FCR, FCCR e CFCR
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Caros Confrades
Verifica-se em muitos livros antigos de genealogia a simples menção FCR a acompanhar alguns nomes. A menção genérica Fidalgo da Casa Real pode ser em alguns casos subterfúgio simples para CFCR ou outras categorias não de topo dos inscritos nos livros de assento existentes para quem tinha foro. Pergunto, haverá feita alguma lista, ou listas, dos assentos dessas moradias da Casa Real, consultáveis para esclarecer este tipo de dúvidas?
Cumprimentos
Alexandre Tavares Festas
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Caro Alexande,
Além da Mordomia da Casa Real (séc. XVIII e XIX) e das Moradias (séc. XVI e XVII, algumas publicada em dois grossos volumes em 1911) tens ainda registos de concessões de foros nas Chancelarias e Registo Geral de Mercês.
Confirmar ou descobrir o "grau" de um foro dá trabalho!
Como sabes no séc. XIX praticamente só se dava o foro grande, ou seja, Fidalgo Cavaleiro.
Abraço
Lourenço
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Caro Lourenço
Bem sei, obrigado. A pergunta ligava-se à existência (ou não) de uma lista publicada e acessível aos não frequentadores da TT, lista feita de forma sistematizada. Pelo que dizes, esses 2 volumes de 1911 são úteis, mas estão incompletos. Podes dar aqui a referência deles?
Nao percebo muito do assunto, mas no sc. XIX pelo menos alem do FCCR foi atribuido o MFCR, com exercício. Sem exercício, não sei se deram. Deram, i.e., corrijo, quero dizer que concederam a troco de remuneração pecuniária. Havendo que pagar e bem o foro durante a monarquia liberal, é interessante verificar o que tinha saida no "mercado" consumidor da nova classe dirigente.
Abc
Alexandre
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Alexandre,
Não tenho a referência. Estão na sala dos índices da Torre à consulta. Têm magnificos índices onomásticos e toponimicos.
O João Carlos Feo ( o da "Memória" dos Duques) começou a publicar goros mas parou na letra E. Penso que se tratavam apenas dos da Mordomia mas não estou certo. É livro muito raro.
Lourenço
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Lourenço
Pena ele não ter acabado. É obra grande para quem se abalance a isso...
Alexandre
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Alexandre,
Nestas matérias a publicação tem sempre dois "lados": se por um lado é interessante ter tido em casa, com uma letra bonita e uns bons índices, por outro qual é o interesse e o gozo de fazer investigação assim?
No dia em que perder o prazer dos Arquivos, de tocar nos papeis, o gosto da descoberta depois de horas (ou dias...) de busca, não sei como será. Estar em casa a copiar e transcrever livros não é a mesma coisa. Não entendo aliás como se fazem livros assim, sem consultar fontes, sem ler centenas de paroquiais, de chancelarias, de habilitações, para não falar nos outros fundos, como Capelas, justificações do Reino - e em todo o Ministério do Reino - documentação militar, etc.
Abraço
Lourenço
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Caro Lourenço
Discordo inteiramente neste ponto. A investigação futura terá tudo sistematizado e facilitado de maneira a permitir as pessoas, em computador, ocuparem-se com o que realmente interessa, os resultados mais gerais e abrangentes e a parte biográfica dos genealogizados.
Ninguém aliás senão os genealogistas profissonais (e mesmo esses...) tem tempo para em cada novo nome ou trabalho perder vários dias na procura de simples pormenores. E mais importante que isto tudo, os suportes originais dos documentos em papel não aguentariam tanto manuseio, que cada x se irá tornar concerteza mais restrito, à medida que crescerem as publicações com o seu conteudo.
Ou seja, com a informatização sistémica actual, eu acredito que um dia todos os dados genealógicos de toda a gente documentada ficarão acessíveis online, ficando o prazer da descoberta biográfica e relacional para os interessados desenvolverem. Claro que eu pelo menos já não estarei cá para ver... tu talvez, sendo tão mais novo.
Um abraço
Alexandre
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Meus Caros ATF e LCM
Espantoso!
Apesar das vosas diferenças de idades, a tua muito penalizada por ter já dobrado a do Lourenço, na questão da investigação tu é muito liberal "prá frentex", libertário, mesmo até socializante, enquanto o Lourenço se mostra possesivo, conservador, escondendo um tanto autocraticamente a candeia na masseira...
Surpreendente mesmo!
Abraço aos dois com discordancia a LCM...
MM
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Meu caro Manuel,
Eu não discordo do Alexandre. Concordo na digitalização das fontes para sua preservação, na elaboração de indices e catálogos, na publicação de núvleos documentais, etc. O que digo é apenas que nessa altura perder-se-á o gosto da investigação, o "toque" do papel antigo - e a irritante tinta que provoca alergia - as horas de busca e o gosto no "achamento"...
Limitarmo-nos-emos a estar à frente do computador, fazer "find" de um apelido e surgirem-nos todas as referências, fazer "copy paste" dos documentos, e depois escreveremos e estudaremos a matéria. Para mim é só meio trabalho de historiador. Perdeu-se a outra metade, a da investigação.
Estou convencido que alguns confrades partilham esta minha paixão. O Nuno Borrego, que tem "partido muita pedra2 nos Arquivos portugueses com certeza concordará.
Abraço
Lourenço
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Caro Lourenço,
Quando me tirarem o "papel" perderei o gosto. Até a consulta dos microfilmes me irrita. Vejo os índices e catálogos como enormes ajudas para a localização/identificação das fontes documentais, e nesta matéria nem daqui a 100 anos estaremos à altura de outros países. Neste momento gasta-se 70% do tempo na recolha de informação e 30 % a trata-la.
Quem deveria elaborar índices não o faz e quero aqui publicamente louvar o beneditino trabalho do António e Graça Assis/Luís Soveral Varella, que vão iniciar a publicação das Habilitações no Santo Ofício.
Abraços para ti, Manel e Alexandre
NB
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Caro Nuno,
A minha satisfação é que os fundos trabalhosos - aqueles que 95% dos genealogistas não tocam - continuaram por muitos anos a dar-nos o gosto das descobertas.
Os paroquiais e as habilitações desapareceram primeiro das nossas mãos pois é do que os genealogistas continuam a gostar. Isto quando não se limitam a copiar nobiliários e outros livros de confiança muito duvidosa. É por isso que se publicam trabalhos em Portugal neste principio de século que envergonham os genealogistas de arquivo, "partidores de pedra" como tu.
Abraço amigo do
Lourenço
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Meu caro Lourenço
Creio que a curto, mas mesmo a muito curto prazo assim irá acontecer...
Os investigadores particulares, como o Nuno e outros tantos que percorrem no país as Conservatórias, os Arquivos Distritais e Centrais, as Paróquias, os Cartórios Conventuais, etc., e não só entre nós, mas nas terras raianas e mesmo e Simancas, estarão condenados a não poderem trabalhar nos moldes em q. o fizeram até agora...
Não estou a dar novidade nenhuma a ti especialmente... estás por certo melhor informado do q. eu acerca do q. se passa já e mais irá passar nas políticas da Cultura...
Mas, a verdade é q. por exemplo aqui no Porto, já se recusam mostras e consultas de documentos, com os mais variados pretextos, a consulentes bem antigos da BPMP e do ADP.
Ainda há dias negaram a um meu amigo a consulta dum determinado manuscrito (mto. reservado) que não tem ainda 200 anos e que esteve nas mãos do meu Pai, ná pouco mais de 20 anos! O pretexto foi de que não existia já... O mesmo se passa com o manuscrito original de Allão de Moraes, que os seus "tradutores" chamaram de Pedatura Lusitana... pois hoje não pode ser manuseada a não ser por uma autorização muito especial, quase q. de Roma!!!
E, neste seguimento será uma perfeita catástrofe para a investigação histórica e genealógica de free lancers, pois não acredito que os nossos conservadores digitalizem em razoável pespaço de tempo, toda a documentação q. supervisionam...
Não é tarefa que renda euros aos cofres de estado, bem pelo contrário... a menos q. privatizem os respectivos serviços!
E ainda seria pior a amêndoa do que a sineta!
A ver vamos...
Outro abraço
MM
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Caro Manuel Maria,
Nos últimos anos avançou-se muito em matéria de arquivos, está-se melhor mas ainda muito mal.
Ainda me recordo que há uns anos, poucos, quem quisesse fumar na Torre tinha que vir à rua, quem quisesse um cartão de leitor permanente tinha que procurar um Catedrático para lhe dar o "aval". Hoje este e outros arquivos um pouco por todo o país estão cheios de investigadores na área da genealogia, história local, etc.
A Torre tem informatizado alguns fundos, mas devido à má formação (?) de quem leu os rosários e outros índices de onde a informação foi retirada, não oferecem garantia alguma, basta neste particular fazer uma busca no Registo Geral de Mercês para perceber a quantidade de barbaridades que lá colocaram.
Também neste arquivo me tentaram negar consulta de informação, pelo mau estado. Depois de insistir lá veio à dita, e o mau estado não passava de 1 fol., tomara eu daqui a 500 anos estar naquele estado.
O arquivo do antigo bispado de Elvas, que abrangia também Olivença, está à guarda da câmara dessa cidade, contrariando o que está determinado por decreto, e o estado a que chegou essa documentação (milhares de livros paroquiais e dezenas de milhar de habilitações de genere e outras), perder-se-à num futuro póximo.
Através de reforma recente se eu pedir cópia dum testamento, duma escritura de partilhas, etc., pese ter mais de 100 anos e ser documentação histórica, o arquivo é obrigado a fazer uma expurga e retirar termos "ofensivos" como bastardo, etc.
São estas coisas que, de facto, me preocupam.
Abraço
NB
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Meu Caro MM
Pelos vistos o LCM e eu somos ao contrário: eu por fora muito penalizado com o dobro da idade, mas por dentro com a idade dele... muito me ri. Mas olha que nestas questões de opinião até nos costumamos entender bastante bem.
Tenho de resto muito prazer em ser neto (neto verdadeiro, porque na varonia...) do primeiro Homem que em Portugal conheço tenha escrito publicamente sobre a emancipação feminina (em 1884). Um homem não só liberal mas que deixou registada a sua profunda bondade para com todos (que herdou do Pai dele, como o afirmam os documentos) e isenção de pensar e estar na vida em relação ás crenças mais comuns do seu tempo.
Abraço
Alexandre
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Caro Lourenço
Não penso que a investigação morra pela digitalização dos documentos... Tal como tu, também eu gosto de manusear e saborear os velhos papéis, só não gosto de ter que o fazer em investigação ordenada, prefiro fazê-lo em devaneio sem regra nem método. Quando a minha alergia (física...) aos ácaros me permite isso.
Curiosamente, o primeiro trabalho prático que realizei no meu curso de História, há muitos anos, sendo de tema livre, escolhi a informatização da investigação na História... Havia uma aula prática obrigatória para dar a respeito do assunto livre escolhido. Descobri em busca na BN os métodos de trabalho em rede privada informática já em uso ao tempo nas universidades anglo-saxónicas - ainda não se chamava nos anos 70 nem era a net... era a pré-net... e que com esse acesso, por exemplo, eu poderia consultar online os forais manuelinos snme guardados na Austrália...
Entusiasmado, apresentei o meu trabalho nessa aula aos colegas e ao Doutor Veríssimo Serrão... Mas nao fui bem acolhido! :) Sobretudo o Professor achou manifestação de preguiça, e por bondade sua nunca me devolveu esse trabalho de início de ano lectivo, não o classificando assim, de maneira a não me estragar a média geral do curso.
Abraço
Alexandre
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RE: FCR, FCCR e CFCR
Caro Nuno
Obra grandiosa a que se prepara e tu nos falas... oxalá talvez alguém possa e se lembre de seguir esse caminho, com os foros, p.e., entre outras coisas. Deveriam aliás ser trabalhos subsidiados, já que o Estado não os faz ele próprio.
Abc
Alexandre
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