Coroneis de Nobreza
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Coroneis de Nobreza
Caro Alexandre
Recebi e agradeço a sua mensagem de 3 a que venho responder. Como já deve ter reparado, eu não ponho nunca a minha opinião ,quando está em desacordo com o que os tratadistas afirmam. Quem sou eu para o fazer ? Somente me baseio no que aprendi nos livros, de quem sabe mais, e sempre de autores idóneos.
Sobre o que me interroga , tenho dificuldade em responder-lhe concretamente pois a informação de que disponho é também contraditória, assim, Stubbs Bandeira diz: «Uma lei de 1597 determinou que só podiam usar CORONEIS DE NOBREZA os duques e seus filhos, marqueses e condes», logo, o seu uso era anterior a esta data. Quanto a pressupostos obrigatórios para o seu uso, não os encontro e inclino-me, como já disse, para o seu uso abusivo.
No que se refere ao seu formato, tenho alguma dificuldade em o definir, mas se tiver em sua posse a obra de Stubbs, poderá verificar na página 251, figura 360, que o CORONEL DE NOBREZA é totalmente diferente da coroa real aberta, da dos duques, marqueses e condes.
J.A. Corrêa Leite Ribeiro no seu Tratado de Armaria a página 127 diz: «Hoje o escudo do Titular é encimado pela coroa respectiva ,onde se assenta o timbre». Assim sendo, como os senhores de Sergude não eram titulares, parece-me na realidade que a coroa está lá a mais, ou indevidamente.
No que se refere à sua primeira descrição, lá vamos cair na coroa real, ducal, etc.... que segundo Stubbs é de 5 hastes visíveis, (3 de frente e duas meias de lado) esta é a única que me parece condizer com a descrição. No que se refere à segunda descrição, a que mais se assemelha é a que Leite Ribeiro indica como de marquês, (fig. 195), mas esta não tem duas bolas grossas (pérolas) mas sim 3 em triângulo.
E mais não lhe posso dizer, por não ter elementos.
Afectuosos cumprimentos do
José Luíz Melo
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RE: Coroneis de Nobreza
Caro José Luiz Teixeira de Melo
Desculpe só agora lhe vir responder. Fez bem em abrir novo tópico sobre o assunto, que pode ser que chame a atenção dos especialistas sobre o mesmo trazendo mais luz.
Acho realmente necessário como muito bem diz compreender que em nobliarquia, como na História em geral, o que era mudava e alterava-se no fluir do tempo, tendo sempre que ser vistos os casos na óptica e costumes de cada época respectiva. O uso primeiro dos CN e subsequente transformação dos mesmos ao longo dos séculos penso que mereceria ficar conhecido, fixado depois de estudado em obra da especialidade por quem saiba e possa fazê-lo.
Quanto aos CN em geral, penso já ter ficado estabelecido no tópico dos Coelho que se usaram, conforme o tempo, coronéis inspirados na coroa de conde, na de marquez e na de duque, estas duas últimas parecidas entre si e com a coroa real antes de ser fechada como símbolo de majestade, sob D. Sebastião. Daí que me custe a crer que o coronel no túmulo de Cergude possa ser uma coroa real, mas apenas um coronel de tipo mais ducal. De qualquer maneira, é verdade que na época em que essas armas foram pintadas já não se associava à coroa real uma que não fosse fechada por armilos e encimada por globo e cruz.
Relativamente ás duas bolas entre trifólios que refere, elas estão pintadas como ouro, e não são portanto pérolas. Não são bem bolas, antes umas esferas mais ou menos abauladas, espiraladas, assentes sobre pequeno pedúnculo, e encimadas por umas pintas ou bolinhas também de oiro. Talvez que apenas um artifício do artista.
Agradecendo e retribuindo os seus cumprimentos, subscrevo-me com consideração
Alexandre Tavares Festas
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