Ascendentes de Manuel Pereira, Alcaide de Aveiro (século XVII)
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Ascendentes de Manuel Pereira, Alcaide de Aveiro (século XVII)
Descendo Estevão Teixeira Pimentel, homem nobre que viveu em Aveiro no século XVII, filho de Manuel Pereira, Alcaide de Aveiro, e de Filipa Teixeira. Este Estevão Teixeira Pimentel parece ter nascido na então Vila de Aveiro e foi casado com Dona Ana de Lima, nascida em Alfama, Lisboa, filha de Belchior Leitão e de Dona Maria de Lima. Deste casamento, nasceu a minha antepassada Dona Joana de Lima Pimentel, casada com Pedro Tavares Pacheco, Correio-Mor de Aveiro e Fidalgo da Casa Real, filho de Manuel Tavares (que foi Capitão-Mor e Correio-Mor de Aveiro, além de Fidalgo da Casa Real e Fidalgo de Cota de Armas para Tavares e Távora, em 1639). Pedro Tavares Pacheco e Dona Joana de Lima Pimentel geraram o meu antepassado Francisco Pereira de Lima, que foi tabelião em Sever do Vouga, bem como um filho homônimo ao avô materno, chamado Estevão Teixeira Pimentel, que foi Familiar do Santo Ofício.
Contudo, venho aqui tratar dos ascendentes de Manuel Pereira, Alcaide de Aveiro, que descobri em sua diligência de habilitação para servir o Santo Ofício como familiar (datada de 1620, quando já tinha, com certeza, mais de 40 anos de idade, talvez 50, e era casado). Nesta dita diligência, consta como nascido na Vila de Pereira, termos da Cidade de Coimbra (hoje, freguesia de Montemor-o-Velho), sendo filho de Mateus Dias e de Joana Brás. O dito Mateus Dias era filho de um João Álvares, que me parece ser o mesmo que, com Afonso Mourão, em 1517, fez casas no Castelo de Montemor-o-Velho, recebendo 4.000 reais de Dom Manuel I. Este João Álvares era casado com Isabel Luís, mãe de Mateus Dias, e todos foram ditos "cristãos-velhos e de bons costumes". Por parte de Joana Brás, mãe de Manuel Pereira, esta era filha ilegítima de Brás Afonso, "lavrador honrado, riquo e abastado", com Francisca Sousel, sendo todos cristãos-velhos da Vila do Pereira.
Na mesma diligência constavam, como de costume, os ascendentes de Filipa Teixeira, esposa de Manuel Pereira, e foi dita como nascida em Santos-o-Velho, Lisboa, tendo, quando menina, crescido e vivido na Rua Direita com a sua mãe. Era filha de Jorge Fernandes e de Isabel João, sendo este Jorge Fernandes já falecido há 45 anos em 1620, motivo pelo qual não souberam dar os avós paternos de Filipa, fato que quase se tornou um obstáculo à aprovação de Manuel Pereira, se não fossem as testemunhas, gente antiga de Lisboa, que conheciam ao pai de Filipa e disseram ter sido ele "cristão-velho e de bons costumes". Além disso, uma senhora que o conhecia, afirmou ser o "George Frz que foi cantor na igreiza de Santos et lhe parece que foi barbeiro". A dita Isabel João, mãe de Filipa Teixeira, era filha do Capitão João Fernandes, "o Torto", e de outra Filipa Teixeira (que alguns diziam conhecer por Filipa Gonçalves). Este João Fernandes foi navegador, mestre ou piloto de navios, o que é dito no que transcrevo: "hera homem do mar, piloto ou mestre"; e "foi homem m.to honrado, mareante, piloto ou mestre de navios". Já a dita Filipa Teixeira, também dita Filipa Gonçalves, "fazia boullos de manteiga pr.a vender".
Esta é a ascendência que conheço de Manuel Pereira, através de sua diligência para servir como Familiar do Santo Ofício. Como nasceu à volta de 1570, estimo que os seus pais nasceram em torno de 1530-1550 e, assim, os seus avós em aproximadamente 1490-1520. Sei que, como o pai de Filipa Teixeira era falecido há 45 anos em 1620, ela deveria ter, então, no mínimo 45 anos de idade nesta data, e o seu marido algo semelhante. Assim, teria nascido antes de 1575.
Agradeço desde já caso alguém possa me fornecer mais informações sobre estes meus ascendentes.
Com os melhores cumprimentos,
João Brianti
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