Mesa do Espírito Santo dos negoc. de Lisboa
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Mesa do Espírito Santo dos negoc. de Lisboa
Será que alguém de entre os confrades deste forum saberá dar-me uma dica de como posso colher informações sobre esta Mesa do Espìrito Santo dos homens de negócio de Lisboa?
Estou a falar do Séc. XVIII, apróx. 1755.
Agradeço antecipadamente.
Carlos Pinheiro
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RE: Mesa do Espírito Santo dos negoc. de Lisboa
Cato Confrade,
Uma possível pista. Numa página da "web" lê-se o seguinte:
"Mas a marca mais profunda e a mais divulgada da acção pombalina verifica-se na atenção depositada nas gigantescas companhias monopolistas do comércio colonial: a Companhia do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia do Pernambuco e Paraíba. O objectivo desta acção tem a ver não só com a valorização da produção local das regiões brasileiras homónimas, mas também com o fornecimento regular de escravos e a redução da interferência do contrabando na nossa estrutura comercial com as colónias. Assim, não só promovia a fluidez das trocas como assegurava um controlo mais incidente sobre as relações comerciais. Na apreciação de Carreira, desde a sua fundação (1755), a Companhia do Grão-Pará e Maranhão, recebeu acentuadas críticas nacionais, nomeadamente de um grupo intitulado "os sete deputados da Mesa do Espírito Santo dos Homens de Negócio" que reprovavam a concessão do exclusivo do comércio e da navegação, sofrendo estes deputados, posteriormente, perseguições lideradas pelo próprio Marquês que terá conseguido encarcerá-los. Esta organização monopolista depressa estendeu os seus tentáculos a quase todo o território tridimensional (Europa, Brasil e África), chegando a instalar filiais em Cabo Verde, Bissau, Cacheu, Angola, Benguela, Madeira e Açores..."
Cumprimentos,
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Mesa do Espírito Santo
Acrescento que o trabalho de António Carreira, citado no texto anteriormente transcrito, poderá ser o seguinte (não posso verificar):
CARREIRA, Antonio -Cabo Verde e Guine e a Companhia do Grao Para e Maranhao (um documento inedito para a sua historia) 1967 Boletim Cultural da Guine Portuguesa Vol.XXII, Julho-October,no.37/38,pp.309/324.
JPCMT
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RE: Mesa do Espírito Santo dos negoc. de Lisboa
Caro J. Castro e Mello Trovisqueira.
As suas prestimosas dicas têm sido extremamente valiosas nas minhas pesquisas.
Saiba que Lucas José de Araújo Lobato de Abreu Lima, de cuja carta de brazão V. me deu a conhecer, era filho de Belchior da Cunha, negociante de Lisboa , de quem eu desconfio pertencer à tal dita Mesa do Espírito Santo.
E isto, depois de consultar: "As Companhias Pombalinas" de António Carreira.
Sei da existência do livro do mesmo autor a que V. se refere mas ainda não o li.
E que documentos históricos referentes esta matéria hei-de consultar? Onde?
Sei que já é pedir muito a quem já tanto me ajudou.
Obrigado pela sua sempre pronta ajuda.
Carlos Pinheiro
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RE: Mesa do Espírito Santo dos negoc. de Lisboa
Caro Carlos Pinheiro:
Fui ver o que, sobre isto, diz Pinheiro Chagas na sua "História de Portugal".Aí chama-lhe "Mesa do Bem-Comum", mas parece ser a mesma entidade.
Diz (Vol. VI, pgs. 468 e seg.):
"Tantos privilégios deviam inevitavelmente provocar as reclamações dos negociantes, que então sustentavam o commercio com o norte do Brazil. A "Meza do Bem Commum", que substituira em 1720 a Junta do Commercio fundada em 1649, e que tinha por objecto zelar os interesses da classe commercial, entendeu que devia protestar contra a decisão do governo, e requereu a el-rei que revogasse o decreto de 11 d'agosto de 1753, que fundara a Companhia do Maranhão e Pará."
Mais adiante:
"Declarou Sebastião de Carvalho que julgava a representação da Meza do Bem-Commum tumultuaria e soberba, pois que parecia ameaçar el-rei com alvorotos e motins, se não accedesse ao que se lhe pedia"
Em consequencia d'isso foi auctorizado a punir os suppostos delinquentes, e com effeito o advogado dos representantes João Thomaz Negreiros foi degredado para Mazagão por oito annos, por seis os deputados Antonio Marques Gomes e Mathias Correia de Aguiar; Custodio Ferreira Goes e Ignacio Pereira de Sousa foram deportados por tres annos, o primeiro para a Torre de Moncorvo, o segundo para Penamacôr. António Alves dos Reis para Leiria por dois annos, Belchior de Araujo Costa para Porto de Moz, Manuel Antonio Pereira para Ourem.O procurador da praça do commercio, Custodio Nogueira Braga, foi enviado por seis annos para Almeirim.A Meza do Bem Commum foi dissolvida e substituída pela antiga Junta de Commercio [etc.].."
Belchior da Cunha não é referido (ou será Belchior de Araújo?)
E é tudo o que consegui saber.
Melhores cumprimentos,
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Mesa do Espírito Santo dos negoc. de Lisboa
Novo acrescento (!!!):
A carta de brasão de Lucas José de Araújo Lobato de Abreu (Sanches Baena, nº 1744,de 8/5/1799) diz que o seu pai era, efectivamente, Belchior de Araújo da Costa.
Assim:
1.- Lucas José de Araújo Lobato de Abreu
2.- Belchior de Araújo da Costa
3.- Ana Josefa de Araújo
4.- Cap.Pedro Lobato de Abreu Lima, soltº, FCR
5.- Clemência Veloso, Soltª
8.- Pedro da Cunha de Abreu Lima, FCR
10.- Roque de Araújo Costa,Cav. O. xto.
11.- Maria Josefa da Purificação
Confirmam-se, assim, as suas suspeitas.
JPCMT
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RE: Mesa do Espírito Santo dos negoc. de Lisboa
Caro J. P. M. Trovisqueira!
Trata-se de facto de lapso meu, pois estava a escrever de cor e fiz misturada com os nomes.
Cada ajuda sua é tiro certeiro!
Confirma-se então a minha suspeita, e mais um campo para investigar, que no fundo é a graça que isto da genealogia tem.
Cumprimentos Carlos Pinheiro
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