regimento, passando o Sargento-mor a comandar um Batalhão.
Nos termos das «Instruções militares para o serviço da cavalaria e dragões», pelo Sargento-mor Sarmento, devia este Oficial ser revestido de experiência, capacidade e valor, pois tinha de comandar o Regimento na ausência do Coronel com a mesma autoridade e competência.
2.º TENENTE DE ENGENHARIA - Por decreto de 3 de Novembro de 1792, criou D. Maria I este posto no Real Corpo de Engenheiros, passando logo para ele os Oficiais do mesmo corpo que se denominavam Ajudantes de infantaria com o exercício de engenheiros, com o posto de 1.º tenente. O posto de 2.º Tenente foi suprimido pela organização do Exército decretada em 24 de Julho de 1834.
TENENTES-GENERAIS - Em 1762 o Mestre de Campo General passou à categoria de Tenente General. Pelo Alvará de 15 de Dezembro de 1790 foram criados 8 Tenentes Generais das diferentes Armas. Nos termos do art.º 88.º da. Reorganização do Exército de 1864 o posto de Tenente General passou. ter a designação de General de Divisão.
TENENTE-GENERAL DA ARTILHARIA DO REINO - Cargo que substituiu o de Vedor-mor da Artilharia, criado em 20/4/1450, por D. Afonso V, foi estabelecido por D. João IV, por decreto de 28/12/1640. Para ele foi nomeado, por 3 anos , Rui Correia Lucas, sendo sucessivamente reconduzido até 1659, ano em que faleceu.
Passa-se quase um século sem noticias destas funções, até que, em 1748, sendo necessário enviar à Índia uma forte expedição militar, composta de 1.500 homens, resolveu o Governo vender este e outros cargos, para fazer face às avultadas despesas que era preciso realizar. Foi então comprado pela quantia de mil cruzados, por Manuel Gomes de Carvalho e Silva, para si e seus descendentes, com todos os ordenados. emolumentos, prerrogativas, jurisdições e proeminências que haviam tido os seus antecessores. Carvalho e Silva exerceu estas funções até 1754, data em que sentindo-se velho e doente, o cedeu a seu filho, que usava o mesmo nome.
Este último, que exerceu o cargo de forma deveras notável, faleceu em 1781, depois de ter sido elevado à dignidade de Marechal de Campo em 5/12/1774, em atenção aos seus altos serviços. Sucedeu-lhe seu filho, João da Cunha d'Eça Teles de Menezes, mas, por ser ainda menor, o lugar foi ocupado até 1788 por seu tio, João de Cunha d'Eça. D. Maria I extinguiu o cargo, por portaria de 30/7/1792.
TENENTE DE MESTRE DE CAMPO GENERAL -Esta categoria militar era um posto intermédio entre o Mestre de Campo e o Sargento-mor, depois de 1640, talvez o antecessor do Tenente-Coronel. Comandava um grupo de companhias não equivalentes a um Terço e algumas vezes o Terço na ausência do Mestre de Campo.
TENENTE REAL -Dignidade superior à de Governador das Armas, conferida em 1657 a Joane Mendes de Vasconcelos, quando nomeado Comandante Chefe do Exército do Alentejo, para o distinguir dos outros Governadores e Comandantes.
Não se repetiu porém tão subida designação em qualquer dos outros Governadores ou Comandantes .
TENENTE-REI - Cargo existente nas praças de guerra, imediatamente abaixo ao de Governador, a quem o Tenente-Rei substituía nos seus impedimentos, com poderes civis e militares. Segundo algumas opiniões as Praças de 2.ª e 3.ª ordem eram governadas por um Tenente-Rei.
TESOUREIRO-MOR DOS TRÊS ESTADOS – Cargo criado do por D. João IV, que o regulamentou em 31/5/1641.
VEDOR-GERAL DO EXÉRCITO - D. João IV regulamentou este cargo por alvará de 28/2/1642, tomando acertadas providências para o bom regime e economia dos Exércitos. Deu novo Regulamento ao aludido cargo em 16/5 e outro, com 15 capítulos, em 30/8. Em 28/8/1645, foi novamente regulamentado pelo chamado Regimento das Fronteiras.
VEDOR-MOR DA ARTILHARIA -Cargo criado por D. Afonso V, em 20/4/1450, mas o seu Regimento tem a data de 13/4/1449. Por Alvará de 5/10/1762, D. José criou três Iugares de Vedores para a Artilharia, sendo um no Exército do Alentejo, que foi extinto em 28/12/1811 (D. João VI).
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Meu Caro
Que excelente informação !
Se tiver disponibilidade poderia informar o significado da função "o mostrador". Este termo aparece numa carta do Infante D.Henrique relativa a Pêro Correia da Cunha/Capitania do Porto Santo na qual ele lhe atribui aessa função que julgo tratar-se de algo militar.
Obrigado Eugénio Medina
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Muitos Parabéns!
Um verdadeiro tópico de todo o interesse genealógico. Espero que sirva de exemplo.
Um abraço,
José Duarte Arnaud
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno
Extraordinário conjunto de informações!!
Apenas, um ligeiro acrecentamento:
Comodoro- Oficial general da Armada, ocupava postos de comando, em regra transitórios. Foi reintroduzido como patente, na altura do Dr. Veiga Simão, quando ocupou o cargo de Ministro da Defesa no XIII Governo Constutucinal. Na hierarquia, ocupa o posto intermédio entre o Capitão de Mar e Guerra e o Contra-Almirante.
Major-General- Oficial general do Exército ou da Força Aérea (de duas estrelas). Introduzido como patente em Portugal em 1999, no XIII Governo Constitucional, ocupa o posto intermédio entre o Brigadeiro-General (uma estrela) e o Tenente-General (três estrelas). Veio substituir a patente de Brigadeiro.
Forte abraço
Artur João
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno Borrego
Os meus sinceros parabens pelo seu trabalho.
Certamente vou ter mais facilidades para estudar o Marechal de Campo José Corrêa de Melo Mesquita Brandão e Sousa , 12º Senhor de Vale de Cunha? Já recebeu as fotocópias que lhe enviei? Precisava de saber se ele foi Marechal antes ou depois do casamento eeee quais os feitos que o levaram a essa posição?
Pode dar-me uma dica?
Cumprimentos
Vasco Briteiros
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Esta semana sou capaz de passar aí pelo Arquivo.
Grande Abraço,
NB
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
CAro Artur,
Obrigado pela dica.
Grande abraço
NB
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
CAro VAsco,
Ainda n recebi, assim que chegarem aviso. Os postos militares, ao contrário do Hábito das Ordens, não podiam provir pelo casamento. Vou investigar o nome que refere.
Grande abraço
NB
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
[EMENDA]
Constitucional- em vez de "Constutucinal"
Por vezes acontece....!
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
BRAVO!!!
Muitíssimo bem feito! Acaba assim com muitas confusões dos nossos jovens geneo-confrades (e não só) que nunca alinharam numa parada nem fizeram aplicação militar. Ainda hoje e apesar de tudo, penso q. o SMO não faz mal a ninguém...
A mim, a sua brilhante lição desfez-me algumas dúvidas, pelo q. fico novamente grato.
Mas, não estará a por os manos Amaral, GP e arqnet em concorrencia!?
Abraços
Manuel Maria
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno Borrego
Também não queria deixar de o cumprimentar por esta sua iniciativa, sem dúvida nenhuma bastante esclarecedora e proveitosa para quem anda nestas lides!
Cumprimentos,
Vasco Jácome
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno :
Os meus parabéns pela informação prestada! Só um posto que não sei o que significa : CAPITÃO DE CAVALOS. De que se trata?
Um abraço
Miguel Cabrita Matias
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Miguel,
Um capitão de cavalos era capitão de cavalaria. Existem outros postos, como o Capitão de Pilhantes, que estou a organizar.
Grande abraço
Nuno Borrego
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno
Excelente e precioso trabalho de síntese.
O único senão, que certamente será corrigido,diz respeito à ausência dos postos da Armada. Fala uma antigo oficial da Reserva Naval...
Grande abraço
Alexandre Callado
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno
Belíssima compilação!
Bem haja pela ajuda.
Como já tenho tido a oportunidade de referir em situações semelhantes, é com colaborações deste teor que este Forum sai prestigiado e o mesmo terá capacidade de atrair gente interessada sobre os temas da genealogia e da heráldica.
Os meus cumprimentos
Luís Freire de Andrade
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno,
Mais um óptimo trabalho, muito útil.
Um abraço,
Fmr
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno
Não querendo ser repetitivo nos elogios por esta tua iniciativa,lanço apenas um acrescento e duas perguntas:
1º.O Conde da Ponte de Santa Maria também foi Marechal do Exécito,aliás ocupando a vaga deixada em aberto pela morte do Duque da Terceira.
2º.Tens a certeza que o Visconde de Beire foi Marechal do Exército?As informações que tenho indicam que ele chegou apenas a Tenente-General, mas posso estar enganado,claro.
3º.Quantos postos existem hoje no generalato do Exército Português(sem contar com o GCEME e com o posto honorífico de Marechal)desde a reforma de 99? São apenas o Major-General e o Tenente-General ou há mais algum?
Obrigado e um abraço,
PAT
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Pedro Ahrens Teixeira
Desculpe a intromissão. Relativamente à sua terceira pergunta:
a) Ao nível de generalato, tanto no Exército como na Força Áerea, existe o posto de General (4 estrelas). Sendo que o General é o Chefe do Estado Maior: CEME ,no caso do Exército; CEMFA, no caso da Força Áerea.
b) No caso do CEMGFA (Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas) ser do Exército ou da Força Áerea, óbviamente que será um General.
Um abraço
Artur João
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Artur
Tem toda a razão:a nomenclatura da hierárquia é a mesma para o Exército e para a Força Aérea.Em todo o caso,sem contar com o CEME e com o CEMFA,há mais algum posto de general entre o major-general e o coronel?Pareceu-me ter lido aqui algures que sim mas pode ter sido impressão minha.
Um abraço,
Pedro
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Pedro,
o Visconde de Beire, saiu em vez de Visconde e Conde de Barbacena, Marechal do Exército, por dec. de 14-VII-1833. Após a Convenção foi "despromovido" para Marechal de Campo, posto q possuia em 1828. OConde de Barbacena foi Chefe do Estado Maior de D. Miguel, até 1833, data em que foi substituido pelo Conde de Beaumont, Marechal do Exército de D. Miguel.
O Visconde de Beire foi Tenente-general por decreto de 28-XII-1826.
O Conde da Ponte de Santa Maria também foi Marechal do Exército, assim vem tratado na Resenha das famílias titulares ....
Admito que tenham existido outros que me escaparam.
Neste momento no Exército e Força Áerea o Corpo de oficiais generais é o seguinte:
- Marechal (dignidade honorifica)
-General (os antigos Generais de 4E)
- Tenentes-Generais (generais de 3E)
-MAjor General (os antigos Brigadeiros)
-Brigadeiro-General (um posto novo onde, presumo, devem entrar os Coronéis Tirocinados e estará ao nível do Comodoro, na Armada).
Abraço
NB
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Onde poderei encontrar registos do cargo de Monteiros e Monteiros-Mór de Portugal desde o inicio até á sua extinção.
Cumprimentos,
Daniel da Fonseca Monteiro.
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Essas informações poderão ser consultadas nas Chancelarias régias/Reg. Geral de Mercês; na Casa do Infantado, Arquivo da Casa de Bragança, em Vila Viçosa, etc., (para as vilas e lugares pertencentes a estas duas Casas)
Cumprimentos
NB
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno
Agora que reapareceu este tópico,ficava muito agradecido que me esclarecesse se o cargo de Capitão-Mor,surge apenas em 1569 ou se era já concedido em datas anteriores.
No NFP no título de Leitões faz referência a dois irmãos Capitães-Mor de S.Vicente da Beira,Domingos Fernandes de Carvalho cc Fagunda Vaz Leitão e a António (Fernandes)Álvares (Pereira de Carvalho) mas, eles pelas minhas contas teriam nasc. c. 1480/1490.
Um Abraço
Francisco Álvares de Carvalho
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Francisco,
Essa data, 1569, refere-se à regulamentação das ordenanças. Anteriormente, e depois, existiram Capitães-mores das Praças, Castelos, etc.
Existem hoje alguma dificuldade em fazer reconstruções destes cargos em todas as localidades. O Conselho de Guerra é criado por decreto de 11-XII-1640, a partir desta data a documentação encontra-se na maioria reunida nesse órgão, que nomeava ou efectivava nomeações. Nas Chancelarias tenho encontrado algumas nomeações de capitães-mores antes dessa data, principalmente para a região que me interessa particularmente (distrito de Portalegre).
Talvez o nosso confrade de fórum Manuel da Silva Rolão saiba mais alguma coisa sobre São Vicente.
Abraço
NB
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno
Obrigado pela informação que me enviou.
Tenho uma fotocópia de um pequeno trabalho genealógico,incompleto e sem nome do autor sobre a origem dos Cary Marçal de Olivença e seus descendentes,principalmente a partir de Domingos de Mesquita Marçal Cary constante do LGFP.Se não o conhecer posso transcreve-lo.
Um Abraço
Francisco
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RE: Postos, cargos e dignidades militares
Caro Nuno Borrego
Muito interessante e útil a informação que deixou na abertura deste tópico, mesmo seis anos passados. Queria perguntar-lhe se tem alguma informação sobre um Cristovão Mouzinho, que foi Governador da praça militar de Valença do Minho, onde faleceu em 1647. Pergunto-lhe isto não tanto pelo cargo que exerceu, mas porque eventualmente poderá ter alguma relação com os Mouzinhos de Castelo de Vide.
Cumprimentos,
Nuno Borges de Araújo
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