Filho natural na segunda metade do século XIX
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Filho natural na segunda metade do século XIX
Boa noite,
Realizando pesquisas nos registros paroquiais de meus antepassados, no concelho de Coimbra, deparei-me com uma estranha situação:
Meus pentavós, ambos solteiros, residentes na Freguesia de Ceira, concelho de Coimbra, tiveram António, meu tetravô, na Freguesia de São Bartolomeu, também concelho de Coimbra, em 1867. Na ocasião de seu batismo, constou ser filho natural de Felizarda Maria, sem qualquer menção a seu pai (João). Neste assento de batismo registrou-se que à época Felizarda era residente em São Bartolomeu.
Ocorre que, quase 4 anos depois, em 1871, meus pentavós casaram-se em Ceira, momento no qual fez-se expressa menção ao filho nascido em 1867 em São Bartolomeu e assim ocorreu a perfilhação de António. Meus pentavós tiveram apenas mais uma filha, em Ceira, em 1872, constando serem paroquianos desta freguesia.
No entanto, António aparentemente sempre residiu em São Bartolomeu, pois todos os seus documentos o vinculam a tal local. Foi ali, inclusive, que ele se casou e morou antes de vir ao Brasil.
O mais curioso é o fato de ele desconhecer sua perfilhação, uma vez que, até depois de adulto, sempre era identificado como filho natural de Felizarda Maria e de pai incógnito. Isto me leva a crer que ele de certo modo foi abandonado por seus pais após o batismo e criado por outra família. Entretanto, sempre utilizou o sobrenome de seu pai biológico.
Peço ajuda dos senhores para tentar entender esta situação.
Teria Felizarda, ainda solteira, fugido ou algo do tipo ao deslocar-se de Ceira para dar a luz e batizar o filho natural em outra freguesia, relativamente distante?
Ter filhos naturais era uma atitude recriminável no século XIX em Portugal?
O que poderia explicar a ausência do pai no batismo do filho, ainda que natural, e um eventual abandono por parte dos pais, que voltaram a residir em Ceira e deixaram o filho em São Bartolomeu?
Grato.
Atenciosamente,
Bruno.
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Filho natural na segunda metade do século XIX
Gostaria de saber mais sobre também pois meu caso é muito parecido. Meu avô nasceu dois anos antes do casamento do país. O pai teria 16 e a mãe 20 na época do seu nascimento e casaram quando o pai completou 18 anos. No registro de passaporte do meu avô ele consta como “filho natural de nome da mãe” porém com o sobrenome do pai. No casamento dos pais não consta que ele foi perfilhado. Diversos registros de nascimentos dos irmãos nessa freguesia após o casamento do país (todos eram da mesma freguesia, país, irmãos, avós). Porém, do meu avô, não existe batismo nessa freguesia, e nem nas próximas. Fico me perguntando se a mãe foi para outra freguesia dar a luz por vergonha do pai ser menor de idade...
Sobre filhos naturais, vi que era algo comum. Existem muitos batismo apenas com o nome da mãe solteira
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Já vi uma situação parecida. O filho nasceu antes do casamento, porém por algum motivo não houve assento na época do batismo.
Só encontrei o assento no livro do ano em que foi emitido o passaporte, onde consta ser filho legítimo por subsequente casamento.
Cumprimentos
RMF
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