descendentes dos de «Riba-Douro»
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descendentes dos de «Riba-Douro»
haverá alguém que possa esclarecer a seguinte dúvida;
os fonseca e os machados e talvez outras familias, descendem dos de «riba-douro», e eu pergunto «riba-douro» é nome de alguma familia nobre de tradições antiquíssimas que deu origem a outras familias e cujo nome «riba-douro» desapareu ou refere-ce a uma área geográfica.
existe no porto uns «ribadouro»(nome de grafia diferente de «riba-douro»),terão eles algo a haver com os «riba-douro».
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RE: descendentes dos de «Riba-Douro»
Caro Fonseca.
De donde escreve? As suas questões ( tambem de outros tópicos) são curiosas e só perante uma resposta à minha pergunta se pode articular uma resposta conveniente.
Cumprimentos
Vasco Briteiros
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RE: descendentes dos de «Riba-Douro»
eu escrevo de leiria onde existe muitos fonsecas nesta zona eu em concreto sou da freguesia de colmeias, concelho de leiria.
na zona de alcobaça também existe muitos fonsecas.já agora saberá o senhor se os fonsecas portugueses são parentes dos fonsecas da galiza e dos fonseca de itália; pois os brasões são muito parecidos.
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RE: descendentes dos de «Riba-Douro»
Caro Fonseca
Sobre Fonsecas veja pf. o Genea -Familias e o Armorial Lusitano da Ed.Enciclop.
Nem todas as Familias que apresentam o mesmo apelido tem consanguinidade!! Veja por exemplo o Arcebispo de Braga D. Frei Caetano Brandão , usou o apelido Brandão do Padrasto. Outros tomam o apelido do Padrinho, da Terra onde nasceram (os brasileiros fizeram-no habitualmente para indicarem a sua origem) ou até da Casa Comercial onde trabalharam.
Quanto à semelhança das Armas dos Fonsecas em Espanha e Itália , se existe é porque há parentesco , mas dizer genericamente quando e como é dificil precisar . Só poderá tirar conclusões se fizer um estudo de caso a caso.
Quanto aos de Riba Douro, trata-se da Família de Egas Moniz, o "Aio" de Dom Afonso Henriques ( que graças a Deus nos separou dos nossos vizinhos)
Ele foi o Chefe ou Representante da Família até 1146. Durante o séc. XII e XIII o ramo Principal parece ter sido os que descendiam de Moço Viegas, segundo filho de Egas.
Foi Senhor do Couto de Lumiares e das Honras de Resende e Alvarenga, tenens de Lamego , Baião e Penaguião ( quando puder visite Cárquere -M.N. e sentirá um pouco mais o Portugal Medieval).
Se pretende saber um pouco mais sobre as familias medievais, consulte " A Nobreza Medieval Portuguesa" pelo insigne historiador José Mattoso.
Cumprimenos
Vasco Briteiros
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RE: descendentes dos de «Riba-Douro»
Caro Vasco,
Ao que eu juntaria, em complemento às questões do nosso confrade, que, tal como "os de Riba-Douro", havia "os de Sousa", "os da Maia", etc. Sem dúvida que o Mattoso e o livro que indicas são boas referências, às quais juntaria, do mesmo autor "Ricos-Homens e Infanções".
Quanto aos vizinhos de quem D. Afonso Henriques nos separou, temos a lamentar a amputação da Galiza.
Abraços
Alexandre
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RE: descendentes dos de «Riba-Douro»
Meu Caro Primo em Paes de Barros (1465)
Realmente esqueci-me de citar essa outra obra de Mattoso, que é esplêndida
Foi pena, mas aconteceu !
Conheces o milagre de Cárquere ?
A propósito, no caminho para Resende e vem citada com foto na Monografia do Concelho, há uma bela capela circular junto à estrada, com armas de Pintos. Conheces?
Um abraço
Vasco
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RE: descendentes dos de «Riba-Douro»
Caro Vasco,
Claro que conheço a capela e o milagre. "Domino toda a zona" de S. Martinho de Mouros a leste, a Porto Antigo a oeste e Tendais a sul (a norte, como sabes, passa o Douro). Santa Maria de Cárquere estava também nos domínios de Egas Moniz, como grande parte daquela zona. Aliás, na margem direita, no concelho de Baião, a freguesia ribeirinha na zona junto à ponte de Mosterô chama-se precisamente Ribadouro. O Bispo-Conde (Tinto) perfilha uma assaz curiosa teoria segundo a qual as terras da margem esquerda eram conquistadas, como se essa (re)conquista se tivesse verificado séculos depois das terras a norte do Douro.
Abraços
Alexandre
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RE: descendentes dos de «Riba-Douro»
face aos tristes eventos que aconteceu á familia fonseca no séc. xv em que tiveram de se exilarem em espanha por conflito com a coroa; pergunto se haverá nos dia de hoje provas fisicas dessa familia (sem contar com os descendentes que há e muitos)como nome de ruas , solares, etc. na zona de s. martinho de mouros(de onde são originários) ou em outro local de portugal?
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Amputação da Galiza
Para grande desdita, por certo, dos galegos!
Porque não podem usufruir desta prosperidade ecnómica, financeira, cultural, "higiénica", consequentes padrões de vida e, para cúmulo, desta república sublime!
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RE: Amputação da Galiza
Caro Amigo,
Isso é outra questão! Mas não deixa de ter razão: basta comparar Valença com Tui. O mesmo raciocínio se poderia aplicar aos de Olivença. Mas, nem só de pão vive o homem. Também os Quimbondos, Fulas, Balantas, Ovimbondos, etc. estavam melhor antes do que agora.
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RE: Amputação da Galiza
... e agora sem fronteiras é umna questão de fixar residência lá e tentar adquirir a nacionalidade de galego! Não é difícil e ainda por cima fica-se numa monarquia.
VB
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RE: descendentes dos de «Riba-Douro»
Caro Alexandre Burma
...por isso e pelo que escreveu Vasco Briteiros, eu fui encontrar ( partindo de Baião - S. Tomé de Covelas, Santa Cruz do Douro , Santa Marinha do Zêzere) "caminhando" para o passado, o apelido Pinto e Fonseca do lado de Resende ( Resende, Cárquere, Anreade)e, pelo " caminho" misturados com Sousa , Alvarenga, Carneiro, entre outros!!!
cumprimentos
Maria Alexandrina Pinto
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RE: Amputação da Galiza
Caro Vasco,
Pois é, o eterno sonho: a Galiza!
Não escondo que partilho de muitos pontos de vista: mas, apesar de tudo, gosto e tenho orgulho em ser português!!
Um abraço
Artur
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RE: Amputação da Galiza
De facto é, meu nobre primo...
O meu bom amigo Ramón, de Pontevedra, sofre de grandes insónias e outras graves perturbações do foro psíquico, depois de ter havido conhecimento de que podia ser português como "nos otros". Como ele, estarão para aí 99,9 % de todos os galegos...
Já por aí ouvi dizer que D. Manuel Fraga estende a sua governação até Aveiro... claro q. não acredito, pois até agora ainda não vi, por estas bandas, uma obra pública de jeito!
Sabes? este ano ainda não provei nenhuma "queimada" à moda de Galicia!
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RE: Amputação da Galiza
Já pensei nisso várias vezes..
Mas a escolha é muito difícil. Adoro Pontevedra y Vigo, mas não gosto menos de Santiago, do Ferrol e da Coruña...
O problema é que teria de mudar as matrículas das minhas "Mánicas", para além de já estar farto de "mudas"...
MM
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RE: Amputação da Galiza
Caro Artur
A longa dissertação/resposta que escrevia para si não seguiu porque neste intervalo chegaram as 19 H fatais e fiquei sem o texto.
Voltarei depois, agora tenho que sair.
Um abraço
Vasco
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União Europeia/União Ibérica
Caro Luis Belliago
Para além de concordar com meu Primo Alexandre, pensando ser redutora a mera perspectiva económica isolada, não enquadrada com as restantes vertentes, não esqueçamos que a Galiza foi, e é, a região mais pobre de todo o reino vizinho (talvez excepto a Estremadura castelhana) a grande distância das áreas espanholas mais desenvolvidas, já para não falar de séculos de discriminação, desaculturação, e até perseguição aos galegos como no tempo do franquismo (que chegou ao ponto de não os deixar falar ou aprender a própria língua... conhecendo eu famílias aonde á mesa os Pais falam galego entre eles e com os filhos, e estes falam e lhes respondem em castelhano por essa razão), assim como do isolamento geográfico do resto da Espanha. Existem ademais grandes diferenças também entre o seu litoral urbanizado, e o interior rural atrasado, aonde resiste melhor a verdadeira alma galega. Por mim, tanto pessoal como nacionalmente, sou bem D. Luiz de Gusmão: antes rei por uma hora em minha casa, que duqueso toda a vida na dos outros. Mas claro que isso são opções que não nos dizem respeito, felizmente, a nós Portugueses. A não ser que realmente estejamos precisados de outra dose de 60 anos para relembrarmos a inalterável realidade histórica.
Privilegiar, como há tanto tempo se faz em Portugal, a vertente económica desprezando os outros factores conduziu-nos a este mercado ibérico actual, primórdio de uma União Ibérica "de facto" com que se enganou este povo, que realmente acreditava numa integração e União Europeias directas, e não subordinada ou através de Madrid. Isto fez a actual partidocracia no poder no nosso País, que tanto me lembra e cada vez mais o rotativismo dos finais da monarquia. Qualquer dia estaremos como o Governo Basco, a exigir de novo a Madrid representação directa em Bruxelas. O resultado da nossa desastrosa política de deixar andar, e de globalização e liberalização selvagem, vai-se vendo já, como felizmente alguns Portugueses vão alertando, como o Prof. Galvão Telles num telejornal aqui há dias falou, como o Prof. Hermano Saraiva ontem alertou, e outros ainda, que agora não lembro. Veremos se se acordamos ainda a tempo, com toda a nossa economia vendida aqui para o lado, e consequente perda de autonomia e independência reais. Nós não somos o Benelux para funcionarmos como sub-mercado dentro do mercado europeu, pois na Península as forças não são equilbradas como entre a Bélgica e a Holanda. Perdoe este desabafo sincero, que algum dia tinha de sair de um coração
Portuguez
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RE: União Europeia/União Ibérica
Alexandre
A 1ª vez que dirigi algumas linhas, comecei por te felicitar pelo "logout" que escolheras.
Não sabia então que eras um Portuguez, Beirão e como tal te manifestas sempre!
Bem apesar de ter uma idéia diferente, respeito a tua e curvo-me diante do teu nobre patriotismo.
Grande abraço
Manuel Maria
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RE: União Europeia/União Ibérica
Manuel Maria
Obrigado pelas tuas palavras. És o meu Zé Tomaz... Bem sabes que a nossa diferença de opinião (apenas neste assunto) nunca impediu o respeito mútuo (com brincadeiras...) e grande amizade. Nunca te acreditei menos Português do que eu ou do que os outros, simplesmente tens uma concepção - ou informação - diferente neste assunto. Bem hajas
Grande abraço
Alexandre
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RE: União Europeia/União Ibérica
Caro Portuguezíssimo,
Embora compreenda a dor que te vai na alma, que em parte compartilho, e concorde com algumas das tuas asserções, não vejo -para além dos saudáveis rancores históricos - que diferença possa existir entre a dependência de Madrid ou a de Bruxelas. Se ela existe é em termos de soberania, e não independência, e aí é pior a de Bruxelas. Mais do que um problema de independência nacional, factor sempre muito relativo, especialmente em termos económicos e no caso dos países mais pobres, estamos perante um grave problema de soberania nacional, pois sendo Estado Soberano aquele que é responsável pelas leis que vigoram no seu território, já Portugal começa a fugir a essa definição, pois largos nacos das leis em vigor no país provêm de Bruxelas sob a alta inspiração do Eixo Paris-Berlim, com a ajuda de alguns pseudo-estados e de muitos idiotas úteis. Acho mais grave o caso da moeda única - que de um dia para o outro nos privou de política monetária e cambial própria que tanto jeito nos faria neste momento de grande aperto, do que a propriedae estrangeira de empresas portuguesas, pois também há empresas portuguesas, embora modestamente, proprietárias no estrangeiro. Faço-te a justiça de não acreditar que defendas um modelo de nacionalismo económico "à albanesa", mas em relação a Espanha, em vez de barafustarmos pela entrada de empresas espanholas na nossa economia, deveríamos era exigir condições iguais para as nossas empresas em Espanha, lutar contra a subreptícia discriminação de que elas lá são vítimas, batendo o pé, se necessário, em Bruxelas, inclusive com ameaça de vetos, como fizeram os gregos a propósito da Macedónia e como o voltarão certamente a fazer se algum dia se encarar a entrada da Turquia na UE sem estar resolvido o problema cipriota, por esta causado.
Já aqui noutros tópicos salientei a lufada de ar fresco que foi a tomada de posição do governo português no caso do Iraque sem estar à espera de ordens de Bruxelas: um caso raro de independência da nossa política externa, a qual nas últimas décadas se tem baseado em dois vectores fundamentais: estender a mão pedinte a Bruxelas e lamber as botas aos Palops. A actual falta de espinha dorsal nacional não se manifesta apenas em relação ao nosso (de novo) poderoso vizinho.
Um abraço português
Alexandre
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RE: Amputação da Galiza
Herr Vicomte
Só agora tenho o gosto e o ensejo de "conversar" de novo, com o meu letrado e ilustre amigo!
É inegável: "Nem só de pão vive o homem"... Mas também de queijo, de ovelha, se possível, oriundo da Serra da Estrela ou do Alentejo e, de outros alimentos, como uma "Parrillada" de peixe ou de carne à moda da Galiza, por exemplo! "Lineanamente" falando, estou a dar um contributo, modesto..., para o enriquecimento da pureza do português, ele pode, melhor ou pior, sobreviver à ausência de tudo, excepto à comida e bebida...água, se possível! Mas, quanto a este líquido insípido e (que devia ser) inodoro, já não estou tão seguro!...
A palavra que se encontra imediatamente acima entre aspas, e que tanto passará a valorizar este idioma, nada tem a ver com o queijo, comparativamente, "fracote", nova contribuição, de Ponte de Lima!
Por consequência, penso que sem desenvolvimento económico, mola real do bem estar do ser humano, todo o mais ficará atrofiado e carente.
Há, contudo, algo, que com frequência colide com ele e não lhe é directamente proporcional ou parece não beneficiar por aí além: A Moral! Entenda-se esta, no seu sentido estrito. Pois, aparentemente, é nas grandes e fortes economias que o terreno para o cultivo da imoralidade ou, pelo menos, na teoria e na prática, para despejar aquela do seu conteúdo ou para o preverter, parece ser mais fértil e atractivo. Mas deixemos esta "bagatela", que nada diz e cada vez interessa menos a crescente número de seres humanos!
Como Kant estava equivocado quando escreveu: Sem Moral, não pode haver democracia (sic)! Ou, talvez, o que se apelida como tal, tenha um epíteto incorrecto!
Suponho que ainda melhor que as tribos (nações) enumeradas, viviam Adão e Eva! Mas, como há filhos de Deus, que nunca estão contentes com aquilo que possuem, neste particular, como consta, mein Vetter und Freund, a nossa "avoenga" Eva...
Se conseguiu terminar de ler isto tudo, embora, com paragens inevitáveis, para descansar e retomar alento para atacar as restantes e penosas etapas, felicito-o vivamente pela sua coragem e determinação, das quais nunca duvidei! De resto, na senda dos genes (que possui), de um intrépido antepassado portugês...
Ite, missa est
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RE: União Europeia/União Ibérica
Senhor Ministro dos Negócios Europeus
Excelência
Temos a honra de levar ao conhecimento de V. Exa. que hesitámos se haveríamos de responder aqui, dado nos parecer realmente melhor abrirem-se tópicos amarelos "Vária" ou até "Política Genealógica", aonde se pudesse discorrer ao sabor da pena, sem interferir no respeito que os temas propostos pelos autores dos ditos nos devem merecer, como V. Exa. mesmo já antes oportunamente chamou a atenção. Mas não pensamos ser esse o objectivo do fórum em que nos encontramos, tratar de política, a não ser no sentido lato e filosófico de que política é tudo, como tudo é vida. Não é pois nossa intenção nem abrir, nem continuar qualquer tipo de polémica, neste ou qualquer outro assunto, desde já protestando que nos limitamos a querer expor o cerne do nosso pensamento, nosso e de outros Portugueses de similar razoamento, e que, respeitando embora concepções diferentes de outros compatriotas, certamente bem intencionadas, não existe intenção de prosseguirmos neste assunto ou responder a novas intervenções sobre o mesmo.
Senhor Ministro
Não se trata de rancores, nem pessoais, nem históricos, como já antes tivemos a honra de afirmar, mas antes de singela verificação de uma profunda crise que uma persistente falta de auto-estima e afirmação da nossa identidade lusíada estão provocando, de há muito, entre nós, Portugueses. Parecem estes últimos estar convencidos de que sem atingir ou mesmo ultrapassarmos os níveis sócio-económicos que os índices apontam à Alemanha não a poderão recuperar, a essa auto-estima. Verifica-se neste povo a característica sintomatologia da Ansiedade, com os seus consequentes e alternados periodos de depressão e exaltação nervosa.
No entanto, nós não consideramos a crise económica e financeira actual como a mais relevante - nem o Povo Alemão mais feliz que o Português - mas antes a vemos secundária ao tema que expomos, e reforçando-se perante a falta de um projecto nacional qualquer que seja, coerente e viável. O que falta neste momento ao País é o sentido que dá força à razão de existir. Contrariamente a V. Exa. encaramos aliás a "força do nosso vizinho" como a de um gigante apenas médio, em termos europeus, e com pés de barro. O problema português, tal como o vemos, está na permanente comparação com outros quando antes deveríamos olhar para nós, para a nossa identidade, sua riqueza, recursos e potencial. E a partir daí escolhermos a nossa via, a nossa maneira de estar, e a nossa afirmação no tempo presente entre as mais nações.
Senhor Ministro
Acontece que, muito a contra gosto, assim provocados publicamente, não podemos deixar de explicitar a nossa análise historiográfica e política sobre este assunto que, realmente, deveria ser o que mais preocupasse todos os Portugueses da actualidade, minimamente cidadãos e com sentido de responsabilidade. Acontece que, sendo europeistas convictos, não acreditamos que uma integração europeia subordinada ou secundarizada à tradicional posição centripetizante castelhana nos possa ser favorável, antes desastrosa. Mas não temos dúvida que o incerto caminho escolhido pelos nossos sucessivos governos é o responsável pela situação. Esse caminho iniciou-se no sc. XIX, ante a tibieza face ao caso de Olivença, na esteira das subsequentes invasões franco-espanholas napoleónicas, e prosseguiu no sc. XX, com estranhas adesões portuguesas a organizações e prémios "Ibero-Americanos" que mais não são do que também pretexto para se dar a entender ao Mundo que a Península Ibérica foi, por "erro histórico", injustamente dividida, e forma uma só e única cultura e entidade mista. E relembremos que em política, mesmo política cultural, o que parece, é. Depois disto, estranhar que o único Prémio Nobel atribuido a uma das literaturas mais ricas do mundo, como a nossa, o tenha sido a um intelectual da esquerda materialista escrevendo na sequência estilística hispânica de Garcia Márquez, casado com senhora espanhola, vivendo em Espanha, e promovido pela indústria espanhola do livro, deixa de poder espantar-nos. De facto, temos vivido apáticos, a reagir, e a reagir pontualmente, mais do que agindo com coerência seguindo um propósito firme e estabelecido. Continuamos a olhar-nos de fora, segundo o que outros possam pensar de nós, quando desejável seria definir não só quem somos, mas também o que queremos, e o que exigimos da nossa existência. O poder dos Povos, tal como o das Pessoas, não depende exclusivamente das suas contas bancárias. Depende da sua Personalidade: raizes, cultura, educação, auto-confiança, e maneira de estar na vida. E muitas contas bancárias recheadas encontram por vezes basta dificuldade em afirmar-se, tanto pessoalmente como no quadro social das nações, só por si. Ou seja, seria extremamente desejável aprendermos a gostar de nós e das nossas qualidades, que também as temos, sem mais fazer depender a nossa enfraquecida auto-estima e segurança pessoal, enquanto Povo, da opinião alheia dos nossos irmãos estrangeiros, eivados também eles e ainda por cima dos respectivos preconceitos nacionais egocêntricos que, estranha e infelizmente, só em Portugal e na Itália parecem não existir.
Senhor Ministro
Acreditamos firmemente ser desejável uma cada vez maior interdependência afirmada entre Estados europeus, mais do que independências estrictas e meramente formais, que jamais existiram em absoluto. Na óptica do Direito Internacional Público, soberania delegada é sempre possível de reaver, sendo caso disso, embora na prática seja muito complexo vir a poder fazê-lo. Quanto à interdependência em Bruxelas, consideramo-la não só desejável, mas saudável, além de que sistemas político-económicos de integração do velho sistema e conceito político que é o Estado Nacional contribuem decerto para eliminar as permanentes guerras entre os Povos, que é o mais preciso, sempre. O "como" é feita a integração é que é o busílis desta questão. E não falaremos sequer aqui de que a uma Europa dos Estados possa vir a suceder no futuro uma Europa das Regiões, assunto complexo e para a qual ainda as nossas consciências e sensibilidades não estão preparadas. Isso pode no entanto perspectivamente assustar Estados sem a unidade étnica, religiosa, cultural e linguística do nosso.
Senhor Ministro
Em Bruxelas concertam-se diariamente multidão de interesses dos 15, e estes alinham-se "internamente" em grupos variáveis segundo a óptica dos seus interesses momentâneos, como é normal que aconteça. Não parece possível que neste espaço, ainda antes de ser alargado, não haja um permanente formar e reformular de alianças efémeras, visando objectivos concretos. Mas não é a isso que fazemos alusão. Cremos firmemente que o espaço europeu ainda reflecte e espelhará por muitos mais anos interesses profundos, intrínseca, e até geográfica e economicamente situados das potências que o compoem dinamica, e polarizadamente. A Europa Ocidental, que dominou o Mundo até há ainda pouco tempo, sempre o fez no quadro duma competição alternativa entre as potências marítimas e as continentais. Até agora, sempre a aliança das marítimas tem marcado lugar primeiro e vitorioso na condução dos negócios planetários, como o compreendeu a tempo a França pós-revolucionária, e como se viu sucessivamente no sossobrar dos impérios de Carlos V, de Napoleão, Nazi e Soviético. Deo Gratias. A autonomia e independência portuguesas localizaram-se sempre ao longo da História no quadro deste frágil equilíbrio entre nações marítimas e continentais na Europa, sendo Portugal o iniciador da planetarização deste domínio militar marítimo, numa primeira fase, e depois parte indispensável no quadro das alianças marítimas com as potências correspondentes que lhe sucederam em afirmação atlântica - Inglaterra, Holanda, nórdicos e hanseáticos, e depois os Estados Unidos da América. A economia externa portuguesa sempre funcionou por via marítima, e depois também aéria, e só secundariamente terrestre.
No quadro da pertença ao mais rico e vasto espaço unido que existe nesta bola azul em que vivemos, será desejável uma economia nacional que tenha em atenção os vectores atlânticos e históricos e a facilidade acrescida de comunicações actual, multiplicando alianças e estratégias comuns económicas e diversificando mercados intra e extra-europeus. Nunca uma subordinação da nossa economia a um mero e irrelevante papel secundário provinciano e regional no quadro "ibérico" imposto pelas grandes multinacionais ignorantes do que não seja o seu interesse imediato e redutor. A realidade não se pode nunca deter em meros conceitos abstrusos de preconceitos geográficos, e culturais.
A liberalização selvagem da economia mundial, por outro lado, serve apenas o interesse destas grandes multinacionais, tal como a abolição do tráfico de escravos serviu apenas os interesses hipocritamente humanistas da Revolução Industrial inglesa, e as "independências" sul e centro americanas, levando ao neo-colonialismo anglo-saxão, se destinaram ao fim de colher os lucros sem ter os encargos dos antigos impérios. O mesmo para as independências posteriores á IIª Guerra Mundial, visando o alargamento da esfera política e económica norte-americana. Não se trata pois já aqui de realizar que sem independência de alternativas materiais não existe já independência nacional, mas sim afirmar, em conceito novo do nosso tempo, que sem liberdade de acertadas escolhas de interdependências económicas, dentro e fora da União, correm risco a segurança, a posição e a dignidade de Portugal no quadro europeu e mundial.
Senhor Ministro
Analisando serenamente a História de Portugal, o seu único momento em que os Portugueses, enfraquecidos económica e psicologicamente pelo desastre de Alcácer Quibir, se entregaram a um "mercado ibérico", foi em 1578. As condições foram duras e negociadas, desde ainda o tempo do reinado do velho e inquisitorial D. Henrique até às Cortes de Tomar. Talvez não recorde V.Exa. que por elas os Portugueses podiam comerciar no Império Espanhol, não sendo a inversa verdadeira. Há queixas em Lima, no Peru, sobre o monopólio e domínio que Portugueses e judeus portugueses ali começaram a exercer logo por finais de quinhentos. Também quanto ao comércio peninsular nos ficou permitido importar de Castela o trigo, necessário para os anos de seca de pão, não sendo a contrária verdadeira. As obrigações militares eram-nos devidas, e ao Império, sem que nós as devêssemos aos nossos vizinhos, e outras coisas mais ainda que agora não vêm ao caso, e isto no quadro da Monarquia Dual, sob os Habsburgos do Império Universal que também já nos regeram, com sobejos resultados de conhecida ruina económica e social, mais ainda nos reinos espanhóis, especialmente Castela, do que em Portugal.
Senhor Ministro
À já antiga e alienante invasão das nossas lojas, e estabelecimentos públicos, e órgãos de informação, pela língua inglesa, sem falar dos hábitos e costumes portugueses abastardados por hábitos importados desde há dezenas de anos, que em nada contribuem para o bem estar e qualidade de vida de ninguém, mas têem antes sufocado a cultura e genuidade portuguesas, e feito esquecer ás novas gerações a sua própria identidade, vem agora juntar-se um país cada vez mais bilingue em português/castelhano, de que a TV Cabo é exemplo maior, ridículo e irritante. Que eu saiba, nunca ninguém sequer ainda protestou contra esse facto, o que considero mais extraordinário ainda. Em breve, restará o Algarve para repousarmos em inglês, essa sim, língua indispensável aos tempos hodiernos, segundo o pensamento que submetemos à superior apreciação de V. Exa. para que determine a respeito o que houver por mais conveniente.
Tavares Festas
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RE: União Europeia/União Ibérica
Exmo. Sr. Ministro Extraordinário e Plenipotenciário
D. António do Crato Manelinho Bandarra Sebastião Miguel (Gabriel,Rafael) Schumann Delors Soares de Oliveira:
Começando por pedir desculpa aos descendentes dos de "Riba-Douro", nos quais V. Exa e eu nos incluímos, por estar mais uma vez a ocupar o espaço que tanto lhes custou a conquistar, e agradecendo a honra da sua resposta à minha anterior missiva que não elaborei com intuito provocatório, e aceitando que esta não terá contradita, como V. Exa. já fez questão de anunciar, quiçá para que um seu eventual silêncio não fôsse tomado como assentimento, passo a expôr o que penso em relação ao essencial das suas asserções:
a) Plenamente de acordo com V. Exa., no que à crise de auto-estima e identidade nacional se refere. Se bem que realmente nos não devamos constantemente comparar com terceiros, tudo neste mundo é relativo, sendo até a pobreza por vezes um estado de espírito meramente causado pelo carro do vizinho;
b)Também concordo que Portugal deva procurar mercados diversificados para os seus produtos, mas saberá V. Exa. que inseridos como estamos na sua aparentemente querida "Europa", não temos liberdade de negociar tratados de natureza aduaneira, já que na Organização Mundial do Comércio, sucessora do longo e fastidioso Uruguay Round, a União Europeia fala a uma só voz;
b)Refere V. Exa como postivo o estabelecimento da "interdependência" entre os "velhos" Estados-Nação para melhor se evitarem as guerras. É uma verdade axiomática, mas essa interdependência pode existir sem a criação de "Super-Estados". Aliás a "interdependência" a que V. Exa. se refere como estando presente na sua querida "Europa", é uma interdependência que nos manda arrancar árvores de fruto e vinhedos, e abater frotas pesqueiras anteriormente por ela subsidiadas, tornando assim ainda mais fácil o pirateamento das nossas águas pelos seus inimigos de estimação;
c) Pese embora o que refere acerca do belicismo do "Estado-Nação", ele foi até hoje a melhor e mais duradoura criação humana, no campo da organização política. E os super-estados não são garantia de paz, muito pelo contrário, como poderá V. Exa. verificar no caso da Jugoslávia, que até era constituída por povos etnicamente mais próximos que, por exemplo, gregos e dinamarqueses, mas que, assim que se viu livre do jugo do Rei Alexandre e do "Marechal" Josip Broz, explodiu em todas as direcções, porque o que as Nações realmente desejam é constituírem Estados e não serem amalgamadas nos tais super-estados, supostamente preventores da guerra. Aliás, bastará a V. Exa., e peço desculpa do esforço que lhe peço, mirar o vizinho, para concluír que a integração artificial de nacionalidades diversas em nada contribui para a paz. Não têm também os Estados-Nação o exclusivo da beligerância. A I Guerra Mundial foi causada pelo Império Austro-Húngaro, que não era um Estado-Nação, como V. Exa. muito bem saberá. Uma coisa me sossega: na sua excelente análise refere V. Exa. o fracasso constante das potências continentais: tratando-se a UE de uma potência continental em embrião, dirigida de Paris e Berlim, não se lhe poderá augurar um grande futuro.
Guerras houve também que foram causadas pela religião, e a seguir a receita de V. Exa., deveria desde já pôr-se cobro à religião, em nome da paz.
d) refere V. Exa., a propósito da nossa soberania "delegada" em locais como Maastricht e Nice, que esta se pode sempre reaver. Tem V. Exa. muita razão, pois já em 1 de Dezembro de 1640 se provou que tal é possível. Não sei é se desta vez se arranjará conjurados em número suficiente, pois Duque de Bragança, graças a Deus, ainda temos;
d)Não retire destas minhas palavras V. Exa. a conclusão de que sou movido por algum sentimento retrógrado e isolacionista. Longe disso. Eu era adepto da CEE, não o sou é da UE. V. Exa. parece só impressionar-se com a "liberalização selvagem da economia mundial", não parecendo causar-lhe grande engulho que o mesmo possa ocorrer apenas dentro da sua querida "Europa". Aliás a expressão, perdoar-me-á, está a tornar-se um cliché deveras entediante, mas no seu uso está V. Exa muito bem acompanhado, e abstenho-me de dar exemplos desses seus "compagnons de route". Pois deixe-me dizer-lhe que nunca a liberalização económica a nível mundial foi tão pouco selvagem, pois que agora as trocas comerciais se encontram reguladas pela atrás referida OMC, a qual deveria merecer tanto ou mais respeito que outras tão louvadas organizações internacionais, como a nefanda ONU;
e) Refere ainda V. Exa. que só os Estados sem a nossa "unidade étnica, religiosa, cultural e linguística" temem a criação da "Europa das Regiões", mais uma peregrina ideia euro-lunática. Pois é minha opinião que são precisamente os Estados que representam Nações seculares que mais temem essa ideia. Aliás, um dos mais entusiásticos membros da UE é um pseudo-estado entalado entre a França e a Holanda e que De Gaulle costumava dizer que tinha sido criado pelos ingleses para "chatear" os franceses.
e) Termino expressando o meu acordo com a sua irritação pelo cretino fenómeno bilíngue que refere.
Pedidndo desculpa do tempo que lhe roubei, apresento a V. Exa, senhor Ministro, os meus
Melhores Cumprimentos
Palmerston
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RE: União Europeia/União Ibérica
Caro Português
Regozijando-me por lhe ter proporcionado azo ao seu sincero desabafo, vou tentar o inverosímil: ser sintético e dactilografar rápido.
Quererá precisar, quais os temas que deveriam ser mencionados de maneira a não tornar o teor do texto redutor?
O que se depreende do meu escrito, é que se nós, não queremos ser galegos ou espanhóis, estes, custosamente, encontrarão um motivo que os seduza a cobiçar a nossa nacionalidade "sic".
Quanto a atrasos; recorde-se que num passado não "muito remoto", Estocolmo, era a cidade mais nauseabunda, e insalubre da Europa e, talvez do mundo... E hoje?!...
Baseado na sua afirmação curiosa de que o interior da Galiza -é- muito pobre, não será também uma prespectiva redutora..., atrasado, infere-se, eu que lá fui repetidamente, quer em veículo de duas rodas quer de quatro, -poderá significar bicicleta e carro de bois...-, sem nunca me aperceber disso e, um amigo, este, um sistemático frequentador dessas bandas, para visitar, segundo dizia, os amigos, pela amostra, amigas, resolvemos procurar indícios que corroborassem os seus dizeres. Assim, abordamos a parte interna da Galiza ele, por S.Gregório e eu, pela Portela do Homem; desta feita, de mota, para nos infiltrarmos mais afoitamente nos locais mais ermos e suspeitos... Em Ourense, cada um de nós, passou a ser acompanhado por uma guia, para nos indicar o percurso parra as terriolas mais longínquas e, potencialmente, sofredoras do "anátema", compreendidas entre esta cidade e a de Lugo. Particularizo, que exploramos áreas distintas! Solicito pensamentos elevados, porque o assunto é sério!
Resultado da pesquisa: "Cultura amicrobiana"! Fora detectadas, ainda, não raros indícios de boa qualidade de vida, assim como turística! No seu conjunto, estima-se que a Galiza, pouco ficará a dever à Espanha mais desenvolvida! É claro, que os resultados das análises, por vezes, variam conforme o laboratório que as executa...
Nos dias que correm e como sabe, os pobres, na verdadeira acepção do termo, deslocam-se para as grandes cidades: vivendo os mais "afortunados", promiscuamente em pseudo construções degradadas e a monte, e, os outros, dispersos pelas ruas e dormindo onde calha.
No que respeita à U.E.A., Luxemburgo incluido, o que me aflige é a mentalidade dos portugueses, que amanhã, serão governantes e ocuparão postos chave. Atenha-se, por exemplo, em alguns, é certo, destes potenciais jovens, que entram, por vezes, "nesta sala de conferências", exemplar na maneira como os seus intervenientes expressa e redige os temas, autêntico oásis, na rede lusitana, positivamenta de chancas, na tentativa, dir-se-ia, de esmigalhar e afrontar, quiçá com orgulho, tanto as "regras" espontaneamente adoptadas pelos que aqui se manifestam, bem como as gramaticais da sua própia língua; de acordo com F.Pessoa: a sua própia Pátria! E, como fosse insuficiente, de forma não muito polida...
Destruir, é fácil, e não exige nem valor nem conhecimentos!
Foi o meu caro Alexandre Tavares Festas, que reduziu o meu texto a um só assunto: o económico...e não eu!
Ontem, pedi intrepidez para ler um despretencioso arrazoado; hoje, solicito paciência infinita!
Com os meus cumprimentos
Luis Belliago
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RE: União Europeia/União Ibérica
Caro Luís Belliago
Não é minha intenção polemizar com ninguém, como poderá ler na minha não resposta a meu primo Alexandre Burmester - que me lançou larga ponte de ideia e análise que iria mais longe do que desejo aqui debater - um meridional e impulsivo latino incapaz de resistir ao sabor de uma boa esgrima de palavras e conceitos a que, depois de extraído o suco, se verifica que queriam praticamente dizer o mesmo os vários em contenda, com ligeiros pormenores de diferença. Tal como na Ilustre Casa, estes duelos verbais acabam depois com tudo em abraços e serpentinas, beberricando um copinho de branco gelado. Mas a minha índole e fleuma mais britânicas fazem-me diferente, quiçá, e intervir pode ser para mim um dever, nunca um prazer. Por isso não desenvolverei mais este tópico, querendo apenas realçar que estamos todos de acordo em que os vectores económicos, embora importantes, não são os únicos a ter em conta. Além do factor moral que muito bem realçou no seu texto, eu acrescentaria ainda o espiritual, aonde o segundo vai beber necessariamente.
Comparações permanentes revelam aquilo a que os psicólogos chamam de "complexo de inferioridade/superioridade", duas vertentes para o mesmo problema de insegurança na auto-afirmação, nas pessoas como nas nações. É este um factor revelador da crise de identidade portuguesa pelas actuais gerações já bastante alienadas da sua própria cultura e valores, que chegaram ao poder entretanto.
Quanto ás comparações, elas são sempre relativas, e redutoras, em quaisquer áreas. Há que ter em conta a exemplo disto que os índices para Portugal, no quadro mundial, são dos mais elevados, mesmo que graves problemas intrínsecos existam para ser resolvidos, e que se os compare com os valores dos restantes 14. Um brasileiro da actualidade muito inveja, acredite, a nossa "crise".
Quanto ao meu conhecimento de números espanhóis, pode ser que esteja um pouco desactualizado, mas não tanto. Ocupei o pelouro político e económico da Espanha nos finais dos anos 80 no MNE, tendo tido que estudar o assunto a fundo, e depois disso, nos anos 90, trabalhei deslocando-me à Galiza frequentemente, durante dois anos, aonde colhi os comentários, as análises e os números apresentados pelos próprios galegos que são aqueles que referi.
Quanto ao mais, concordo inteiramente com quanto pude entender da sua exposição, especialmente de que é na província dita mais "atrasada" que hoje em dia se pode viver com melhor qualidade de vida, tanto na Galiza como em Portugal e alhures. Aliás, assim que possa, para lá me mudarei. Confesso que cada vez mais sufoco com as novas muralhas de dormitórios que cinturam as cidades ditas "desenvolvidas".
Cumprimentos
A. Tavares Festas
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RE: União Europeia/União Ibérica
Caro A. Tavares Festas
Permita-me o desabafo: Confesso-me banzado! Dificilmente, poderei conceber, quanta alegria lhe devem ter proporcionado as suas ex-funções, tão estreitas, com o povo e o país que tanto gosta, admira e louva! Imagino a estonteante alegria, quando tinha que se deslocar a esse território em trabalho! Foi necessário ter, julgo, para tanta coincidência: grande sorte ou igual cunha!...
Pena é, que os -números-, que diz referir, estejam impressos invisivelmente.
Embora a sua amável resposta dê pano para mangas, por aqui me fico, porque também não é intento meu cevar controvérsias, ainda por cima, como escreveu, com a alta probabilidade, de acabarmos, os dois, aos "beijos" e abraços, o que não seria desejável nem muito agradável para ambas as partes.
Se se tratasse do belo sexo, nutria aquelas, intensa e gostosamente, na expectativa de correr esse perigo.
Cumprimentos
Luis Belliago
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RE: União Europeia/União Ibérica
Luís Belliago
Engana-se, não permito. Talvez o facto de me ter visto por aqui brincar amenamente com outros confrades lhe tenha dado uma errada ideia a meu respeito, que corrijo: são todos eles meus amigos ou conhecidos pessoais, e bem identificados - o que duvido seja o seu caso - justificando-se assim a intimidade entre nós reinante pelas normas de boa educação e pela boa fé que temos em comum. Errei portanto, reconheço, e em primeiro lugar, ao responder ao seu post mais acima neste tópico, do que peço desculpa. Lê-se tanta coisa a que se não deve responder! Respondo ao actual post apenas para agradecer a involuntária lição de internet que me deu, que dou por bem aprendida. Tenho decerto outra idade e cheguei há menos tempo a estes meios de comunicação. Mas a não ser que queira retratar as suas últimas palavras, que eventualmente podem ter ultrapassado em significado ofensivo a sua verdadeira intenção ao escrevê-las, deixarei de lhe responder, porque nem sequer o lerei mais.
Alexandre Tavares Festas
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RE: União Europeia/União Ibérica
Caro """Amigo"""
Oportunamento responder-lhe-ei.
Muitos cumprimentos
Luis Belliago
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